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Felizmente, Priscilla apareceu para salvar o episódio

“Re: Zero” voltou e depois de quase 4 anos desde a estreia da segunda parte da 2ª temporada, retornando com um longo episódio de 1 hora e 30 minutos. Para os fãs da série, isso pode ter sido algo essencialmente bom, mas para mim, acabou representando um pesadelo em dose dupla: primeiramente pelo episódio longo, coisa que eu odeio e morro de preguiça de ver; e o segundo, foi que o episódio, em grande parte, foi MUITO CHATO. Irei explicar o porquê no decorrer do post.

Sinopse: “Natsuki Subaru, um adolescente comum, conhece uma linda garota de cabelos prateados vinda de outro mundo. Subaru quer ficar ao lado dela, mas o fardo que ela carrega é maior do que Subaru pode imaginar. Eles enfrentam o feroz ataque de monstros, traições, violência irracional… e, por fim, a morte. Subaru promete derrotar qualquer inimigo, qualquer destino, tudo para protegê-la. E assim, o pobre garoto sem poder algum obtém o “Retorno da Morte”, uma habilidade única que permite ao usuário voltar no tempo ao morrer. Usando esse poder, o passado é perdido e as memórias são reescritas.”


Normalmente aqui no blog, “Re:Zero” é assunto do Rub e eu comentarmos, porém, como vamos fazer vídeo comentando o anime (posso linkar aqui no post quando sair) e como ele anda bem ocupado com o trabalho, resolvi por escrever esse texto sozinho mesmo. Começando pelo começo, eu sou uma pessoa que, até então, gosta bastante de “Re: Zero”, acho uma obra bem escrita, bem feita e com uma adaptação bem legal, muito embora venha sofrendo com o esvaziamento que a White Fox sofreu ao longo dos anos. As mudanças de diretor, da primeira para a segunda temporada, resultaram em uma direção menos afiada, com maiores limitações em animação, não a toa, que a 1ª temporada sustentou 20 e tantos episódios em sequência, no entanto, a 2ª precisou ser dividida em 2 partes (com 13 e 12 episódios, respectivamente), e já essa 3ª season, vai precisar ser dividida novamente, a diferença é que dessa vez, é apenas um cour (vão exibir 8 episódios agora e mais 8 a partir de 5 de Fevereiro/2025) e mesmo assim, não estão dando conta de segurar uma qualidade razoável da animação.

Apesar do episódio longo, fui ver com boas expectativas, afinal, não tenho absolutamente nada contra “Re:Zero”. O episódio começa com uma cena curta do Subaru treinando em equipamentos de madeira. Posteriormente, a Beatriz chega, eles conversam, depois, a Petra chega para buscá-lo a pedido da Emilia. Encontram a Mimi – uma graça de personagem e nunca tive oportunidade de dizer isso – e vida segue. E assim vai indo. Esses primeiros minutos seguem pelo reencontro do elenco principal da série, além dos personagens que retornarão e que terão relevância no arco. Além de uma reapresentação de todo mundo, enquanto introduz alguns elementos do arco que começa a ser construído, o episódio também vai reestabelecendo as relações e dinâmicas entre esses personagens, então o que vemos principalmente são situações cômicas (algumas funcionam mais, outras menos), que é um jeito mais rápido e ágil de reestabelecer essas conexões.

Até aí, tudo bem. A pessoa que chegou é o Joshua Euclius – irmão do Julius – que foi passar uma mensagem da Anastasia, uma das candidatas a monarquia de Lugnica, quanto a ter encontrado uma pessoa que possui um cristal mágico do qual a Emilia estaria procurando para conseguir reinvocar o Pack. A Anastasia, no entanto, vê vantagem nisso já que ela é comerciante, ao colocar uma espécie de “dívida” na Emília por esse grande “favor”. Ocorre que as candidatas com maior vantagem/apostas eram a Crusch e a própria Anastasia, mas agora a Crusch está desmemoriada e as outras candidatas, por movimentações e ações próprias, tem cativado diferentes públicos com suas ações, tornando a disputa um pouco mais acirrada.

Fato é que todos (leia-se: Subaru, Beatriz, Emilia, Garfiel e Otto) vão até o Portão D’Água Priestella em aceitação ao convite da Anastasia, que também reuniu as demais candidatas a seleção do trono e bem, aí está o cenário perfeito e configurado para a tragédia começar a acontecer. Sendo Re:Zero, a todo mundo você fica esperando a tragédia e se perguntando de onde que a desgraça vêm. No entanto, ela demora e para minha tristeza, todo esse espaço de tempo foi preenchido por looonga sessões de conversas e diálogos que não foram nem um pouco dinâmicos e, muito pelo contrário, foram bem chatos.

Eu conversei brevemente com o @rubnesio sobre o episódio enquanto eu assistia (no momento que escrevo esse texto, eu não sei o que ele pensa sobre esse episódio), mas fato é que eu não lembrava de Re:Zero ter tanto personagem chato. Tem uma série de piadas que eu achei um pavor, alguns diálogos bem “socorro, me tirem daqui” e algumas outras situações e interações que absolutamente não tinham graça e eram looongas. O Subaru nunca foi ‘uau, o melhor personagem’, mas ele parece particularmente irritante nesse episódio (talvez pela longa duração), a Beatriz eu quero que devolvam imediatamente a versão que falava pouco e era mais irredutível, eu sei que essa mudança está diretamente ligada ao desenvolvimento dela no último arco, mas por favor, NÃO, ela só foi infantilizada e, de certa forma, reduzida como personagem. O jeitinho de sonsa da Emilia é irritante e desde que eu notei que ela “sugooooku” em toda frase, me irrita ainda mais.

Eu não sei se isso está ligado ao tempo desde que vi “Re:Zero” pela última vez, afinal, já são mais de 3 anos, e eu esqueci como é, de fato, a série, porque não sei, até personalidade e voz de alguns personagens parece um pouco desajustado ou fora do tom. Só sei que estranhei bastante.

Agora, o que me pega muito nesse episódio é que eu sinto que há uma falta de ritmo muito grande na maneira como ele foi conduzido. Eu entendo o motivo do episódio ser tão grande, porque precisavam introduzir o arco, alguns novas personagens e reinserir uma porrada de outros, além de precisar terminar na cena com a bispa do pecado, porém, todo o segmento de 2/3 do episódio, ou seja, 1 hora dele, é muito, mas muito chato. Em conversa com o Rub, ele falou que esse arco terá muita conversa, já que é um arco muito político, o que me levou a pensar que talvez eu esteja com uma imagem mais frenética da série por conta do último arco, porém, meu problema em si não é com ter muito diálogo, porque lembro perfeitamente de episódios de Re:Zero com longas tomadas com o Subaru conversando com um único personagem e essas cenas, mesmo que monótonas e dentro de um único cenário, ainda eram excelentes por causa do texto e do clima que se construiu para ali, porém aqui, eu não sinto nada disso. É uma somatória de várias interações que não necessariamente encaixam umas com as outras, junto de uma falta de ritmo mesmo o que somado com alguns estranhamentos meus (como o desajuste que mencionei no parágrafo anterior), me soou muito como se a direção (que vale dizer, o diretor é inferior ao das temporadas anteriores) estivesse no modo automático nessa primeira uma hora de episódio.

A coisa só vai melhorar mesmo quando está todo mundo dentro da casa da Anastasia e aparece a Priscilla e isso, depois de 1 hora de episódio. Para quem não sabe, a Priscilla é minha personagem favorita da série e o que gosto da personagem é que ela é a pura manifestação do caos e da discórdia. Ela muda o jogo e consegue tornar as coisas interessantes, porque ela gosta de desagradar, ela se diverte com isso e quer trazer desconforto aos outros, tudo por entretenimento (olha como é perfeita!). O que ela faz é trazer o Heinkel, filho do Wilhelm e pai do Reinhard, para a cara, só para trazer aquele clima gostoso de discórdia familiar. Ela mesma odeia o homem, não a toa que quando ele começa a encher muito o saco, ela logo apaga ele, mas o trouxe só para iniciar uma discórdia entre a família Astrea.

A sequência final é ótima! Tivemos a apresentação bispa (que não é a responsável pelo núcleo de dramaturgia da TV Globo) do pecado, dessa vez a que representa a ira, a Sirius. A construção da cena é ótima, pois conforme ela vai fazer o seu discurso exacerbado e cada vez mais intenso, mais as pessoas que estão na praça vão sendo prendidas e comprando a fala, juntando e os conectando pelo “amor”, o que seria uma antítese, de certa forma, da ira, mas aqui ela trabalha quase como se os dois fossem correlatos e andassem em uma linha muito tênue (como um amor tóxico). A cena segue e todos já estão completamente envoltos e conectados ao discurso da bispa. Como eu falei Re:Zero sempre traz esse clima de ficar esperando pela tragédia e na cena, você fica esperando de onde exatamente ela virá, porque aquela altura, era certo que o garotinho acorrentado iria morrer, mas qual exatamente seria o efeito (prático) daquilo tudo? E aí vem o momento que ela jogo o guri, ele cai de cabeça, e ao acontecer isso, a cabeça de todos ali na praça estouram junto. Uma cena fantástica, de fato. E agora, começamos o arco mesmo, o Subaru já morreu uma vez e agora precisa evitar que a bispa comece o discurso dela no centro da praça.

Alguns pormenores do episódio tivemos: a apresentação da Liliana, que de alguma forma, vai ter alguma relevância no arco; o Regulus (que eu adoro também, vale dizer), o bispo da avareza, fez uma breve aparição no episódio, mas como ninguém conhece ele (a Crusch está desmemoriada e a Rem está apagada), ninguém se tocou; e aparentemente o Garfiel achou a mãe dele na cidade, então deve ser algo que irá se devolver em paralelo ao caso dos bispos do pecado da vez. Para esse arco, também, imagino que quem fará seu retorno é o Ley, o bispo da gula, já que estão também tentando resolver a questão da memória da Crusch.

Apesar dos pesares, a sequência final do episódio dá uma boa compensada no restante e imagino que seja pelo final que as pessoas tenham gostado tanto desse episódio. Como agora já começa a parte do Subaru quebrar a cabeça para encaixar peças e conseguir continuar “a história” com o mínimo de danos possíveis (e isso inclui, sem gente morrendo ou tomando algum dano/perda), o anime deve começar a ficar mais interessante e dinâmico, um pouco mais semelhante ao que me lembro da série e isso me deixa mais animado para o que o autor tem para mostrar/contar.

É isso pessoal, deve sair mais uns textos de primeiras impressões aqui no blog e no canal do blog no YouTube, estamos o Rub e eu comentando vários animes dessa temporada (e finalizando comentários dos animes da temporada passada), então fiquem de olho por lá também ^^
A quem interessar, eis o vídeo de primeiras impressões que mencionei no começo do post:

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