“Runway de Waratte” é um anime que foi lançado há 4 anos, tendo seus episódios exibidos entre 11 de Janeiro e 28 de Março de 2020. Não foi – nem de longe – um dos animes de maior atenção da Temporada de Inverno daquele ano, mas foi um dos animes que mais me interessaram na época, a ponto de ser um dos que peguei para comentar no blog semanalmente e assim o fiz até o final. Com atrasos? sim, mas tem todos os episódios comentados no blog!
E agora, mais de 4 anos depois de seu fim, eu escolhi ele para fazer uma review se juntando a seleção de animes que eu e o @rubnesio fizemos para comentar durante o mês de Agosto, mês em que o blog está completando seus 5 anos de existência! Fato é que “Runway de Waratte” foi um dos animes que mais fiquei fascinado durante a exibição, além de ser um dos que mais gostei, tanto que até hoje eu tenho muito carinho pela obra! Então, vamos a review!
Sinopse: “Com uma ótima aparência e um ambiente favorável ela estava no caminho correto para realizar o seu sonho, mas logo ficou diante de uma barreira intransponível quando parou de crescer com apenas 158 cm, uma altura muito baixa para se tornar uma modelo profissional. Ela ainda acreditava em si mesmo, independentemente de todos lhe dizerem que era impossível, mas a sua determinação começa a ruir quando ela entra para o ensino médio. Nesse momento ela conhece Tsumura Ikuto, um colega de sala bem sombrio que possui um talento inegável para criar roupas, que também estava quase a desistir do seu sonho devido a problemas familiares, e juntos eles vão começar uma jornada impossível para realizar os seus sonhos.”
A história é sobre a Chiyuki, que tem o sonho de ser modelo, especificamente modelo na agência do pai dela, que ela considera como o topo da carreira. E no entanto, ela tem um pequeno grande problema: lhe falta altura. Até certa idade, ela estava crescendo bem, porém estagnou em 1,58m, o que dentro daquele universo da obra e para modelos, é um grande problema. Ela segue tentando dia após dia, com diferentes conjuntos de roupas, mas sempre sem sucesso. Até o dia que ela percebe a existência do Tsumura Ikuto, seu colega de classe tímido e retraído, que é o único membro do clube de costura da escola deles e aproveita seu tempo livre para produzir suas próprias roupas e tentar reproduzir peças de roupas famosas de desfiles de modas. Nesse encontro oportuno e sem querer, ela acabar dizendo que o sonho dele de ser o designer de roupas sem ter formação é impossível (algo que sempre dizem para ela quando ela diz querer ser modelo), ela pede para que ele faça uma roupa para ela. Ele o faz e para a grande surpresa da Chiyuki, isso abre uma possibilidade dela trabalhar como modelo, enquanto que para o Tsumura, surge uma oportunidade para que ele trabalhe como assistente de um designer. Com uma amizade criada ao acaso, os dois tentam trilhar o caminho dos seus sonhos enfrentando os problemas e adversidades existentes.
Eu fui uma pessoa muito, muito, muito empolgada e emocionada com “Runway de Waratte” durante a exibição original, ao ponto de AMAR cenas que são bem básicas, sem grande destaque de animação ou mesmo de direção, sendo que na maioria das vezes eram momentos que outras pessoas poderiam achar só competentes. Fato é que me diverti muito vendo o anime e vendo algumas dessas cenas hoje, eu consigo entender o motivo de eu ter ficado naquele estado e ainda mantenho um carinho enorme pela obra até hoje ^^
O mangá (material original da animação) foi publicado na Shounen Magazine – e “Runway de Waratte” foi um dos últimos suspiros de criatividade daquela revista – e sendo assim, ele tem uma história bem “básica”. Se você conhece bem Shounen (que fuja do de lutinha) você vai encontrar muitos dos arquétipos que são bem característicos da demografia na hora de contar a narrativa. Então o que temos aqui é uma história simples, mas com uma proposta mais diferenciada, afinal, não é muito comum ver um mangá Shounen sobre moda nessas revistas principais de grandes revistas (exemplo: Shounen Magazine é a principal revista da Kodansha, assim como a Shounen Jump é a principal da Shueisha), e com uma execução MUITO boa!
Os personagens são muito cativantes. A Chiyuki é entusiasmada, dedicada, uma personalidade e uma presença muito forte, mas também sofre com os vários “não” que recebe ao longo dos anos, enquanto que o Tsumura é um fofo, gosto muito dele! É um personagem muito gracinha, com um senso de visão e estética muito bons, ter um ar de insegurança, mas é dedicado e de certa forma, confia naquilo que tem em mente. A dinâmica dos dois é muito boa e por mais que eu fale isso, mais da metade do anime eles passam bem separados. Como cada um precisa seguir um rumo diferente, depois do 3º episódio eles praticamente só aparecem juntos em momentos muito específicos e em cenas muito rápidas.
Há uma outra personagem que tem muito destaque no anime, especialmente na segunda metade, que é a Kokoro. Ela é uma graça e em termos de personalidade, ela vai um pouco na linha do Tsumura, mas ela tem um aura mais agressiva, uma presença forte. Ela quer ser designer, mas a empresária dela – Igarashi – quer que ela se mantenha na carreira de modelo, pois ela a vê como tendo sido feita para ser modelo: ela é muito alta e tem uma presença muito forte na passarela, mesmo que falte confiança nela durante o cotidiano e naquilo que ela faz. Então ela vai tentar provar para a Igarashi que ela pode sim, ser uma designer de roupas.
O desenrolar do anime acontece por meio de um arco inicial, que vai até o episódio 3 e dali em diante, é um arco só que envolve uma competição de designs. Nessa competição o Tsumura e a Kokoro estarão participando diretamente, enquanto que a Chiyuki vai ser envolvida mais tarde para modelar. São dois atos principais e no entanto, está cheio de momentos que eu considero memoráveis. Não irei descrever quais são eles para não estragar a experiência de quem não viu e decida por assistir depois desse texto, mas vou listar alguns dos meus favoritos: no episódio 1, quando a Chiyuki vai desfilar num teste com uma roupa que o Tsumura fez para ela, é feito um momento belíssimo; no episódio 3, durante um desfile e por causa de um certo ‘acidente’, há outro momento muito emocionante e é nesse episódio que se explica o porquê do título, o que acho bem legal; no episódio 7 as capacidades da Chiyuki são postas à prova e a Kokoro toma uma iniciativa de se impor; e por fim, a sequência dos episódios 10, 11 e 12 é ótima! Com destaque para o episódio 11, em que se tem o clímax do arco.
Como eu disse lá em cima, não é que ele inove em alguma coisa, mas o Kotoba Inoya (autor do mangá) sabe contar uma história, então a obra acaba por ser muito competente naquilo que está se propondo e na sua execução. O diretor do anime – Nabuyoshi Nagayama – fez um ótimo trabalho. O estúdio Ezo’la que ficou responsável pela animação, era um estúdio pequeno (na verdade, não é um “estúdio” propriamente, “Ezo’la” é um pseudônimo para coproduções entre a Diomedéa e o Studio Blanc) e o diretor sabe bem das limitações do estúdio, tanto que o estúdio pegava poucos animes por vez e as animações normalmente só começavam a exibição quando já estavam com produção concluídas, o que foi o caso de “Runway de Waratte”, então o resultado é algo que não se mexe muito em termos de animação, mas que tenta ao máximo caprichar no acabamento dos designs dos personagens, especialmente em quadros estáticos e mais próximos do rosto deles. Essa época eu achava a direção do Nabuyoshi bem mais criativa e inspirada. Hoje em dia segue sendo um trabalho okay (vocês podem ver, por exemplo, com “Vampire Dormitory”), mas acho que longe da época mais inspirada dele, como com por exemplo, “Happy Sugar Life”.
Acho que é uma animação que se você entende o que está se propondo e não espera grandes dramas ou uma trama muito profunda, é bem divertido de ver e pode render alguns bons momentos de emoção, então fica minha recomendação ^^
Aproveito para relembrar que para a ocasião do aniversário de 5 anos do blog, estamos publicando reviews de animes diárias, bem como resenhas de mangás diárias também, durante todo o mês de Agosto/2024! Então fiquem ligados que tem bastante anime e mangá legal (e alguns ruins também, porquê não)!
