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Afinal, o que é real neste anime?

Afinal, o que é real neste anime?

Voltamos depois de duas semanas para falar de PET, nós (o Rub e eu) acabamos levantando mais hipóteses sobre o que o anime quer nos contar, sobre os rumos da obra, e claro, levantamos ideias de possíveis caminhos que o anime pode acabar indo, do que propriamente sobre o episódio em si. PET dá margem para diversas interpretações/duvidas a serem discutidas. É um dos motivos de estarmos adorando o anime :). Enfim, fiquem com nossos comentários ^^.

  • Impressões dos episódios:

Rub – Alê, toda vez que conversamos sobre Pet, as nossas considerações sempre são nós dois tentando juntar esse enorme quebra-cabeça que é o anime. Tanto que os dois episódios que iremos comentar vai sintetizar a minha afirmação. O terceiro episódio começa pela abertura de um estabelecimento que os dois protagonistas prometeram que iriam criar no final do capítulo anterior. Nesse momento, vemos que o Tsukasa e o Hiroki têm muita intimidade um com o outro. Inclusive, temos uma cena de “pseudo” ciúme do Hiroki em fazer o Tsukasa prometer que não iria compartilhar seu vale/pico com outra pessoa. E mais para frente, vemos essa raiva do Hiroki em se sentir abandonado quando ele briga com a cliente mais adiante do episódio. Sinto um cheiro de BL, mas não vou dizer com certeza porque, vai que a autora só fez insinuações e é isso. Prefiro esperar o prosseguimento da narrativa para arriscar algo sobre qual o nível de relacionamento entre os dois.

“Isso não vai prestar, não vai…”

Alex – Finalmente percebeu XD. Demorou mas foi. E novamente, eu me sinto confuso com o que vi nesses dois episódios (como de costume). Algumas coisas são mais claras, já outras ainda me deixam a dúvida se eu entendi o que estava acontecendo (provavelmente não). Falando desse começo do episódio, eu gostei deles já terem conseguido abrir a loja deles, mas infelizmente nem tudo são flores e eles ainda tem que trabalhar para o Kashiragi…quero dizer, só o Tsukasa que acaba indo. Eu gostei também dessa instabilidade dele. Interessante que pessoas que compartilham do pico de outras, acabam se tornando dependentes da presença deles e “Pet” acaba representando isso mesmo. Como se eles fossem verdadeiros Pets para os donos, que no caso, são as pessoas que eles tem o pico compartilhado.

Rub – O que realmente fiquei confuso foi com a guerra de interesses que teve entre o Katsuragi e os mafiosos chineses. Compreendi que eles tinham relações comerciais e que a morte do chefe iria beneficiar demais o Katsuragi em ganhar terreno no mercado internacional de produtos ilegais. Só que o Katsuragi não é dono de nada. Só está seguindo ordens igual ao Tsukasa. Quem são os donos dessa organização. E todo o plano deles foi muito bem bolado. O Tsukasa conversando com o maluco do taco de beisebol aos poucos, implantando pequenas ideias, descobrindo o vale do marginal (que a proposito, que mãe filha da puta…prostituía o próprio filho travestido e fazia umas doideiras com outros tarados vestida de maid…a infância do mano foi foda) e implantando outras realidades, para poder manipular mentalmente o cara e matar o chefe chinês. Curti tudo, só não entendi realmente como isso seria beneficio para a organização deles ter uma troca de lideres no clã parceiro. Ficou meio tangencial a justificativa.

Alex – Como PET não te conta tudo o que quer logo de cara, eu imagino que isso virá a ser abordado mais a frente, porque realmente ficou um tanto “sem nexo”. Talvez envolva algo maior no futuro. Eu fiquei com dó do cara, porque ele passou por TUDO aquilo na infância e ainda morreu daquele jeito. Uma parte que gosto do momento do passado dele é que no momento que matam a mãe, ele desconta ali no corpo caído dela. Ele não fazia nada por medo e quando ela estava morta, foi o “melhor” que ele conseguiu e ainda saiu taxado como assassino da mãe. Difícil isso… E você vê como uma coisa bem simples virou o pico do cara. Ele se assemelhar com o cara do baseball e oferecerem um taco foi o suficiente para tal. No fim de tudo, ele morreu por manipularem sua mente e transformar talvez o momento de felicidade (acho que não é a palavra certa) em mais um momento traumático. Acho que PET vai trazer algumas discussões muito interessantes a respeito desse controle/manipulação da mente das pessoas. Até onde vai? Quais as consequências disso? Questões do gênero…

Rub – Por isso que gosto do anime e de sua “mecânica” das mentes das pessoas. Diferente de ID, aqui o psicológico dos humanos é o fator principal e determinante para a trama do anime se movimentar. Adoro as diferentes percepções das pessoas com a mesma situação. O pico desse mano do taco era mega simples do ponto de vista do Tsukasa. Ele até fica surpreso por ser um pico de complexidade baixa e ter o envolvimento de um bem material. Praticamente, facilitou para o Tsukasa na manipulação/ lavagem cerebral que ele fez no cidadão. E quando ele está “quebrado”, ainda a sombra da mãe é forte nos seus medos e o “respeito” que tem por ela é gigante. Tanto que o mano tenta se espelhar na mãe, tentando replicar sua maquiagem lá na partida de golfe. Esse trabalho dos psicológicos dos personagens que a obra tem é fantástico.

Alex – Concordo totalmente. PET brilha nessas construções da mente das pessoas, uma coisa que pode ser considerada simples para alguém, é algo de extrema importância para outro. Os caras (que eu já esqueci o nome) dos dois primeiros episódios, uma conversa simples que definiu o pico de um deles. Agora com esse um taco de baseball foi o pico (acredito que nesse caso, não precisaria de muito para ser o pico dele, visto o passado do cara foi pura tragédia). Mudando de assunto, quero falar que gosto da forma que o Hiroki tomou para “transitar”. Ele é um peixe dourado, o Tsukasa é água. Peixes não vivem sem água, ou seja, ele não vive sem ele. Está TUDO nas entrelinhas XD. Mas falando sério, eu realmente gosto disso. Essa instabilidade do Hiroki é total justificável e enquanto falava disso para o Satoru, achei muito bonito (eu internamente: olha que casal mais fofo). E até o Satoru fica instável sem o Hayashi, só que diferente do Hiroki, que encontrou uma forma de “esquecer” desse sentimento. Muito interessante.

Rub – Foi mostrado bastante esse aspecto no quarto episódio. Esse compartilhamento de “picos” parece ser bem nociva mentalmente para as pessoas com essa habilidade, se assemelhando bastante a usuários de drogas na abstinência. O Hiroki nem queria abrir a loja normalmente só porque o Tsukasa não estava por perto. Parece muito a dependência química, onde os “viciados” perdem a motivação de fazer as coisas cotidianas, só sendo movidos pelos momentos de “consumo” delas. Não sei até que ponto o Satoru estar dessa form, mas para não ficar maluco, ele tenta pensar em “outras coisas” para deixar a mente ocupada. Acessar o pico de outras pessoas e deixar que acessem o seu, gera um sentimento de satisfação enorme para pessoa, deixando-a dependente desse vínculo

Alex – Isso me lembra um pouco a um “relacionamento abusivo”. Me veio isso na cabeça agora. Essa dependência, talvez aprisionamento em alguns casos me fez pensar assim. Por que, até que ponto isso é “bom”? Aproveitando o assunto, mais cedo eu estava falando com uma amiga e nós falamos do Tsukasa. Por mais que eu goste de ver ele e o Hiroki como um casal, ele não parece ser uma pessoa decente. Ficou mais evidente nesses dois episódios. Alguns olhares, diálogos e ações me fazem deduzir dessa forma. Por esses episódios, nós percebemos que o Tsukasa é bem ardiloso, alguns olhares de canto e principalmente a cena no final do episódio 4, fizeram eu ter receio com o personagem. Acho que as chances dele na verdade ser um filho da puta são bem altas.

Rub – Talvez pelo Tsukasa ter esse tipo de personalidade, ele precisa sempre de ter um “extremo oposto” perto dele, como forma de balancear e não ficar maluco no processo. Não sei quais são as consequências de entrar em muitas mentes. Mas, ao que parece vendo o Hayashi e sua condição deplorável, quanto mais “trabalhos” você faz para a organização ao longo do tempo, mais consequências perturbadoras a pessoa terá. O Hayashi estava em um estado de completa reclusão e largado. Tanto que ele fez a doideira de confrontar seus vigias e tentar descobrir a localização do Satoru no processo. O Tsukasa parece estar seguindo o mesmo processo. Até sugerem que o Hayashi e o Tsukasa compartilharam seus picos por um longo período, já que o próprio Tsukasa fala assim: “Ninguém conhece melhor esse velho do que eu aqui.” E intimidade, o anime já associou que é dividir suas experiências mentais com o outro. Então, dá para arriscar que existia algum tipo de relacionamento entre os dois. De pupilo para mestre eu chuto.

Alex – Foi o que comentaram comigo. Até algo mais “íntimo” que o Tsukasa queria. Pela cara que ele faz no fim do episódio eu não duvido disso. Talvez, essa questão de entrar em diversas mentes possa causar isso. Exaustão e até perturbação da própria mente, são diversos tipos de problemas e os vales delas são bem diferentes entre si. Talvez, ter contanto frequente com essa parte, cause danos a quem invada a mente da pessoa. Eu fiquei bem confuso nessa parte final do episódio. Eles provam que não dá para confiar em ninguém. Diversas pessoas são controladas e você não tem como saber ao certo o que está e quem não está sob o controle de alguém. Bem intrigante.

Olha a cara de quem vai aprontar

Rub – O que faz pensar em outra coisa: O que é a realidade? Não no conceito amplo da coisa, mas sim no que foi vivido pelos personagens. Será que tudo o que o Hiroki vivenciou foi realmente verídico ou se foi fabricado artificialmente por alguém? Ele compartilhou seu pico com uma outra pessoa. E como nos episódios 2 e 3, temos elementos mostrados no anime que existe a manipulação de lembranças felizes por outras modificadas para mudar a visão do alvo e transformar em um zumbi para cumprir seu objetivo implantado. Então o anime planta essa dúvida de que estamos realmente vendo a perspectiva dos personagens ou existe algo maior manipulando tudo…os dois últimos episódios mostram que não se pode confiar no que está vendo e nem no que se lembra, pois pode ter sido alterados a bastante tempo e nem se sabia. Eu fico com essa impressão da relação dos dois protagonistas. O Tsukasa tem cara que fez alguma coisa para o Hiroki. Já na relação Hayashi e Satoru, sinto mais como verdadeira, já que o velho protegeu o moleque durante a infância.

Alex – SIIIIIIIIIIIIM. Por isso que eu pensei na vertente de ser abusivo. Pensa o Hiroki não pode ficar sem o Tsukasa. Se for o que aparenta ser e ele for realmente um filho da puta, o Hiroki está amarrado à ele. A “sobrevivência” do Hiroki depende do Tsukasa estar com ele. Logo, independente do que o Tsukasa fizer, enquanto o pico dele for compartilhado com o Tsukasa, vai estar preso nos seus valores sentimentais. Não queria ter que pensar assim, mas é o que parece. E no caso do Satoru e do Hayashi, realmente parece algo real, já que ele se preocupa com o Satoru e protege ele. Salvou o menino na infância e segue ajudando ele. Tanto que eles se encontram no pico para conversarem as escondidas. Quero MUITO ver para onde isso vai ir. E autora, pare de brincar com meus sentimentos :,(…

Rub – Já deu para perceber com esses quatro episódios, que PET vai ter uma pegada mais densa e dúbia com relacionamentos humanos. Pouco discutimos sobre o episódio em si e foram mais interpretações pessoais que tivemos vendo o anime. Por isso que gosto do PET por ele conseguir levantar reflexões legais para discutir com os amigos posteriormente ter visto o episódio da semana. E estou curioso para onde a história vai, porque não imaginava que seria para um rumo mais intimo em vez de casos de “assaltos” a mente das pessoas. Quero mais do estou vendo e rezando para a produção segurar as pontas, já que a equipe de Darwin’s já pediu arrego nessa semana XP.

Alex – Também não imaginei que ele tomaria esse tipo de rumo. Acredito que PET ainda tem MUITO para nos mostrar e contar. Não estamos nem na metade do anime e ele já abriu discussão para diversos assuntos/hipóteses. Pior que eu acho que a produção já está caindo sabe. O episódio 3 pareceu ter uma queda de qualidade que não senti tanto assim no episódio 4. Acho que a produção vai oscilar bastante entre um episódio e outro. Ainda mais se um episódio x, exigir mais da animação. No episódio 2 mesmo tinha aquela cena lindíssima, aí no terceiro a produção já parecia mais capenga e assim vai. Veremos o que dá e espero que Darwin’s só afunde XD.

Rub – E a minha torcida é que Darwin’s se afunde mais para o meu entretenimento e PET, pelo menos consiga entregar algo satisfatório, porque no enredo, o anime tem alguma excelência.

Alex – Uma última coisa, o pico do Katsuragi envolve uma boneca e o vale gatos ao que parece. Quero ver onde isso vai dar. “O manipulador sendo manipulado”. E tem uma transição de cena que eu adorei. Quando o Hayashi “se transforma” numa aparência de gato, o Katsuragi pega a arma como forma de resistência. Na hora que a arma levanta, ele tampa o rosto do Hayashi e quando desce, o rosto dele já está normal, eu amei muito isso.

Rub – Sim. Os gatos estavam associados quando ele sofria abuso sexual e o criminoso tinha uma porrada de gatos no quarto. Bem traumático para um adolescente. E a cena da arma, mais um detalhe da direção do anime que tenta superar a barreira econômica do projeto com criatividade.

Alex – Sigo amando, foi uma coisa simples? Foi. Mas muito bem sacada haha. Enfim, ansioso para semana que vem ^^.

Rub – Também no aguardo para semana que vem XD.

  • Conclusão:

Como vocês podem ver, eu (Alex) transitei de um “Ai que casal fofo”, para um “Meu deus… isso vai dar muito errado”. O que me deixa triste com essa possibilidade… De uma forma geral, PET continua excelente, sempre trazendo mais e mais dúvidas e hipóteses, o que nos deixa cada vez mais interessados nos rumos que a obra irá tomar ^^.

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