O bem e o mal em uma dicotomia barata.
SINOPSE: dois herdeiros de seus mundos se apaixonam, porém, seu relacionamento está em xeque quando esses reinos são inimigos mortais (luz e escuridão). Agora precisam achar alguma solução na tentativa de encontrar o equilíbrio e a paz entre seus povos, para poderem ficar juntos.
O anime é um belo sonífero para quem sofre de insônia
Olha que alertei para o pessoal ‘dropar’ esse anime por já dar sinais de ser uma obra de qualidade duvidosa. Agora com os 12 episódios assistidos, só tenho a dizer que todas as minhas suspeitas se confirmaram ao longo dessas semanas. Também no meu post de primeiras impressões (clique aqui), tinha afirmado no quão ruim essa analogia/simbolismo que o anime adotou com essa dualidade de trevas e luz. Terminando a temporada, digo que piorou AINDA MAIS o que foi feito na estreia.
Até quero elogiar a equipe de produção. Não pelo esmero na criação do anime, mas sim por ter conseguido entregar todos os episódios sem atrasos ou adiamentos. Apesar que não sei se posso considerar como elogio, pois eu vendo o resultado em tela, só ficava pensando em como os animadores deviam estar no limite, porque a situação FOI FEIA. Predominância de quadros estáticos, personagens desenhados sem tocar no chão ou em algum plano, as vozes dos dubladores dessincronizadas com os frames, CG de PS1, inconsistência nos characters design e um filtro branco irritante durante toda a adaptação, deixou o anime intragável visualmente. A direção nem comento porque ter ela ou não, faz nenhuma diferença, porque só fizeram o básico do básico de plano e contraplano. A edição também estava esquisita com cenas sem continuísmo algum entre elas. O ritmo é BIZARRO. Não sei se queriam fazer algo mais dark, um slice talvez, uma aventura, um shounen de porrada tradicional, um drama…definitivamente eu não consigo estabelecer qual foi a tentativa da direção em abordar tantos gêneros assim de uma vez, sem organização alguma. Pô, não dá para levar a sério um episódio em que os protagonistas tiveram uma luta mortal, para no mesmo dia, eles estarem trocando roupas, com direito a fanservice das gurias todas nuas para os otakus punheteiros. Não dá para levar com seriedade a história, porque nem o próprio roteiro sabe o que quer.
HÃ??? EU DORMI??? PULEI ALGUMA COISA???
E estou muito confuso com diversas coisas mostradas. Tiveram muitos eventos e cenas, que simplesmente aconteciam e foda-se a explicação ou contextualização que levou para aquele momento. Protagonista ganhando espada foda de um cara aleatório, um mordomo no meio da rua esperando para treinar o Yami e o aceitando como mestre, uma caverna subitamente aparece que guarda um elixir divino que recupera circuitos mágicos, personagens brotando no local sendo que no segundo anterior, ele deveria estar a quilômetros de distância… e são os exemplos mais óbvios, porque o roteiro tem mais furos que um queixo suíço. Deu bobeira, está esbarrando em algum absurdo sendo contato nessa narrativa. E eu tentei entender o que levou o roteirista a tomar tais decisões para movimentar a trama. Só uma coisa que veio a cabeça e essa ideia foi fortalecida pelo final “inacabado” parecendo um prólogo de uma outra história: fizeram um prequel do jogo do celular.
Estou ligado que tem mangás e novels dessa obra e que, como está no próprio título do anime, é um conto sobre como tudo começou naquele mundo entre os conflitos da luz com a escuridão. Entretanto, parece que fizeram essa adaptação visando somente os jogadores que conhecem essa franquia, visto que há uma porrada de conceitos, magias, runas, maldições, poderes, grupos sendo citados a todo momento e não tinha uma linha sequer de diálogo explicando o que caralhos está acontecendo. Para mim, só foram termos sendo jogados na tela e você espectador que não jogou o game, que se vire.
Tem muitos personagens, mas na real só precisava de dois
Outra parada que eu odiei foi todo o elenco de Shironeko. Eu só não falo que os personagens dessa história são rasos que nem piscina com 1 cm de água, porque MESMO ASSIM, ainda teríamos alguma profundidade. Aqui é ZERO. O moleque Teo é o que sintetiza tudo o que falei agora. O guri só tem frases prontas e diz obviedade, complementando o que os demais dizem. Aleatório: “Blá, Blá, Blá….”. Moleque: “Concordo.”; Aleatório: “Blá blá blá blá…” Moleque: “Realmente, tem razão.”. Sabe aquele tipo de pessoa que quando fala não acrescenta em ABSURDAMENTE EM NADA e só segue o fluxo? Esse é o Teo. O príncipe das trevas é outro com sua personalidade fria, estoica, que fala em tom fúnebre sempre, que não tem iniciativa nenhuma com uma porrada de coisas acontecendo ao seu redor e ele lá, com a mesma cara de bunda. FOI UM SACO. A única personagem que dou destaque é a Iris, porque foi a única que se pode dizer que teve um arco e algum desenvolvimento nessa trama. O Adelle também é necessário pela sua motivação e suas ações para o estopim da batalha final (mesmo que sua mudança de personalidade seja abrupta e estranha no episódio 8). O resto do elenco, somente são personagens estereotipados, copiados de algum RPG japonês aleatório e colocados ali de qualquer forma.
Se eu tenho algo a elogiar foi o “clímax” no final. Não que o encerramento foi bom ou sensacional, muito pelo contrário. Foi corrido e não terminou nenhum dos arcos iniciados no roteiro. O que eu gostei foi do pessimismo e da analogia que os humanos sempre estarão, eternamente, correndo atrás da “luz” (paz), mas que a jornada se torna impossível, visto que é necessário o equilíbrio das forças antagônicas. O resto desse segmento, pode jogar fora e ignorar porque pouco importa. Nem a mudança de índole do Phious como cliffhanger para você “ir” atrás do jogo original, salva esse anime desse final tenebroso.
Conclusão
Eu mantenho minha posição que disse lá no post de primeiras impressões e recomendo a ninguém ir ver esse anime. Podem ignorar Shironeko Project: Zero Chronicle, porque têm animes infinitamente superiores a esse citado e que valerão mais a pena você ir assistir.