Um anime que estamos torcendo para sua história não ir em uma direção errada.
Olá pessoas, tranquilo? Voltamos eu e o Alê para comentarmos mais uma estreia, só que agora sobre um anime que gostamos, mas que estamos com receio para qual caminho irá escolher no prosseguimento de sua narrativa. Iremos falar sobre Hige wo Soru. Soshite Joshikousei wo Hirou. Fiquem com a nossa conversa de nossas impressões e expectativas dessa obra.
Sinopse: “Yoshida foi rapidamente rejeitado por sua paixão platônica de 5 anos. A caminho de casa depois de afogar suas mágoas na bebida, ele viu uma menina do ensino médio sentada na rua. “Eu vou deixar você fazer isso comigo, então me deixe ficar.”. “Nem brinque sobre algo assim.”. E assim, a história de viver com a garota do colegial Sayu começou. A comédia romântica da parte da vida entre uma menina fugitiva do ensino médio e um assalariado de 26 anos.”
RUB: Alê, bora lá falar de mais uma estreia dessa temporada, só que agora um anime romântico? Tomara que não, mas temos muitos indícios que rumo o anime pode acabar virando no decorrer da temporada. Estou falando de Hige wo Soru. Soshite Joshikousei wo Hirou, que é o famoso anime que tem muitos elementos que eu curto, porém precisamos ficar em alerta para várias paradas que são mostradas e que ligam o sinal de “vai dar merda essa porra”. Eu quero fazer algo um pouco diferente do que estamos habituados e vou fazendo algumas perguntas tanto para você responder quanto para eu falar sobre o assunto. A minha primeira questão é: Você gostou do protagonista Alê? A minha primeira impressão dele foi das piores. Aquela cena do encontro com a amiga do trabalho com ele fixado nos peitos dela, e depois do fora a criatura ficar reclamando, jogando a CULPA na coitada visto que ela tinha namorado, logo me gerou antipatia com o Yoshida. Sei que ele estava frustrado, bêbado e com coração partido, mas não consegui de evitar de pensar na possibilidade dele ser um mala chato e pervertido, igual a vários protagonistas de animes famosos por aí (cof cof Mushoku cof cof). Dado essa apresentação do personagem, gostaria de fazer um outro questionamento: É normal um cara bêbado VER uma colegial SOZINHA pedindo por abrigo e chamá-la para morar em sua casa? Estranhei esse fato por justamente ter começado com uma ideia errada dele e não ter muito sentido ele aceitar de boas em abrigar uma guria que podia ser uma psicopata. Mas acreditaremos que no meio de sua penumbra alcoólica, o Yoshida viu bondade nela, o que me leva a uma outra pergunta: A guria não tem medo de nada? Eu sei que o roteiro e os diálogos evidenciam que a Sayu vivia de favores sexuais em troca de comida e moradia, só que ela não teme o estranho que a aceitou no seu próprio lar? Temos que ignorar que não existe o conceito de desconfiança no encontro deles e que houve aceitação de ambos os lados. Chamou muito a minha atenção esses detalhes, entretanto acho que foi um dos menores problemas nesse caso. Teve outras paradas que eu não gostei e que podem ser problemas maiores nesse anime.
ALÊ: Vou começar respondendo suas perguntas: primeiramente. Eu não gostei do protagonista de uma forma geral. A começar pela cena inicial do anime que ele diz que a colega de trabalho dele o ENGANOU ao não dizer que já namorava com um cara há 5 anos. Primeiramente que ela não deve satisfação alguma para o cara. Para ele, ela tinha que sair anunciando para o mundo que ela está namorando um cara pelo visto. Pô, o cara não fala NADA para ela, aí quando resolve se confessar, ELA QUE TEM A CULPA. Ah, pelo amor de Deus. Eu “entendo” parcialmente que ele estava deprimido e bêbado, mas por mais bêbado que esteja, aquilo são pensamentos dele. Não consegui desprender a ideia de que ele poderia ser escroto, controlador e tal. O começo do episódio não vendeu o personagem nem um pouco bem. Sobre as duas últimas perguntas, acho a primeira situação até aceitável. Me surpreende um pouco que ele tenha convidado a garota para passar a noite, ainda mais que o convite veio DELE. Considerando que ele sequer lembrava da garota no dia seguinte, a questão dele estar bêbado torna tudo mais palpável. Agora a outra pergunta, eu sei que o anime dá indícios de que ela tem problemas com a família, dizendo que os pais dela estão felizes com ela longe de casa e indica que já fez favores sexuais para outros caras em troca de moradia. Só que fica muito difícil de comprar essa ideia logo de cara quando você não tem contexto da vivência da personagem. Sei que isso pode ser sim trabalhado futuramente no anime, mas o ponto é: difícil acreditar que uma garota de 15/16 anos (?) chegue num cara claramente BÊBADO (isso por si só é bem perigoso) e ofereça transar com o cara e ir dormir na moradia. Sabe, só o fato dela aceitar ir para algum canto com um cara que ela nunca viu na vida é bem difícil de comprar.
RUB: Sim, foram coisas que fiquem refletindo, até usando as informações que o anime nos dá. Não sabemos da vida da protagonista e nem pelo o que ela passou nesses 6 meses durante sua “fuga”. Nessa parte só podemos fazer suposições. Ela pode estar mentindo e na verdade tenha fugido naquele exato dia de casa, ou pode ter mais segredos. Talvez o pai a abusava e por isso que ela só acredita nessa maneira de se relacionar com o sexo oposto, em que o seu corpo é a moeda de troca. Não sei, porque ainda é bem nebuloso e a garota não quis revelar tudo para o Yoshida. Só que aí eu tenho uma reclamação. Não direcionado ao anime e sim aos otakus imbecis. Depois que o autor das Crônicas de Arian soltou um vídeo do o anime sobre a “polêmica” da garota ter dormido com vários caras, apareceu vários doentes replicando que ESSE TÓPICO É O MAIS IMPORTANTE DESSA ESTREIA, pois a garota é MUITO OFERECIDA E O PROTAGONISTA FOI “BURRO” em não ter transado. Nego só pensa em punheta quando está vendo animes, não é possível. Todo esse contexto pode ter sido algo extremo que a personagem foi obrigada a passar, mas para otakus só importa se for gostosa. Tomar no cú CARALHO! Na cena seguinte, temos o Yoshida negando qualquer proposta indecente da Sayu. Mas agora eu te pergunto Alê, já sabendo da resposta porque conversamos em OFF sobre isso: Você também achou contraditório o roteiro passar uma certa mensagem, mas a direção do episódio mostrar outra? Tipo, o Yoshida repete diversas vezes que ela é uma criança (repetiu além da conta, ficando chato toda vez que ele mencionava a diferença da idade entre eles), só que temos uns closes nos peitos, nas coxas ou no corpo da guria. Pareceu muito: “Ela é uma CRIANÇA, mas olha como ela é GOSTOSA.”. Maluco, isso me incomodou demais, porque o personagem quer que a Sayu se valorize, entretanto a montagem da cena a objetifica??? É antagônicos as duas maneiras de pensar, não realmente tratando os problemas que a personagem passa de forma devida para os espectadores.
ALÊ: EU NÃO CREIO. Uuuuurg. Puta merda. Os otakus não vê que se a garota está se oferecendo, se levar em consideração que a própria está mesmo há alguns meses longe de casa, vai saber com que caras ela já cruzou, com quais atos teve que fazer em troca de um dia de morada… Não veem isso. Só prestam atenção na punheta dele e que se foda e o prota tem que ser o comedor, ah se fuder. Acho que esse tipo de pessoa deve pensar que existem prostitutas porque elas querem, fazer porque gostam de transar com caras que nunca viram na vida e que sabe-se lá de que inferno saiu. Mas o pior é que o anime não está se ajudando nesse ponto. Longe de defender esse tipo de otaku, mas uma das críticas mais fortes que tenho a essa estreia são essas cenas desnecessárias. É justamente nessas cenas de close em coxa, calcinha, mostrar os peitos da garota, reforçar que os peitos dela são grandes (até mesmo para a idade dela) que o anime acaba se perdendo. Como você disse, o protagonista disse umas 10 vezes no episódio “É UMA CRIANÇA”, mas a direção do anime (e que talvez deva vim do material original) coloca essas cenas sugestivas, ressaltando curvas e partes “sensuais” do corpo da personagem. “Porque o personagem quer que a Sayu se valorize, entretanto a montagem da cena a objetifica???”. Cara, é EXATAMENTE isso que me incomoda. Porque o anime coloca o homem como um cara “honrado” por não querer transar com ela, mas no mesmo instante está colocando ela como alguém que está se oferecendo para o protagonista. Até comentei contigo em OFF que o anime parece colocar a mulher como “a oferecida” e o homem como “aquele que irá dar lição de moral”. Me dá a impressão de que ele quer colocar o personagem como superior a ela, ou seja, machismo. Ter cenas como essa só reforçam esses pensamentos que tenho. Quando as cenas começam a fluir, que eu acho um diálogo ou um pensamento interessante, vem uma cena ecchi aleatória objetificando o corpo da guria. Porra, assim não dá.
RUB: O anime tinha um potencial dramático bem forte, porém essas decisões criativas da produção me tiraram demais do anime. Tanto que na segunda metade do episódio foi o que eu mais gostei do anime. Diminuíram no fanservice e focaram em desenvolver o relacionamento deles. Eles conversando sobre o que comer, eles passeando no shopping ou só jogando conversa fora, deixaram um clima bem melhor do que foi apresentado anteriormente. Uma coisa que eu reparei é que a representação de adulto japonês com mais vivência em diversos animes, incluindo aqui nessa obra, obviamente ele vai se torna um fumante veterano. Cigarro e sabedoria aparentemente andam juntas em terras nipônicas. xP. Mas voltando ao desenvolvimento dos dois personagens, outra parada que eu comentei contigo antes é que eu prefiro que não tenha romance aqui. Acho que não tem uma química boa entre eles para inserirem interesses amorosos no roteiro. Não estou dizendo que não pode ter um relacionamento mais intenso entre eles, porém eu preferia acompanhar a passagem de vários anos depois, dos dois convivendo por um longo período, para aí sim desenvolver algo para esse lado. Até mesmo não precisa ser voltado para a parte amorosa da coisa. Pode ser algo como de mestre e discípulo, pai e filha, de amigos, o que seja. Só quero que não vire um Usagi Drop da vida em que tiram um romance do nada na história, sem desenvolver direito a parada, deixando o público perdido do que caralhos aconteceu para chegar ali. Basicamente quero que o autor me convença de sua ideia original que ele almeja para os protagonistas e trabalhe bem os aspectos que fortaleçam essa relação do Yoshida e Sayu. Vendo a parte da produção, o anime até que está indo bem, com algumas boas jogadas de montagem entre cenas e com uma animação satisfatória. Só de fato não consigo elogiar a direção pelos pontos que falei anteriormente. Dos aspectos técnicos, parece que o diretor vai ser a ancora desse anime e vai ditar se essa adaptação irá funcionar ou não no futuro.
ALÊ: SIM! Exatamente. Adoro o clima da segunda metade do episódio. Tem momentos que fiquei com a sensação de ser uma relação de pai e filha. Principalmente quando estão jantando, ou depois que eles voltam do Shopping. São cenas bem gostosinhas de assistir, sendo uma vida cotidiana e ela dando risadinha na cena do futon foi bem legal. Mas aí vem o anime e faz piadinha com a garota DE NOVO. Essa estreia é o próprio conceito de auto sabotagem. Eu particularmente vou ficar puto se a relação dos dois virar romance, porque não tem abertura para isso. O relacionamento dos dois já está sendo construído com uma ideia de amizade, ou de companheirismo, ou até como pai e filha mesmo. O cara vive falando de “criança” a todo instante. Não acho que vá colar nessa narrativa. A obra vai ter que se esforçar MUITO para me convencer de um romance, caso ele vá para esse lado. A obra já será concluída em 5 volumes, então acredito que o anime deva adaptar os 5 volumes da light novel. Como são só 5 tomos, não é algo impossível de se acreditar que irão adaptar tudo. A animação está bem bonita, com os designs bem detalhados. Injetaram dinheiro nesse anime daqui (foi a verba que tiraram de “Tomozaki-kun” XP). O Project No.9 normalmente não consegue segurar suas produções até o fim, então vejamos como eles vão se sair. Também não consigo elogiar a direção pelos pontos abordados. Me deixa bem com o pé atrás com os rumos que a história irá seguir, mas vamos ver o que sai daqui.
RUB: Assim, recomendar o anime é meio complicado, porque nós dois estamos apostando numa possibilidade de melhora mais adiante quanto a história de Hige wo Soru. Soshite Joshikousei wo Hirou. Eu quero acreditar que o tempo investido nessa animação valha a pena e quando retornamos para fazer a review, estejamos com melhores impressões com esse enredo. Então pessoal, eu sugiro que assistam o primeiro episódio. Testem a sua tolerância. Se não conseguir tankar as cenas de fanservice, pode dropar. Voltem aqui no blog e leiam a nossa review para ver se vale a pena insistir mais um pouco ou se você fez a escolha certa poupando seu tempo vendo outra coisa. Eu só quero que Hige wo Soru. Soshite Joshikousei wo Hirou seja bom e sei que vai ser uma aposta minha arriscada. All-in nessa bagaça. xP