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Uma delícia de assistir...

“Não Consigo te Alcançar” que entrou hoje (08/12/2023) na Netflix, é baseado em um mangá Shoujo (gay) de Mika, uma autora que está produzindo mangá há quase 10 anos e que tem aqui seu trabalho de maior notoriedade. Aproveitamos a ocasião da estreia da adaptação na Netflix e em parceria com portais que cobrem o mundo de produções BLs e doramas em geral para comentar a estreia ^^.

Sinopse: “Amigos de longa data e opostos em tudo, Yamato e Kakeru são inseparáveis. Mas será que isso vai mudar quando o tímido Yamato confessar seus sentimentos?”


“Não Consigo te Alcançar” é aquele tipo de história bem simples: amigos de infância, um gosta do outro e guarda esses sentimentos para si. Além de juntar com outros clichês como um ser muito bom em (quase) tudo e o outro ser bobinho e burrinho. Aqui temos uma fórmula muito encantadora quando executada bem, o que é exatamente o que encontramos aqui!

Posso dividir esse episódio de estreia em dois momentos principais, por assim dizer. A primeira metade vai ser dedicada ao Yamato e seus monólogos, enquanto que a segunda metade vai ser dedicada ao Kakeru e a maneira que ele enxerga as coisas ao seu redor. Algo que gosto nesse primeiro episódio vem do Yamato que é a melancolia cotidiana que ele traz consigo. É um ar de solitude, insegurança e até um certo desencanto por pensar que nunca conseguirá ter ou transmitir o que sente pelo Kakeru. Sempre adorei histórias dramáticas, depressivas e melancólicas, porque me trazem diversos sentimentos, um ponto de reflexão e até de certo respiro.

Acho que o amargor de guardar muito para si, faz com que não consigamos expor isso, mesmo quando queremos, o que leva a não saber como agir ou reagir a situações adversas (na minha vida, faz muitos anos que por mais que eu me sinta triste, não consigo chorar para extravasar o que sinto).

O material original é um Shoujo e algo que gosto na demografia é o ritmo na hora de contar suas histórias e mesmo aqui sendo uma adaptação que foge dos moldes do mangá/anime, ainda dá para sentir aquele “espírito” que é recorrente, aquele ar gostoso de acompanhar, o que a direção e os atores conseguem transpor muito bem!

Outro aspecto que gostei bastante (já na ótica do Kakeru) é a atenção ao detalhe e do cuidado. Mesmo que ele não tenha percepção (ou não tenha uma noção completa), o olhar dele é muito voltado ao que o Yamato está fazendo, pensando ou possa estar sentindo. São tantos anos juntos que ele faz isso de maneira automática e que, no entanto, revela a questão do “ser especial” que ele tanto busca. Quero dizer, em dado momento, ele diz que quer um relacionamento para encontrar alguém que ocupe um lugar especial, que represente algo além, o que acho a certa altura, também combina com a melancolia que ronda a série.

Como ele é o personagem burrinho, até que consiga processar as informações, leva tempo. Vamos vendo ele tentando juntar as peças que o Yamato ocasionalmente joga no ar ou que deixou escapar sem querer. O que contribui com a série é o fato de ambos os personagens estarem sendo otimamente interpretados! O Yamato (interpretado pelo Maeda Kentaro) é uma graça, daqueles personagens que você quer proteger, enquanto que o Kakeru (interpretado pelo Kashiwagi Haru) é muitíssimo convincente e com o jeitinho dele, é adorável!

Acho que pode resumir o que é “Não Consigo te Alcançar” é aquele corte da Isabela Boscov que ela diz que “de vez em quando, tudo que a gente precisa é um bom romance, bem água com açúcar, bem sentimental”. É uma história mais básica, sem muitas pretensões e que é muito bem executada! Não vi o restante da série ainda, mas vale a indicação como um programa para ver em alguma tarde ^^.

A série tem 8 episódios de cerca de 20 minutos cada e está integralmente disponível na Netflix com legendas em português. Não só deixo a recomendação, como a sugestão para que caso assista, comente nas redes sociais usando a hashtag #AssistaBLnaNetflix e a TAG “I Cannot Reach You”/”Não Consigo te Alcançar” ^^.

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