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"Bang-bang, o cupido me acertou, despertou, provocou amor e paixão..."

“Stranger” (ストレンジャー) é um mangá BL (Boys’ Love) de Hayate Kuku. O mangá foi publicado em 2011 na revista Canna (a mesma de “Boy meets Maria“), da editora Printemps Shuppan. O título foi concluído em volume único e mais de 10 anos após seu lançamento no Japão, a editora NewPOP o anunciou no Brasil em Janeiro de 2022 na NewPOP Weekend (evento online). O lançamento da obra ocorreu entre o final de setembro e o começo de outubro. Adquiri o mangá na pré-venda e venho comentar um pouco a respeito dele ^^.

Sinopse: ” “Será que isso é uma punição pelo meu ‘passado’?”
Fran é o xerife de uma pequena cidade no meio do nada. Durante a volta de uma escolta de carga que fez até a estação, seu cavalo acaba morrendo. Sem água, ele tenta voltar a pé pela vasta planície, uma decisão um tanto perigosa e imprudente. No terceiro dia, é salvo por Toto, um nativo cujo tanto a aparência quanto o idioma são diferentes dos de Fran. Apesar de ambas as culturas estarem em conflito, Toto ajuda Fran a chegar na cidade. Toto parte, e Fran, sem conseguir agradecer, fica intrigado com ele…”


  • História e Desenvolvimento

“Stranger” é um mangá bem sincero naquilo que se propõe e por isso, sua simplicidade o faz bem certeiro naquilo que deseja contar. Também essa resenha deve ser mais curta, já que não há muitos pontos a se destacar ao longo da história e por se tratar de uma narrativa simples (o que é bom para essa obra).

Na história temos o Fran, que é o xerife de uma pequena cidade no meio do nada. Todos o admiram e o veem como um herói. No dia que ele sai para realizar a entrega de cartas em outra localidade, seu cavalo acaba falecendo. Quando ele está prestes a morrer, ele é salvo por Toto, um nativo solitário que vivia pela região. Embora eles quase não consigam conversar por causa da diferença de idiomas, o Fran fica interessado no Toto e tenta agradecê-lo por ter salvado sua vida. A partir daí, eles começam a construir uma relação, e o resto é história, rs.

Especialmente no começo do mangá, eu tenho um pequeno problema com os diálogos entre os personagens. Não são as falas em si, mas em criar o senso de que eles não entendem quase nada do que o outro diz. Fica difícil fixar que eles não se compreendem o que cada um fala, porque a autora não consegue estabelecer essa diferença linguística. Há diversos momentos que eu esqueço disso e depois, quando há uma cena específica que é utilizado aspas, ou que o diálogo entre eles realmente não parece fluir, é que eu me lembro desse aspecto. Por exemplo, no começo do mangá, o Fran vai até o Toto para eles beberem juntos. O Fran diz que é um “obrigado” por ele ter o salvado. O Toto não sabe o que é aquilo, mas acha gostoso e bebe. Na manhã seguinte, ele fala que: “O ‘obrigado’ era gostoso”.

A história segue nessa pegada de um curioso com o outro, em meio a situações cômicas, e com aquele toque de romance, porque o Fran começa a se sentir atraído pelo Toto, até sonhando com isso. Em seguida temos um clima dramático e até direito a uma cena de ação, digna de um cenário faroeste. Os personagens são carismáticos e há momentos bem fofos e graciosos, principalmente com o Toto e o extra no final do volume é simplesmente adorável! É uma das minhas partes favoritas do volume ^^.


A pergunta principal e que eu acho que muitos têm vontade de saber: afinal, é ofensivo? Para alguém que está vendo “de fora”, que não tem qualquer relação com os povos originários e que nunca pesquisou sobre eles com profundidade, eu diria que não. Achei o mangá de boas, tanto que só há um único personagem nativo em todo o mangá (o próprio Toto) e a obra até que é bem inocente, no sentido de que a autora só queria tentar trazer o ambiente faroeste para o BL contando uma história entre homens, ainda mais que é algo que não vemos com frequência na demografia. A autora comenta no posfácio do mangá que adora histórias ocidentais e que particularmente gosta desse tipo de cenário, que por isso trouxe para o BL fazendo essa história. Então assim, PARA MIM (reforçando que não tenho conhecimentos profundos dos povos nativos do norte da América), está bem tranquilo e acredito que para o público vai estar também. Agora, se entregasse na mão de algum nativo e pedisse para falar o que ele acha, eu teria minhas dúvidas se estaria tudo ok, hahaha.


  • Arte

A arte da autora é ok. Não tenho muito o que destacar a respeito disso. Acho bons os cenários e ela consegue construir bem a identidade do ambiente. Os designs dos personagens são bonitos, com um ar sexy, e a autora desenha animais muito bem! Gosto muito dos chibis cabeçudos que ela fez, e a comédia que ela monta nesse tipo de arte é boa.


  • A Edição Nacional

A edição nacional foi lançada no formato 12,8 x 18,2 cm. Tem capa cartonada com sobrecapa, 160 páginas no papel Off-set 90g (preto e branco) e 2 páginas no papel couché (as coloridas). O preço de capa é de R$ 29,90. A obra é um volume único e a edição não inclui brinde. O mangá em si está na qualidade padrão da NewPOP, com miolo colado e costurado com páginas sem transparência. O texto está bom e não encontrei ou notei erros no texto ao longo do volume. Abaixo vocês veem um vídeo mostrando a edição nacional do mangá:


  • Conclusão

“Stranger” tem uma narrativa muito simples e isso é bom para essa história. A autora sabia exatamente o que ela queria tratar e onde queria chegar, formando uma narrativa bem redondinha e concisa. Apesar da temática trazer um certo receio por medo de não conseguir estabelecer um enredo que não ofendesse povos nativos, a autora se sai bem e cria um clima bem agradável de acompanhar.

Se recomendo, eu não tenho nenhum impeditivo para não fazer. Fica mais a seu critério. Se você desejar uma história leve, bem simples, onde não está se propondo a trazer nenhuma reflexão ou trama mirabolante, vai fundo que é sucesso. Agora, se estiver esperando algum tipo de complexidade ou crítica social, não é aqui que você irá encontrar.


  • Ficha Técnica
  • Título original: Stranger (ストレンジャー)
  • Título nacional: Stranger
  • Autoria: Hayate Kuku
  • Serialização no Japão: Canna
  • Editora japonesa: Printemps Shuppan
  • Editora nacional: NewPOP
  • Quantidade de volumes: Volume único
  • Formato: 12,8 x 18,2 cm, capa cartonada com sobrecapa
  • Quantidade de páginas: 162
  • Papel: Off-set 90g/Couché
  • Preço de capa: R$ 29,90
  • Compre em: Amazon/Loja NewPOP

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