Pior que me diverti vendo esse anime bobinho.

Pior que me diverti vendo esse anime bobinho.

SINOPSE: Maple estava em uma busca de uma diversão em seus momentos de ócio. Depois de recomendação de uma amiga, ela decide jogar uma game de realidade virtual imersiva. Entretanto, por uma série de eventos (e muitas cagadas), ela começa a evoluir de um jeito que os desenvolvedores não cogitaram. E tem mais uma coisa: TODOS os pontos de skills adquiridos por ela, são colocados no atributo de DEFESA.

Não é que saiu melhor que a encomenda

Pelo trailer já não enganava ninguém. O anime da “guria do escudo” (com o nome do anime GIGANTE desse, ninguém ia lembrar e comecei a denominar assim) com certeza seria muito fofinho, bonitinho, com muita comédia e diversas gurias estereotipadas “moetizando” várias situações. Não deu outra. A adaptação não esconde que quer ser mais um slice of life do que focar na aventura ou exploração daquele RPG eletrônico. Não cheguei a rever para ter uma certeza, porém mais de 98% do anime se passa dentro do game. Quase não temos momentos fora do jogo de realidade virtual. Então todas as interações entre os personagens são dentro daquele mundo em que é regido por mecânicas de jogabilidade e temática semelhante ao medieval, encontrados em milhares jogos de RPG por aí. Então ser um “gamer” aumenta sua familiaridade com a situação proposta e sua imersão enquanto você assiste fica mais completa. Não precisa ser um especialista ou ser um viciado em Dragon Quest da vida para entender o anime, mas ajuda a compreensão dos acontecimentos que são mostrados durante a exibição dessa temporada.

E eu não tinha expectativa alguma com o anime. Vi o trailer, a sinopse e comentários da galera que já leram a novel e não gerou nenhum anseio meu para assistir essa adaptação. E como não esperava nada, o que me foi mostrado me agradou E MUITO, a ponto do anime BOFURI ser um destaque para mim na temporada passada de animes. Muito foi graças ao tom adotado durante a produção e execução do roteiro. Tendo o conhecimento que BOFURI é bem bobinho/fofinho, a direção não esconde de forma alguma sua essência, dando até um maior destaque para esses aspectos. Não tem como levar a sério uma protagonista que derrota os inimigos os ‘devorando’, no sentido literal da palavra, e ao terminar a ação, agradecer a refeição.

Nada é levado a sério aqui

Nem é só de fofura que é o lema da obra. A comédia escrachada e absurda faz parte do enredo, com uma pitada de sátira para todos os momentos clichês de isekais genéricos que temos lançados por aí. Não tem o mesmo teor ácido de Konosuba (até porque não é essa a proposta), só que a SORTE da personagem principal é muito absurda, a ponto de virar piada de PROTAGONISMO da guria. É até verbalizado pelos demais personagens esse fato, e sendo escada para cada façanha atingida pela Maple. Nem mesmos nas situações adversas ou mais perigosas representam um grande obstáculo para a personagem (até porque a morte dentro do jogo, não traz consequências para a vida real dela. PERIGO É ZERO).

Na real, senso de perigo é inexistente nesse anime. No momento em que temos uma protagonista que pode se transformar em um Kaiju gigante, capaz de fazer clones da sombra, com uma skill passiva de recuperação de HP, com habilidade de ser imune a veneno, magia inimiga, dano de armas a longa distância, com a possibilidade por um período de tempo ficar invulnerável, fica impossível temer a morte da Maple durante as lutas mais difíceis. Ela consegue a skill de virar uma almofada gigante, não tomando danos físicos. Como podemos levar essa história com algum nível de seriedade? Não dá. Até porque, no primeiro minuto do anime, fica evidente que a realidade aqui vai passar bem longe. Não é ruim como aparenta. Por justamente o anime estabelecer isso como parâmetro, você “aceita” e se diverte horrores com tamanhos exageros na tela.

É incrível que a Maple seja tão carismática. A personagem é aquela típica tonta e inocente, com pensamentos positivos a todo instante, que não ver malicia nas coisas. Justamente um estereotipo que odeio. Entretanto, com o clima estabelecido e o espectador aceitando o estilo empregado, a protagonista passa ser a personagem que mais chama atenção de todo o elenco. Tranquilamente poderia acompanhar as façanhas dela por mais 12 episódios graças há como a Maple foi trabalhada no roteiro. Bofuri é sustentado total pela estrela de sua protagonista. Não que o elenco de apoio seja ruim, mas exceto a amiga da Maple (Sally), todos os demais personagens são bem simplistas e com pouco destaque, resumidos apenas a uma característica ou a suas habilidades. Sinceramente, pouco me importei com os demais e somente a dupla principal já sustenta todo o anime com suas aventuras nada planejadas.

Temos até mecha no jogo.

Musiquinha chiclete

Porém nem tudo são flores e teve algumas paradas que não curti. Uma delas com certeza foi a trilha sonora. Pior que ela é boa e eficiente, só que é REPETITIVA para caralho. Parecia que a equipe de produção tinha apenas umas três faixas de OST e utilizaram elas em 99% do anime. Tem uma faixa em especifica que era sempre colocada toda vez que tinha algum slideshow para simbolizar passagem de tempo ou grinding no jogo. Fiquei enjoado pela exaustão e repetição de sua utilização, pois tinha vezes que a música tocava mais de uma vez no mesmo episódio, enchendo a porra do saco. Ainda tem o lance da animação ser bem medíocre. Não tem muita inconsistência durante os quadros animados, porém para um anime que tem um foco grande em slice e coisas fofas, os desenhos e os designs são sem vida e genéricos. Uma pena.

Agora nas outras partes mais técnicas, o roteiro é basicamente o que eu citei no começo da review. Sabe o que estão adaptando e estabelecem muito bem o clima desde o princípio. A direção é operante. Não fede e nem cheira, tendo alguns momentos isolados que chamam atenção, como o ajuste de variados contextos para o tema central e as quebras de expectativas bem construídas durante algumas side quests.

Sim, é ela transformada em um bicho assassino gigante moetizando.

Conclusão

Nem tenho o que reclamar de um anime que tem uma proposta tão simples e que não se leva a sério em momento algum. A comédia funciona e tem um ritmo tão gostosinho para assistir de bobeira durante um momento tedioso. É lógico que recomendo Bofuri para todos que não aguentam mais isekais de protagonistas densos, com histórias ruins e que querem uma mudança de ares nesse subgênero tão fadigado em pouco tempo.

Referencia a animes de monstros gigantes.

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