O primeiro "NewPOP com Café" :).

O primeiro “NewPOP com Café” :).

Como foi “prometido” na live passada, a live da semana seguinte provavelmente seria sobre os bastidores da negociação, tradução e adaptação de “Given”. Além disso, a live contou com a participação de membros da equipe da NewPOP, além de uma convidada especial: a Tanko, do Blyme, que está há mais de 10 anos falando sobre a demografia BL no Brasil (não sobre a publicação de obras no Brasil, mas sobre a demografia em si… Vocês entenderam…). A live em especial foi sobre Given (leia nossa resenha aqui), mas também tivemos algumas informações pontuais de outras séries da editora. Então vamos aos detalhes ^^. A live pode ser assistida na íntegra pelo link abaixo:


Antes de começar a falar de Given, o Júnior passou seus recados tradicionais de começo de live:

  • O volume 2 de “Given” está com a capa aprovada! O volume dois está previsto para julho;
  • A editora já recebeu um “ok” para os próximos volumes de “Re: Zero”. Neste momento, o Júnior mostrou até o volume 15 japonês, sugerindo que as aprovações estão feitas até o décimo quinto volume (volume esse que encerra o quarto arco da obra). Foi dito que logo deveremos ter novidades. Lembrando que a editora pretender lançar o volume 13 pouco depois da estreia da segunda temporada do anime;
  • O volume 1 de “Solo Leveling”, que já começou a ser enviado para aqueles que compraram, virá com uma 1 marca página para todos que comprarem o volume, independente da loja :);
  • A editora comentou que logo teremos novidades para o retorno de algumas séries, tais como “Citrus”, “GTO”, “Toradora”, além de novidades para as séries anunciadas pela editora (Houseki no Kuni, The King of Fighters, Zero no Tsukaima etc.).

Passando para o assunto principal da live, ela contou com a participação de algumas pessoas, sendo elas:

  • A Ana Brigida: administração e finanças da empresa;
  • O Thiago Nojiri: tradutor chefe e responsável pela tradução de Given;
  • A Débora Tasso: editora e trabalha na adaptação das obras;
  • E a Tanko: fundadora do site Blyme (@blymeyaoi), que é especializado em BL.

Vou focar aqui em apenas curiosidades de todo esse processo, até para não ficar enrolado, ou muito extenso. Começando por curiosidades de tradução e adaptação do mangá:

Quem leu o volume 1, pode ter reparado que a separação por salas dos alunos é marcada por qual área o aluno tem mais afinidade. Ou seja, eles escolhem se têm vocação com a área de humanas, exatas ou biológicas À partir dessa escolha, a escola te “encaminha” mais de acordo com aquela preferência. Eles “pegam pesado” com as matérias relacionadas àquela área.

A adaptação de “Cute like a virgin”: algumas pessoas devem ter visto alguns comentários falando sobre a adaptação de um certo trecho do mangá. Acontece que, no fim do volume, há um extra em que o Mafuyu comenta com o Akihiko que o Uenoyama tem um “jeito meio virjão” e no inglês está escrito “cute like a virgin”. Algumas pessoas sentiram falta disso, porque deu um sentido diferente ao comentário do Mafuyu. O Thiago explicou que, o processo de tradução/adaptação japonês x inglês e japonês x português é diferente, e a NewPOP sempre se baseia no original japonês e, na concepção do Thiago o “meio virjão” foi o termo que melhor transmitiu a ideia da acidez que o Mafuyu tem, porque o Uenoyama não tem experiência alguma com relacionamentos, coisa que o próprio Mafuyu tem.

O Júnior comentou do cuidado que a editora teve com os nomes dos instrumentos e objetos usados pelos personagens, porque pode haver pessoas que foram atraídas pelo conteúdo musical do mangá. Se essa(s) pessoa(s) chega(m) interessada(s) nisso e dá(ão) de cara com um erro bobo como trocar o nome de algum instrumento musical, esse tipo de deslize pode arruinar a leitura. A editora está atenta aos mínimos detalhes, inclusive, a Débora comentou sobre as tarjas com nomes que ficam nas roupas escolares dos personagens. Eles procuraram quadro por quadro por aquelas tarjas para diagramar certinho, não deixaram passar uma hahaha.

Falando do licenciamento da obra, o Júnior começou falando desde os primórdios da obra. Desde 2014, quando saiu o primeiro volume no Japão, Given já começou a chamar atenção como sendo um potencial para fazer sucesso futuramente. A editora começou a ouvir falar de Given desde quando foi lançado o volume 3 ou o 4 no Japão, lá em 2017. Porém, a editora não começou a negociar o mangá nessa época, porque ainda não se ouvia nada à respeito de alguma multimídia (anime), somando aos fatores como a série ainda está em andamento e os volumes serem lançados muito espaçadamente. Todavia, a editora só começou a negociar o mangá mesmo, começando a entrar em contato com a editora japonesa, no comecinho de 2019. O Júnior não comentou muito sobre o mangá com os demais membros da equipe e só posteriormente, perto da estreia do anime, o Júnior comentou com a Ana.

Ele comentou que a negociação de Given foi um tanto enrolada em decorrência do anime. Quando a adaptação animada estourou no Japão, a atenção da editora japonesa e da equipe responsável pela obra, incluindo a própria autora, vai para o anime. Então eles ficaram mais ocupados. Só depois de um tempo que a editora aceitou conversar melhor com a NewPop e pediram para mostrarem o trabalho, o histórico (deve envolver com a mostragem do trabalho da NewPOP com seus títulos). A NewPOP teve que falar do seu cuidado com as obras BLs, que eles possuem público no Brasil, que há uma “família” de seguidores que apoia o trabalho da editora de forma geral.

Quando Given começou a ganhar mais notoriedade, incluindo premiações, a editora começou a ficar preocupada porque o ok final da editora japonesa não vinha (Uma nota rápida: prêmios chamam atenção das editoras. Mangás premiados começam a se popularizar um tanto rápido). Pouco antes da NewPOP receber a confirmação final, eles descobriram que uma outra editora havia demonstrado interesse no título, correndo o risco de entrar no leilão e vir a possibilidade deles perderem o título. Entretanto, em setembro de 2019, chegou o contrato para a editora e foi definido que a NewPOP seria a responsável por publicar Given no Brasil!

A editora disse que Given era para ser um dos anúncios do NewPOP Day que aconteceria em março, mas eis que veio a pandemia e estragou todos os planos da editora. Porém, Given era uma licença recente, então eles conseguiram ajustar tudo para se adequar a esse cenário pandêmico :). Ainda foi dito que a editora não está tendo muitos problemas na aprovação de capa, porque eles não estão mexendo muito nela, ou alterando muita coisa, então a aprovação acaba sendo um tanto rápida.

Sobre a escolha de brindes, eles passam pela aprovação da autora e da editora. A NewPop abre as possibilidades de brindes, perguntando se é possível fazer algum brinde x, y ou z, além de ter explicado que, no caso das assinaturas, já é uma “tradição” conter alguns agrados, além de tentarem conseguir algum brinde para todos que comprem o volume 1, que no Given, foi o marca página. Foi dito que dependendo da arte que eles usam no brinde, eles precisam pagar por elas e é sempre algo limitado.

Comentaram sobre as capas alternativas. Pegaram “Re: Zero” como exemplo, pois a série possui muito material extra no Japão; São capas às vezes feitas para serem vendidas em uma loja em específico. São materiais limitados e tem gente que pergunta o porquê a editora não lança/usa aquela capa especial, e foi explicado que não é algo que eles simplesmente possam fazer ou usar. Essas capas precisam ser negociadas e compradas. O Júnior disse que pode acontecer da negociação dessas capas podem envolver terceiros, como uma loja que pediu exclusividade daquela capa, entre outros fatores.

A Tanko perguntou sobre a recepção da obra, e se o público de BL tem crescido, ou se permanece “na mesma” desde o lançamento de “Blood Honey”, o primeiro BL lançado pela editora. E também se Given aumentou a visibilidade para os demais BLs já lançados pela editora. O Júnior respondeu que quando eles publicaram Blood Honey, a editora não tinha o alcance que eles tinham hoje. Até por isso que a NewPop relançou o mangá. Segundo ele, Blood já mostrou um desempenho melhor agora, do que quando ele foi lançado pela primeira vez. Segundo o Júnior, pouco a pouco o alcance deles vêm crescendo, mas parece que o nicho do BL não está habituado a ter material no Brasil. A editora acredita que muita gente ainda não saiba que eles lançam BLs. Muita gente veio a conhecer a editora quando eles anunciaram/publicaram Given.

Por fim, o Thiago Nojiri informou que está traduzindo o volume 4 de Given até o momento da live :).

Ah sim. O Júnior comentou que teremos novidades que não estão anotadas no caderninho de ninguém!


Esse foi o primeiro NewPOP com Café. Desculpem a demora. E principalmente, uma nota: durante a cobertura da live, eu fiz o seguinte tweet:

Então, o problema está no “Panini” entre parênteses. É preciso dizer que em momento algum o Júnior afirmou que era a Panini a editora que entrou na jogada de negociação de Given. Assim como eu fiz no Twitter, eu farei aqui: o motivo que me levou a colocar a Panini, foi porque no dia 30 de março, um dia antes da NewPOP anunciar Given, a editora Panini fez uma live em seu Instagram e nesta, o Levi Trindade (editor chefe da editora), comentou que gostaria de ter Given na editora. Meses depois, a Panini México e a Panini Argentina anunciaram Given, fazendo mais sentido a fala do Levi. Eu cheguei até fazer uma “teoria da conspiração” no blog.

Em resumo, gostaria de pedir desculpas à qualquer engano/problema que eu possa vir a ter causado.

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