Uma despedida feliz para esse maravilhoso anime.
E aí pessoal, beleza!? Trazendo aqui mais um post sobre Oregairu e que será o último com os nossos comentários sobre o anime de uma forma geral. Não podia ser melhor esse texto aqui, pois é o meu 100º post no blog do LD \o/. E para comemorar, eu precisava falar sobre o meu anime favorito de todos os tempos xD. Para quem quiser, temos a review da primeira temporada (link aqui), da segunda temporada (link aqui) e mais as nossas impressões semanais da terceira temporada (link para os 12 posts aqui). Uma curiosidade, esse vai ser o primeiro anime que eu e o Alê comentamos realmente semanalmente, sem pular uma semana, terminando nessa review.
E falando dessa review, tentamos mudar um pouco o caminho nossa conversa, porque já destrinchamos o anime por completo episódio a episódio. Então abordamos a obra de um jeito ‘diferente’ para não ficar repetitivo demais para quem acompanhou os demais textos. Espero que gostem. Fiquem com a nossa conversa sobre essa última temporada de Yahari Ore no Seishun Love Come wa Machigatteiru. Kan.
RUB: Alê, vamos agora para mais uma review, sendo a primeira review da temporada de Verão 2020 dos animes, falando agora do querido Oregairu. Até para não nos repetirmos muito do que foi dito em 12 posts anteriores falando sobre a obra (link de todos os comentários semanais aqui), queria fazer algo diferente nessa nossa conversa Alê. Ainda teremos o anime como tema central para nossa discussão, porém quero pegar alguns comentários que eu vi por aí do pessoal que NÃO GOSTOU da obra, até para darmos nossa ótica desses apontamentos e defender, se necessário, a história de Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru. Kan. Bora lá então Alê!? A reclamação que eu mais vi da galera que não curtiu o anime foi o seu ritmo “lento”. Bem, não há como negar esse fato, porque de todas as temporadas, essa foi a que seguiu mais o material original sem cortar quase nada das novels. Também teve o lance que eram apenas 3 novels para se adaptar nessa última temporada, fazendo com que o ritmo fosse completamente diferente das primeiras seasons de Oregairu. Até para contextualizar, a 1ª temporada adaptou 6 LNs e a 2ª temporada 5. Teve grandes trechos do livro que foram COMPLETAMENTE limados do roteiro nessas primeiras adaptações (Diga-se de passagem, o roteirista das duas primeiras seasons foi excelente em cortar uma porrada de coisas, mantendo ainda toda a coesão narrativa da história), aparentando que a história sempre estava em modo acelerado de contar seu enredo. O lance é que eles teriam que diminuir esse ritmo para essa última parte, porque era ‘pouco’ material disponível. Também para explicar, as novels originais sempre foram uma montanha russa de eventos. Uma parte acontecia algo sério para no momento seguinte termos alguma cena de comédia ou de slice, assim alternando entre os tons um com o outro durante toda a coleção de livros. A parada que eles cortaram uma boa parte dos momentos cômicos nas primeiras seasons, deixando só o essencial para a história engrenar. Quando chegou agora, eles seguiram a risca, resultando com que a narrativa tivesse um ritmo bem mais compassado em comparativo direto com as anteriores. Então o que você viu nessa última temporada de Oregairu é de como as light novels são realmente. O autor tem um modo de contar sua história muito peculiar, causando estranheza para quem só acompanhava o anime e se acostumou com o “resumo” do anime. Não vejo problemas quanto a isso, porque eu queria que durasse mesmo o máximo de tempo possível tudo para eu curtir mais o anime. Talvez porque eu já conhecia essas diferenças entre as mídias que eu tive essa mentalidade e fui com outra cabeça quando fui ver essa temporada.
ALÊ: Hummm, um aspecto diferente. Adorei. Então vamos lá. Quanto à lentidão, acho que entra alguns aspectos nesse meio e variam mais de um para o outro. De fato, os eventos foram mais devagar, mas ao menos para mim, eu não achei lento, porque por mais que o clímax ou as tretas demorassem um pouco mais para surgir, tudo era muito fluído. Eu não senti um descompasso entre uma temporada e outra ou senti uma quebra nisso. Talvez se eu tivesse visto as três temporadas de uma vez perceberia, mas no geral, não vejo como “lento”. O tempo é muito bem aproveitado e o que está sendo mostrado é divertido de acompanhar. Durante um 1/3 dessa temporada, estava funcionando mais ou menos como 1 ou 2 episódios de calmaria e logo em seguida vinha a bomba, reflexo do pouco material disponível para ser adaptado. E como eu disse, o que estava sendo exibido era divertido. Eu gosto bastante de Oregairu e o que estava sendo mostrado. Era legal de se ver e eram cenas gostosinhas de assistir. O roteirista se adequou tão bem em saber o que cortar, que nem parece que adaptaram esses 11 volumes nas duas primeiras temporadas. O anime parece ter esse ritmo mais rápido naturalmente e não é apressado demais. Ele te dá tempo para absorver o que está acontecendo e o que vai acontecer, não atropelando nem nada do gênero. Lembro que fiquei muito surpreso quando você me contou que tinham adaptado tudo aquilo no anime, porque realmente não parece ter sido tanta coisa. Oregairu tem uma staff muito boa, que soube muito bem o que precisava fazer na hora de rumar a história (ignorando apenas o estúdio da primeira temporada XD). Acredito que deve ser um pouco estranho pegar a novel para ler sem saber desse modo de escrita do autor e como ele faz essas transições, mas imagino que faça isso bem.
RUB: Ainda mantendo o assunto sobre a história, outra reclamação que também eu vi uma galera reclamando foi a mudança de personalidade da Yukino de uma pessoa com atitudes fortes para uma guria que morria de medo de fazer as coisas, assumindo uma postura mais passiva desde da segunda temporada em diante. Eu não sei se o pessoal não lembra direito o que aconteceu ou só reclamou porque não entendeu o que assistiu. Aquela Yukino que vemos no começo da história é uma máscara que a própria personagem criou para se passar por uma pessoa mais forte do que realmente é. No episódio dos fogos de artifícios da primeira temporada a Haruno zoa o Hachiman pelo comentário que ele fez que tinha medo da personalidade Yukino. “A Yukino??? KKKKKKKKKKKKK. Ela nunca faria isso. É UM AMOR DE PESSOA.”. Depois disso o Hachiman percebe que a Yukino não é realmente o que aparentava ser. E porra, o anime bate nessa tecla DESDE DO COMEÇO de rotularmos os outros com as nossas expectativas, criando uma ilusão pessoal sobre como é o nosso ciclo social da nossa perspectiva. Nós vemos apenas UMA PARTE da pessoa e não conhecemos sua personalidade como um todo, porque o que sabemos é o que ela passa durante as interações feitas com você. A Yukino sempre quis seguir o exemplo da irmã e tenta replicar as ações da primogênita em busca de assumir os negócios da família. Sempre tratada diferente por ser a mais nova, ela queria provar que iria ser capaz de conseguir fazer tudo que sua irmã fez na época escolar. Por isso que a Yukino muda aos poucos seu modo mais por causa do que ela viu que não precisava ter essa armadura emocional ao lado de seus amigos. Aí quando decide seguir os mesmo passos do Hachiman em busca de algo verdadeiro, ela passa por um conflito em que ao mesmo tempo quer o amor do protagonista, porém não quer magoar sua amiga, mantendo a sua meta de se provar para sua mãe. A Yukino ainda continuar sendo a mesma personagem de antes. Só que, junto com o Hachiman, acompanhamos e REDESCOBRIMOS quem é realmente a pessoa Yukino Yukinoshita em sua essência, sem uma ilusão social, vendo seus medos e conflitos internos que nos é apresentado. E não foi abrupta como disseram, porque é muito gradual. Ela começa como uma líder obstinada com convicção, demonstra seu medo e inseguranças quando fica mais confortável dentro do clube, entra em negação quando ver o Hachiman se declarando para outra, fica sem saber sobre o que é algo verdadeiro, se aceita como pessoa com um objetivo em mente de se destacar para sua mãe, teme o que vem no futuro e se abre totalmente para seu amado quando começam um relacionamento. É todo um arco que a personagem passa para chegar onde ela chegou. NÃO É DO NADA.
ALÊ: Eu lembro até de uma cena que eles estão no telhado da escola e ela diz que é a primeira vez que ela chora na frente de outras pessoas, revelando ainda mais essa questão dela usar uma máscara na frente dos outros para passar essa impressão de ser uma fortaleza. Fora que ainda tinha a questão com o bullying que sofria quando mais nova. Esses problemas corroboraram para ela criar essa armadura. Ela não colocou/criou isso porque queria. Foram fatores e mais fatores que a fizeram ter uma ‘necessidade’ de parecer uma impenetrável e sem falhas. Até um dos assuntos que abordam são os estereótipos que o Hachiman coloca para todos que estão à sua volta. Para a Yukino eu lembro que ele tinha a imagem da perfeição, uma garota que não se engana e que nunca mente. Essa é uma das coisas interessantes de Oregairu e que ele se fundamenta, porque a narração é feita em primeira pessoa, na perspectiva do Hachiman. Ou seja, nós só vemos as coisas em suma da perspectiva DELE. O que nós vemos de personagem X, é o que o Hachiman VÊ e é nisso que ele criava os estereótipos de todo mundo, porque só via uma pequena parte da personalidade das pessoas à sua volta. Foram poucos os momentos em que não tivemos o Hachiman em cena e o espectador vendo os pensamentos de outros personagens. E só aconteceu nessa temporada nas cenas com a Yui e de uma outra com a Yukino e a Yui conversando. De resto, não lembro de cenas focadas nas perspectivas de outros personagens. O que o pessoal fez foi seguir justamente o que o anime critica que é o estereótipo que muitas vezes só de ver uma pessoa nós já moldamos o achamos que ela é (Eu fazia MUITO isso). Às vezes ela até pode ser o que aparenta de primeiro momento, mas não há como garantir que o que vemos em algum momento do nosso dia, representa a pessoa como é em 100% do tempo. Não vou generalizar aqui, porém acredito que boa parte que achou essa mudança do nada ou viu uma temporada muito distante da outra, não prestou atenção nos diálogos que representam uma GRANDE importância para o que a obra quer contar.
RUB: Exato. Também citaram que a Yui não era assim e que estava na “talaricagem” com a Yukino, porque ficava em cima do Hachiman. Ainda reclamaram que a Haruno também mostrou muitas fraquezas nessa temporada. Mano, para mim essas reclamações são bizarras, pois vendo o roteiro de forma isolada, todos os eventos estavam sendo gerados por consequências posteriores. É bizarro nego reclamar que personagem X mudou de personalidade, porque NÃO ESTÁ IGUAL A ANTES. Aí não tio. Pô, para a Yui foi muito difícil separar os seus sentimentos com a realidade dos fatos. Ela ao mesmo tempo que queria mostrar para o Hachiman que não era aquela garota pura que ele pensava, a guria vivia em conflito por não querer se separar da sua melhor amiga. Era óbvio que mesmo tendo noção que estava perdendo na luta pelo coração do Hachiman, ela tinha que tentar, porque poderia se arrepender depois de não ter feito nada. Apesar dela não ter falado com palavras o “eu te amo”, era conhecimento de ambos e não necessitava ser dito já que iria ser a rejeitada. Além disso, se apaixonar não é igual trocar de tênis pessoal. Quando você gosta muito de uma pessoa, um término ou rejeição é um momento complicado para a pessoa. Não tem como você se virar para seu coração e cérebro querendo esquecer o outro, porque não é assim que funciona. O Hachiman estava solteiro e ela tinha que tentar caralho. A Yui também queria ser feliz e ser sincera com o seu amado. Por isso que ela abandonou a imagem de guria legal para uma ambiciosa. A mesma coisa com a Haruno que queria algo verdadeiro, mesmo que esteja acontecendo fora do seu alcance. Semelhante ao que aconteceu com a Yukino, o desejo da Haruno nasceu de todas as experiências que ela teve na infância e convivência familiar. Tendo que viver 24 horas sorrindo mesmo não estando a fim, deve ser uma parada mega pesada emocionalmente falando. A guria está toda destruída em sua persona, que fica feliz com a felicidade alheia, que no caso é de sua irmã. É uma carência emocional que abre outros níveis de interpretação das atitudes da personagem no decorrer dessa história. E já percebeu Alê, que o Hachiman deve ter sido o único personagem que conseguiu revelar a verdadeira personalidade das integrantes da família da Yukino? Até a mãe delas não esconde suas intenções na presença do protagonista.
ALÊ: Acho que pensar assim da Yui parece ser aqueles casos de ver ela como a “inimiga” da história toda. Por que a Yui é a talarica? A Yukino não estava com o protagonista também, então por que a Yukino não é a talarica? Porque dá para aplicar a mesma lógica do outro lado também. Me soou muito como um favoritismo para a Yukino e qualquer outra garota que se aproximasse ou tentasse algo com ele, era tida como errada da história. “Foda-se o que a Yui sente, o que importa é a Yukino que gosta do protagonista”. Eu consigo sentir que é isso que estão querendo dizer (não vou generalizar também). Porque eu acredito ser comum esse aspecto em comédias românticas, haréns e triângulos amorosos, porque muitos não trabalham o que a outra parte sente, seus medos, seus receios… São mais personagens de apoio que muitas vezes você nem se importa e só vê como uma pedra no caminho do casal que “Já é certo”. É um aspecto que não acontece em Oregairu, porque a Yui tem seu destaque e na questão de profundidade da personagem, ela não está atrás dos outros. É por isso que quando ela está lá triste e chorando, que ela vê e sente que está perdendo essa disputa do protagonista, eu me importei com ela. Continuo torcendo pela Yukino, mas eu me compadeço com o que a personagem está passando. Não é fácil estar na situação dela. Ela quer ver sua amiga feliz, mas não pode ignorar como se sente e tem que pensar nela também. Já a Haruno está num nível tão baixo, que até “algo de fora” está servindo para ela. A felicidade e o sentimento de ver que aquele relacionamento sendo construído (amoroso ou não) é verdadeiro está sendo suficiente. Mostra o aspecto de viver no mundo das aparências, de ter que fingir que se sente de uma maneira, quando na verdade se sente de outra. Manter o sorriso e a impressão de que está tudo sob controle e perfeitamente bem. E agora que você comentou, é verdade. A família Yukinoshita é toda muito velada nas aparências. O protagonista conseguiu fazer todas se abrirem e mostrar suas intenções, seus sentimentos, medos e desejos. Estou começando a ter dúvidas se esse povo está prestando atenção na história mesmo ou só está indo no modo automático.
RUB: Até nem acredito que seja o modo automático e sim por não ter gostado da nova proposta da narrativa que essa temporada propôs. Inclusive a última reclamação que mais vi, li e escutei é que a temporada inteira foi apenas o arco do baile. Tipo, entendo que você não tenha gostado que a temporada foi muita mais focada nos diálogos e nas interpretações, porém se a pegar em um detalhe parece muito algo de pessoa justificando qualquer coisa para explicar porque não gostou, mesmo não fazendo sentido a opinião. Gente, todos os casos eram planos de fundo para algo que acontecia com os personagens. O arco do acampamento para mostrar como era o Hachiman com seu modus operandi; o arco do Festival escolar para evidenciar que o Hachiman é muito cabeça dura e julga as pessoas sem pensar; o arco da viagem em que demonstra que nem sempre tudo vai como planejado, podendo machucar seus amigos no processo; a eleição do presidente estudantil para escancarar que aquele trio está preso em convicções pessoais que os acabam afastando; o arco da festa de natal que apresenta o real desejo do Hachiman em querer algo verdadeiro; o arco da competição em que os personagens ainda tem um freio nas decisões de suas atitudes por causa da importância das amizades entre eles; o arco do dia dos namorados que destaca que o amor já está atrapalhando o relacionamento dos protagonistas; e o arco do baile que termina mostrando a decisão de cada um para seus dilemas. Deu para perceber que não é sobre OS CASOS que é o foco das temporadas? Vocês estão pegando no pé da situação que inicia todos os eventos envolvendo eles, em vez de prestar atenção no que acontece no anime. Tem várias coisas rolando de fundo pessoal. O crescimento da Iroha e a valorização da amizade por parte dela, a Komachi que compreende a situação do seu irmão ao mesmo tempo que se dedica para suas provas de admissão, o Hayato em seus arrependimentos de suas ações erradas durante a infância com a Yukino tentando proteger seu círculo de amizade atual a qualquer custo, a Ebina que prefere se esconder a mostrar do que realmente sente por medo de represálias ou isolamentos por parte do grupo do Hayato, até mesmo a Rumi que só aparece em dois arcos tem desenvolvimento. Sim, focam no trio principal, porém não tem como dizer que a temporada só foi enrolação, porque não é fácil trabalhar com os sentimentos dos personagens complexos. O próprio Hachiman chega a conclusão que falar “EU TE AMO” é muito simplório para o turbilhão de pensamentos e desejos que ele tem. Assim, suas ações que irão representar seus verdadeiros sentimentos. Não dá para seguir um caminho rápido nesse caso pessoal.
ALÊ: Me parece que tem gente indo ver o anime com propensão a odiar (?), porque me parece muito os casos de procurar defeito para tratar o todo como ruim. E nos casos listados, esses defeitos sequer existem, ou melhor, existem se você não interpreta/entende o que o anime quer te contar. O que importa na situação às vezes não é ela em si, mas nos sentimentos dos personagens e na forma que eles lidam com as situações diante deles. Todos os seus arcos tem suas peculiaridades, mas gosto muito do arco da Ebina. Gostei bastante da personagem e da abordagem que usaram com a dualidade da personagem em que ela tem todo um jeito animado de se comportar com os amigos, com aquele estereótipo de fujioshi também. Porém quando tocam em assuntos pessoais dela como relacionamentos amorosos, ela muda de postura e tenta se afastar dos que a cercam. Outro arco que gosto bastante é o da presidência do Conselho Estudantil, em que o trio de personagens estavam cegos por suas próprias convicções que sequer conseguiram enxergar a resposta que estava diante deles. São aspectos ASSIM que Oregairu trabalha. Ele constrói um ambiente para abordar os personagens. Talvez seja por isso que o pessoal não está percebendo as mudanças nas personagens e ache que é tudo muito do nada.
RUB: Agora deixando de lado a reclamação do pessoal, eu gostei do fechamento que o anime deu para todo o elenco. Muitos personagens não tiveram uma conclusão realmente, porém até o ponto em que eles são trabalhados, temos um desenvolvimento satisfatório. Se repararem, as três temporadas são exatamente os elementos básicos de uma história, pois temos a primeira temporada como uma apresentação do enredo e dos personagens, a segunda temporada serve para estabelecer os problemas e os conflitos e a terceira temporada é o encerramento da história. Para um arco final, o anime soube lidar muito bem em construir o problema final e como os personagens lidaram com todo o acontecido. Óbvio que não podemos de deixar de citar o Hachiman e o seu desenvolvimento. Tiveram diversos momentos em que o próprio personagem analisava a si próprio, percebendo como ele era imaturo na maneira de pensar, e acontece quando decide ser mais sincero nas conversas ou quando tem vergonha do que ele próprio escreveu no começo do ano anterior na redação para Shizuka. Todas as ações dele só mostraram no quão ele cresceu no decorrer dos episódios e como aquela mentalidade antes glorificada como a melhor solução de todas, pode ser a pior nos momentos mais difíceis para a vida do ser humano. Outro destaque foi a personagem da Professora Shizuka que teve o destaque que mereceu, principalmente na reta final que foi essencial para o desfecho de tudo. Também tenho que comentar de como a produção do anime foi fantástica em todos os aspectos. Eu tenho algumas reclamações aqui e ali de coisas que foram modificadas e que poderiam ser melhor, entretanto o resultado foi extremamente positivo. Uma das minha preocupações era a mudança de roteirista para um que não tinha um histórico de trabalhos tão chamativos, mas sorte que foi tranquilo essa parte. A animação que achei um pouco diferente da temporada passada. A pandemia deve ter ‘quebrado as pernas’ da equipe que teve que se virar com o que tinha. O resultado ainda foi bom e nos momentos mais importantes ou cenas chaves, eles fizeram um puta trabalho. Falando por gosto pessoal, acho que a segunda temporada foi a melhor das três, por justamente ter sido a parte mais difícil de adaptar pelo conteúdo, porém a última season não fica muito atrás nesse sentido.
ALÊ: Também gostei muito da conclusão. Tivemos realmente um começo, um meio e um fim. Se fosse para “reclamar” de algo, foi que não tivemos um resultado dos esforços da Yukino. Não vi o que aconteceu com ela ou com a Haruno. Eu entendo que não era esse o foco, porém sabe aquele sentimento de que gostaria de ter visto o que aconteceu? Me deixou meio insatisfeito, mas é mais um desejo interno meu. Gosto muito que até personagens que não tem tanto tempo durante o anime todo, tiveram seus momentos de brilho e de grande desenvolvimento. É um lado excelente e que gosto muito em Oregairu. O Hachiman tem uma repaginação no seu modo de pensar e ver os outros que chega a ser gratificante perceber o quanto ele mudou (para melhor) ao longo da história. Já a Shizuka foi uma peça chave desde o começo, já que foi ela que fez os caminhos dos personagens se cruzarem e criarem os conflitos que tiveram e, consequentemente, chegarem onde precisavam como pessoas melhores do que eram. Essa temporada deu o destaque que ela merecia. Uma excelente personagem e ótima conselheira! Eu concordo contigo e acredito que a 2° temporada foi a melhor entre as três. Foi onde houveram mais conflitos e que evidenciaram mais os problemas dos personagens e o caminho que eles tomariam para tentar melhorar. Uma coisa que gosto é de como os homens não tem importância aqui praticamente. Por mais que o protagonista seja um homem, todos os núcleos giram em torno de mulheres. Se você reparar, as pendências e questões são com as garotas. Os destaques de cada arco são para elas. Na família da Yui e da Yukino, nem aparece os pais delas. Lembro da Yui falando para o Hachiman que o pai dela devia estar trabalhando, mas a forma que ela diz é como se ele não importasse. Quem manda na família Yukinoshita é uma mulher e já deu para ver que quem tomará as rédeas da relação do Hachiman com a Yukino. Gosto bastante disso.
RUB: Legal você ter reparado nessa parte. Realmente os rumos são tomados ou liderados por alguma figura feminina. Pelos menos não é igual a vários animes em que o elenco das personagens servem somente de apoio para o protagonista masculino. Para encerrar a review, a minha recomendação é que vocês vejam esse anime. Não é uma obra famosa ou que tenha momentos chamativos ou com segmentos de ação em sua trama. É um romance com um slice of life como temática e comédia misturado, porém com um algo a mais, focando no desenvolvimento dos personagens. E esse diferencial que o destaca da maioria dos animes desse gênero. Nada é tão simples quando é envolvido os sentimentos das pessoas e é nisso que foca a história de Oregairu. Como eu sempre aviso, se for assistir, PRESTEM O MÁXIMO DE ATENÇÃO NOS DIÁLOGOS. Eles contam MUITO MAIS do que a primeira impressão passa. O anime não é complexo, porém se ficar desatento, você irá ficar perdido. E aproveitem o máximo que o roteiro propõe, porque dá para extrair muitas discussões legais nas entrelinhas do que está sendo contado. É o meu anime favorito e só posso falar do quão bom é Yahari Ore no Seishun Love Comedy wa Machigatteiru.
ALÊ: Exatamente. Normalmente é uma ou outra personagem feminina com destaque ou todas como apoio do protagonista. Gosto desse diferencial de Oregairu. Se ainda não assistiram, fica a recomendação. Como o Rub disse, prestem atenção nos diálogos. Recomendo que assistam o anime sem grandes distrações como ter pessoas por perto ou algum incômodo como dor de cabeça, porque pode te atrapalhar na compreensão e no que ele quer te passar. Oregairu não é um dos meus animes favoritos, mas é uma obra excelente e que vale a pena ser assistida, ainda mais que está inteiramente adaptada para anime ^^.
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