Aprendendo sobre citologia humana de uma maneira inusitada.

Aprendendo sobre citologia humana de uma maneira inusitada.

Olá pessoas! Mais um post de primeiras impressões agora falando de Hataraku Saibou!! Eu e o Alê adoramos a primeira temporada e nada mais justo sobre comentarmos da estreia da nova temporada desse anime tão divertido de assistir. Fiquem com a nossa conversa.

SINOPSE: Esta é uma história sobre você, um conto que se passa dentro do seu corpo. De acordo com um novo estudo, o corpo humano é composto de aproximadamente 37 trilhões de células. Essas células trabalham muito todos os dias no mundo que é o seu corpo, desde os Glóbulos Vermelhos que carregam oxigênio até os Glóbulos Brancos que combatem as bactérias. Saiba mais sobre esses heróis anônimos e o drama que se desenrola dentro de você! FONTE: CRUNCHYROLL.

RUB: Alê, bora lá comentarmos sobre mais uma estreia dessa temporada. E novamente mais uma continuação (até agora só estamos comentando nesses posts colaborativos continuações de obras…) de um anime que ambos adoramos. Hataraku Saibou e sua ‘antropomorfização’ das células humanas. Alê, no meu caso, eu tenho uma ligação muito especial com Hataraku Saibou, semelhante ao que acontece com Yuru Camp. Eu sei o que vou assistir e tenho noção que sairei de alma renovada vendo esse anime. É uma magia inexplicável que faz com que o espectador acompanhe a jornada de um glóbulo vermelho e de um glóbulo branco dentro do corpo de uma pessoa SAUDÁVEL (Tem mais um anime da mesma franquia que fala justamente o lado de uma pessoa doente, mas essas impressões é para outro post) e fique imerso de tal forma, que nem repara que passou os vinte minutos assistindo o episódio semanal.
O anime tem dois focos principais: o primeiro é contar a rotina dos protagonistas trabalhando dentro da circulação do corpo humano, convivendo com as demais células em seu trabalho conjunto de proteger esse organismo; e tem a segunda parte que é uma espécie de aula de biologia “animada”. Todos os perigos ou todas as situações vividas pelo elenco são explicados de uma forma não teórica ou com dezenas de linhas de diálogos de exposição. Se ocorre algo com a pessoa no lado exterior, reflete na “prática” internamente para as células. Feridas!? Resultam em terremotos, demolições, furacões, enchentes… tudo faz sentido e é possível correlacionar biologicamente o que cada personagem/células fazem nessas ocasiões para solucionar esses problemas. É inacreditável o que o autor consegue imaginar criativamente para ilustrar o que aconteceria se tal cenário acontecesse.

ALÊ: Estou feliz com o retorno de Hataraku Saibou! Lembro de ter pego a 1ª temporada dele com a animação tendo uns 3 episódios lançados. Assisti e adorei tudo que foi apresentado e da forma que foi conduzido. Cheguei a ficar atrasado na época e maratonei cerca de metade dos episódios até o final (não recomendo que façam isso). Em teoria, eu deveria lembrar de mais coisas, porém por ter uma quantidade considerável de informações e de NOMES, eu acabei não lembrando de várias paradas. Tanto é que não lembrava o nome das células além dos Glóbulos Brancos, Vermelhos e das Plaquetas. A introdução dessa segunda temporada para mim foi muito boa, porque por mais que muitos personagens sequer tiveram atenção, eles relembraram alguns nomes, como a Macrófago e a Célula T Citotóxica (nem a pau que iria lembrar disso XD). Minha ligação com a obra foi mais pelo lado de que além de ser uma trama bem divertida, ela conseguiu me deixar mais interessado no corpo humano, que sempre foi uma parte da ciência que eu odiava estudar.
Consegui relembrar de alguns assuntos que vi na escola, descobri coisas que nunca havia estudado, além de ser uma boa forma de conhecimento sobre o corpo e suas funcionalidades. Cada doença, machucado ou adversidade no corpo gera uma reação dentro e, por consequência, causa um verdadeiro caos internamente. Eu fico genuinamente impressionado com o nível de criatividade do autor, porque não é só tornar células do corpo em humanoides. Há todo um trabalho da autoria em dar características, gestos, formas de ataque, além de todo o trabalho com design dos personagens e de cada parte do corpo, como artérias. O espirro é um foguete explodindo, por exemplo (brilhante). Isso tudo requer MUITO estudo. Me pergunto quanto tempo o autor levou nesse processo de criar a série, porque com certeza não foi feito “de uma hora para outra”. É fenomenal e só melhora quando se pensa que a série tem uma porrada de spin-offs. Além do “BLACK” que está tendo anime nessa temporada, tem ainda o “LADY” (focado nas Células Macrófagos), o “BABY” (focado nas Plaquetas), um com foco em bactérias e ainda tem uns outros 3 além desses citados. O trabalho de pesquisa de tudo deve render horrores. É um mérito muito grande para o autor.

RUB: Também eu cito além dos exemplo que você levantados, dois grandes momentos da temporada passada. O primeiro foi o arco das células cancerígenas. Tivemos a melhor explicação que eu já vi na vida em demonstrar de como um câncer se espalha no corpo e como as defesas agem nesses casos; e o segundo exemplo é o episódio final sobre a transfusão de sangue. Foi SENSACIONAL toda a parte da era “glacial” enfrentada pelas células e as consequências depois da chegada de novas células sanguíneas. Foi muito bom esses arcos. Tirando esses momentos, o anime é bem episódico e infantil na maior parte do tempo (não falo de forma pejorativa, somente mais uma constatação do tom da obra). Ao mesmo tempo que explicam os obstáculos superados pelas células, o anime tenta ser o mais Family Friendly possível, evitando temas mais pesados ou com um teor mais adulto.
Parando para pensar, tirando o sangue que jorra das bactérias mortas pelos glóbulos brancos, quase não tem cenas com imagens fortes na animação. Até uma parada que exemplifica o que eu disse foi a estreia da segunda temporada. Aquela sequência de uma bactéria vaidosa e do glóbulo branco correndo feito psicopata com sangue para todos os lados, tem um clima total de comédia. Principalmente ao envolver a plaqueta menor nesse absurdo. Como a plaqueta é representada por crianças em sua maioria, a brutalidade é amenizada pelo moe e fofura da célula presente no local. A cena que podia resultar em algo mais pesado, virou piada no roteiro pelos elementos narrativos dispostos ali. Inclusive, o episódio é focado na plaqueta de boné para trás no receio de fracassar como profissional e no seu medo de enfrentar a ira da sua “chefe”. A personagem do glóbulo vermelho aparece rapidamente para reintroduzir o resto do elenco, mas logo sai de cena e volta para a plaqueta como objeto central da trama desse episódio.

ALÊ: Concordo completamente. Eu nunca tinha visto uma explicação tão boa e eficiente de como funciona a formação e o desenvolvimento de células cancerígenas no corpo, bem como a reação do corpo sob uma transfusão de sangue. Tudo é muito interessante. Inclusive, eu chorei no arco do câncer. Nunca achei que fosse ficar com dó de um câncer como fiquei no dia em que vi esse episódio. Foram dias difíceis aqueles hahahaha. Agora falando do outro ponto, o sangue jorrando de maneira geral é o mais “pesado” que você acha aqui. Até nisso fazem toda uma montagem para tornar cômico. Apostam muito na bactéria estar correndo e gritando (principalmente gritando) para a piada. Se você reparar, quase todas as vezes que aparece uma bactéria, segue mais ou menos essa fórmula. É quase como se as bactérias fossem uma espécie de Equipe Rocket da vida, mas sem “Decolassem de novo” no final hahaha.
Esse episódio de estreia mesmo, foi focado no dia de uma Plaqueta que é mais fraca que as demais. A grande mensagem do episódio foi sobre amizade, confiança em si mesmo e maneiras de ajudar de outra forma. É bem “coisa de criança”. São mensagens bem simples que você facilmente pode colocar como os menores de idade sendo o público alvo. Inclusive, se um dia adaptarem o spin-off das Plaquetas, aí sim indicaria para deixar uma criança assistindo, porque até as tramas devem ser mais simples, consequentemente, “menos didáticas” (no sentido de ter menos informações necessárias para entender o que está acontecendo), mas é igualmente divertido e relaxante de acompanhar. O legal é que mesmo essas tramas serem episódicos e até mais simples, você não tem um desnível completo. Tanto que independente da faixa etária, o anime consegue ser muito proveitoso para quem o vê, seja a nível de puro entretenimento ou até informativo. Sobre o trabalho da jovem Plaqueta, eu acho bem interessante como a obra te cativa ao ponto de torcer para tudo dar certo da melhor maneira possível. Nunca imaginei que iria torcer tanto para uma Plaqueta conseguir realizar uma tarefa e corresponder às expectativas XD

RUB: Sim, o episódio em si teve a mensagem de trabalho em equipe e buscar melhorar seus atributos para alcançarem seus sonhos. Gostei que mostraram de como um simples galo na cabeça pode dar muita merda, como coagulação em locais errados no cérebro pode render outros problemas impensáveis. Também mostram uma espécie de plaqueta mestre, que também vira mãe/produtora para novas plaquetas…tudo para servir de explicação de como surgem novas células protetoras. É bem encaixadinho. Mesmo sendo esse enredo simplório, eu ainda termino com um sorriso enorme no rosto ao ter assistido o episódio. Também teve uma parada que gostei foi da abertura. Achei que ficou no mesmo nível que a da primeira temporada.
Vi que o pessoal não gostou, porém não entendi direito o motivo. Vendo as duas aqui, apesar de ambas serem distintas, elas tem todo um clima para cima e animado para estipular o tom da animação que não vejo alguma abertura inferior a outra. A música em si aí é outro ponto, porque vai variar do gosto da pessoa, em que terão aqueles que vão gostar de uma e da outra nem tanto. Comentei sobre a OP mais no contexto geral da coisa, com storyboard, animação, direção, edição e música. Nesse sentido achei as duas openings muito parecidas em qualidade. A ED dessa temporada que é apagadinha com uma imagem estática apenas. Foi bem “falta de orçamento”. E quanto a produção, se manteve boa parte da equipe, então grandes alterações não teria no resultado final. A animação continua bem econômica, com grande presença de cenas em ângulos fechados e closes nos rostos dos personagens para não precisarem desenhar outros detalhes do corpo ou os abusos de linhas de ação para simular movimento….continua a mesma precariedade nesse sentido. Apesar da história não necessitar de animações mais fluídas, é notável que usaram a mesma tática da primeira temporada em time que está ganhando não se mexe, mantendo a mesma verba da anterior. Ao menos gostaria que houvesse alguma evolução nesse sentido, entretanto não corresponderam a minha torcida. xP. Graças a Deus que a direção do anime salva, escondendo na maior parte do tempo a falta de investimento.

ALÊ: Mostra até um certo grau de como nosso corpo é frágil. Resistimos à muita coisa graças à avanços médicos. Não é atoa que séculos atrás a expectativa média de vida era de 30-40 anos (por N motivos). Eu também gostei da nova abertura no todo. Manteve o mesmo nível da primeira no sentido de um clima mais leve, com uma música também muito para cima. Eu particularmente acho a outra abertura mais viciante do que essa, porém também gosto dessa. Como você disse, o conjunto da obra ficou no mesmo nível. Eu gosto muito do joguinho de cores no começo dela e ficou bem feito. A ED eu pulei XD. A produção no geral se conservou no mesmo nível da primeira temporada. Me deixa triste, porque mostra que é um projeto bem deixado de lado dentro da David Productions. Mesmo tendo dado muito certo e fazendo sucesso, eles não investiram no anime (para isso eu sei que eles têm). Hataraku merecia um cuidado maior, entretanto pelo menos não decaiu nesse sentido, então acho que está bem ok. A direção é a parte chave pata segurar as pontas disso tudo, porque se ele não soubesse usar os recursos que tem, poderia estragar um pouco a experiência de quem assiste. No demais, sigo animado para a obra. Vão adaptar todo o mangá provavelmente, já que só terá 8 episódios essa temporada e o mangá será completo agora em janeiro, rendendo um total de 6 volumes (NewPOP, traz para nós!!!). Estou animado para ver como vai encerrar 🙂

RUB: Sim, o mangá terminando e o anime com previsão de poucos episódios, ao que tudo indica, a adaptação vai seguir o original a risca. Agora eu tenho 2 animes mesa temporada com um clima leve para me desestressar e ficar tranquilo depois de assistir os episódios semanalmente. Recomento o anime para o pessoal pelo menos tentar ver 3 episódios. Sei que a história não é a coisa mais convidativa do mundo, porém se insistir um pouco, verá que mesmo a ausência de uma trama mais elaborada, terá outras qualidades na animação que fará você ver até o fim. Fica o meu conselho para todos. Assistam esse anime.

ALÊ: Aproveito para recomendar “Tenchi Souzou no Design-bu” (primeiras impressões aqui). Ele é um anime dessa temporada que satiriza o criacionismo divino. Ele é super divertido, além de ser uma pura galhofa das boas e bem didático nas habilidades/características de cada animal apresentado. Mas assistam Hataraku! Experimentem essa maravilha das animações nipônicas.

Deixe um comentário