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Uma estreia deveras relaxante e interessante.

Uma estreia deveras relaxante e interessante.

Depois de um tempinho sem novas postagens sobre os animes da Temporada de Verão/2021, voltamos para falar de uma excelente estreia da Temporada: Shiroi Suna no Aquatope (ou “The Aquatope on White Sand“), novo anime original da P.A.Works. Confira o que o @rubnesio e eu (Alê) achamos da estreia ^^

Sinopse:Kukuru Misakino é uma estudante do secundário de 18 anos que trabalha no Gama Gama Aquarium, um pequeno aquário em Okinawa. Ela conhece o “segredo” do aquário: às vezes é possível ver coisas misteriosas. Um dia, Kukuru conhece Fuuka, de pé em frente a um tanque de água, com cabelo a fluir e uma lágrima a cair pela bochecha. Fuuka desistiu do seu sonho de se tornar uma idol e fugiu de Tokyo para Okinawa. Ansiando encontrar um local para pertencer, Fuuka pede sinceramente para trabalhar no aquário. O anime segue Kukuru e Fuuka à medida que lidam com os problemas derivados do segredo do aquário e a crise iminente do seu possível encerramento.


RUB: Alê, agora retornamos para falar de coisa boa nessa temporada. Vimos a estreia de Shiroi Suna no Aquatope e que gostamos muito do que foi nos apresentado. Até para contextualizar a galera nova no blog, o estúdio desse anime, P.A. Works, é o meu queridinho da indústria de animação japonesa. Não sou tão freak por eles como o Alê é para Kyoto Animation, porém tenho um carinho muito grande pela empresa, pois fizeram diversos animes que aprecio para caramba, e ainda tem o diretor de Nagi e Irozuku, dois animes que curti demais. Nesse caso aqui, posso dizer que já estou pré-disposto a gostar de Shiroi Suna no Aquatope. E graças a Deus que a estreia não fez feio. O anime não perde muito tempo e mostra o principal trunfo do estúdio, que são os seus backgrounds. A P.A.Works é especializada em cenários, fazendo até serviços para outros estúdios. Muitos dos backgrounds que a galera pira de tão bonitos que veem em animes por aí pensando que foram feitos na própria empresa, na verdade foram feitos pela galera da P.A.Works. Sempre eles estão sendo creditados em várias produções em todas as temporadas. Então não é para menos que nos primeiros segundos de Shiroi Suna no Aquatope, os visuais são o que mais chamam a atenção do espectador. Além de ser um deslumbre aos olhos, tem um minimalismo nos detalhes como um tronco de uma árvore que não está uniforme, a ferrugem da máquina de refrigerante, ou os telhados mais ressecados pela maresia do litoral. São coisas assim que já te jogam para aquela realidade em poucos segundos. E a primeira personagem que aparece é a Kukuru. Não dá para saber muito nessa introdução, a não ser que ela está pedindo uma espécie de benção ou fazendo uma promessa para algum Deus em troca de conseguir algo. A oferenda ser um peixe, deu para associar que essa santidade é algo local daquela região. Até aparece uma criança com um cabelo esquisito em cima de uma casa e que suspeito ser a divindade em questão. Certamente irão responder mais adiante sobre a identidade do jovem. Em seguida, não perdendo tanto tempo, somos apresentados também para Fuuka. Ela está de mudança para algum local, mas que não sabemos para onde ou qual sua motivação. Até que no minuto seguinte fica claro a questão dela. Ela era uma idol e que não fez o sucesso que projetava, tanto a própria para si mesma, quanto da empresa que a personagem representava. Vai de encontro com o que dissemos no post de Bokutachi no Remake, em que o ramo de entretenimento e arte japonês é muito cruel. No caso da Fuuka piora por justamente estar inserida em um contexto onde a beleza, fofura e dedicação aos fãs contam bastante, principalmente pelas exigências que pedem a elas para fazerem, como por exemplo não namorar. É um ambiente muito machista no que ela se meteu.

ALÊ: Siiim!!! Eu ainda não vi “Nagi no Asu kara”, mas adorei o trabalho do diretor em “Irozuku“. E estava bem empolgado para ver o que iria sair daqui. A P.A.Works manda bem em cenários naturalmente, mas quando os animes são feitos com esse diretor, rapaz, o negócio fica ainda melhor. Tudo “brilha”. É absurdamente lindo de ver, inclusive, se quiserem ter uma amostra melhor disso, assistam Irozuku que é um deleite visual incrível, lotado de cenas deslumbrantes. Voltando a “Aquatope”, estava bem interessado no anime e não me decepcionei com essa estreia. O 1º episódio foi super leve, descontraído e bem gostosinho de acompanhar. Eu fiquei bem interessado com esse lado religioso e depois, meio místico que a estreia apresentou. Não sei em que nível isso será trabalhado, porém aparentemente será meio recorrente na trama, principalmente o lance que acontece no aquário no finalzinho do episódio. Aquela criança (não sei se é uma criança realmente) parece ser o tal Deus, tanto que apareceu mais de 1 vez pegando a oferenda deixada e a produção faz com que os caminhos das duas personagens principais e desse deus se interliguem. Enquanto a Kururu é que faz orações/pedidos ao deus, a Fuuka acaba cruzando com ele enquanto andava pela cidade. Acredito que eventualmente ele terá alguma relação com as duas e acredito que os pedidos que a Kururu estava fazendo ao Deus, era com relação ao aquário que não parece estar indo muito bem financeiramente. Enquanto assistia, também pensei em Bokutachi no Remake em 2 pontos: uma que a direção daqui conseguiu deixar a trama mais interessante e dinâmica, bem diferente de Bokutachi. E a outra parte é a temática de você ter personagens indo atrás de sonhos, quebrando a cara posteriormente e também pelo lado de pais se meterem nos desejos do filho em um objetivo de emprego fixo por ser uma renda muito instável. E sim, ambiente de Idol (e entretenimento no geral) é algo complicado. As exigências do negócio são muito absurdas, com dedicação completa aos fãs. Esse assunto também foi abordado em “Kageki Shoujo!!” , outro anime dessa temporada. Isso porque só vimos o comecinho disso. Não sei se ainda vão revisitar esse passado da personagem enquanto Idol, mas tem potencial para discutir alguns temas.

RUB: Eu curti foi a montagem mostrando todo o histórico da Fuuka até ali, com pequenos flashes de momentos impactantes para a personagem enquanto estava nesse ramo. O que demoraram mais de 20 minutos no anime do Remake exibindo o passado do protagonista, aqui fizeram em 30 segundos, sendo totalmente compreensível, mesmo em um curto espaço de tempo. Dá para compreender que ela treinava e estudava muito sobre ser idol, mas chegou carne nova na área e os produtores preferiram a mais carismática com a galera em vez da Fuuka. E pelo que dá para entender, aquelas garotas ali estão tudo no colegial ainda. Tipo, são bem novas para uma rotina tão estressante assim, além de aturar diversos comentários maldosos da galera da empresa e dos fãs lunáticos. Eu sei que elas começam cedo semelhantes a K-Idols (outras com uma rotina massacrante), porém assistir isso e já saber o destino final delas, é bem preocupante. E como a Fuuka queria entrar no grupo em que era fã e acabou ficando para trás na primeira chance que teve, por ser muito nova, se perdeu totalmente. A vergonha de voltar para casa depois do fracasso foi tanta, que ela teve um estalo momentâneo e pegou um voo qualquer, sem rumo definido. Uma decisão para lá de impulsiva e que mostra que ela prefere fugir a ter aquele sentimento ruim dos outros te verem como um coitado, com pena da sua situação. E também é evidente que ela mesma não sabe o que fazer depois dali. Ela simplesmente sai andando sem nem se preocupar onde está ou se vai dormir em algum local. Aliás, a animação desse anime está um negócio fabuloso. Aqueles mínimos detalhes das personagens e que seriam deixadas para lá em outros momentos, são todos desenhados aqui. A Fuuka ao colocar seu doce na boca de forma desconfiada para desocupar uma das mãos e esticar para a cartomante ler seu futuro, a Kururu na forma de sentar desleixa ou no jeito de comer todo espalhafatoso… é um preciosismo e tanto, dando para ver de como a produção do anime trabalhou bem na revisão e estudo da região, repassando o máximo de informações em poucos frames. O que também chamou a minha atenção foi a edição. Os 20 minutos do episódio passaram voando e ainda assim teve tantas informações de vários do elenco. A montagem nesse primeiro episódio estava fantástica.

ALÊ: SIM! Enquanto “Bokutachi no Remake” gastou 20 minutos dando um repertório da vida que o protagonista levava, Shiroi Suna gastou menos 1 minuto e foi mais que suficiente. Foi o bastante para os espectadores captarem algumas nuances e entender mais ou menos o que a guria passava ou como ela se sentia no local de trabalho. Ela entrou com uma certa expectativa e foi ficando frustrada/deprimida com a vida que levava, ao mesmo tempo que ela tinha a questão de sonho e a insatisfação com a família. Ela acabou de tomar um balde de água fria e ainda teria que lidar com a família dela dizendo coisas como: “Eu avisei que não ia dar certo”. É muito compreensível que ela não queira voltar para casa e vá para outro lugar. Ela foi para Okinawa sem nem conhecer. A Fuuka só não queria ter que ir para casa naquele momento. Também estou gostando de como o anime está levando a trama no acaso. A Fuuka está apenas vagando durante boa parte do episódio e as coisas vão acontecendo de forma a ocasionar o encontro com a outra guria. É bem diferente ser conveniente. É mais algo como “Deixa a vida me levar, vida leva eu”. A exemplo da cartomante que a Fuuka encontra. Primeiro ela tenta enganar a guria, depois simpatiza com a situação e passa algo mais sincero para a Fuuka. Gostei muito disso. A produção está deslumbrante e estão investindo pesado no anime. Cada detalhe é muito bem feito nesse episódio. Tem uma cena com um caranguejo-eremita andando que é absurdamente bem animado. É uma cena muito rápida, que dura menos de 5 segundos, mas muito bem feita. Os detalhes de movimento do corpo, do cabelo, os designs elaborados… é um banquete visual. Espero muito que o cronograma esteja bom para manter a qualidade durante os 24 episódios. Já que falamos disso, quando o anime foi anunciado e liberaram o 1° visual, eu jurei que quem estava fazendo o design dos personagens era a Fly (ela fez de “Irozuku”), pois era muito parecido o traço. No fim não era, porém a pessoa que está fazendo os designs de Shiroi Suna, trabalhou em Irozuku. Acho que ela gostou muito do trabalho feito no anime passado e absorveu a essência do traço da Fly. Estou adorando haha. E como você disse, a montagem é muito bem feita. Um ritmo muito bom de acompanhar. Não é cheio de diálogos e a apresentação visual é excelente. É uma série de fatores que tornam a experiência de assistir o episódio muito agradável!

RUB: Estamos até focando bastante na Fuuka, entretanto foi a personagem que tem mais material para discutir, já que a segunda protagonista, a Kukuru, ainda não está muito claro os seus problemas ou os obstáculos que ela enfrenta no dia-a-dia. O máximo que dá a entender é que o observatório marítimo em que ela trabalha/dona está passando por problemas financeiros. Também é mostrado um pouco do cotidiano escolar e de outros dois personagens que fazem parte de sua rotina de estudo, além do almoço com seus avós. Tipo, ainda não sei bem ou que me importo com a personagem, porque ainda não foi devidamente apresentado o arco da Kukuru, Talvez com a Fuuka lá dentro, trabalhando naquele ambiente marítimo, nos permita termos alguma percepção mais clara das aflições da outra protagonista. Eu chuto que o roteiro vai seguir um caminho muito parecido com Sakura Quest. Temos um local em que era referencia de turismo da região, porém com o tempo foi deixado de lado e se perdeu graças as preocupações modernas que se tornaram prioridades dos japoneses. Ao menos é essa impressão que eu tenho depois da conversa final entre as duas personagens principais. O que pode diferenciar esse anime seria o misticismo que terá na trama, uma pegada bem Nagi Asu Kara, em que teremos entidades poderosas influenciando certas direções do roteiro, provocando mudanças no status quo de geral, alterando toda uma mentalidade para um outro pensamento distinto da história. Para quem viu Nagi Asu Kara sabe sobre o que estou falando. E como o anime tem confirmado que terá mais de 20 e tantos episódios, e me baseando no histórico do diretor/estúdio, aposto que teremos um evento especifico mais pela metade do anime, que mudará totalmente a nossa percepção e expectativa da narrativa. Aliás, a cena em que a Fuuka “adentra” no mundo marítimo é bem feita demais. Tive até uma certa dificuldade em identificar o que era CG ou o que era desenhado a mão. Só vendo a cena mais uma vez que você percebe os estilos de animação usados nesse segmento. Aí temos um epilogo que deixa um mini gancho sobre o futuro da Fuuka longe dos seus sonhos na cidade grande. Com certeza também teremos várias visões distintas de mundo sendo apresentadas nos próximos episódios.

ALÊ: Sim, a outra garota é bem básica. Vemos o momento dela na escola e vida cotidiana, mas nada que realmente se destaque. Ao menos por enquanto, é uma personagem que não me importo muito. Não sei se a trama vai querer trabalhar algum drama com a personagem, mas com 24 episódios ao todo, espaço para construir isso não falta. Não vi Sakura Quest, nem Nagi Asu Kara (esse eu cheguei a começar anos atrás, mas parei por algum motivo), mas sei mais ou menos do que ambas tratam, então estou hypado. Lá pelo meio devemos ter o ponto de virada da história. Espero que nos próximos episódios eles apresentem melhor a Kururu, que tornem ela um pouco mais interessante. Estou bem animado nesse aspecto sobrenatural do aquário e acredito que possam fazer algumas metáforas com a temática para trabalhar os sentimentos das personagens. O anime parece ter uma quantidade de personagens centrais até grande, então vejamos onde isso vai nos levar. Estou animado e espero não me decepcionar com a obra^^

RUB: Também estou com esse mesmo pensamento Alê. Estou com boas expectativas com o anime por causa da staff, como também aparentar ter um roteiro que irá trabalhar muito suas protagonista, coisa que eu aprecio nas obras que vejo ultimamente. Nesse momento eu recomendo o anime para o pessoal que curte um pouco de drama ou slice of life, já que Shiroi Suna no Aquatope será um prato cheio para a galera que curte esse gênero. Será que vai funcionar? Só saberemos no final do ano. xP

Será que vem aí?

ALÊ: Nossa, nem tinha pensado que o anime só vai terminar no fim do ano. Tá passando tão rápido… depressão. Mas também recomendo darem uma olhada, ainda mais que nessa temporada não teremos animes interessantes realmente. Depois voltamos para dizer o que achamos do anime todo na review (que só deve aparecer no blog em 2022) 🙂

1 thought on “Shiroi Suna no Aquatope (The Aquatope on White Sand) #1 – Primeiras Impressões

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