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Fácil, ao lado de Mushoku, uma das piores estreias que vimos nessa temporada.

Fácil, ao lado de Mushoku, uma das piores estreias que vimos nessa temporada.

Bem-vindo de volta pessoal. Nesse post, eu e o Alê, estaremos tentando entender o que vimos nessa estreia de Platinum End. Uma obra dos mesmos autores de Death Note, onde reforçam a ideia que sua obra de maior sucesso foi um golpe de sorte, pois eles não conseguem emplacar uma boa história desde Bakuman. Talvez iremos comentar semanalmente a obra. Veremos se os próximos episódios irão render assuntos para termos o que falar nos próximos posts. Fiquem com a nossa conversa sobre o episódio 1 de Platinum End.

SINOPSE: Após a morte de seus pais, Mirai Kakehashi é deixado aos cuidados de seus parentes abusivos. Ele se tornou depressivo, o que o levou a uma tentativa de suicídio na noite de sua formatura do ensino médio. Mirai, no entanto, é salva por uma garota branca pura chamada Nasse, que se apresenta como um anjo da guarda que deseja lhe dar felicidade, concedendo poderes sobrenaturais e uma chance de se tornar o novo Deus. Para ganhar a posição, ele deve derrotar 12 outros “Candidatos” em 999 dias. Então Mirai começa uma luta para sobreviver enquanto uma terrível batalha real irrompe entre ele e os candidatos que buscam obter o máximo de poder do mundo.

RUB: Alê, eu sinceramente estou em arrependendo de ter pego para assistir Platinum End, porque eu não pensei que seria tão ruim assim a história. Ao menos se fosse escrachada igual Arifureta, até dava para tankar e assistir mais de 24 episódios. Só que Platinum End não é dessa linha e literalmente aqui vai ser só dor e sofrimento em assistir esse anime por mais de 6 meses. Até para fazermos algo parecido com Mushoku, eu quero tentar seguir em ordem cronológica do episódio e evidenciar cada pedaço das cenas que essa obra nos oferece como entretenimento audiovisual. Primeiro começa com aquele tom fúnebre e depressivo, em que temos o protagonista querendo beijar o chão em alta velocidade pulando de um prédio de dezenas de andares. Eu nem quero entrar em detalhes pormenores, como por exemplo a maneira que ele subiu o edifício sem chamar a atenção de quem estava lá dentro. VAMOS SUPOR QUE ELE TINHA A CHAVE DE ACESSO, INCLUINDO DA TRANCA PARA O TERRAÇO. Aí temos toda o melodrama dele de se suicidar. Até para alertar os mais jovens ou para quem sofre de depressão profunda, a maneira que o anime aborda essa situação é bem distante do real cenário de uma pessoa que queira tirar a própria vida. Aliás, até diria que é um desserviço de como o autor aborda esse assunto, porque ele dá uma glamorização no bagulho que chega a ser bem nojento. sendo notável que um dos autores (quem escreve o roteiro no caso, porque o outro apenas desenha) jamais estudou sobre o tema. MAS vamos deixar passar TODA essa merda inicial e bora falar do ponto em que ele é salvo por um anjo (ou anja, sei lá). A primeira coisa que me saltou os olhos foi o design de merda dela. Não dá para entender que roupa é aquela. Se é colam, se é a pele dela, se é um animal ou seja lá o que for realmente, continua sendo muito feio, porque além de não ter elementos identificáveis, a roupa parece não fazer sentido. Só que não para por aí, porque começa uma conversa TÃO BOSTA ALÊ, MAS TÃO BOSTA, que pensei que eu estava tendo um derrame na hora: “Eu quero ser livre e preciso pular.” “Mas LIBERDADE se alcança com amor. Toma esse poder que OBRIGA as pessoas te amarem, TIRANDO a LIBERDADE delas para o seu bem”. WTF!??? “Mas estou infeliz e preciso me libertar” “Mas a tua família morreu. Então você está livre.” “Me solta, porque quero minha liberdade.” “Não posso te soltar, porque não te dei essa LIBERDADE de escolha para você morrer ou não.” Olha, eu não sei vocês, mas esse anime são contradições em formas de diálogos INACREDITÁVEIS. Os personagens falam uma coisa, porém agem de outra forma. Filosofam sobre coisas, mas chegam a conclusões vazias e sem sentido. Sério, eu tive que literalmente parar de tentar interpretar o que estava vendo e comecei assistir como a galera gosta de falar, desligando o cérebro e tentando acompanhar até onde vai essa balsa desgovernada.

ALÊ: Hahahahahahah. Vou adiantar uma coisa aqui: o mangá é PIOR! Mas calma. Indo por partes, eu comecei detestando pelo seyuu do protagonista (nada contra o moço que faz a voz), mas aquela voz sussurrada é muito ruim. E concordo contigo, a representação que o autor/escritor faz de depressão é muito torta. Soou como algo romantizado, ou como se ao fazer aquilo, o protagonista meio que sairia por cima??? E se considerarmos ainda que estamos falando do Japão que é um dos países com mais casos de suicídio no mundo, isso torna tudo ainda pior. A construção de tudo é muito vazia, por mais que mostrem que depois os pais dele foram assassinados, que os tios dele maltratavam o guri, não é convincente todo o seu drama, muito pelo contrário. Quiseram fazer logo a introdução do anjo, que pouco importou ao personagem em si. O resultado disso é que nada que é passado dali em diante é convincente o bastante, além de claro, ter esse tom de romantizar a tentativa de suicídio do personagem. Aproveito para deixar aqui se você sofre de depressão, tente procurar ajuda profissional e cuidem da saúde mental de vocês, mesmo que você esteja BEM. É importante cuidar dela. Pelo que entendi do design da anja é como se ela fosse de gesso. É quase uma peça única que modelasse o corpo e tal. Não parece ser uma roupa (com exceção da tiara dourada). Mas indo para o outro assunto, o texto desse negócio é muito ruim e esse é um dos motivos para que eu não goste do anime. Ele se contradiz A TODO MOMENTO. Não é algo que foi dito agora e que acaba sendo contradito episódios depois. NÃO! É logo em seguida. Isso quando o autor não tira informação do rabo (como a flecha branca). Parece algo completamente amador, pensado por alguém muito jovem que ainda cursa o fundamental. A ideia de LIBERDADE e AMOR daquela criatura é uma completa isenção de responsabilidade do protagonista e pior: o AMOR é justamente tirar a liberdade do outro, forçando gostar do outro. Que porra de liberdade é essa??? Pois eu te digo Rub, nem tente buscar interpretações ou um raciocínio consistente. Simplesmente não vai existir aqui.

RUB: Estou presenciando isso Alê. E nem estou focado em lore ou desenvolvimento de personagens. Estou prestando atenção simplesmente na conversa e qual finalidade dela naquele momento. Ok, beleza, o protagonista precisa de explicações para logo em seguida ele ganhar os poderes. Só que a desculpa do autor para não dar todas as informações para o protagonista é de uma preguiça inacreditável: “Opa, esqueci de te contar antes lá na introdução, mas você está participando de um Battle Royale aí com mais 12 pessoas e quem sobreviver por último irá virá o Deus desse mundo.”. Sério mesmo que usaram a personalidade “avoada” para uma anja que se diz perdida, mas que pensa em um PLANO MEGA COMPLEXO para o Saki matar o padrasto e seus irmãos adotivos para ficar com o dinheiro? Sério mesmo que eu tenho que FINGIR que ela não omitiu informações de propósito do protagonista para ele ficar chocado na cena da madrasta morrendo? Assim, eu não consigo aceitar que a mesma personagem que aparenta ser burra seja capaz de se perder em conversas POR MAIS DE 3 DIAS sem explicar direito a bagaça do jogo que ele está participando. Ela de longe é a que mais articula e pensa nessa porra. O protagonista é uma anta completa e apático. “Legal, ganhei asas e posso voar.” Ele diz isso com uma cara de CU que chupou limão azedo com sal depois de dar uma volta ao mundo em minutos. Nem cara de espanto ele fez. Porra, mesmo a pessoa que estivesse na bad MAIS profunda que existe, iria ficar chocado por ter ganhado asas de uma hora para outra e que voasse mais rápido que aviões hipersônicos. Essa falta de reação a paradas absurdas como fosse uma terça-feira qualquer me tira demais. Alê, se aparece um maluco levitando na sua frente, você não entraria em choque? Caralho, é uma reação natural do ser humano ao presenciar algo inacreditável ter esse comportamento de espanto. Até mesmo quando a anja o resgata: “Uma anja… legal…”. Caralho, não é possível. E nossa Alê, quando tem aquela flecha vermelha de amor instantâneo e o moleque vai usar para descobrir se seus tios mataram os seus pais, CONVENIENTEMENTE, a madrasta está de CAMISOLA e sozinha na casa para termos um fanservice gratuito em uma suposta cena tensa, que deveria ser naquele momento.

ALÊ: EXATO!!! É muito absurdo você conseguir comprar a ideia de que o Anjo é uma idiota e que esqueceu de passar as informações. Tipo, ela está lá PARA falar do Battle Royale e ESQUECE justamente dele?? É muito intenção de quem está passando apenas o que é relevante para aquela situação e nisso ela vai amarrando ao protagonista. Como você disse, ela elabora um plano complexo de como dar fim aos parentes do Mirai e reaver o dinheiro dos seus pais. O problema nem está nisso realmente, porque a personagem pode ser manipuladora, estar pensando no seu próprio lado (ainda mais sendo uma competição e acredito eu que os Anjos não estão lá meramente de enfeite). Mas o autor tentar te convencer de que não tem nada de anormal naquilo, fazendo a personagem parecer ser burra. É exatamente isso que me irrita no Mirai, porque o cara está vendo as coisas mais absurdas da sua vida até ali e não esboça nenhum tipo de surpresa, espanto ou até mesmo negação dos eventos. O cara tenta se matar, é segurado por um anjo, sai voando por aí e a reação dele é “Ah, ok”. A dublagem dele não ajuda em NADA nisso. Só torna tudo pior. Eu comentei contigo em off que estava rindo muito com esse episódio, porque era tanta contradição que chegava a ser engraçado. E por sinal, fazia tempo que eu não ria tanto com um anime. Mas quando chegou na sequência dos tios, toda a graça se esvai. LOGO A MULHER estava em casa, LOGO ELA tinha que ser a se apaixonar. E LOGO ELA estava com roupas mais sensuais. Sabe, puta que pariu, é foda um negócio desses. E além de tudo, ainda colocam closes no peito, focam nas curvas do seu corpo com ângulos sugestivos… Nem quando a mulher envia a faca no pescoço escapa, porque colocam um enquadramento ressaltando a bunda dela enquanto o sangue escorre. É de foder. E a impressão que dá é que só existe ‘amor romântico’ (representado de forma super caricata) e sendo isso, obviamente que o autor não ia colocar logo um homem para ser atingido pela flecha.

RUB: Me lembrou um filme trash de terror dos anos 70 e 80, em que temos alguma personagem feminina NUA, sem motivo nenhum, sendo morta por um monstro ou um Serial Killer. Não dá para entender certas decisões de ângulos e de roteiro nessa sequencia toda. Tipo, ok, você como filho de pais assassinados querer saber a verdade. Só que você vai fazer a sua suspeita de ter matado TODA A SUA FAMILIA se apaixonar por você? E tipo, quando você está nesse frenesi de PAIXÃO MALUCA, quando você ver o seu amado em prantos, te odiando, você não VAI SE MATAR. Você vai querer ficar do lado dele. Ela se matar, logo me remeteu a Big Order, uma outra obra merda. E tipo, a pessoa vai se matar depois de receber uma ordem? Então por que caralhos o sentimento amoroso tem que estar envolvido? Não podia ser logo um poder de ordem absoluta, tipo Code Geass? Sinto cheiro que essa parada de “amor” ainda vai render um esgoto aí nessa história, porque claramente esse conceito está sobrando no enredo. E nem para fazer uma ligação temática, porque a outra flecha é LITERALMENTE a morte. Se o amor também gera MORTE, temos dois poderes fazendo A MESMA COISA. Nem para ser antagônicos os poderes o autor fez. Está cheio de elementos contraditórios e que também colocam outras paradas em excesso. E toda a HIPER MEGA REFLEXÃO que o protagonista chega em saber que o VIVER era o desejo da mãe é tão TOSCO. Em resumo, esse battle royale de anjos e humanos, os poderes do amor, morte e asas (???), está porra de passado traumático over de protagonista edgy que sofre em casa e vira um fodão sombrio mais adiante, personagem feminina gostosa (porém que os animadores não conseguem desenhar a bunda da anja direito) que só serve para MOE e punheta, enredo irrisório com desculpas costuradas para algo acontecer mais adiante e um protagonista apático, é a mistura COMPLETA do horror para mim, porque são justamente todas as coisas que reclamo frequentemente nos animes. E assim, na cena seguinte temos o protagonista sendo incel, se isolando do mundo por 3 dias e que depois quer ser feliz, SEJA LÁ O QUE FOR ISSO que o personagem tem em mente.

ALÊ: Siiim! A própria ideia de amor é muito distorcida. A exemplo de casos de homens que comentem feminicídio afirmando que amava ela, mas que ela não queria mais saber dele, ao estilo: “Se não vai ser minha, não vai ser de ninguém”. É uma linha completamente diferente de amor no anime. Aquilo pode ser TUDO, menos amor. Sobre a outra flecha, o anime ainda conseguiu amenizar isso, porque no mangá, ela surge absolutamente do nada. O autor parecia ter esquecido de introduzir ou apenas resolveu acrescentar naquele momento, porque assim, na hora da escolha do protagonista que ele fala que quer “liberdade” e “amor”, nunca é mencionado outra flecha. Mesmo no anime essa menção não acontece, porém o mangá consegue deixar bem mais destacado esse problema. O Mirai é um completo nada, um vazio. E vai vendo que vai ficar pior, porque pelo que estamos vendo, a tendência é essa de que o protagonista vire o cara frio, dark, calculista (muahahaha) e as caralha 4. Nem a animação salva, porque pelo menos o mangá era algo bonito de ler. O anime ao contrário está caindo aos pedaços. Nem a bunda da anja conseguiram fazer direito. Pareciam 2 ovos cozidos o negócio. O design do protagonista mudava a cada movimento dele e nem os quadros mais estáticos ou próximos do rosto dos personagens estavam bonitos (vai ser difícil achar uma thumb atrativa para o post). E se vocês acham que o anime já está ruim, pois saibam que estão dando uma boa enxugada no mangá. Para terem uma ideia, adaptaram METADE do volume 1 nesse episódio (sei disso, porque infelizmente tenho o volume um comigo). Todo o discurso controverso ou que não leva a lugar algum é pior e mais longo no mangá. O diretor está cortando umas várias cenas e mesmo as mais ofensivas estão sendo amenizadas. Por exemplo, quando o cara da armadura (se preparem para a vergonha alheia vindo desse cara) vai para matar o outro dentro do carro, no mangá é dado todo um destaque na cena, em como ele é comedor e transa com Idols (todas encantadas com a flecha do “””amor”””). É uma coisa que leva quase 10 PÁGINAS.

RUB: NOSSA SENHORA… Agora eu agradeço o diretor por essa SÁBIA decisão de tirar toda essa sequência do comedor de Idols. Inclusive, quando apareceu o Kamen Rider genérico matando o maluco, eu fiquei totalmente perdido. Pensei que tinha mudado de anime e estava vendo uma outra parada. E eu não tinha pensando nos casos de feminicídios. Isso é um outro exemplo que deixa claro que aquela flecha não coloca amor nas pessoas. Talvez o amor para a anja seja uma obsessão, devoção, como o amor dela ao Deus lá da obra… Não sei… Estou me esforçando para tirar algum caldo dali, porque não parece ser através dessa ótica da anja sobre o que é a moralidade dela perante aos mortais que o roteiro vai trabalhar o conceito de amor e suas complicações. Como nesse caso não sei nada do original, vou tentar não me apegar tanto a profundidade ou significados nessa história e tentarei ver o que realmente os autores de Death Note querem mostrar com essa merda. Portanto é óbvio que não recomendo para o pessoal ir ver esse anime, a não ser que você assista Platinum End como um trash engraçado, igual o Alê fez. Vou ter que “setar” minha mente para essa perspectiva e talvez assim eu consiga me divertir

ALÊ: Sim. Assim, eu só li o volume 1 (e me arrependo por ter gasto meu dinheiro com isso), então não posso afirmar nada quanto aos rumos da série. PORÉM, pelo que eu vejo, o autor nem deve ter cogitado essa ótica do amor da anja. Como não sei, por ora vou levar como uma boa hipótese. Sempre vejo falarem que de longe, essa é a pior coisa que a dupla de autores já fez (e felizmente o artista conseguiu “se libertar” e foi desenhar mangá com outra pessoa XP). Em todo caso, não recomendo assistirem, por mais que o anime enxugue o mangá. Isso não vai torná-lo bom (a não ser que refizessem do 0), mas vejo com bons olhos essa tentativa do diretor de mudar/acelerar algumas coisas. Quero ver onde isso vai dar e em que buraco nos metemos. Se o anime continuar ruim num ponto que consiga me fazer rir, para mim já é lucro.

1 thought on “Platinum End #1 – Primeiras Impressões

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