Uma estreia muito melhor que o esperado.

Uma estreia muito melhor que o esperado.

Olá meus queridos! Hoje vamos comentar a estreia de “Saihate no Paladin”, ou como é chamado internacionalmente, “The Faraway Paladin”. Uma estreia que acabou surpreendendo (positivamente) a mim e ao Rub. Sem mais delongas, vamos a postagem ^^

Sinopse: “Em uma cidade dos mortos, há muito arruinada e longe da civilização humana, vive uma única criança humana. Seu nome é Will, e ele está sendo criado por três mortos-vivos: o guerreiro esquelético, Blood; a graciosa sacerdotisa mumificada, Mary; e o feiticeiro espectral excêntrico, Gus. Os três derramam amor no menino e ensinam-lhe todo seu conhecimento. Mas um dia, Will começa a se perguntar: ‘Quem sou eu?’ Will deve desvendar os mistérios da distante terra dos mortos e desenterrar o passado secreto dos mortos-vivos. Ele deve aprender o amor e a misericórdia dos deuses bons, o preconceito e a loucura dos maus. E quando ele souber de tudo, o menino dará o primeiro passo no caminho para se tornar um Paladino. ‘Eu prometi a você. Vai demorar um pouco, mas vou te contar tudo. Esta é a história da morte de muitos heróis. É a história de como morremos, e é a razão pela qual você cresceu aqui” ”


RUB: Alê, essa estreia de Saihate no Paladin me surpreendeu positivamente. Para quem leu as nossas expectativas quanto aos animes dessa temporada, sabem que tanto eu e o Alê, não estávamos apostando tanto nessa animação. Até dava impressão de ser mais um isekai genérico ruim lançado regularmente durante o ano. Nunca fiquei tão feliz de estar errado quanto a isso. O episódio começa todo enigmático, tendo o protagonista narrando o seu sofrimento sobre sua a vida passada. Nesse trecho, não fica claro suas aflições, se morreu ou se foi teletransportado para o outro mundo. Tudo é bem subjetivo, aparentando que o personagem sofria de depressão e apatia na sua vida passada, sempre não tendo coragem de tentar algo a mais no seu antigo cotidiano. Em seguida aparece um outro personagem narrando um conto, parecido com descrições folclóricas fantasiosas. Também tem todo um misticismo religioso misturado com elementos de RPG até chamativos. Corta a cena e estamos com o protagonista bem criança, curioso com o que estava aprendendo com um velho FANTASMA que lhe narrava descrições de um livro que lia em voz alta para ele. Essa introdução te ambienta em poucos minutos que estamos acompanhando o protagonista mais crescido, em uma espécie de estrutura medieval, e que o relacionamento do Augustus e do personagem principal é de professor/mestre de magia, ensinando o básico para seu aluno. Alê, achei super legal todo esse começo por causa dos elementos apresentados, como todo o teocentrismo mostrado de deuses influenciando diretamente na vida das pessoas, dando dádivas aos escolhidos. Também tem a parte de como fazer magia em que é necessário escrever ela no ar e a tonalidade da voz do invocador dita a intensidade de força de tal ação e que o mestre do protagonista ser um real fantasma. Ele já estar morto me deixou curioso, porque não se tem muitas histórias, principalmente em que se passa na época medieval, em que temos o personagem que representa o sábio da história ser um morto. E tipo, toda essa cena tinha tudo para ser chata, porém ela é bem sucinta, te dando um chão de como é composto aquele mundo em que o William renasceu e de como existe regras que devem ser atentas, como orações e sacrifícios. Após isso, o protagonista está andando pela sua casa, que na verdade é uma espécie de templo, encontra a Mary em que conta a importância dos deuses naquele contexto que estão inseridos. E o lance Alê é que eu não tinha ainda sacado que a Mary era uma undead. Somente quando aparece o Blood e o protagonista fala explicitamente que os três são mortos-vivos que notei esse fato. Eu ainda estaria acreditando que a Mary era apenas uma sacerdotisa no local se não tivessem avisado. Aliás, isso é um ponto a se comentar que o roteiro apesar de ser bastante expositivo nesse começo, ele entrega somente o necessário. Nada de coisas ditas de formas desnecessárias, fazendo com que o espectador também pense sobre o que está vendo, o que é excelente.

ALÊ: Também estou muito feliz por estar errado quanto às minhas expectativas com o anime. Pouco após publicarmos a postagem com a lista de animes que iríamos assistir, um seguidor comentou que a adaptação em mangá da obra era muito bom. Isso me fez ficar um pouco esperançoso com a obra. O visual não passava exatamente uma boa impressão, parecendo ser só mais um isekai qualquer que logo seria esquecido. Porém foi muito diferente disso. A introdução do episódio foi muito instigante. O personagem estar reflexivo, em um tom depressivo, com um breve vulto de sua vida passada sem dar muitos detalhes e com uma única cena dele segurando alguma coisa, cena essa que ressoa durante o restante do episódio, deixa tudo mais interessante, para logo depois começarmos com uma breve introdução do mundo. Ali eu comecei a desanimar, porque achei que seria igual ao Takt Op.Destiny (primeiras impressões aqui), que expôs todo o contexto do mundo por meio de uma historinha para crianças. Só que Saihate fez apenas uma introdução breve, cortando essa preparação em poucos segundos. Gostei muito disso, porque todas as informações que servem de base, são muito bem diluídas no decorrer do episódio. De forma geral, gostei muito do que me foi apresentado aqui. A ideia de deuses e que há uma devoção muito grande a eles (que mais para frente tem um twist muito bom envolvendo isso) é legal. Também não tinha me tocado que a Mary estava morta, deixando no ar que ela esconde coisas, como a questão de onde ela assa o pão todos os dias, mas não tinha me passado a ideia de que ela estaria morta. É muito interessante todos ali serem mortos-vivos e também é levantado pelo protagonista que não há nenhum sinal de seres humanos por ali perto. A construção misteriosa e de suspense funciona MUITO BEM para te manter interessado nos personagens, na vida deles e no mundo.

RUB: Sim. E por justamente você descobrir que todos eles são amaldiçoados e que lhe custou suas vidas, torna o anime melhor ainda, porque você quer saber o motivo deles estarem cuidando dessa criança. Normalmente, como padrão em outras histórias, a classe de undeads não são amigos dos humanos. Mais uma coisa que instiga a continuarmos assistindo para sabermos o que está havendo para termos 3 pessoas mortas cuidando dessa criança. Inclusive, tudo sobre o renascimento do protagonista é bem nebuloso. Aparenta que ele foi a recompensa ou dádiva de algum Deus, porque a primeira memória que o William tem é de estar em um altar e os outros 3 personagens estarem em sua volta no altar. Aliás, uma outra parada que gostei foi que usaram o mesmo esquema do isekai da guria do livro em o personagem aprender um outro idioma. Ao nascer, ele não entendia nada o que lhe era dito. Somente com o passar do tempo que foi acostumando com o novo vocabulário e até reproduzindo o que aprendia de forma prematura. Tanto que o Augustus notou que ele aprende muito rápido as coisas. E é nesses pequenos detalhes que eu adorei no anime. Teve outras coisas bacanas como eles riscarem o nome dos deuses nas estátuas para não serem conjurados ali, pois tem relação com o poder da escrita (depois descobrimos o outro motivo de deixarem incompletos as escritas, pois eles foram pecadores por venderem suas vidas para ganhar alguma coisa e podia dar merda), ou de como é montado toda uma separação de classes, do guerreiro, mago e priest, sem usar as mesmas justificativas de outras histórias de RPG, se apoiando na divindade e capacidade do individuo. Tiveram até o cuidado de deixar outros mistérios, como o motivo da Mary, do Blood e Augustus estarem juntos, ou o que eles ganharam em troca de suas vidas, ou o motivo da Mary ainda orar diariamente, mesmo sabendo que vai lhe machucar no processo. São nesses detalhes que o episódio me fisgou, despertando o meu interesse pelo anime.

ALÊ: Sim! Gostei de como foram colocando diversos mistérios aqui e ali, resolvendo alguns deles dentro do próprio episódio, te prendendo e deixando interessado na trama que estava sendo desenvolvida, enquanto outros (os maiores) ficaram para ser resolvidos no decorrer da temporada, garantindo a curiosidade do espectador em continuar o anime. Ainda acho que vamos ter algum twist envolvendo a vila e o motivo deles viverem isolados naquele lugar. Como você disse, os undeads não são amigos de humanos. Pode acontecer alguma coisa envolvendo eles e humanos. Gostei muito da ideia deles terem traído a deusa e que por isso, a deusa castiga a Mary sempre que vai orar, mas nem por isso deixa de mandar o pão para alimentar o guri. É uma coisa legal e fico interessado em como funcionará para os outros dois personagens, ou como funciona a “vida” deles depois de mortos. Se são imortais, se tem algum tipo de fraqueza e outras particularidades que podem aparecer. Mas o que eu gostei muito (muito mesmo) foi da relação familiar que é construída pelos quatro ao longo do episódio. Gosto bastante de temas familiares e é tão agradável acompanhar eles. Eles têm uma relação tão boa, que o autor conseguiu construir bem os personagens, como por exemplo na forma de como cada um zela pelo guri (ao mesmo tempo que cada um tem suas próprias preocupações e não sabemos muito bem da onde a criança veio). É muito bem feito. Já me apeguei bastante a cada um deles e terem focado na infância do personagem foi muito bom e me ajudou muito a simpatizar com ele (ele é fofo). Também foi excelente para mostrar esse aprendizado dele enquanto cresce naquele local.

RUB: Exato. Cada um dos 3 guardiões terem personalidades distintas, e até marcantes eu diria, ajuda demais na empatia com o público. O Blood ser uma espécie do pai da velha guarda, a Mary sendo a mãe zelosa/preocupada, e o Augustus o avó/tio da família que vive ensinando algumas coisas legais para a criança, porém tem uma personalidade bem questionável. As interações entre os 4 personagens é excelente durante o episódio. Tanto que quando o protagonista se fode quando tenta resgatar a Mary daquelas chamas, é possível perceber que existe muito amor e confiança entre eles, porque apesar de todos esconderem algo, eles não fazem mal ao personagem e sim o protege das consequências e complicações de perigos eminentes. Tanto que o Blood fala que ele vai contar tudo para o protagonista. Ele só acha que o William ainda precisa ficar mais forte para aceitar tal fardo. Certamente terá algo relacionado aos humanos tudo o que ele precisa contar. Com certeza ainda iremos aprender mais coisas sobre esse universo nos mostrado. O que me deixou curioso foram as cenas da opening. Não aparecem quase nenhum desses 3 personagens guardiões do protagonista. Tomara que eu esteja errado, mas me levantou umas deaths flags para todos ali, que terminei o episódio com um misto de emoções, porque agora que simpatizei com eles, queria mais dos 3 no decorrer da história. Como não li nada da novel, estou fazendo certas suposições, principalmente considerando os “spoilers” que tivemos com o trailer e com a OP. Também sabemos que o protagonista irá crescer mais e sair em uma aventura com outros humanos e diferentes espécies, enfrentando vários UNDEADS. E isso reforça que o Blood, Mary e Augustus vivem isolados para as suas próprias sobrevivências. Novamente, são assuntos, um ligando ao outro, e que me deixa curioso sobre o que vai acontecer mais para frente no enredo. Eu adoro isso. Até indo para um outro assunto Alê, até achei a produção desse anime bem decente. Ok, eu estava com expectativa bem baixa com a obra. É estúdio pequeno, sem grandes nomes na equipe, que me fez ficar com receio do que viria a seguir. Sorte que aparentemente, teremos algo ao menos mediano, tanto em animação, direção, edição e trilha sonora. Seria bem triste se fosse algo bem abaixo de qualidade a animação. E a ending terá uma das minhas cantoras favoritas, Yanagi Nagi. Estou louco para escutar sua nova música.

ALÊ: Sim. O guardar segredos é mais por ele (protagonista) ser pequeno. Devem querer explicar o que está rolando com o mundo mesmo quando ele for mais velho, tiver maturidade, etc. São só uma família protegendo o menino como dá, e conforme for crescendo, ele vai indo pegando mais noções de como é a realidade e tal. Não é atoa que cada um vai ensinando o que sabe de melhor para ele. A Mary ensina cuidados com a casa, horta e alimentação. O Blood ensina ele a caçar e lutar. O Augustus ensina magia e matérias da parte histórica daquele mundo. Estou com um pouquinho de medo de dar ruim para os 3, porque pelo que sinto, em algum momento o protagonista vai enfrentar algum problema e temo que a família dele sofra algo. Eu espero que o máximo que aconteça é que, em algum momento, ele saia de casa e vá viver a vida dele, como é natural nas etapas da vida. Sobre a produção, ela está bem decente. Achei que seria algo pior, mas conseguiram deixar até o Blood em 2D bem desenhado. Não tinha nada truncado. A direção é boa. Tem alguns momentos bem bonitos, como a Mary segurando o William no colo com o horizonte de fundo. Espero bastante que consigam manter esse nível. O anime parece que terá batalhas futuramente, então espero que consigam dar uma segurada e que o cronograma esteja decente. Eu gosto bastante da terceira OP de “Oregairu” (cantada pela Yanagi). Vamos ver se gosto dessa nova música dela.

RUB: Por sua estreia e pela grata surpresa, nesse momento recomendo o anime Saihate no Paladin. Não sei se vai piorar ou melhorar daqui para frente, porém dado as suas qualidades apresentadas até aqui, recomendo o anime para todo mundo que ainda está buscando algo para assistir nessa temporada. É um Isekai de qualidade e tem muito potencial para despontar como algo muito bom no final do ano. Fica aqui a minha recomendação.

ALÊ: Também recomendo. Acho que vale a pena dar uma chance. Estou com boas expectativas com a obra e torço para que siga nesse caminho e só melhore daqui para frente. A propósito, achei legal que o autor da obra – Yanagino Kanata – é bem aberto para conversar com fãs estrangeiros. Ele faz tweets em inglês e francês divulgando o anime. Ele interage com brasileiros também. O perfil dele é @yanaginokanata para quem quiser seguir (estou quase indo interagir também).

10 thoughts on “Saihate no Paladin (The Faraway Paladin) #1 – Primeiras Impressões

  1. Eu ainda não assistir o anime, mais acompanho o manga e achou a obra muito boa e bem delicada a historia e os personagens, e como é apresentados os conceitos de divindades e religião e achei isso muito bom , mim troce reflexões sobre esse assunto, e gostei muito artigos de vocês.

  2. Eu achei interessante todo o decorrer do episodio, mas fiquei com um certo cansaço no final, e isso tem relação ao timing. Foi muita informação condensada e que me deu a sensação que eles queriam adiantar a historia até certo ponto. Mas acho que se tivessem cortado o ep no meio e focado no cotidiano do Will e dado um gancho com aquela cena do fogo no final, teria sido um 10 pra mim.

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