Não entregou luta, mas trouxe algo muito melhor que isso!

Não entregou na luta, mas trouxe algo muito melhor que isso!

Chegamos ao 11º primeiro episódio de “Saihate no Paladin” e estamos cada vez mais próximo do fim. Mas felizmente, uma segunda temporada para o anime já foi anunciada, o que nos deixa muito feliz por se tratar de uma obra tão boa! ^^
O episódio dessa semana entregou algo muito melhor que uma luta, porém ainda teve seus tropeços durante a execução dos eventos.


RUB: Alê, penúltimo episódio de Saihate no Paladin lançado e retornamos para mais um post comentando sobre as nossas impressões dessa adaptação. Mas antes de tudo, estamos felizes pelo anuncio da nova temporada do anime. Tanto que eu e você achamos estranho termos essa noticia nessa semana, pois não tinha terminado a primeira temporada ainda, e que não é comum nesses casos. Chegamos a cogitar que essa semana seria um episódio duplo, porém não aconteceu. E se lembrarmos que devido aos problemas de produção ficamos uma semana sem exibição da animação. Esse anuncio seria feito durante o último episódio (25/12/2021 aqui no Brasil). Porém independente do planejado, finalmente uma obra boa ganhando continuação. Normalmente não é isso que acontece, nos deixando decepcionados por não termos continuações daquela histórias que gostamos. Agora retornando ao assunto dessa nossa conversa, o penúltimo episódio de Paladin inicia como previsto semana passada. Temos toda uma introdução junto da narração do protagonista nos explicando sobre os acontecimentos do seu grupo de aventureiros e suas realizações para cumprirem a missão de expulsar todos os demônios da região. Talvez seja a minha desconfiança que já tinha ficado ligada desde o começo, mas estranhei demais por tudo estar saindo como planejado. Apesar de terem enfrentados poucas resistências com a população dos vilarejos conforme a região era apaziguada, tudo caminhava super bem. Era o Antonio estabelecendo e fortalecendo o comércio entre os vilarejos com as cidades; era a Robina entretendo e amenizando a hostilidade dos habitantes; era o Meneldor como conselheiro e braço direito; era a Anna curando os necessitados organizando os demais padres a cuidarem dos enfermos; e era o Reystov sondando e derrotando todos os focos de demônios que encontraram. Sério, tudo estava muito perfeito para o que eu estava imaginando que iria ter. Foi aí que eu pensei: Vai acontecer alguma desgraça mais para frente. Alguém vai morrer ou o plano sairá dos eixos ou algo parecido. Fiquei nesse primeiro 1/3 do episódio com essa ideia na cabeça. Aí quando tem o Meneldor agradecendo o Will por tudo que tinha feito, falei: FUDEU! Quando iniciam aquela missão de resgate dos desaparecidos, foi perceptível que o clima tinha mudado. Pessoal desaparecido, tudo nublado, ausência de trilha sonora, paleta de cores mais acidentada… eram sinais de algum perigo por vim mais na frente do episódio.

ALÊ: Sim!!! Fiquei surpreso com o anúncio da 2ª temporada, ainda mais que o anime não tinha acabado. Só que horas mais tarde, deu para entender o que estava acontecendo. O anime deveria ter acabado no dia 25/12, se não fosse pelos problemas de produção que deixaram sem um episódio por uma semana. Achei legal terem mantido o cronograma inicial da notícia, porém mais uma vez, a série parece estar com problemas adicionais, porque não vamos ver o último episódio tão cedo. O episódio 12 só vai ao ar no dia 13 de Janeiro, daqui três semanas. O próximo fim de semana é normal não ter, dado que mesmo os animes contínuos da temporada vão pular essa semana por conta do ano novo, só que “Saihate” ainda vai pular a próxima semana. Parece que dessa vez não teve jeito e o cronograma está mais apertado. Torço para que a equipe consiga finalizar tudo sem mais problemas. Falando do episódio, dessa vez eu tinha uma pulga atrás da orelha, porque realmente tudo estava caminhando de forma perfeita demais. Tanto que minha reação inicial na abertura do episódio foi um grande – “Ué? Cadê a luta?”, já que naqueles momentos iniciais, estava sendo mais uma narração de como tudo caminhava bem até ali, que estavam recebendo ajuda da cidade, na mesma medida que conciliavam as discussões entre os povos da região tendo o WIll virado uma espécie de líder para eles, sendo muito requisitado. Embora houvessem, o clima todo era otimista, visto que tinham os padres curando e ajudando quem precisava. Até um pouco mais a frente com o Will rindo enquanto lembrava dos ensinamentos do Gus. Como deu para ver, estava indo MUITO BEM. Quando o Reystov chega e avisa que um grupo experiente de soldados foi e não voltou, ali que começou o meu sinal de alerta de fato. Conforme eles caminhavam em busca dos desaparecidos, o tempo (clima) ficava mais feio. Ainda teve o Menel agradecendo o Will pelo que havia feito por ele até agora. E quando chegam no local e encontram os soldados mortos, pronto, era ali que ia começar a desgraça. Eu até cogitei que aquele “buraco” que eles estavam poderia ser a pegada de uma criatura enorme. Só sei que estava pensando de onde viria o primeiro sinal de que tinha começado a dar tudo errado.

RUB: Foi bom você ter puxado a parte técnica Alê, porque agora eu tenho uma reclamação sobre essa assunto a fazer. Semelhante ao que aconteceu no episódio 4, acho que aqui a produção da adaptação erraram em coisas fundamentais que não podiam ter errado. Nem falo da animação dura e estática das cenas da luta na emboscada, porque me acostumei com essa limitação e aceitei como algo inevitável dado a situação de toda que conhecemos. O que me pegou mesmo foi quando o protagonista entra no modo FÚRIA e começa a desferir golpes para todos os lados no momento que o Menel se fere. Não sei você Alê, mas essa cena precisava ser algo EXTREMAMENTE emocional, sendo uma parada crua e intensa, em que o espectador ficasse tenso e angustiado com a autodestruição do Will em usar o poder daquela espada amaldiçoada, coisa que não aconteceu. Foi uma cena um tanto ‘distante’ no sentido sentimental, em que aparentava ser só um momento qualquer de luta isolado. Acho que faltou uma direção e edição nesse segmento muito mais presente e eficiente em passar tais sentimentos. Tanto que usaram uma narração do próprio Will para ver se conseguiam transmitir essas sensações para quem assistia, um recurso que eu não gosto. Sou adepto da frase: “Não me conte o que está fazendo, ME MOSTRE”. Quando apelam para exposição para explicar cenas ou sentimentos de terceiros, definitivamente é uma coisa que detesto. Compreendo que a produção do anime está no limite e que não conseguiriam entregar algo melhor nesse sentido, mas prefiro que adiem mais uma vez e façam uma coisa mais condizente com o que o roteiro pede. Até conversamos um pouco sobre o episódio Alê e a cena só não foi um ruim por completo por causa do texto da obra que é excelente. Como tivemos o background de todos os personagens apresentados devidamente, nós complementamos essa lacunas que teve na adaptação e continuamos assistindo devidamente situados com o clima proposto e vendo os resultados das decisões dos personagens. Se não conseguimos acreditar pelo que estamos vendo na animação, passamos a aceitar pelo que já sabemos e que nos foi mostrado anteriormente. O William já tinha essa insegurança antes. No Wynern, o protagonista apresentava esse seu lado mais emotivo e instável em momentos de risco de vida. Assim, no momento que ele perde sua fé ou crença na vitória, sua entrega a raiva faz todo sentido. Por isso que digo que o autor de Saihate no Paladin fez até aqui na história, me deu essa base para eu mesmo compreender o que estava acontecendo (ou compreender), graças a toda construção que tivemos sobre o Will, de como ele ainda é muito imaturo em diversos assuntos, de como é temeroso com a segurança dos seus amigos ou de outras pessoas em seu entorno, do medo de ficar sozinho ou de seus tramas da vida anterior carregados para lá e que servem de catalisadores para esse momento de perda de controle emocional do personagem. Basicamente o roteiro que manteve um nível muito bom para o clímax da luta. Se não tivéssemos esses aspectos para considerarmos, aí seria bem complicado de defendermos essa luta do William contra centenas de demônios no quesito emocional.

ALÊ: Sim! Lembro de ter comentado em algum dos nossos posts, acho que foi até no do 4º episódio, que mesmo com as limitações, dava para camuflar um pouco se houvesse uma trilha sonora com maior presença. E acho que nesse caso aqui, o que faltou muito foi uma música e um maior cuidado para mostrar a cena, como qual seria a intenção dela que no caso, era mostrar os sentimentos conturbados do Will, de como ele se sentia frustrado que tudo estava indo tão bem para chegar naquele momento e passar a dar errado. O que me ajudou a não achar a cena tão ruim é que eu estava muito focado na legenda. Como passa rápido e eu sou meio lerdo para ler, tive que voltar alguns segundos ocasionalmente. Se eu soubesse japonês ou estivesse vendo o anime dublado, é bem possível que eu tivesse um sentimento como o seu. Acho que esse era o momento que tinham que tentar mostrar o que ele sentia visualmente. Assistindo brevemente de novo, é bem fácil compreender as razões que levam o personagem a agir daquela forma. Não falo nem que deveria ter sido algo absurdamente bem animado, mas que houvesse um certo cuidado com a condução desses momentos mais cruciais. Não é atoa que mais tarde no episódio, toda a cena dele na chuva foi excelente É o Will apenas andando e refletindo sobre seus medos, inseguranças, sobre o caminho que ele trilhou até ali e como só não queria se sentir solitário. Sobre como ele tem um medo muito grande de ficar sozinho, daí uma parte da negação dele com a morte dos pais e do alívio que ele tem ao encontrar outras pessoas depois de caminhar sozinho ao longo de dias e semanas, para posteriormente sentir um ponto de segurança quando encontra um amigo. Acho excelente ele também ter essa ausência de confiança dos amigos. É muito do complexo dele de se achar um incômodo e de notar que ele não é como os outros. Muito pelo lado também de que ele é forte, mas força bruta não é tudo nessa vida. Ele se mostra muito fraco e instável emocionalmente, o que é muito bom para tirar da linha de que força é só física, ou sendo ela a mais importante, porque isso “te faz um homem”, negligenciando completamente o psicológico e emocional de cada um. Fora o lado da pressão que vem junto de tanto poder. O senso de responsabilidade e até ser visto como alguém diferente dos demais, como sendo chamado de “monstro”, o afeta muito. É uma cena bem simples, mas que transborda o que deve ser passado. A cena é simples, com apenas o Will e seus pensamentos, juntamente com o som da chuva caindo e ele caminhando. Como dissemos, o texto da série é excelente demais. É um dos, se não, o ponto mais forte da série. Gosto muito desse aprofundamento no HUMANO dos personagens, o que os tornam tão palpáveis, reais e profundos, ilustrando muito bem a complexidade do que é ser um humano.

RUB: Até para complementar, essa complexidade de inferioridade do protagonista também vem de algo que ele carrega da vida anterior. Tanto que no momento que ele conversa com a Gracefeel, em que tem toda a liberdade de se expressar sem remorso, o personagem acredita que por ser culpado, mesmo que sem intenção, deve ficar isolado de todos por causa de sua condição e de seus traumas. E eu tenho que elogiar também, porque nesse trecho final eles acertaram no tom. O protagonista todo preocupado com o bem-estar do amigo ou da segurança dos demais é bem impactante. Todos os seus temores são nítidos para quem assiste e fazendo sentido com o que foi mostrado nos episódios passados, como na cena que citei do Wynern, ou lá no episódio 4, que o Will não consegue enfrentar o Deus do mal para salvar os próprios pais. Mesmo sendo um guerreiro com extrema habilidade, ele tem uma séria de pendencias emocionais, como sua autoconfiança, ou de acreditar no potencial das outras pessoas. Como dá a entender, o protagonista não tinha uma vida muito social antes. E por não ter experiência de convivência com outras pessoas diferentes a ele, se cobra a todo momento em tentar ser perfeito em tudo que faz, incluindo em ser amigo dos outros. O personagem desconhece que o conceito de amizade vai muito além a terem só momentos bonitos ou agradáveis. As brigas ou discordâncias fazem parte de manter um relacionamento com uma outra pessoa. São pessoas diferentes trocando ideias e sentimentos. Nem tudo sairá como planejado. Não importa se é da família, amigo, colega de trabalho ou namorada. As relações interpessoais são resultados de tudo que fornecemos como pessoa e suas atitudes. Não conseguimos agradar a todos, porém nós devemos nos esforçar para mantermos aquelas amizades que são benéficas para ambos os lados o máximo que podemos. Não serão perfeitos e terão seus atritos, mas isso que falta o Will perceber que faz parte da vida construirmos, entre várias dificuldades, uma verdadeira amizade. Me corrija se eu tiver errado Alê, mas não tivemos cenas mostrando a vida anterior do Will, né? Nem sabemos o seu antigo nome. Deve rolar um aprofundamento sobre a vida passada do protagonista, principalmente relacionado a sua solidão. Também não lembro se comentaram como ele morreu na primeira vez. Devem ser perguntas que serão respondidas na próxima temporada, porque o último episódio deve fechar esse arco sobre o ninho dos demônios e do relacionamento do Will com Meneldor. Considerando a preocupação dos demais personagens com o protagonista, eles devem ir ao resgate do Will de sua jornada de autodestruição. Só reforço que são meus palpites baseados até onde eu vi do anime, pois não li o original. Peço que tomem cuidado com os spoilers ao fazerem os comentários sobre a história. Uma pena que essas respostas na história irão demorar para vim por causa dos adiamentos, mas prefiro que seja assim do que sacrificar a saúde do pessoal que está trabalhando na produção.

ALÊ: Exato! Inclusive o Will fala que vai trabalhar para que a Deusa não fique triste, como se a tristeza dela fosse por algo feito por ele, sendo que é certo que essa melancolia é pela forma que o protagonista está lidando com a situação, querendo agir sozinho. Esse lado do personagem é algo muito mais profundo e intrínseco nele. Na vida passada, o Will parece ter morrido cedo. Acho que no máximo com uns 25 anos. Provavelmente estava saindo da adolescência e começando a vida adulta. Creio eu que ele tenha passado por experiências ruins, mas o ponto é que muitas vezes ele lida como uma criança. Embora esses anos a mais o tenham ajudado a se comportar de uma maneira mais séria e madura no novo mundo, ajudando até mesmo no aprendizado dele de forma geral, aqueles anos a mais não parecem refletir na forma dele de lidar com certos assuntos, sendo inexperiente em alguns momentos. E você não está errado não. Até o momento, não foi explorado a vida passada do personagem. O máximo que tivemos até agora foram flashsbacks curtos e isolados e mais a cena dele sentado na cama mostrada nesse episódio. Me deixa ainda mais curioso para saber como era a vida dele anteriormente, porque esses detalhes apresentados deixam ainda mais cativante para saber da onde vem em esses medos dele. Se soubermos como era sua vida antes da de agora, fica fácil compreender como ele é atualmente, pois são reflexos. E importante dizer que o autor está de parabéns com a forma que está fazendo ao contar essa história. Poucas foram às vezes que a vida passada do personagem foi citada ou mostrada e isso foi feito, somente para ilustrar ou relacionar momentos do presente. Me lembra muito o que a autora de “Honzuki no Gekokujou” (Ascendance of a Bookworm) fez com a protagonista de sua série. Foi trabalhando esse lado em pormenores, para só mais para frente mostrar um pouco mais da vida da personagem, passando a ficar mais clara a forma como ela agia no mundo novo. É bem provável que explorem mais essas questões na 2ª temporada e estou muito entusiasmado. A complexidade dos seres humanos me deixa fascinado quando trabalhado tão bem. Imagino que o último episódio deva ser focado no fortalecimento das relações que o protagonista fez até aqui, principalmente com o Menel que foi o primeiro amigo dele. Não é porque ele é mais ou menos forte que os demais que não possa ter amigos, ou que tenha que viver sozinho. E pelo amor de deus, pessoal, não deem spoilers. Tem diversos animes e mangás que não me importo de receber spoiler, mas aqui eu não quero. Quero ir descobrindo conforme a história progride.


Mini-anime dessa semana traduzido pelo autor da obra. Nos vemos depois do dia 13 de Janeiro para as impressões finais da animação ^^.

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