Se aproximando do clímax, tensões políticas aparecem.

Se aproximando do clímax e tensões políticas aparecem.

Chegamos ao 9° episódio de “Saihate no Paladin” e tivemos um pouquinho de tudo. Desde momentos de exploração do funcionamento da cidade de Whitesails, até cenas de ação, com encerramento mostrando conflitos políticos. Fiquem com as nossas impressões do episódio 🙂


RUB: Alê, bora lá para mais uma semana comentando sobre Saihate no Paladin. O episódio dessa semana inicia exatamente onde paramos semana passada, com os personagens chegando na cidade portuária de Whitesails. E basicamente Alê, a primeira parte do episódio é inteira focada sobre explicações do funcionamento da economia, costumes e tradições do local. Descobrimos por ser uma cidade satélite da região, ela apresenta um fluxo grande de mercadorias, e que não existe força braçal para fiscalização de cada item transportado por aquele porto. Como assistimos no anime, todas as soluções encontradas pelos governantes de Whitesails condizentes, transparecendo um histórico de decisões que foram tomadas conforme as necessidades surgiam ao passar do tempo. Se chega muita mercadoria e falta pessoal, deixa livre acesso, mas cobra uma taxa de docagem no porto para levantarem impostos, servindo também como controle de quem ou o que pode ou não desembarcar. Até mesmo coisas banais como moda, iluminação pública ou casas de banho, que são conceitos familiares ao protagonista, tem algum contexto para explicarem o funcionamento daquela sociedade que reside ali. Dá para ver como o William fica mais tranquilo e satisfeito por conseguir reconhecer com facilidade diversas coisas graças aos seus conhecimentos da vida passada. Deixa mais fácil sua adaptação, também servindo como forma de análise prévia para suas futuras viagens, pois ele adquire o máximo de cultura possível, tentando correlacionar com o que viu anteriormente ou da sua vida passada, para assim tomar melhores decisões para si ou para amigos ou para quem necessita de ajuda. Falando em ajuda, temos uma abordagem bem de leve sobre a religião da cidade. Tem um BAITA templo em Whitesails, e dentro da construção, existem várias estatuas de diversos deuses conhecidos daquele mundo. O que chama a atenção, e que novamente é levantado esse tema, é sobre os poucos fieis da Gracefeel, que torna a divindade dela pouco conhecida dos habitantes. Tanto que o padre do local até fala que precisam usar ‘Detecção de Oração da Fé’ para todos que dizem que receberam as graças da Deusa, pois é raríssimo tal acontecimento, como também tiveram outras ocasiões em que houveram malandros se aproveitando desse fato para se darem bem em cima da fé de outras pessoas. Inevitável não fazermos comparações diretas com a situação religiosa do nosso país Alê, porque se temos pastores que pregam missas com MÁQUINAS DE CARTÃO DE CRÉDITO NAS MÃOS, e ameaça fieis a doarem grandes quantias com justificativas de irem para o inferno se não o fizerem, temos esses paralelos da nossa realidade com a da obra, fazendo o espectador conseguir se identificar nessas situações com facilidade, tendo um entendimento completo com poucos diálogos.

ALÊ: É um sistema muito bem construído. Whitesails é uma cidade portuária, então há um fluxo grande de pessoas e mercadorias constantemente. Criam uma taxa e essa é revertida como fundo econômico da cidade. É bem pensado para tornar a construção, desenvolvimento e funcionamento da cidade muito palpável. Pode até parecer bobinho dar destaque para essas coisas menores, mas é nesse tipo de situação que vemos todo o cuidado de elaboração de mundo, dos maiores aos pequenos detalhes, que traz profundidade e riqueza ao material apresentado. O mesmo para os conceitos de moda, roupas e joias utilizadas. É legal o Will ter enfim uma sensação de familiaridade enquanto vai conhecendo a cidade. Como cresceu completamente isolado, ele não tem noção do quão avançada (ou atrasada) as cidades/continentes estão ou como operam de fato. Isso é bom até mesmo para nós que estamos acompanhando, já que da mesma forma que o Will tem um certo fascínio de estar vendo coisas tão familiares para ele, o mesmo vale para quem assiste e que estamos vendo tudo aquilo pela primeira vez sendo apresentado, além de atiçar a curiosidade para saber outras coisas das regiões ou cidades além desse continente. Achei muito boa o conceito da luminária que acende com magia, e igualmente a forma com que as pessoas esquentam água para as casas de banho e sauna. É bom que não fica como uma cópia do nosso mundo. As tecnologias dentro da realidade de fantasia que a obra apresenta se adequam ao contexto. Valorizo isso demais! Também é bem interessante de haver uma fiscalização de quem vai orar, principalmente para Deuses pouco conhecidos ou com poucos adeptos, pois poderiam usar como desculpas para cultuar Deuses não virtuosos e gerar um caos. Assim como também o Bispo é daqueles que mais parecem se aproveitar da fé alheia para viver vidas luxuosas e esbanjar em cima das doações de fiéis. Não é atoa que antes de sair de cena, ele diz para o Will deixar algum dinheiro. E aproveitando seu paralelo com a nossa realidade que vivemos, não só usam máquinas de cartão, como até nas programações da TV deixam TODAS as opções de banco possíveis, passando no cantinho do telão das igrejas. Recentemente vi até alguns aceitando PIX (método de transferência de dinheiro sem cobranças de taxas) como forma de depósito. Enfim, quero ver mais desse lado, até porque é um tema que sempre me instiga e que na nossa realidade, sempre foi usado no Ocidente para controle populacional (Idade Média, principalmente).

RUB: A Robina, o Antonio e o Meneldor comentam a fama do bispo e como é deturpada frente as práticas boas que geralmente as religiões pregam como um caminho do bem a ser seguido. Logo após esse encontro, temos a segunda parte do episódio que seria o ataque do Wynern. Nessa parte, mostram como funciona o sistema de defesa da cidade contra ataques de demônios ou seres mitológicos, como é nesse caso. Eu sinceramente não esperava ter algo do tipo nesse episódio, porque o começo do mesmo meio que passa a sensação de apresentação de novos conceitos aos espectadores em relação a cidade. Foi inesperado ter algo do tipo, como ter um ataque de um Wynern na cidade naquele momento. Até vejo como algo bom, pois apresenta o fator ‘aleatório’ ao enredo, porque podemos ter reviravoltas ou perigos aparecendo quando menos se espera, estabelecendo um leve sentimento de insegurança quanto ao bem-estar dos personagens. Gostei dessa parte por causa disso, de ter me surpreendido, positivamente, com o impacto dessa luta dentro de Whitesails. O que também ficou evidente foi inconstância na animação. Por causa dessa luta com Wynern, é bem notável que a produção teve que sacrificar parte dos designs e proporções dos personagens durante todo o episódio. A Robina mesmo tinha rosto e altura variando entre diversas cenas, em que momentos parecia um bebê e em outros sua estatura chegava a ultrapassar a cintura do William em comparação. Esse episódio deve ter exigido demais da equipe da adaptação, que foram ao máximo para conseguir entregar o episódio da semana. Focaram na luta e no restante fizeram o que podiam nas cenas que exigiam menor movimentação dos personagens. Inclusive, eu gosto desse trecho de dúvida do William sobre o que fazer durante o ataque, já que o Wynern é o primeiro inimigo realmente forte que o protagonista enfrenta, tendo aquele receio e medo tradicional de qualquer ser humano em situações adversas ou desconhecidas. Graças a ajuda do Meneldor, o William consegue se recompor, mete uma gravata no Wynern (Para a galera que usa o tradutor automático nos nossos textos, gravata além de ser uma peça de roupa que compõe o terno, é uma expressão usada aqui no Brasil quando alguém usa os braços para estrangular o oponente), derrotando o bicho e salvando a galera que estava no templo. Como esperado, o William é considerado como o grande herói que salvou a população do ataque.

ALÊ: O que acho fabuloso após o Will matar o dragão (Acho que posso chamar assim também o Wynern) é o Tonio e a Robina rapidamente montam uma cena para que o Will seja visto como herói em frente aos demais presentes. A Robina puxa seu instrumento, começa a cantar e o Tonio joga uma conversa para que a população entre na onda. Eles pensam MUITO rápido para tornar o cenário ainda mais oportuno para o grupo. Eles realmente sabem fazer negócios e que o Will necessita ser tão bem visto assim pelos habitantes, pois trará vantagens e benefícios em algum momento, além de ser uma chance para conseguir novos adeptos para a Gracefell. Mas voltando um pouco no tempo, também gostei do ataque repentino. Cria o fator surpresa e pelo mundo estar num período complicado, é normal que essas eventualidades ocorram. Gosto da forma que a cena toda foi feita, porque serviu perfeitamente para gerar um desenvolvimento para o Will, no sentido de trabalhar com adversidades, visto que os inimigos que tinha enfrentado até então, ele já sabia mais ou menos como derrotar, dando para se preparar. A situação serviu para colocar em prática alguns dos ensinamentos que seus pais lhe deram, como também para trabalhar a relação de confiança dele no Menel, junto com o trabalho em equipe. E no fim, o autor criou uma situação que juntou o “útil ao agradável”, já que por causa desse ataque e, posteriormente, da morte do dragão, o Will teve a oportunidade de se encontrar com o príncipe do local, coisa que muito provavelmente não aconteceria em um cenário normal, embora a conversa entre os dois não tenha sido nem um pouco amistosa (com direito ameaças). Sobre a animação, ficou claro onde estava a atenção da produção. Tiveram que sacrificar muito o restante do episódio para conseguir entregar uma cena de ação melhor produzida e de fato, foi boa toda a sequência. Os designs mudavam bastante, tinha um ou outro corte estranho, mas nada que destoasse muito. Vamos ver como fica nos episódios que faltam da temporada, se teremos mais cenas de ação que exijam da produção e como vão lidar com isso.

RUB: E como você citou, vamos para a terceira parte desse episódio que é o encontro do protagonista com o príncipe herdeiro da cidade. Temos que começar falando que foi quase uma negociação entre representantes de nações aquele encontro. Do lado do príncipe, em que ter a figura de um herói presente em suas terras pode ser bom para sua imagem, e do lado do William, o desejo de ajudar os mais necessitados que estão no interior do continente. Cada um tinha seus interesses envolvidos e ambos evitando revelar segredos ou detalhes pessoais, como o William pedindo para a alteza não perguntar sobre suas origens (até porque seria complicado explicar para geral que ele foi criado por mortos-vivos) ou do príncipe não querer revelar seu poderio militar com facilidade para o protagonista. Foi uma cena que os dois lados queriam algo, porém, ao mesmo tempo, não iriam abrir mão de certos fatores ou contar segredos de suas fraquezas naquele primeiro momento. Até fica subentendido que os ataques dos demônios também afetam as fronteiras da cidade. Tanto que o príncipe admite não ter pessoal para defender a Whitesails devidamente, e que é bem claro para quem assiste, já que foi o William que salvou a cidade. Era de se imaginar que o príncipe tentasse convencer o William em ficar na cidade, visto que ele sozinho seria de grande ajuda para sua guarda real. E dava para ver que o príncipe estava preparado para diferentes cenários. Temendo a imensa força e fama que o protagonista teria conforme o tempo for passando e a noticia do Wynern ter sido derrotado por ele estiver sendo espalhada pela população, ele teria que garantir alguma segurança ou uma espécie de lealdade do guerreiro que derrotou na força física um demônio extremamente forte. Contudo, o pior cenário para ele se formou no momento que a recompensa exigida pelo protagonista fosse ter força militar para salvar as vilas mais afastadas. E como eu disse nesse paragrafo, militares, aventureiros e guardas estão escassos na cidade. Temendo por estar perdendo presença e lealdade com a população, o príncipe fala com sinceridade que matar o protagonista é uma opção completamente viável para deter todo esse clamor dos cidadãos. Ao que parece, e confirmando nossas suposições no post passado, teremos conflitos políticos no enredo de Saihate no Paladin a partir de agora Alê.

ALÊ: Sim! Eu gosto muito desse trecho, porque todo o clima de tensão da cena vai sendo construído aos poucos. Começamos achando que seria uma visita amistosa, afinal, o Will tinha derrotado o Wynern, e que poderia ser só um agradecimento com formalidades. Mas aos poucos vão deixando o clima mais pesado, como por exemplo, o Menel ficar ao lado do Will como um guarda-costas, sempre encarando os soldados do príncipe. A própria postura da alteza em entender como se deu a derrota do bicho, cogitando ter sido mais pessoas na luta, com cada uma com alguma habilidade, ou servindo como sondagem daquilo que o Will pode fazer. A conversa vai indo e nenhum dos dois vão ceder. Ambos os lados tem coisas em jogo. O príncipe parece estar pensando muito na repercussão e consequências desse ataque. Ele até comenta algo do gênero nessa cena de que precisa manter as aparências, vide que ele não sabe como o Will é de fato, com ele tendo notoriedade da população que o vê como um herói, se por acaso ele abrir a boca para falar do protagonista, a imagem da realeza vai ficar fragilizada. Assim o príncipe precisa achar alguma forma de manter o Will quieto e deque ele não venha a causar problemas nesse sentido. Por isso ele cogita ter de matar o Will para evitar que esse tipo de situação possa acontecer. Muito bom essa trama politica! Estou bem entusiasmado para saber como prosseguirá e que caminhos a obra vai tomar.

RUB: Faltam 3 episódios Alê. Reta final da temporada de Saihate no Paladin e iremos acompanhar os desdobramentos desse encontro dos 2 personagens. Sabendo a personalidade do William, vou supor que mesmo que o pedido tenha sido negado pelo príncipe, o protagonista ainda vai tentar ajudar o pessoal que vive em outras vilas dos ataques do demônios. Ainda mais que nos episódios passados, o William descobriu a localização de um dos ninhos dos demônios e que irá precisar de mais pessoas para invadir o local. E pelo que mostra na OP e ED do anime, ainda tem, pelo menos, mais dois personagens para serem apresentados. E pela aparência, um desses dois é alguma espécie de guerreiro. Veremos o que vem a seguir na semana que vem Alê.

ALÊ: Conhecendo o protagonista, é provável que ele tente conciliar os dois lados. Ajudar a resolver os problemas da cidade com segurança e barganhar com o príncipe para conseguir suporte real. O novo personagem eu acho que aparecerá já no próximo episódio. Aguardemos para ver.


Para quem não sabe, depois que o episódio é transmitido no Japão, a conta oficial da animação no Twitter posta um ‘mini-anime’ e o autor da obra – Yanagino Kanata – sempre traduz para o português as falas dos personagens. A partir de agora, vamos deixar o link da thread com a tradução aqui para vocês lerem também ^^

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