Uma estreia completamente apática.
Olá meus queridos leitores! Chegamos nesta que, provavelmente, será a última postagem de primeiras impressões da Temporada de Inverno de 2022. Embora na nossa lista de animes ainda tenha a 3ª temporada de “Tagaki-san” e a 2ª de “Vanitas no Carte”, esses dois eu não terminei suas temporadas anteriores e é bom provável que eu não fale deles aqui no blog tão cedo. O que nos resta é falar de “Koroshi Ai”. É adaptação de um mangá Shoujo que eu não conhecia muito além da sinopse e bem, foi uma estreia deveras confusa, mas principalmente sem sal!
Sinopse: “Em um certo dia, Chateau, uma caçadora de recompensas contratada por uma organização de assassinos, encontrou um misterioso caçador de recompensas, Ryang-ha. Depois de ser mostrado a esmagadora diferença de poder em suas habilidades e a possibilidade de ser o fim dela, a única exigência de Ryang-ha para ela foi a troca do contato de informação. Daí em diante, os dias de perseguição de Ryang-ha à ela haviam começado. Uma estória de tensão e ação sobre um casal que tem amor por matar!“
Bom, na história de “Korishi Ai”, vamos acompanhar a Chateau que é uma caçadora de recompensas e o Ryang-ha (nominho dos infernos esse), que nos é apresentado como um assassino de alta experiência. Um dia, os dois acabam cruzando os seus caminhos, quando ambos vão atrás da mesma vitima e, por algum motivo, o Ryang-ha cria interesse romântico na outra protagonista e começa a perseguir ela, literalmente, sendo esse o pontapé inicial da história.
Posteriormente a OP, começamos a ver um pouco mais desse universo e como é o dia a dia da Chateau e algo que me incomoda um pouco nesse inicio é que eles precisam verbalizar algumas coisas do roteiro, no caso, o chefe dela (Euripedes) conversando com o Jim sobre o que poderia ter levado a personagem àquela vida de caçadora de recompensas. Por essa conversa, eles expõem que o Euripedes a aceita como funcionário em especial por o pai dele ter uma dívida com o pai dela. Sabemos também que ela tende agir sozinha, não gostando de contar com outras pessoas nas investigações e resoluções dos pedidos dos clientes. Eles também não sabem exatamente o porquê ela entrou nesse ramo por ser perigoso e “”inapropriado para uma mulher”” (outra coisa que olha, pelo amor de deus) criando assim mais um mistério ao redor da personagem.
Outra coisa interessante nesse comecinho é que estabelecem que a contratação de caçadores de recompensa e até de assassinos, está ficando recorrente e crescente no Japão, sendo que estão surgindo até mesmo empresas e companhias que fornecem esses serviços. Nos dá um indicativo da trama e acaba sendo bem útil para o contexto da história geral. Acredito que essa abordagem da crescente demanda por esse tipo de ‘trabalho’ venha a ser melhor elaborado no futuro da série, principalmente depois que os dois protagonistas “se entenderem”, por assim dizer.
E já que falei deles, é bom partir para os dois. Como eu disse lá em cima, esse episódio em si foi bem sem sal. Não é RUIM, e como tivemos “Baraou no Souretsu” nessa temporada, nada vai superar aquilo para mim. Entretanto o conjunto do episódio é muito sem graça, com pouquíssimas coisas que chamam atenção (meu destaque está lá no finalzinho e já eu falo dele) e o que acaba salvando esse episódio é a interação da Chateau com o Ryang-ha. Os dois são assassinos e por mais que o Ryang-ha realize ações incômodas, como quando ele agarra e aperta o braço dela, tem alguma coisa nesses dois que faz funcionar a sintonia entre eles. Tem dois momentos mais cômicos envolvendo ambos nesse episódio e que são muito bons. O 1º é quando ele começa a ligar para ela insistentemente e o outro é no momento que ele se aproxima da orelha dela, vê que tinha um furo de brinco e a protagonista se assusta com aquilo. Talvez pensando que ele poderia querer abrir o furo novamente. Acredito que por os dois serem assassinos e não se encaixarem nas questões éticas e morais da sociedade, isso abre margem para tornar a interação deles um pouco mais palatável.
Todo o restante do episódio acaba sendo sem graça e até confuso em diversas vezes, como na parte em que é proposto um serviço para caçar e matar o Ryang-ha. A Chateau vai ao encontro dele e o propõe “termos”. Até o momento que ele diz que quer ter um encontro com ela no Natal, porém não mostram o que seriam essas cláusulas, principalmente o motivo dela propor aquilo para ele. Quero dizer, ela ter um encontro com o personagem seria a condição para o matar? Não faz muito sentido para mim. E se não for assassinar, o que ela irá propor para ele? Esconder? Fingir que morreu? Qual é realmente a relação entre os dois? A introdução do episódio mostra o primeiro encontro dos dois, mas não apresentam uma conclusão daquilo, o que de fato a levou a fazer aquilo e como ela saiu de lá, para onde foram. Ele só a deixou ir? Não sei, não vi e provavelmente não veremos em outra oportunidade. Eu arrisco a dizer que não é um problema do original. Me soa mais como um problema de composição de série e direção, que são bem qualquer coisa vale dizer. Eu não li o mangá, não conheço nada da história, porém é o que parece.
Agora o que mais odiei no episódio tem nome: Jim. Que personagem INSUPORTÁVEL! Ele é para ser uma espécie de alívio cômico. No design dele, o personagem não tem boca, mas meu deus, que cara irritante. E para completar, o dublador do Jim pegou para incorporar os trejeitos da fala, entonação, até o sotaque das frases se tornar absolutamente irritante. Na cena que ele pega para montar a árvore de Natal e ele começa a falar de bolo, é muito chato. Só consigo pensar que no mangá isso funciona melhor pelo simples fato de que não temos a referência da voz dele.. No máximo deve ser algo chato, mas nada insuportável e tosco como é no anime. Espero que ele não tenha muitos momentos de tela, porque vai ser difícil aguentar essa criatura falando por mais 11 episódios.
Indo para o que mais funciona do episódio que são os minutos finais, mais precisamente a ending e a cena pós crédito. Como comentei, o capítulo é chato e muitas coisas ficam jogadas e perdidas, dificultando a imersão na narrativa. PORÉM a ED sozinha consegue construir um enredo próprio TÃO BEM que acaba sendo o trunfo da estreia para mim. Ela é focada puramente nos dois protagonistas quando crianças, mostrando os dois lados e ali sabemos que ambos são sozinhos e cresceram isolados, por algum motivo. São ambientes remotos e monótonos que ilustram muito bem o vazio e a solidão. A música é excelente também, que casa perfeitamente com esse ar melancólico, mas que termina com um tom mais esperançoso para ambos, tendo relação com o vindouro encontro deles, como se um viesse a ser a “luz” do outro. A ED junto com a pequena cena que vem antes do episódio terminar e a cena final, me deixam bem interessado para saber como era o passado dos dois. No episódio 2 já devem começar a explorar o lado da Chateau e algum possível trauma dela envolvendo sua família. Fiquei mais interessado nisso do que com qualquer coisa passada durante os 20 minutos anteriores.
Sobre a produção, ela é fraca e pouco expressiva. Os designs são bem qualquer coisa. Uma pena, pois no mangá são mais bonitos. Inclusive, o Ryang-ha foi quem mais sofreu com esse design do anime. Ele é bem mais chamativo e interessante no original. A direção é no máximo ok e o mesmo vale para a composição de série. “Korishi Ai” é um mangá voltado para ação e a luta que tivemos nesse capítulo foi muito mequetrefe. Fico preocupado com as próximas que vão aparecer no anime. Me incomoda bastante a iluminação usada. Os personagens praticamente brilham em ambientes mais claros e a paleta de cores é sem vida. Muito estranha mesmo. Vendo a OP e a ED, fica claro que toda a verba da produção foram para elas hahaha.
Não achei Koroshi Ai tenebroso. Tem coisas piores nessa temporada e algo me diz que o anime pode melhorar nas próximas semanas. Não é uma recomendação, mas como essa Temporada de Inverno está muito fraca, se você não tiver muitos animes para ver e quiser dar uma chance para mais algum, Koroshi pode ser que sirva para preencher essa lacuna. Não esperem muita coisa dele, que já é o bastante para torná-lo mais atrativo.
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