Uma série que vem crescendo ao longo de seus episódios.

Uma série que vem crescendo ao longo de seus episódios.

No dia 8 de Janeiro, começou a ser lançado o drama tailandês “You’re my Sky” que deve ter 12 episódios no total. De início, a obra não chamou muita minha atenção dado que tramas de esporte não são do meu gosto, porém os atores lindíssimos (critério muito importante para mim) e os comentários de uma amiga no Twitter (beijo, Karlly) me fizeram dar uma chance. Embora o começo seja morno e um pouco engessado, a narrativa vai crescendo episódio a episódio, melhorando horrores no decorrer das semanas. Então, vamos falar um pouco do conteúdo desses episódios e dar uma geral no que venho achando da série ^^.

Sinopse: “Thorn é um estudante universitário do primeiro ano que adora jogar basquete e sonha em se tornar um jogador de alto nível. Embora esteja comprometido com o sucesso, ele se reencontra com Tupfah, um ex-jogador de basquete que ele conhecia e que agora abandonou suas próprias ambições esportivas. Thorn se sente atraído por Tupfah, mas não tem certeza se deve ou não contar a Tupfah sobre seus sentimentos, temendo que isso possa causar problemas. Mas, à medida que passam mais tempo juntos, um vínculo de amizade se desenvolve enquanto Thorn tenta convencer o mais velho a voltar ao esporte – mas será que isso tudo pode acabar se transformando em amor? No entanto, seus corações – e esperanças esportivas – não são os únicos em jogo.
Aii espera ganhar uma bolsa de estudos no exterior. Para fazer isso, ele precisará garantir notas altas na faculdade. Embora ele queira ganhar uma vaga em uma universidade japonesa, ele começa a ter sua atenção voltada a um jogador de futebol com uma beleza estonteante, que ameaça desviar seu foco de seus trabalhos acadêmicos. Enquanto isso, dois corredores do time de revezamento se sentem atraídos um pelo outro – apesar do fato de um estar namorando a irmã do outro!”

Como é descrito na sinopse, a trama trabalhará com 3 núcleos, cada um formado por um casal e seus próprios dramas/conflitos. O principal entre eles são o Thorn e o Fah, seguido dos dois secundários: Sean × Aai (reizinhos) e Vee × Dome. Para falar da série de forma geral, vou segmentar o post por casais. Começando do que menos gosto, até ao meu favorito (considerando até o 7° episódio) ^^


Thorn × Fah

Não é que eu deteste o casal, só não consigo gostar do que move a trama deles. Eles dois são o ponto principal da série e os episódios acabam tendo um grande destaque neles. Deveria ser interessante, mas não é o que acontece e esse é meu maior problema com essa parte da história. O x da questão que é uma grande novela envolvendo o antigo técnico do time de basquete (meio surtado o homem) que não gosta do Thorn, acha ele “fraco” por construir uma relação de ajuda aos demais membros da equipe e até sabotou o garoto antes para que ele não fosse selecionado para o time quando era mais novo. A energia que esse técnico passa é a de um vilão um tanto caricato de novela. A direção tenta passar um ar mais sombrio vindo do homem, que ele é baixo (na forma de agir) e até teve direito a risadinha maléfica. Ou seja, o pacote completo da vilania.

Em razão disso, o Thorn fica com isso na cabeça, anos se passam e quando ele reencontra o Fah, ele vê que o garoto desistiu do basquete, estava meio desacreditado em seu futuro com o esporte e entra nessa como tentando trazer o Fah de volta para o esporte, ao mesmo tempo que tenta reconstruir o time da Faculdade. Esse treinador continua circulando ao redor da trama e ele é quem faz girar o enredo basicamente, porque o foco do pessoal vira vencer o time treinado por esse cara como uma forma de provar que o método está errado e de mostrar o contrário do pensamento/julgamento dele sobre o Thorn. Só que é TÃO CHATO! Tudo que envolve esse treinador de forma direta ou indireta fica tão maçante.

O fato de colocarem esse como ponto central e que por causa disso, muito do que eles fazem envolvem esse tema, torna esse núcleo bem desinteressante para mim. E como eu disse, o problema não é o casal em si, porque quando eles estão fazendo outras coisas ou com outros tipos de problema, eu acho muito bom (embora não ache eles muito carismáticos). Por exemplo, quando o Thorn reencontra o Fah, ele descobre que o rapaz gosta de uma garota. Esse ponto da história é interessante de ver, assim como essa resolução é muito boa. A forma que foi feita, conduzida e encerrada, é excelente. Tudo na base do diálogo. No momento que a questão com a Ing, vulgo suposto interesse romântico do Fah, é resolvida, os dois também vão conversar e passam a namorar.

Em resumo, quando Thorn e Fah estão conversando tendo seus momentos fofos, ou tendo alguma dificuldade de relacionamento, como foi abordado no episódio 7 sobre assumir o namoro (por mais que todo mundo já soubesse) ou até quando estão jogando ou treinando e não mencionam o treinador, fica bom. O problema é que grande parte desses momentos é envolvendo aquela criatura. O episódio 7 teve 1/3 com foco neles e com aquele técnico sendo mencionado para lá e para cá. É engessado, é chato e me faz perder a atenção no que está sendo passado.


Vee × Dome

O núcleo da “talaricagem” que me surpreendeu muito! Esse casal e o SeanAai estavam muito transitando entre os meus favoritos, porém depois dos episódios 6 e 7, SeanAai saiu na frente (logo mais falamos deles). Vee e o Dome praticam corrida e o Dome namora a Pan, irmã do Vee. Como o Dome não é muito confiante e tem alguns problemas de autoestima (provavelmente), o Vee entra como alguém que vai ‘ensinar a ser mais encantador’ para o guri. E o que começa como uma brincadeira e treinamento, começa a mudar e quando menos esperam, eles começam a gostar um do outro. Sempre assim, né? O erro é você achar que vai ser ‘apenas brincadeira’, sempre termina com pelo menos um apaixonado (meu namoro também começou assim) :’)

Dome tem uma carinha de que está sempre disperso, meio perdido e que não sabe o que está acontecendo, deixa ele tão fofo~

O que gosto nesse caso é que essa paixão surge de algo super não intencional e conforme o Vee vai se dando conta de aquilo que eles estão fazendo pode resultar em uma traição, ele toma a medida de se afastar e de querer fugir. É interessante como eles vão percebendo que aquela situação está começando a passar dos limites. Esse aspecto de que é uma “relação proibida” (entre muitas aspas) torna ainda mais instigante. Tal qual ThornFah, o Vee e o Dome também conversam muito. Essas conversas ao longo do episódio são o que fundamentam e dão maior sentido à relação e por mais que você pense que “Putz, ele namora a irmã do cara”, você torce bastante por eles e quer ver onde vai dar.

E não é só terminar com a Pan e passar a namorar o Vee. Tem a questão de que eles são irmãos. Ele vai terminar com ela para passar a namorar com o irmão. Isso deve pesar bastante entre o fim de um namoro e a tentativa de engrenar outro. Esse núcleo da história foi feito para ser mais lento e que bom que a staff têm isso em mente, pois em outras séries, era bem capaz de que a essa altura do campeonato, a guria já tivesse sido chifrada.

Enquanto o ThornFah e o SeanAai já estão em um relacionamento, até já aparecendo outros tipos de problema, não dá para esperar algo tão breve desses dois aqui. Ainda temos mais 5 episódios. Eu suponho que vão precisar de mais uns 2 episódios. No próximo devemos ter um conflito que imagino, vá resultar no término do Dome com a Pan para no seguinte eles passarem a conversar sobre como se sentem.

Estou bem entusiasmado para os próximos episódios. O 8º capítulo deve dar uma atenção especial para esse casal.


Sean × Aai

Agora chegamos aos donos do meu coração, os reis lindos e perfeitos, Aai e Sean! Como eu disse mais acima, o casal VeeDome e esse ficaram flutuando entre a minha predileção, porém os episódios 6 e 7 foram de suma importância para os colocar na frente de minha preferência. De início, confesso que não simpatizei muito com o casal porque assim, o Aai é uma pessoa muito focada nos estudos e eu, por experiências pessoais, tenho um ranço tremendo de quem chega perto de ‘ameaçar’ minhas notas. Odeio trabalhos em grupo, porque normalmente caía com quem atrapalhava. Eu era (e ainda sou) muito zeloso com minhas notas. Apareceu algum personagem nerd focado em estudos, eu tenho uma tendência a simpatizar bastante, da mesma forma que tendo a odiar quem atrapalha, e foi meio o que aconteceu no início desses dois.

Um pouco antes disso, o Sean entra na Universidade praticamente assumindo que gosta do Aai, para dali tempos depois, os dois acabarem tendo que fazer um trabalho em grupo. Os dois não se dão muito bem e o Aai fica preocupado com o desempenho dele, com medo de sua nota ser afetada, ainda mais que estava preocupado com conseguir uma bolsa de estudos no Japão. No dia da apresentação, o Sean se atrasa e tem todo um clima de tensão, com o guri morrendo de medo dele não chegar a tempo, pedindo para o professor deixar a dupla se apresentar por último, mandando mensagem desesperado e nada do Sean chegar, até que ele “ameaça” o Sean, eu lá: “Isso, xinga mesmo!!”. Logo depois ele chega com a perna engessada… Me senti culpado tal qual o Aai :’) .

A partir disso, o Sean continua reafirmando seu amor pelo Aai, o que vai deixando o personagem cada vez mais desconcertado (muito fofo) e fazendo ele ceder um pouco. O ponto de virada para os dois acaba sendo os episódios do 5 ao 7. No 5 temos o Aai sentindo ciúmes pelo Sean estar estudando com outras garotas. No 6º episódio, eles de fato passam a diminuir a distância no relacionamento (ou seja, eles se pegam). E no 7º os dois começam a lidar melhor em como será esse relacionamento. É importante dizer que tudo é absurdamente fundamentado na conversa ou até na falta dela. A falta de diálogo entre os dois, no começo, foi o que deu margem para o Aai tirar interpretações erradas sobre o Sean. Quando eles criam uma oportunidade para conversar, vão diminuindo essa distância, embora sempre com um certo receio do Aai por não entender como ele se sente. Até o ponto que eles passam a se relacionar realmente.

A minha cena preferida da série até aqui foi protagonizada por eles. Depois que se pegam, os dois voltam para a faculdade normalmente. O Sean acredita, numa reação mais natural, que pode criar mais aberturas para demonstrar afeto publicamente, o que deixa o Aai mais assustado e causa nele uma reação também esperada de afastar do personagem. É interessante que eles se magoam, mas que param e conversam sobre o que está incomodando os dois. A conversa, inclusive, foi sugerida por um dos amigos dos personagens. É muito no processo de tentar entender como o outro se sente, afinal, relacionamentos são vias de mão dupla. Você precisa conhecer seu parceiro, o que lhe agrada ou não e seus limites. Nisso, o Sean reconhece que de fato, estava fazendo muita pressão no Aai (primeiro namoro dele e com um homem), pede desculpas por aquilo e se abraçam. É daqueles momentos que dá um quentinho no coração. Me deixou muito feliz e até emocionado, quase no ponto de me fazer chorar (sim, sou muito emotivo para essas coisas).

LINDOS! FOFOS!! PERFEITOS!!!

São meu casal favorito até este ponto da série e provavelmente não deve mudar, a não ser que os outros dois tenham uma reviravolta grande e me surpreendam. O episódio 7 abre margem para um outro problema e fico curioso para ver como eles vão lidar com essa situação. Sigo torcendo para a série não tropeçar, principalmente com esse casal, pois os amo demais! ^^


Até meados do episódio 4, eu estava achando a série “ok” de forma geral. Não era ruim, mas sendo apenas competente no que estava se propondo. Até ali, não tinha nada que me fizesse ficar com hype para ver o próximo capítulo. Porém a partir do 5 as coisas melhoram drasticamente. Os 4 primeiros episódios eram mais focados em estabelecer os personagens e suas devidas tramas, trabalhando aos poucos esses pontos. Quando chegamos ao fim do episódio 5, essas relações estavam melhores estabelecidas, estando em um momento mais “fechado”, em que eles só precisavam agir, me deixando bem mais interessado e empolgado para o que viria a seguir.

Eu adoro os episódios 6 e 7, porque o roteiro fortalece o relacionamento dos casais através do diálogo. Eles conversam muito e isso é excelente. Há enganos, confusões, receios e até brigas. Entretanto, os problemas são resolvidos sem muita demora quando eles param e decidem que vão sentar e conversar. A conversa é uma base de qualquer relacionamento (amoroso ou não). É ótimo ver a série colocando isso na mesa, resolvendo os problemas principais com dialogos. Tem momentos lindos no episódio 7 como a do Aai e Sean que falei acima.

E falando em assumir relacionamento, acho que a primeira vez que assisto um drama BL da Tailândia e que não sinto que estou em um “mundo distópico” que as pessoas não sentem medo de assumir seus relacionamentos. As produções da Tailândia, pelo menos as que eu vi e me lembro, tendem a não tratar preconceito e homofobia quando os personagens passam a namorar. É tratado como algo normal (como deve ser), mas que nunca há um receio, medo, agressões e nem algum tipo de perseguição qualquer coisa do gênero (talvez seja como reflexo social de que “já basta isso na realidade e não quero isso na ficção?”). Enfim, acho legal abordarem isso pelo menos uma vez. Torna mais próximo da realidade que, infelizmente, é dessa forma, porém serve para desenvolver e fortalecer a relação entre os casais.


Os personagens de apoio também exercem uma função muito grande para o desenrolar dessas tramas. Não estão ali como meros enfeites, preencher espaço ou coisas do tipo. Eles ajudam os personagens centrais a se moverem com personalidade. É maravilhoso como tentam dar um espacinho para cada um mostrar um pouco de si, enriquecendo a história e o espaço que os personagens circulam. Gosto muito de como o restante do time de basquete cria toda uma situação para que o Thorn e o Fah se sintam à vontade para conversar. Os dois acham que nenhum deles sabem do namoro dos dois, tanto que parte desse episódio é sobre tentarem achar uma brecha para contar para cada um de forma individual, o que não dá certo. Mesmo assim, nenhum deles agem como se soubessem. Sabem que é um processo importante e que os dois querem contar por eles mesmos e seguem agindo normalmente, ficando felizes pelos dois quando estão felizes. Muito lindo de ver.

No demais, gosto bastante da direção da série. O diretor tem boas escolhas para a condução das cenas. Os jogos de basquete são muito bem gravados e nos momentos cotidianos, há um cuidado em tornar o clima agradável (quando precisa ser) através dos cenários e na monotonia do dia a dia. Ele tem uma escolha de ângulos boas, sabendo usar a iluminação natural dos ambientes para criar cenas lindas (coloquei uma delas em algum momento do post), tal qual as decisões critativas são ótimas em momentos dramáticos ou em que os personagens precisam tomar alguma decisão. Nessas cenas, ele se apoia também no uso de paletas de cores para transpor sentimentos. Também gosto de que nos momentos mais íntimos dos personagens, quando estão sozinhos em um quarto, a direção fica com as câmeras próximas aos rostos deles, trazendo muito desse sentimento de expor as emoções, de que estamos vendo o que eles estão sentindo, além da trilha sonora que casa perfeitamente com essas ocasiões. Tudo muito, muito, muito bom mesmo!


Concluindo, estou gostando muito de “You’re My Sky” e espero que continuem nesse ritmo. Agradeceria muito se a parte daquele técnico insuportável acabasse logo. Agradeceria muito e tornaria os episódios ainda melhores do que já acho. Provavelmente quando o drama terminar, volto para comentar os últimos 5 episódios. Deixo a minha recomendação para quem ainda não começou a assistir ^^.

1 thought on “Drama: You’re My Sky #1 à #7 – Impressões

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