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Ryuji começa a se mover e novos desdobramentos para a Saki!

Demorei, mas voltei! Hoje falarei dos episódios 4 e 5 de “Senpai wa Otokonoko”, aproveitando que ontem (15), foi exibido o 6º episódio do anime. Esses episódios apresentaram alguns desdobramentos interessantes, dado que a autora começou a dar mais destaque a explorar os outros dois personagens principais da trama: o Ryuji e a Saki!


Os 3 primeiros episódios tiveram um grande enfoque no desenvolvimento do Makoto e na maneira como ele – e os demais a sua volta – o viam, com o 3º episódio, em especial, tendo um clímax (muito emocionante, diga-se de passagem) e um encerramento de um arco ali. A história precisa caminhar e a autora não vai conseguir manter a história 100% centrada no Makoto, até porque, isso claramente não era a intenção dela, então a partir do episódio 4, a autora dá mais espaço para que vejamos as perspectivas do Ryuji e da Saki. Sendo o 4º episódio mais focado no Ryuji, enquanto que o 5º é protagonizado pela Saki.

Começando pelo episódio 4, finalmente temos o Ryuji assimilando, entendendo e assumindo para si que gosta do Makoto (vivaaaa!!!). Um passo muito importante para o personagem, já que até então, tudo que ele fazia era assistir as investidas da Saki e por não querer assumir seu amor, apenas a ajudava com isso ou não ‘entrava no caminho dela’ e agora, ele começa a refletir sobre o que ele quer fazer. Beleza, assumiu que gosta, mas e aí? Ele vai se declarar? Vai guardar só para si? Ou vai tomar algum tipo de iniciativa? São questões que ressoam no personagem ao longo do episódio.

Embora o capítulo tenha dado maior atenção ao Ryuji, ainda tivemos a autora amarrando algumas pontas, como agora que o Makoto voltou a se vestir de garota, ele voltou a chamar atenção, porém, de uma outra forma. Enquanto que anteriormente todos olhavam com um ar de desprezo e de distância, agora, todos percebem que o Makoto é como qualquer um que ali está, tanto que agora, os colegas de classe dele aparecem com rostos, uma representação bem legal para simbolizar essa mudança de visão e comportamento de cada um. E além disso, permite ao Makoto também ter interações “normais” com os colegas, especialmente entre os membros do clube (?) de basquete.

Voltando ao Ryuji, claro que para ele, esse processo de aceitação não é simplesmente da água para o vinho e mesmo ele tendo consciência do seu amor, ele não consegue não nutrir alguns sentimentos de preconceito que são nocivos para ele mesmo, como por exemplo, ele pensar que se o Makoto fosse uma garota, ele não se sentiria tão mal consigo mesmo em ver ele e a Saki (ou aquela outra garota) juntos. E nisso tudo, ainda dá para somar o lado de que para ele, se o Makoto souber dos seus sentimentos, isso irá destruir totalmente a relação que eles possuem, pois na sua concepção, não há possibilidade para que os dois possam namorar e o que acho mais triste, é que ao que tudo indica, esse pensamento não é apenas do medo do Makoto rejeitar ele, como também de uma impossibilidade dele se ver nesse relacionamento com o Makoto.

Ainda assim, é uma graça ver ele todo felizinho porque o Makoto vai dormir na casa dele – ainda que a Saki vá inclusa no pacote. Adoro muito o Ryuji, ele tem esses complexos que tornam o personagem interessante e além de todo, é um completo fofo! E bem, para a sorte dele, pelo menos o Ryuji tem sua irmã como aliada, que rapidamente sacou as coisas, no caso do irmão, há muito mais tempo, mas fez uma leitura perfeita da Saki.

A fala da Konatsu continua a ressoar na mente do Ryuji e enquanto isso, vemos um pouco do núcleo familiar da Saki que é completamente quebrado. Os pais são completamente ausentes, o avô faleceu e a única pessoa com quem ela pode contar é a sua vó. Por conta disso, ela tem uma dificuldade tremenda a criar laços muito profundos, o que por sua vez, acarreta em um problema em de fato encontrar alguém que ela consiga gostar romanticamente. Da construção da personagem pelo que vemos, há uma dificuldade em criar conexões muito profundas, isso para amizades como para romances (esse último principalmente).

No que tange amizade, a Saki tem um “problema” (não sei se dá para considerar como um problema) em que ela não consegue fazer uma distinção entre as pessoas e portanto, trata todo mundo igual. Ela é simpática e tenta ser amiga de todo mundo a medida do possível, porém, certas amizades não veem isso com bons olhos, porque chega um ponto que a acusam de soar como falsa, ou distante, ou meio superficial na maneira como se constitui essas amizades. Enquanto que do lado romântico, é o aspecto mais interessante, pois ela busca por um amor, mas não consegue chegar lá com ninguém. Quando ela encontra o Makoto pela primeira vez, ela acha que finalmente ele será essa pessoa, porém, com o passar do tempo, o que ela percebe é que, na verdade, ela está tentando se convencer desse amor, na tentativa de que se ela repetir várias vezes (ora para si, ora em voz alta para os outros), isso de fato se concretizará.

Reforço o quanto eu gosto da relação de amizade e companheirismo que há entre o trio de personagens, porque mesmo havendo um ‘confronto’ entre o Ryuji e a Saki gostarem da mesma pessoa, eles se ajudam mutuamente quando um precisa do outro. Esse triângulo amoroso em nada interfere na amizade que foi construída entre eles e na verdade, mais do que o interesse romântico, a amizade sempre vem primeiro. Quando a Saki começa a chorar de desespero quando o Ryuji pergunta se ela gosta do Makoto, a maior preocupação do Ryuji é que ela se recomponha enquanto ele enrola o Makoto, além de uma relação respeitosa entre todos, já que posteriormente, o Ryuji deixa aberto para que se ela queira conversar sobre o assunto, ele estará lá para ouvir, mas se ela não quiser, tudo bem e até pode fazer como se nada tivesse acontecido.

A aproximação entre o Ryuji e a Saki vai soar aos olhos do Makoto como se os dois tivessem namorando. Um recurso de roteiro (mais para comédia nesse caso), claro, mas a autora precisa dar esse ar meio (respira) panaca/lerdo para o personagem (com todo respeito), o que por sua vez, vai causar no Ryuji uma ação mais “”ousada””, considerando tudo que o personagem fez até aqui, ou seja, nada 🙂

Já no segmento final do episódio, temos a conversa entre a Saki e o Makoto, em que ela afirma que não irá mais gostar dele, dado que no que ela constatou, tendo em vista a forma com a qual o Ryuji se sente, ela não pode chamar o que sente de amor. O que percebo, com relação a forma dela de agir com amigas, creio que seja um modo de defesa para que ela não fique sozinha, como é na família. Tentar não desagradar ninguém para manter todos pertos e não machucar ninguém. No campo do amor, devemos ter desdobramentos interessantes, porque a desistência anunciada ao Makoto não vai chegar exatamente bem nele, não que nesse ponto da narrativa ele goste dela efetivamente, mas por soar muito repentino, e quem também não deve simplesmente ficar quieto nisso tudo é o Ryuji, que deve agir para que ela lide melhor com seus sentimentos, principalmente porque não é apenas uma desistência no amor, mas também um afastamento entre a amizade que eles construíram, o que é absolutamente precioso para eles.

O episódio 4 foi divertido em essência, enquanto que o 5º foi um episódio bem interessante em termos de construção e aprofundamento de personagem. Creio que no episódio 6 (que eu ainda não vi) ou no 7, teremos mais um clímax e deve ser bem dramático, então preparemos os lencinhos ^^

Não prometo nada, mas é provável que daqui alguns episódios eu devo voltar para comentar mais algum(ns) episódio(s), então fiquem de olho!

Gostaria de dizer que essa informação de que o que diferencia baleias e golfinhos é SÓ o tamanho não é tão verdade (é um fator, mas não o único)! Só isso mesmo ^^

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