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Apenas um (ex-)Yakuza dono de casa ^^

“Gokushufudou” é um mangá que antes da adaptação em anime já era popular dentro de uma bolha e depois do anime, mesmo sendo um completo desastre em execução, seu alcance pelo menos se expandiu para outros públicos. O mangá foi anunciado no Brasil pela Panini Maio de 2023 e começou a ser publicado dois meses depois, em Julho.

“Gokushufudou – Tatsu Imortal” (極主夫道) é um mangá escrito e ilustrado pelo Kousuke Oono. A obra está em publicação desde Fevereiro de 2018 no Japão na revista Kurage Bunch (Seinen), da editora Shinchosha. A obra está em andamento com 15 volumes e segue em andamento. A obra também teve adaptação em anime, as 2 temporadas estão disponíveis na Netflix 🙂

Sinopse: “O mais sinistro yakuza de todos deixou várias lendas no submundo. Seu nome era Tatsu, o imortal. Ele cortou relações com o mundo do crime e escolheu ser um dono de casa em tempo integral!
A comédia yakuza aconchegante acaba de começar!”


  • História e Desenvolvimento

Conforme dito na sinopse, Tatsu era um Yakuza muito temido conhecido como “o imortal” e que no entanto, abandonou essa vida para se tornar dono de casa em tempo integral, então o que vemos no mangá é nada mais nada menos que o cotidiano dele cuidando da casa, fazendo compras, cuidando da limpeza, almoço e jantar, enquanto sua amada esposa vai trabalhar.

Eu tenho uma relação especial/carinhosa com “Gokushufudou” por dois motivos em especial, o primeiro é porque meu ex-namorado gosta (ou pelo menos gostava) bastante do mangá e vez ou outra me mandava algum print de quadros da obra, a gente terminou tem quase um ano, mas lembro disso com carinho; e o 2º motivo foi que na época que comprei o volume 1, eu entrei no estande da Panini e resolvi comprar só ele, queria um outro mangá, mas acabou que não tinha lá. A Panini estava com uma promoção de que se você fizesse compras de a partir de R$ 150,00 (ou era R$ 180,00), você ganhava um avental personalizado da série e no entanto, a moça que me atendeu no caixa me deu o avental, porque sim. Ela virou para mim e disse “Vou te dar o avental”. A querida nunca vai ler esse post (eu acho), mas saiba que agradeço muito até hoje 🥹

Algo que gosto muito na obra logo de cara é a “inversão de papéis” dentro daquilo que a sociedade estabelece como o esperado/comum/ideal, ao invés da esposa ser a ~do lar~, que cuida e zela pelo lar, é o marido que é e não o bastante, é ele que fica em casa, enquanto ela que sai para trabalhar e “prover o sustento do lar”.

O Tatsu tem uma cara invocada e por isso, frequentemente causa medo nas pessoas, o que o autor usa para criar momentos de comédia ao longo do volume e até mesmo cenas de ação e violência são usadas para criar cenas que são absolutamente geniais! Em um dos capítulos, um dos membros mais jovens do antigo grupo do qual o Tatsu fazia parte o encontra e ele o leva para uma aula de culinária doméstica com outras donas de casa. O Tatsu consegue enrolar ele sem que ele nem perceba e quando dá por si, está aprendendo a fazer croquetes de queijo, até que o Tatsu diz que “violência não protege o que é importante” e diz que virou dono de casa em tempo integral, o garoto fica irritado e derruba o prato com os croquetes, eis que então o Tatsu dá-lhe um tabefe na cara para que ele aprenda. É um momento incrível, tanto em comédia, como na composição das páginas.

O 1º volume tem 9 capítulos + 3 extras e cada um deles tem uma situação cotidiana vivenciada pelo Tatsu e que envolve algum trabalho doméstico. Eu narrei no parágrafo anterior mais ou menos o que acontece em um dos capítulos e o que acho divertido é que o Tatus fica tão envolvido no que ele está fazendo (cozinhando, lavando, comprando…) que quem quer que seja que esteja atrás dele (por motivos diversos) acaba fazendo o que o Tatsu está fazendo por osmose. A exemplo do capítulo maravilhoso em que caras de uma gangue rival veem o Tatsu, começam a perseguir ele e acabam fazendo compras em uma liquidação que termina com um desses caras chorando de emoção. Como deu para ver, os capítulos começam com algo comum e vão escalando para algo mais absurdo – e comédia do absurdo é sempre algo que me agrada bastante -, então as situações vão desde algo simples como limpar a casa, a até membros de outras gangues tentando perseguir ele para matá-lo.

Outra questão que muito me agrada no mangá é a relação do Tatsu com a esposa dele, chamada Miku. Ele é bem fofo e atencioso com ela, sempre se preocupando e tentando fazer o melhor do jeito dele, o que por vezes acaba saindo um tanto exagerado, especialmente por causa das tradições ligadas à Yakuza, mas tem lá seu fundo de adorável nisso tudo.

Como o Tatsu tem aquela cara invocada, meio vilanesca, acaba causando medo nas ‘pessoas comuns’ e para o azar delas (e diversão do leitor) o Tatsu é muito descompensado. Ele encara as situações que ele se mete (ou que metem ele) de uma forma muito doida, como quando pegam uma tábua que ele carregava nos braços, batem na cabeça dele e o pensamento dele é que aquela é uma boa madeira hahahahaha. Se eu tivesse que destacar uma tristeza com essa edição é esse título, que não diz muito sobre a obra em si, prefiro a adaptação que foi feita, por exemplo, na Espanha e Argentina, que seria algo como “Gokushufudou – Yakuza Dono de Casa”, que traduz perfeitamente o mangá.

Esse volume acabou por ser uma experiência ótima de leitura. Um mangá muito divertido e com ótimas sacadas de comédia pelo autor. A minha grande questão, porém, é saber se o mangá se sustentará por tanto tempo. Não digo até o 9º ou 10º volume, mas ter 15 já e ainda estar em andamento, eu não sei se o autor consegue manter o mesmo fôlego que ele demonstrou nesse começo da história (se alguém leu até mais próximo dos volumes recentes e quiser contar, fique a vontade), fato é que por ser um mangá muito longo, sem condições de eu manter, então mesmo que eu quisesse continuar, dificilmente poderia.

E lembre-se…

  • A Edição Nacional

“Gokushufudou – Tatsu Imortal” está sendo publicado no formato 13,7 x 20 cm, tem capa cartonada com detalhes em pantone dourado (cor especial), miolo impresso no papel off-white (sem páginas coloridas) e média de 170 páginas por volume. O volume #1 foi lançado por R$ 36,90 e a partir do volume #7 passou a custar R$ 39,90. O volume 1 incluiu marca página de brinde. Abaixo vocês veem o vídeo mostrando a edição nacional:


  • Conclusão

O 1º volume de “Gokushufudou – Tatsu Imortal” foi uma experiência ótima, tanto pela compra em si como pela leitura completamente divertida! É uma leitura bem tranquila, que flui muito bem e que quando menos espera, você já está no final do volume. Baseado nesse volume, recomendo bastante a leitura, mas é aquilo, ponderar sobre tamanho da obra, questão de preço…, mas acho que vale a pena conhecer, pelo menos.


  • Ficha Técnica
  • Título original: Gokushufudou (極主夫道)
  • Título nacional: Gokushufudou – Tatsu Imortal
  • Autor: Kousuke Oono
  • Serialização no Japão: Kurage Bunch
  • Editora japonesa: Shinchosha
  • Editora nacional: Panini
  • Quantidade de volumes: Em andamento com 15 volumes
  • Formato: 13,7 x 20 cm
  • Quantidade de páginas: 170 aproximadamente
  • Papel: Off-white
  • Preço de capa: R$ 36,90 (1 ao 6)/R$ 39,90 (7 em diante)
  • Compre em: Amazon/Loja Panini

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