A curiosidade sobre o que seria o anime, foi maior do que a satisfação de ter assistido ele.
SINOPSE: No mundo onde o conceito de música deixa de existir, Echo encontra uma garota misteriosa que possui ligações com o “ritmo”. Agora eles devem lutar para salvar o mundo de sua destruição no ritmo da batida.
Mais um post de primeiras impressões, e mais um colaborativo. Eu e o Alê conversamos um pouco sobre as nossas percepções sobre o anime. Como padrão, são textos mais informais, sem o conceito de avaliar algo e sim um papo entre dois amigos que assistiram a mesma coisa. Fiquem com a nossa conversa.
RUB: Alê, pensei que seria um anime musical, só que não foi conforme o esperado. Primeiro de tudo, temos um mundo em ruínas??? (não fica claro o ataque final que destruiu o mundo, mas parecia uma bomba nuclear que destruir o conceito de música??), Deixou aquela região em que eles estão inabitada. A ambientação, nesse começo, está EXCELENTE. O local cheio de entulhos, com MONTANHAS e MONTANHAS de lixos e eletrônicos com defeitos. Ao que dá para notar, aquela cidade especifica vive da reciclagem que fazem no aterro imenso que eles têm. Até são treinados pelo prefeito a aceitarem a realidade que eles vivem como a única possível para sobrevivência. Na parte de imersão e contexto, muito bom. O que eu não curti de cara foi o protagonista. Não tenho nenhum problema com ele em especifico. Ele é carismático e gentil, padrão personagem principal de anime. Só não fui com a cara dele. Talvez foi a voz, o jeito de agir…não sei ao certo. Só não me desceu ele nesse primeiro momento (vai que eu mude de ideia no decorrer da temporada).
ALÊ: Eu pensei exatamente isso hahaha. Eu não costumo ler a sinopse e o que eu sabia do anime é que ele teria música. Então eu fui esperando um anime musical. No fim das contas, não foi bem isso que o anime apresentou. Eu acho que parte daquela explosão tem a ver com os tais Players que o prefeito teme. O que gosto e desgosto (de uma forma positiva), é essa apresentação caótica da cidade. Ali é um grande lixão, com entulhos chegando de diversas cidades, muito provavelmente. O que gosto ali é de como introduzem o prefeito. O papel dele e o conformismo do povo com o que se passa na cidade. O prefeito sendo o líder que aliena o povo a se conformar que ali é o lugar deles, que eles tem que trabalhar e que irão morrer ali. Esse é o cotidiano dos habitantes. Eu gosto, ainda mais vindo no primeiro episódio do anime, e que pode trabalhar com algumas críticas sociais muito interessantes. O protagonista é bem como você falou. Não me prendi à ele, mas não tenho nada contra. Gosto da dualidade de sentimentos que ele tem no episódio entre “quero sair daqui para ver o mundo” e “esse é o meu lugar”. Foi o que mais se destacou nele para mim.
RUB: Nesse dualismo dele, realmente foi o que se destacou. Serviu até de gatilho para a batalha final. Mas voltando um pouco, temos o Echo encontrando a Muse (não lembro se é assim o nome dela) e sendo aquele tradicional encontro predestinado, com direito a amnésia e piadinhas com “buracos”. Agora a guria eu gostei. Ela é bem mais chamativa do que o Echo. Nem falo pelo design, e sim pela personalidade. Só que o mistério de quem é ela e como se transformou na Player vai ficar para depois. Mostra que ela tem reflexos e consegue ter alguma habilidade em lutar, tendo skill de agilidade. Por enquanto, é o que temos de informação dela. A interação dos dois foi boa, mas nada que seja um máximo. E a parte que eu mais gosto dessa primeira parte, é da dicotomia entra dupla principal. Ela é bem mais explosiva e não aceita ordens muito bem. Enquanto ele, acata tudo que é mandado, se contentando com o pouco que recebe diariamente. Até acho interessante ele ter a curiosidade de como funciona as coisas, aprendendo a como consertar os eletrônicos e armas(???) para serem usadas no combate. Ele vai ter a função de mecânico da party.
ALÊ: A garota foi o ponto forte no episódio. Eu, de forma geral, gosto bastante de personagens com personalidade forte (tudo o que eu queria ser, mas não sou hahah). Gosto de quem enfrenta problemas, questiona, desacata se for necessário. E na situação aqui, ela faz isso com ele. Traz essa dualidade interna dele para a superfície. Essa parte dele querer aprender é bem interessante, mas me incomodou um pouco o aparelho que construiu parecer algo novinho em folha, considerando que ele está em um lixão. O aparelho (robô/caixa de som) parece ter sido comprado como novo, nenhum arranhão, marca ou sujeira.
RUB: Verdade. Não tinha reparado. Revendo aqui, o mecha deles é sem arranhão algum. Estranho. Só que eu quero falar das coisas ruins Alê. Porque, mesmo tendo elogios para algumas coisas do anime, eu tenho umas criticas também. Se for para dizer um conceito, eu diria que o anime foi mediano para baixo. Primeiro, a familiaridade do roteiro. Já perdi as contas de quantos animes que eu já vi, com esse EXATO começo. Protagonista comum encontra uma mulher (ou garota, na maioria das vezes) desacordada no meio do nada (com alguma habilidade especial). Sem memorias, ela incentiva o protagonista em busca de aventura. Eu posso dizer, tranquilamente, uns cinquenta animes com mesmo plot. O problema não é ser mais do mesmo em si, e sim não ter alguma novidade ou ter o seu diferencial. O que puxa para uma outra parada que não gostei: a falta de coragem. O anime ficou no seguro o tempo todo. Não tentou algo diferente em um roteiro batido. A direção é bem medíocre em dar um dinamismo nas cenas de ação e apelar para o mecha como salvação final, deixou as coisas não serem interessantes . Esse ultimo item é mais problema meu, já que é mais um anime de mecha, com a mesma vibe de tantos outros, dá aquela desanimada bonita d continuar a assistir. Não consegui gostar do design do mecha e dos “sem-ouvido”. Não curti a luta. Todo o segmento final foi o que eu mais reprovei desse episódio
ALÊ: “Chobits” é você? Hahaha. Realmente, têm vários com esse começo. Eu não assisti muitos animes e se já tiver visto vários com esse começo, eu não me lembro haha. Mas eu também não gostei disso. Adorei as ideias discutidas aqui e ali, mas não arriscaram a tentar trazer algo diferente. A direção foi bem “meh”. Na luta então, nem se fala. O que termina de ferrar naquela luta é a própria MAPPA que tá uma coisa bem complicada. Estão segurando as coisas nesses últimos animes, mas estou sempre com aquele receio com os novos animes deles. E eu estava com um puta pressentimento que esse anime iria ser ruim ou que ficaria ao longo dos episódios. Não digo que o anime foi ruim em um todo como eu esperava, mas teve coisas que olha, foram além do que minha suspensão de descrença aguenta. A cena super clichê que o protagonista iria morrer, ele filosofou durante meia hora, deu tempo de ver toda a vida dele, da garota chegar e PIOR…quando ela chegou, estava se movendo rápido e as coisas ao redor em câmera lenta… Foi tenso aquilo. Mas né, super previsível.
RUB: Chega no momento em que os clichês tem que ser muito bem feitos, porque senão, vem o tédio rapidinho para nos ‘acompanhar’ em assistir o anime. E concordo contigo que o mundo é muito mais interessante que ver um robô batendo em alguns bichos aleatórios. Toda a mistica do universo e de como o mundo foi parar daquela é formidável. Uma pena que não foi suficiente para me prender e ficar interessado pelo próximo episódio. Vou continuar vendo? Sim. Só que com menos expectativa do que eu já estava antes. O anime não foi do jeito que esperávamos, e ainda sim, não conseguiu corresponder.
ALÊ: Sim, eu AMO clichê, mas ele tem que ser bem usado e bom o suficiente para me entreter. O que ainda me chama atenção nesse anime são alguns dos mistérios que ele trouxe. Os próprios “Sem-Ouvidos” me interessam razoavelmente, a garota e outros também. Mas aquele final, olha, nada animador. O clichê do clichê do tipo de anime que não me atrai… Vou continuar vendo, mas sem nenhuma expectativa. Esse começo de temporada foi difícil para achar algo que me atraiu e me prendeu de fato. Vamos torcer que melhore.
Então pessoal, se formos indicar ou se recomendamos o anime, é meio que indefinido. Muitos dos nossos comentários são de coisas que detestamos por ser muito parecido com outros animes que assistimos. Então, vai de cada um. Achamos o começo do anime bem meia boca. Só que pode ser que você não se importe e ache bom o anime. Falaria para você ver o primeiro episódio, só para ver se vai ser tua vibe. Qualquer coisa, se não gostar, dropa que é sem problemas. Duvido muito ele ficar muito diferente do que já mostrou.
Acho que Listeners vai ser um novo No Guns Life: tem tudo pra ser promissor, mas vai estar sempre no quase.