Quando a criatividade sobressai, a qualidade sempre vem.
Atualização dia 25/06/2020: já fizemos a review do anime, a quem interessar, é só ir neste link ^^.
SINOPSE: “Durante um desabafo sincero escutado por um diretor de um programa rádio após seu término de namoro, Minare Koda é convidada a ser radialista de um programa de conselhos amorosos e pessoais.”
Até que enfim algo bom nessa temporada
Eu estava totalmente desanimado com esse começo de temporada de animes de abril 2020. Tinha assistido 6 estreias e nenhuma delas chamou minha atenção. No máximo, dos animes vistos, apenas um considerei mediano (que foi justamente o que eu achei que seria um dos piores da temporada). Os demais, é de medíocre para baixo. Já estava dando como perdido essa temporada, só esperando o começo da terceira temporada de Oregairu, e finalmente temos uma estreia que eu possa falar que foi realmente boa.
Como a sinopse já diz, o anime foca em uma mulher, com seus 20 poucos anos, encarando uma mudança de profissional (e de vida) radical. Ela se ver agora em uma situação em ter que dar conselhos à pessoas estranhas em um programa de rádio local, com direito a cenários cênicos e a dramatização. A Minare tem que interpretar, no melhor estilo RPG, ao mesmo tempo que deve aconselhar os ouvintes nos mais variados problemas do cotidiano de uma vida urbana.
Sério, eu não cogitava que iria me divertir tanto assistindo esse anime. A comédia está perfeita. Diferente de outra estreia, Kakushigoto (primeiras impressões aqui), que acredita que contar o maior número de piadas por segundo é sinônimo de comédia e que a graça se perde pelo ritmo alucinado/atropelado feito pelo roteiro, aqui temos uma condução das ‘sketches’ MARAVILHOSA. Temos um respiro entre as piadas para rir e absorver que está acontecendo, a inventividade durante a narração do conto durante o programa, a edição, o timing, a direção, e é obvio, a comédia escrachada da vida de um adulto elevou essa adaptação a outro patamar.
O que eu gosto de uma comédia é sua imprevisibilidade. No momento em que eu sei aonde a piada termina, toda a graça é perdida e passa a ser um saco assistir algo que tem a finalidade de me fazer rir na maior parte do tempo. Enquanto Kakushigoto se encaixa na afirmação anterior em não conseguir me arrancar nenhuma risada que seja, nos primeiros 30 segundos de Nami Yo Kiitekure, já estava soltando gargalhadas com os absurdos que estavam acontecendo na tela. NUNCA que iria imaginar que ela “estaria” fazendo um programa de rádio na frente de um urso. Só que a partir daqui a cena vai escalonando de tal forma, que fica surreal as ações dela tentando ler, ao que parece, um e-mail pedindo dicas do que fazer a ela no MEIO de uma floresta esquisita. É bizarro, inusitado e CÔMICO para um caralho. Como o espectador é pego de surpresa, tudo começa a fluir de forma harmoniosa porque é impossível prever como aquilo vai terminar. Nem mesmo quando descobrimos que ela está na verdade dentro de uma estação de rádio e que tudo ali era uma representação visual do que ela está contado em cima de um script, fica ruim ou perde o fôlego inicial. Todas as piadas engatam, de forma natural, uma após outra, sem causar estranheza alguma para quem ver. Muito vem do carisma imediato da nossa protagonista.
A Minare praticamente leva esse primeiro episódio nas costas. Além de uma tagarela dos infernos, ela é espontânea e sincera (até demais). Ela é daquelas que encontra um estranho na rua e já começa a falar dos problemas pessoais na maior casualidade, sem cerimônias. Praticamente faz um relatório de como foi seu dia e quais as pessoas que ela detesta, porém é obrigada a conviver por causa do trabalho ou familia. Suas desilusões e seus desabafos foram por causa de um término MAL RESOLVIDO? (QUEM NUNCA!?) Sim, mas é isso que é sua força motriz. Ela está tão desacreditada com a vida, que suas frustrações e reações que acontecem depois do rompimento SÃO HILÁRIAS. Ela tenta fugir e ignorar o sofrimento, mas não consegue. Tenta se distrair assistindo um filme, porém tudo remete a dor e angústia. Ela desabafa com os clientes e fala até os segredos do chefe do antigo trabalho graças a sua carência momentânea. Todas as cenas são interligadas, dando um continuísmo a história que é muito bem-vindo. Já virou a minha personagem favorita no monologo inicial.
Nos quesitos mais técnicos, além da direção foda que apresentou na estreia, a animação e a fotografia estão espetaculares. Não é comum termos esse tipo de esmero em um anime de comédia (normalmente a pouco investimento e aposta em anime do gênero). Tivemos vários sakugas (o povo que adora essa porra vai pirar nos gifs compartilhados por aí) e com uma duração LONGA. É difícil ver um anime de ação ter essa animação toda, imagina um de comédia. A trilha sonora foi eficiente e contribuiu para potencializar a parte cômica da maioria das cenas. E dou destaque para a dubladora da Minare que fez um puta trabalho, destacando ainda mais a personalidade da protagonista.
Valeu a pena?
Até o dia que estou escrevendo esse post (04/04/2020), sem sombra de dúvidas que Nami Yo Kiitekure foi a melhor estreia até agora. Como é anime de comédia e humor vai de cada um, recomendo a pelo menos assistir esse episódio e ver se as piadas são do seu gosto. Se eu tiver que fazer alguma ressalva, seria no sentido do anime poder cair nas repetições das piadas. Torço para que não aconteça e não deixem a peteca cair. Vai depender, E MUITO, da criatividade do autor em trabalhar esse tema das mais diferentes abordagens. Em resumo, é um anime que aposto nessa temporada.
2 thoughts on “Nami Yo Kiitekure #1 – Primeiras Impressões”