Moriarty está dormindo no ponto!!!

Moriarty está dormindo no ponto!!!

Encerramento de arco e vamos as considerações finais dele. O que posso dizer aqui de início que valores (não referente à dinheiro) estão sendo novamente discutidos. A direção desse episódio me saltou os olhos (novidade, rs) e vilões são idiotas!


Eu começo essa postagem como? Elogiando a direção e produção. Mas de uma forma um pouco diferente, porque não sei se foi só agora que eu reparei nisso, ou se esse episódio essencialmente estava mais atendo aos detalhes e te dar dicas do caso. Por exemplo, no começo do episódio, eles te mostram os rastros das carruagens sem dar grandes detalhes ou indício concreto do porquê o Sherlock ter ficado interessado nas marcas. Mais à frente é justificado que um desses rastros era de uma carruagem menor. E uma outra cena que eu achei maravilhosa é que enquanto o Sherlock conversava com o John sobre quem seria o culpado do assassinato, a câmera vai mostrando a janela da carruagem e aos poucos vai apresentando a sombra de quem está conduzindo que era o Hope, vulgo o assassino. Quando eu notei achei maravilhoso! Se realmente a direção estiver mais afiada nesse episódio, acredito que seja graças ao diretor de episódio que, até o momento presente dessa postagem, não consegui encontrar informações de quem foi o responsável do episódio.

Outra coisa que merece destaque é a produção no todo. Se vocês repararem, a produção de Yuukoku no Moriarty aposta no seguro. Você não tem “grandes destaques” de animação, os ditos sakugas. Eles preferiram apostar em algo que não exigisse tanto, mas que conseguissem elaborar mais seus designs e trabalhar de uma outra maneira. E essa produção mais “simples”, muitas vezes consegue ser muito expressiva. Esse episódio mesmo, o ambiente dele era todo “sombrio”. As cores eram mais frias e carregadas e mais escuro que os episódios anteriores. A direção sabe usar desses recursos visuais para contar mais da narrativa. Quem acompanha desde o começo as postagens, deve se lembrar que comentei de como AMO os closes de rosto e em olhos. Tanto é que boa parte das thumbs das postagens são com os rostos dos personagens muito próximos – essa postagem também deve seguir esse modelo. É notório como a produção usa e tem todo um cuidado com esse recurso, sobretudo com os olhos, porque expressões faciais contam MUITO do que as personagens estão sentindo. E o estilo narrativo de Moriarty precisa muito disso, afinal eles estão lidando com o constante sentimento de angústia e revolta de um povo que é abusado por nobres, assim como nobres que de certa forma se excitam com o sofrimento da grande massa pobre. Vira e mexe tem algum close em rosto e olho e que se tem cuidado. Os filtros que usam nos olhos para deixar mais bonito e vivo (é importante), deixando perfeito a composição. A ambientação e o jogo de cores da animação também é muito boa. Aquela cena com os corvos observando o o Sherlock, John e o Hope (primeira imagem desse post) é excelente! Os olhos vermelhos vendo a construção daquilo tudo é espetacular!

Olhos podem passar muitas emoções…

E é legal como a base da estrutura da obra sempre se repete: alguém é abusado ou tem algum ente querido morto, assassinado ou espancado por algum nobre, o Moriarty descobre, chega até essa pessoa de alguma forma e ele com seu grupo entram em ação para dar fim ao dito sujeito. Essa base foi apresentada até aqui em todos esses arcos e deve seguir acontecendo até determinado ponto da série, mas sempre é acrescentado algo nessa base que incrementa e torna sempre muito atrativo/instigante saber o que irá acontecer ou em que situação os personagens estavam inseridos, descobrir como será o desenrolar e o desfecho. Além disso ainda tem o fator de que sempre exploram alguma faceta da alta burguesia (ou até classes mais baixas) e de como eles fazem N absurdos, tudo para que você entenda o nível daquela realidade – que com toda certeza é muito pior do que é mostrado – e quem está assistindo compre o que o Moriarty está pregando e defende.

Falando nisso, esse episódio trouxe de volta a ideia de que: “Olha, nobres são um bando de filhos da puta, então odeie eles” (errados não estão!). Então temos mais uma situação em que um desgraçado usa seu dinheiro e sua influência, para mover os pauzinhos e acobertar seus crimes. Ainda tem a questão de que naquela realidade sequer se importam com o que os pobres sentem/são tratados. Se considerarmos a realidade de uma parcela de pessoas morando na ruas, ou em países pobres (roubados por países desenvolvidos), não é muito diferente. Mudam-se alguns dos motivos, mas no fim ainda é a mesma coisa, afinal um morador de rua e nada para uma parcela da população são a mesma coisa. “Está lá porque quer, porque escolheu isso.” (já ouvi isso do meu pai) -__-

Mas é bobinho coitado, rs.

Tenho que dizer que a cena em que o Hope encontra a Lucy – esposa dele -, amarrada e toda espancada, cheia de hematomas e morta foi espetacular. É uma cena rápida, porém muito impactante. O céu tradicionalmente avermelhado e ela amarrada me remeteu muito quando fazem aquelas estátuas religiosas, que geralmente se vê elas na frente de vitrais fazendo iluminação colorida. Fora isso ainda tivemos o retorno do tom “sério” da narrativa. Como comentei anteriormente, o episódio foi quase todo trabalhado com tons mais escuros e a comédia foi muito reduzida, se não foi cortada completamente. Acredito que daqui para frente, voltarão a cortar essas cenas mais humoradas do mangá 🙂

Há outros dois aspectos que mais me chamaram mais atenção nesse episódio. O primeiro é que o Hope fala de entregar sua vida ao seu benfeitor – Moriarty. O @japonesco comentou comigo em uma das postagens e eu tenho uma vaga lembrança de ter falado sobre o assunto em algum dos posts. No crime que acontece no episódio 4 com a negligência médica e a “toranja assassina”, os dois personagens envolvidos dizem entregar suas vidas ao Moriarty, então qualquer coisa que ele venha precisar, ambos podem entrar em cena, incluindo arriscar suas integridades pelo benfeitor. Assim como aconteceu nesse capítulo da história e nesse episódio, eu acredito que as mesmas palavras serão ditas novamente por outras personagens. Creio veemente também que esses personagens voltarão em algum momento futuro oportuno para cumprir alguma tarefa designada à eles.

E o segundo ‘grande’ aspecto é a ideia de valores e ideais que foram, de certa forma, questionados e colocados na mesa. A 2ª parte do ato deste episódio foi um teste para saber até onde o senhor Sherlock Holmes iria para conseguir informações do grande mandante por de trás daquilo tudo. Na situação eu “sabia” que ele não iria atirar no Hope, entretanto estava interessado em saber qual era o interesse do Moriarty com aquilo tudo e claro, como o nosso ‘herói’ iria se comportar diante da situação. E bem, como era de se esperar, ele não atirou no Hope. Ele avalia como sendo mais interessante desvendar o mistério por conta própria e algo me diz que ele saberá que é o Sherlock muito em breve.

Do outro lado gostei do Fred e do grupo por terem a noção de que eles são diferentes do Sherlock, pois ao contrário dele, eles fazem qualquer coisa para alcançar seus objetivos. A frase do Moriarty “Além disso, ele será nosso protagonista que iluminará as trevas deste mundo.” me deixou bem intrigado, já que ele prega como sendo o que trará a luz para aquela sociedade obscura. Talvez represente que ele tenha noção de que é visto como o grande vilão da história, afinal ele ainda está cometendo crimes para dar “justiça” à terceiros e diz que o Sherlock é o mocinho. Então o Moriarty e seus aliados são os vilões que trazem as trevas à Inglaterra e o Sherlock será o mocinho responsável por iluminar o país?!

Por fim, mas não menos importante, não posso deixar de expressar minha revolta com os vilões. Essas criaturas ao invés de se livrar logo dos heróis, deixa-os vivos. Acha que é divertido, um entretenimento e quando menos se espera, os planos começam a dar errado e poof, morre :). Eu sempre tive uma tendência a gostar mais de vilões. Desde a minha infância eu via os desenhos e amava o vilão ou o anti-herói. Achava eles bem mais interessantes do que os protagonistas, e consequentes benfeitores de tudo… Moriarty, não seja bobinho pelo amor de Madokinha ^^


Bom, no demais é isso. Estou tentando focar mais no geral e em pontos narrativos que despertam minha atenção do que nos casos em si, já que a estrutura é a mesma. O lado bom é que Moriarty sempre traz algo novo para a roda, então rende bastante discussão ^^

Essa postagem era para ter sido lançada no meu aniversário (24/12), mas não deu. Então está saindo só hoje mesmo hahaha. Sigo com a meta de finalizar os comentários da animação até 31 de dezembro, então vamos lá que agora falta bem pouco!

Até que é bonitinho, porém ainda prefiro o Moriarty ~^w^~
Sorrisinho do moço não pode faltar!

4 thoughts on “Yuukoku no Moriarty (Moriarty the Patriot/Moriarty: O Patriota) #9 – Impressões

  1. Primeiramente: Albert e Watson > os outros

    Segundamente, gostei muito da forma como foi retratada a “dicotomia” do Holmes (não é o termo correto, mas vai ele mesmo), pois, embora ele seja um consultor criminal, ele não faz aquilo por ser uma pessoa boazinha e altruísta, e sim pelo puro prazer de resolver um mistério (isso será especialmente retratado nos próximos episódios). É praticamente o mesmo caso do L (embora até hj tenha fã de DN que acha que ele era um herói e ponto, sendo que ele era super egoísta e tava ali só pela satisfação do jogo de gato e rato que ele fazia com o Light). Mostra que a história leva a sério essa coisa de nada ser preto no branco, que certas atitudes dos personagens são bem controversas e que muitas vezes depende do ponto de vista (embora eu não reclame nem um pouco quando o Moriarty f*de um nobre).

    No mais, excelente análise (como sempre).

    1. Eu gosto muito dessa abordagem, porque é muito palpável com a realidade. Ninguém é Santo e por vezes, todos comentem erros e agem de acordo com o que lhes convém.

      Completamente à favor de Moriarty ferrar com nobres hahahaha.

      Já estou animado com o próximo (e último) arco da obra. Estou animado para o que será abordado, só sei que envolve um trem.

  2. Mais uma excelente análise, Alê 🙂
    Gosto de ler suas review por que sempre encontro um elemento a mais para a compreensão do que vi no anime, e aqui você nos entregou tantos detalhes que passaram despercebidos por mim.
    Gosto disso, porque quando eu fizer uma revisão, estarei mais atento.

    É exatamente isso, embora o anime não tenham grandes momentos de Sakuga, para mim, esse excelente trabalho de direção e produção só colaboram para o todo no anime.

    Eu fiquei extasiado na cena em que Sherlock com a arma, quero muito que esse “mocinho” mostre cada vez mais esse lado Edgy dele rsrsrs Interessante como o anime fala do mesmo tema sem se repetir: a quebra da moralidade nessa dualidade entre bem e mal

    Sim, de fato não entendi o momento em que Moriarty fala sobre o protagonismo do Sherlock, mas acredito que lá mais pra frente servirá como algum plano do William.

    Também acho o Watson muito bobinho, até agora a utilidade dele não é tão interessante quanto a dos demais personagens, mas ele é uma gracinha rsrsrs

    Enfim, Grande agraço <3

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