Uma ótima produção para um roteiro que aparenta ser meia boca.
Enfim começamos a Temporada de Inverno de 2021!!!! Não sei ao certo quando essa postagem será lançada, mas ela é uma das primeiras da Temporadas que estou começando e tenho que dizer que “Skate-Leading☆Stars” não foi das melhores estreias que já vi…
Sinopse: ” “Nunca me vais vencer” Kensei Maeshima parou de patinar após as palavras do seu rival Reo Shinozaki. Alguns anos depois, quando Maeshima se torna um estudante do ensino médio, ele usa os seus nervos motores para passar os seus dias como ajudante em várias atividades do clube sem se dedicar a nada. Um dia, ele assiste a uma conferência de imprensa na qual o seu rival Shinozaki muda para uma competição original de equipes de patinação. Então, um rapaz chamado Hayato Sasugai aparece na frente dele. Ele também parece saber que Maeshima já participou em competições individuais e convida-o para o mundo de patinação em equipe, dizendo “Preciso de você”.”
“Skate-Leading☆Stars” é um anime sobre patinação/dança no gelo e eu adoro o esporte. Não é como se eu acompanhasse competições realmente, mas quando era mais novo e via passando na TV, eu gostava de ver e achava divina as apresentações. Não entendia nada (tecnicamente falando), mas era uma graciosidade que me encantava. Em questão de anime com a temática, eu já tinha visto o “Yuri!! On Ice” (que preciso rever) e acredito que até então, era a única animação a trabalhar com o esporte. Mas eis que vem “Skate” para trabalhar com esse esporte, e o que posso dizer aqui é que diferente Yuri!!, que tem uma história profunda, com desenvolvimento de personagens e um roteiro bem trabalhado, Skate-Leading☆Stars aparentemente será medíocre na construção de sua narrativa. Mas calma que nem tudo parece perdido 🙂
Skate-Leading começa me apresentando uma premissa um tanto batida. Temos o protagonista – Maeshima – que possui uma rivalidade com o Reo Shinozaki. Nisso o Maeshima tenta incansavelmente vencer o Reo em competições, porém sempre fica em segundo lugar para baixo, o que faz com que ele cria esse senso de disputa, por mais que o Reo aparentemente esteja pouco se lixando para o guri. Até que chega ao ponto em que ele desafia o Reo, e adivinhem? Ele perde novamente. Só esse pouco que nos é apresentado na introdução, já deu para ver para onde o roteiro vai, como ele vai trabalhar alguns assuntos e até os rumos que ele pode tomar nos próximos episódios.
Mesmo as personalidades dos personagens serem bem padrão e até os que mal apareceram, percebe-se o estereótipo do estereótipo (pode ser um problema no futuro). O Reo é um completo nada até aqui, sendo aquele personagem ‘gélido’, querendo passar aquele ar de superioridade, ao mesmo tempo que é de um patamar inatingível, por assim dizer. O protagonista tem uma personalidade característica de… protagonista. Ele tem boa parte dos arquétipos que remetem ao “estilo shounen padrão”. MAS eu gosto de como ele é, de certa forma, um esnobe e convencido, porque sabe que é bom em esportes e se aproveita para se gabar de suas habilidades. Até quando ele resolve voltar para as pistas de patinação, ele acha que os demais membros do grupo vão aceitar ele de braços abertos por ser bom dançarino, sendo que anteriormente, ele jogou na cara dos membros do clube que não eram tão bons quanto eles.
Por fim ainda nessa parte de personagens, o clube de dançarinos é construído em cima de estereótipos bem básicos. Então por mais que eles tenham tido poucos momentos de tela, além de poucas falas, eu não sinto qualquer interesse ou carisma em nenhum deles. Eles todos me parecem muito vazios, justamente por a base ser em cima de coisas genéricas ou batidas. Tem um perigo muito grande nisso, porque não necessariamente os arquétipos são o problema, e sim a forma que eles vão ser trabalhados no enredo. Porque clichê não é ruim, pois a maneira que se trabalha esse aspecto é que vai torná-lo atrativo ou não. O interesse da trama está claramente em atrair público feminino e quem quer ver boys bonitos dançando no gelo, em prováveis momentos de tensão sexual, enquanto dançam em grupo (tem meu interesse, rs). E até aqui, estão fazendo bem, mas não sei se vai ser o bastante para segurar público. Contudo, se o roteiro for ruim, espero que pelo menos a produção continue bonita para ter algo a ser apreciado hahaha.
Eu definitivamente não gosto das tentativas dramáticas que o episódio tentou vender. Se tem uma coisa que eu odeio é drama que soa forçado para mim. O episódio começa te empurrando que os pais do Maeshima faleceram, que eles também eram dançarinos do gelo, que o protagonista tem rivalidade com Reo, ao mesmo tempo que sempre perde para o garoto… Tem alguns momentos que foram um puro saco de ver. Ao menos foram cenas mais rápidas e pontuais aqui. O problema é que com certeza vão voltar a ter esses momentos e me deixa um pouco receoso, porque se eu não for convencido desse dramalhão, de certo irei detestar o que verei em tela.
Entretanto, se por um lado eu não gosto nem um pouco das (falhas) tentativas de gerar carga dramática, eu adoro os tons cômicos colocados no episódio. Um bom exemplo disso é que houve uma boa quebra de expectativa(?) no fim do episódio, pois o Hayato havia dito que tinha se machucado e que não poderia mais patinar. Porém lá no final vemos que é tudo mentira e só fez uma maquiagem para criar toda aquela situação e convencer o protagonista a voltar a dançar no gelo. Por favor, invistam mais em momentos assim, porque vocês têm maiores chances de acertar aqui. ESQUEÇAM o drama!!!
Lembro de que quando anunciaram o projeto, eu já olhei torto por se tratar de J.C. STAFF à cargo da animação. Para quem não sabe, a J.C. de uns tempos para cá costuma pegar mais projetos do que consegue dar conta, resultando em produções desastrosas ou bem aquém do que poderia sair se tivessem trabalhando com menos animes. Mas para a minha surpresa, a produção desse episódio foi ótima! Cheia de cortes de animação fluídos e as danças estavam muito bem feitas. Animaram até os resquícios de água e gelo. Não tem nada torto ou muito travado, o que é ótimo também. Resta saber se a J.C. vai conseguir manter esse nível até o fim (duvido, mas a estreia deu esperança). Veremos se o cronograma do estúdio dá conta do recado.
A direção também não faz feio. As coreografias são muito boas e quero ver mais delas no decorrer do anime. O grande problema é que não vejo muito como a direção possa brilhar, porque o roteiro aparenta ser o ‘básico do básico’. O perigo mora justamente aí, pois as cenas que tentaram dar uma carga dramática, eu estava revirando os olhos hahaha. Odeio quando forçam drama e estraga demais minha experiência. Então por favor Skate-Leading, deixe essa trama para cima. Eu agradeço!
No demais, acho que isso é tudo que eu tenho para falar dessa estreia. Por a trama ser rasa até aqui, não teve muito o que elogiar ou criticar, apenas coisas básicas a se dizer. Eu fico na esperança de que pelo menos a comédia continue a me entreter, porque se for drama seguido de dramalhão, vai ser algo tenso de acompanhar até o fim hahaha.