Começamos a descobrir mais sobre o mundo, porém, mais questões aparecem...

Começamos a descobrir mais sobre o mundo, porém mais questões aparecem…

Depois de assistirmos o 2º episódio de “Fumetsu no Anata e” (Uma Vida Imortal), decidimos embarcar em mais um anime para comentar semanalmente aqui no blog. Então bora lá com esse anime que promete muito e que nesse episódio, começou a desbravar mais aspectos interessantes de seu mundo ^^

Bebezinho! *-*

RUB: Alê, mais um anime que comentaremos semanalmente aqui no blog. Agora será ‘Fumetsu no Anata e’. E como aconteceu com Tokyo Revengers, estamos na esperança de que a história dessa adaptação seja muito boa para termos conteúdo no nosso debate semanal falando das nossas considerações do que assistimos no último episódio. Também peço para o pessoal comentar no Twitter ou aqui no blog sobre o que achou do episódio atual, até para enriquecermos a nossa conversa aqui com mais visões distintas das nossas que estão escritas. Agora falando do episódio em si, o segundo episódio exibe os acontecimentos pós final da estreia, mostrando em como o Fushi (vou chamá-lo logo assim até para facilitar em vez de nomeá-lo de “a coisa”) vagou sem rumo por várias semanas. Também agora descobrimos que o personagem é capaz de regenerar totalmente o seu corpo, independente do grau do ferimento que ocorre com ele. Ele realmente não vai morrer tão fácil e o protagonista de fato será um espectador do ciclo da vida no planeta. E eu tive uma pequena surpresa, porque depois da quinta morte, ele ver pela primeira vez uma vegetação mais florestal, coisa que o personagem nunca viu, pois só presenciou climas desérticos ou inóspitos, deu um certo alívio momentâneo. Aí o que parece um descanso, aparece subitamente um urso gigante com flechas cravadas em seu corpo para matá-lo novamente. Esse protagonista vai morrer diversas vezes no anime, já estou vendo. Na sequência temos a OP que foi intrigante para mim ao menos. A melodia é toda mais ‘melosa teen‘ (Kingdom Hearts feelings), só que as cenas exibem diferentes eventos impactantes que irão acontecer no futuro, com simbolismos do ciclo vital, ‘nada se perde, tudo se transforma’, solidão, imagens de religião e de rituais culturais que aparentam ser indígenas… tudo muito ligado a sacrifícios, crenças e a natureza. Ainda não sei bem o que tudo aquilo irão representar e só me resta esperar para ver os seus significados posteriormente no enredo. Repito que não sei de nada da obra original, então estou no escuro, como a maioria do pessoal que está vendo essa adaptação.

ALÊ: A esperança é ter material em todo o episódio para render post, ou no ‘pior’ dos casos, pelo menos a cada 2 episódios ter um bom conteúdo que gere uma conversa em forma de post. Tem algumas coisas que me despertaram muito interesse no Fushi por esse começo. A questão dele mesmo, acho interessante que quando ele se regenera, não é só o corpo. As roupas e acessórios que ele está vestido também se voltam ao normal caso sofram algum dano, como na cena do lago lá para o meio do episódio, o tecido e até a atadura que está amarrada na perna volta ao estado que estava anteriormente. Outra coisa é que ele possui alguns estímulos, mas ainda não consegue falar. Ele está pegando as coisas como se fosse um animal irracional. Aprende a andar, mas não entende que precisa se alimentar e nem sabe como fazer isso, resultando na morte dele. Posteriormente ainda ilustram a falta de noção de perigo, com o Fushi caindo num buraco e morrendo, ou sendo soterrado por pedras (e morrendo de novo). Aparentemente, a velocidade de recuperação dele também é menor nesse começo. Ele diz que na primeira vez que levou dias até que ele voltasse, mas na 6ª vez, foi questão de horas até a regeneração completa. Eu me pergunto também se existe a possibilidade dele morrer por velhice. Tipo, os órgãos se regeneram, tecido e tal, mas suponhamos que chegue num ponto de falência dos órgãos em decorrência da idade. Como será que isso funciona? Foi uma coisa meio ‘aleatória’ que pensei enquanto via ele morrendo de diferentes formas, mas sempre voltando e achei curioso esse aspecto. Por essa introdução, já vi que o Fushi vai ser tipo um Subaru (Re:Zero) no quesito mortes, ao menos nesse primeiro momento dele tentando entender como funcionam as regras básicas de sobrevivência. Acho que veremos o personagem morrendo (ou até se sacrificando) para aprender, ou ao tentar ajudar pessoas com coisas que podem acabar matando humanos normais, dentre outros casos e eu fico bem interessado nessa questão. Mano, o susto que levei com aquela coisa (o monstro), me levou a pensar sobre questões de ambientação, porque como o episódio 1 foi todo num local desértico, nós não temos a mínima noção de como é o mundo da obra. Se é parecido com o nosso, se tem magia, se existem criaturas fantasiosas… É muito legal descobrir isso aos poucos. A música da abertura me passou uma vibe meio que de música Ocidental hahaha. Sei lá, ela parece um pouco diferente das que normalmente se vê em animes. A batida, o jeito que é cantada, pareceu algo mais ‘familiar’ para esses lados do mundo. E gostei que durante a OP, usaram as ilustrações das capas do mangá. Não tenho certeza, mas acho que vi 7 ilustrações de capas sendo mescladas no meio da animação (volume 2 à 8). Fechando o primeiro comentário, acho bom dizer que a única coisa que sabia do mangá era sobre o capítulo 1 (adaptado no 1º episódio) que li anos atrás. Então a partir desse episódio, eu já não sei de mais nada que acontece na obra.

RUB: Foi bom você ter puxado esse tema de não sabermos nada da ambientação desse mundo, porque isso foi um baita acerto dessa história, porque foi a partir da visão do protagonista que vamos aprendendo aos poucos sobre o que temos naquele ambiente. Como ele, não sabemos qual a flora ou a fauna daquela realidade. Literalmente pode ser qualquer coisa e estamos “evoluindo” junto com o personagem principal, aprendendo sobre tudo que está ao seu redor. É uma boa maneira de ao mesmo tempo mostrar uma novidade ou uma coisa desconhecida a partir da visão humana, sem ser expositivo ao extremo. A mesma coisa quando a autora escolheu a pequena indígena(?) para ser os nossos olhos ao mostrar as tradições de sua tribo/comunidade. Ela também não sabe de nada. Ela apenas que virar uma adulta logo e tirar aquela marca de tinta na cara dela, porque não curte a parada. E ao que parece esse ritual de sacrifício não acontece com frequência. Aparenta ser em intervalos fixos de anos, porque quando a sábia escolhe a criança para ser alimento para o SER SUPREMO que os ameaça, nenhuma das 3 gurias pequenas sabiam exatamente o que estava acontecendo (a bebê ok não ter consciência, mas a March sequer tinha presenciado algo assim). Deve ser uma parada não tão corriqueira, mas que a tribo sabe que “deve” fazer por causa de suas crenças da proteção divina. O pai e a mãe da garota só percebem que vai dar merda no momento que recordam que está na hora da escolhida ser enviada. A Parona até tenta fugir com a guria sabendo do perigo, mas é encurralada pela líder militar deles, não tendo outra escolha a não ser deixar a March ser a escolhida (Fui pesquisar no MAL os nomes dos personagens e tomei um spoiler fudido no próprio site. Alerta para o pessoal que é sensível quanto a spoilers, não irem ler sobre os dados dessa adaptação). Eu gosto que a March é bem impulsiva, porém ao tentar proteger a irmã mais nova, ela segura as suas emoções ao máximo que dá, tentando aceitar o seu destino. Porém ela é apenas uma criança que tem que carregar um fardo gigante de proteger sua aldeia nas costas. Óbvio que ela iria fugir no momento de mais fraqueza.

ALÊ: Exatamente. Pela estrutura da narrativa, a forma como está sendo feita é muito boa. Porque por exemplo, não temos noção de tempo, ou que ano a história se passa, em que região, país ou continente do mundo os personagens estão. Nem sabemos que condições a Terra se encontra. Todo esse “mistério” é muito para te instigar e ficar mais interessado no universo da obra. A própria questão de aquele povoado ser indígena ou não compõe isso, porque não sabemos se existem cidades aos arredores. Pode ser que a humanidade viva como aquele povo. Mas acredito que a ideia seja remeter as aldeias indígenas sim, até por essas questões de tradição e pintar o rosto. Até gostaria de ver mais desse aspecto, porque não sei se vão trabalhar isso com mais afinco ou ficará só de passagem. Eu sei que a Parona irá aparecer mais e estará envolvida na obra, porque ela aparece em algumas capas do mangá de volumes mais avançados. Não sei se o contexto de aldeias ainda será abordado. Pelo que eu entendi, há outras aldeias por perto e eles escolhem uma criança pura para sacrificar de tempos em tempos, assim tem tempo para troca de gerações e não ficar sempre escolhendo o mesmo povo para sacrificar uma criança. Bom você ter falado isso da March, porque o nome do episódio é “Uma Garota Inquieta” e achei legal é que depois da OP, não aparece logo o nome do episódio como é de costume. Eles passam uma cena da March brincando, perguntando sobre coisas que ela não sabe e vendo as tudo ao seu redor, mostrando que ela é inquieta, muito agitada e curiosa sobre o que acontece onde ela mora. Eu gostei de como foi trabalhada a questão dos costumes, porque na frente dos demais, os pais da March fingem estar felizes que a filha deles vai ajudar o povo, mas assim que sai eles desabam e começam a chorar, pedindo desculpas. A March fica sem entender o porquê de tudo aquilo e ela não tem noção da tradição. Ela achou que era algo bom, então por que pedir desculpas? E depois a March chorando por não querer aquilo, de querer viver e ser uma adulta, foi triste. E quem iria querer um destino daqueles? É um momento muito bem colocado (confesso que quase chorei nessa parte). Depois que a March foge ela tem um pesadelo com os pais e o pessoal da vila culpando ela pela irmã e a outra guria terem sido sacrificados no lugar dela por ela não ter fugido. E ela triste por não ter se comportado e não ter “honrado” com a promessa que fez com o pai. Nisso nós vemos o quão intrínseco são os costumes e que isso afeta ela diretamente, ainda mais que é só uma criança que quer sobreviver.

RUB: De fato. Mas tem uma coisa que me chamou a atenção. Não sei se é intencional, mas a autora parece que quer fazer uma passagem de tempo visualmente. Tipo, primeiro vemos o ‘período glacial’, onde os seres humanos não são predominantes no ecossistema e temos o isolamento a pequenos grupos de pessoas. No episódio de agora seria o conceito do surgimento de bando ou comunidade, onde os seres humanos estabelecem regras e conceitos para viverem em conjuntos em busca da sobrevivência. Tanto que a religião ou as crenças tradicionais foram formas de diminuir o ímpeto de aventura ou rebeldia da galera para forcarem em estabelecer locais de segurança ao viver em ambientes hostis e terem mais chance de viverem em tranquilidade e que a tecnologia da época permite (Não estou dizendo que a religião da galera está errada. Estou falando, de uma maneira neutra, que a religião e leis foram usados para estabelecer ordem em diferentes etnias ou regiões para sobrevivência da espécie, como uma forma de evolução intelectual). E acredito que nos próximos episódios iremos ver alguma representação de uma sociedade mais próxima como a nossa, como feudos ou cidades sendo apresentadas na história. A autora aparenta que está fazendo esse paralelo do desenvolvimento da raça humana. Será tipo acompanhar a evolução da sociedade pelos anos de uma forma bem resumida usando metáforas com o homem exercendo o seu papel na natureza. E no episódio dessa semana, mesmo com diversas limitações, os indígenas usavam tudo que a natureza oferecia para prosperar naquele meio, incluindo descobrir formas para se protegerem de perigos maiores, como animais grandes e ferozes, ou até mesmo de pragas. Vale até apelar para o misticismo. Talvez o urso (ao menos o que dá a entender que o sacrifício é para o urso gigante do começo do episódio) não seja essa entidade suprema ou o deus da floresta que se acredita. A possibilidade dele ser um animal com uma mutação ou um buff mágico que o fez daquele tamanho é bem maior do que uma reencarnação do Deus de lá. Tanto que eu acho que as flechas gravadas nele é dele ter ido tentar em comer em outros lugares povoados por humanos e se fuder bonito. Então a santidade desse ser é o que torna aquele povoado (e as demais aldeias em volta) submisso a ter aquele costume para garantir a sobrevivência de todos. E mais no final temos a interação do Fushi e March em mais um paralelo ao desenvolvimento de falar e de se expressar que os humanos aprenderam ao dar valor e significado para as paradas que estão a sua volta.

ALÊ: Sim, concordo. “Período Glacial” você tem uma população de vida menor. Não só de humanos, mas diversas espécies foram extintas e meio que casa com a situação do protagonista antes de morrer. Era um povoado pequeno, com uma parte que foi embora e morreu, enquanto que os demais que ficaram faleceram eventualmente. As aldeias foram formas de ter uma residência fixa durante um tempo, enquanto podiam conseguir extrair alimentos daquela religião. E se não me engano, os registros de crenças religiosas estimam-se ser dessa época (posso estar enganado e estou falando de cabeça). Eu acho que é bem possível já ter algo mais “familiar” em termos de sociedade. Se for para apostar em algo, acho que vamos ter algo nos moldes do Feudalismo OU de sociedades Gregas ou Romanas. Apenas um chute. Todavia, acho o mais possível ser algo como Feudalismo mesmo. Até pela questão de religião. Em ralação ao mundo, não sabemos se existe conceitos de magia. O animal não parece normal. Você vê que ele está todo machucado, com flechas(?) fincadas no corpo. O urso está sangrando e ainda parece “bem”. Então fico muito interessado para entender o que é esse urso e o porquê exatamente ele é tido como Deus, ainda mais que ele não parece ser muito fácil de matar. Também saber de quem plantou essa ideia. De algum lado vem isso. Quero ver como vão explorar um possível fanatismo religioso. A March deve acabar sendo um grande vetor para o desenvolvimento do Fushi, porque ela vai tratar ele como se fosse seu filho e sendo assim, imagino que ela vá ensinar ele a falar. Na verdade, já temos até um pouco disso com ela estimulando ele a dizer “Obrigado”. Eu gosto muito da interação dos dois nessa parte, porque é uma mescla muito boa de momentos divertidos/engraçados com coisas interessantes, como o Fushi se alimentar pela primeira vez. Inclusive, ele comeu como um lobo, sendo justamente a forma que ele era anteriormente. E pela 1ª vez, ele DORMIU e teve essa sensação. Então tivemos a alimentação e o dormir por estar satisfeito. São dois passos importantes para a construção do “humano” dele. Vejamos até onde isso vai levar. Também tem o lance do olho dele trocar a cor roxa, que era a original, de quando era o guri vivo, posteriormente voltando a ser amarelo com ele ao sorrir. Tem muita coisa já sendo transformada no personagem por causa desse contato com a March.

RUB: Veremos o que ainda vai acontecer daqui para frente. Até para não esquecer de comentar, a ED É ESQUISITA DEMAIS. Se a OP dá para tirar algo dali, a ED é o inverso. Tirando o visual que é atrativo, são coisas desconexas na tela, com uma música predominante instrumental, em que temos no final diversos arranjos descompassados, parecendo um thriller de suspense policial. Foi esquisito demais. Não sabia o que esperar ou sobre o que estava sendo mostrado. Sei que foi algo relacionado a contos e pinturas rupestres, mas foi apenas isso que eu peguei. Assim, o anime ainda continua muito interessante e vamos ver se a autora consegue sustentar essa história por tantos capítulos. Será o primeiro trabalho dela que vamos acompanhar que é tão longo dessa forma. Torço para que a autora saiba para onde quer chegar e não se perca em alongar demais sua narrativa.

ALÊ: SIM! Eu achei que o encerramento do episódio 1 fosse a ED, mas não, era outra. Há mesclas de estilos visuais e tem momentos até que aquela mão parece real. Talvez seja e estejam brincando o 2D com “imagens reais”. Entendo que a mão está ali representando a criação possivelmente, já que foi aquele ser que criou a “coisa” e deu origem a essa jornada do Fushi. Eu estou bastante esperançoso. A autora só tinha feito “A Voz do Silêncio” e “Uma Vida Imortal” já possui mais que o dobro de volumes lançados e ainda está em andamento. Quero ver onde essa jornada nos levará e espero que ela não perca mão no decorrer da obra!

2 thoughts on “Fumetsu no Anata e (To Your Eternity) #2 – Impressões Semanais

  1. Eu tô amando Fumetsu!

    Tô gostando muito do tema sobre a efemeridade da vida. Vimos como é fácil nós humanos cairmos (literalmente) diante de qualquer que seja a situação e como somos capazes de lutar para conservar essa breve passagem por aqui. March fugindo mesmo sabendo que aquilo poderia acarretar em potenciais consequências para sua irmã e sua amiga exemplifica bem isso. E não, não foi egoísmo dela (até pq se fosse aquele pesadelo dela nem teria ocorrido). Foi apenas uma criança que, mesmo já tendo certa maturidade, ainda queria aproveitar a vida. É algo inerente á qualquer ser vivo.

    E eu curti bastante o encerramento. Foi uma grata surpresa o mesmo ser instrumental, e acho que descobriremos o sentido das imagens no decorrer da série

    1. Acho que meu maior susto com o encerramento não foi ter música letrada hahaha. Isso é bem incomum (ao menos nos animes mais recentes).

      E concordo plenamente, ela é apenas uma criança que quer viver. Ela tenta ao máximo pensar nos seus pais e no restante do povo da aldeia se prendendo na ideia de que ela tem que se comportar, mas não consegue e está tudo perfeitamente bem, ela está seguindo o fluxo natural de querer viver. Quero muito ver como será o aproximar dela com o Fushi e o que essa relação irá render de frutos.

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