Odiamos um certo personagem...

Odiamos um certo personagem…

Depois de uns dias de atraso, voltamos com comentários de “Fumetsu no Anata e”. Chegamos e passamos da metade da animação, que por sinal, se encerrou HOJE (30/08), no vigésimo episódio! Seguiremos fazendo as postagens até o fim do anime. Se nada atrasar, logo mais tem post dos episódios #12 e #13 e assim vai indo 🙂


RUB: Alê, retornamos aqui para conversarmos sobre o episódio 10 e 11 de Fumetsu. Continuamos em mais uma luta do Fushi com aquelas coisas que rouba a forma de quem tocar. Até para começar diferente, em que ao invés de começar apontando algo que não gostei, vou elogiar esse inicio do episódio. Curti a ideia da autora não focar na luta em si e sim manter a atenção do público na jornada do Gugu. Como já vimos uma luta entre esses dois seres mágicos há poucos episódios atrás, foi uma decisão acertada acompanhar o Gugu lutando do que fazer ‘repeteco’ da luta do Fushi com esses seres, os Nokkers (que nome difícil de lembrar). O Gugu se fode, racha o pote de cachaça que está dentro do corpo, vazando a bebida dentro dele, o deixando embriagado rapidamente. Porém foi graças ao acaso, ele descobriu que derrotar aquele Nokker era necessário algo que espalhasse rápido na madeira. O fogo se tornou uma força e literalmente o guri virou uma lança-chamas humano. Ainda nesse meio, temos a Rean e sua família, prosseguindo aquela discussão sobre liberdade e poder de decisão sobre a própria vida. Também sabemos que ela vai se casar e que nem conhece o prometido noivo. Na real, ela só conhece anos depois na festa de aniversário dela. Mas não me adiantando, como o Gugu agora está tomando o controle de ir e vir de si próprio, ele se torna uma figura heroica aos olhos da garota. Se ela estava balançada com o garoto, a partir dali um sentimento mais forte nasceu, pois a determinação do personagem a incentiva a tentar mudar o seu próprio destino. Iremos ver nesse e no próximo episódio, de como a personagem passa a desejar algo sem a necessidade da permissão dos pais. Seria uma espécie de dependência das figuras protetoras da família, querendo algo além do que lhe é proposto. Uma pena que todo esse subtexto está meio perdido nessa parte da história da casa do velho, porque tem um tom muito mais cômico, já que o Gugu está bêbado, com a sua “quase” declaração de amor que ofusca demais o desenvolvimento da personagem naquele instante. Em seguida ele consegue mais cachaça, derrotando o Nokker no melhor estilo Dalsin do Street Fighter. Só que novamente batemos na mesma tecla em que um certo personagem está interferindo DEMAIS nessa história, que é o criador do Fushi. Reforço que o personagem existir não é o real problema e sim as intromissões que ele realiza na trama, sendo um pivô nos momentos mais perigosos, salvando o elenco, ou ele sendo uma pessoa fofoqueira, contando tudo que irá acontecer de ruim no minuto seguinte. É literalmente um personagem na trama contanto pontos de viradas ou grandes surpresas que irá acontecer mais para frente.

ALÊ: Também gostei da decisão da autora em focar mais nas decisões e na determinação do Gugu. Eu não gosto muito do Gugu estar bêbado, por mais que falem que estar tonto (ou levemente alterado) dá mais coragem de tomar decisões e falar o que pensa. Só que aqui fica tão… Estereotipado?! A voz do guri fica alterada e passa aquela sensação de velho bêbado que anda caindo pelos cantos. Resultado: parte do peso das cenas se perde, tipo a ‘pseudodeclaração’ do Gugu para a Rean. Eu achei fofinha, gosto do casalzinho, mas aí fica aquilo de que poderia ter sido melhor. Ainda mais que o efeito da bebida passa pouco tempo depois dele sair da casa dos velhos. O fato da bebida ter deixado o guri bêbado não é o problema. Só acho que não precisava ser da forma que foi, no exagero que aconteceu. Acho interessante no caso da Rean é a ideia de casamento arranjado. Como não sabemos tudo sobre o mundo e vamos descobrindo mais sobre ele conforme a vivência do Fushi sobre essa ideia de casamentos arrumados (normalmente ligados a interesses quando se trata de pessoas ricas). Além de seguirmos na discussão de liberdade, só que aqui, acho que novamente a autora perdeu oportunidade de discutir sobre a superproteção e o quão nocivo isso pode ser, afinal há coisas que precisamos descobrir, fazer e sentir por nós mesmos. Por exemplo, quando se protege demais uma criança com o contato com a terra, o chão, coisas “sujas”, a criança pode não desenvolver anticorpos contra doenças. Poderiam trabalhar esse tipo de aspectos. Não sobre doenças, mas puramente o lance de experimentar coisas novas e o que a limitação/privação disso pode acarretar para a pessoa. E o assunto meio que morre ali, porque depois do Gugu matar o Nokker (que nome é esse, senhor jesus), ele volta para casa e tem o time skip. Acho que só vejo uma nova oportunidade para tal no aniversário da guria anos mais tarde, mas a essa altura e pela forma que acaba o 11° episódio, não acho que teremos tempo para isso (há preocupações maiores para lidar). Eu estou num ÓDIO por esse criador. Comentei dias atrás que estou a ponto de cometer um crime de ódio contra esse personagem. A Yoshitoki Oima está praticamente fazendo um manual de como NÃO USAR UM PERSONAGEM. Ele só aparece para resolver problemas, dar dicas e entregar futuros plots do roteiro de forma gratuita. Eu quero muito entender PRA QUÊ ficar colocando ele a todo instante. Sabe, era muito melhor quando tínhamos a ideia de que o criador apenas jogou o Fushi lá para ver o que acontece e acabou. E partindo da ideia de que a criatura é um DEUS, você não precisa explicar a existência dele, ou sua função narrativa. Ele é um Deus e ponto. E se lá nos episódios iniciais eu elogiei a forma que foi usada a narração, agora já detesto. Usaram ele para EXPLICAR o porquê do Fushi ter envelhecido. A autora não conseguiu passar isso na narrativa. É um negócio completamente SIMPLES. Uma troca de diálogo entre o Fushi e o Gugu já matava o assunto.

RUB: Sim, essa parada do Deus explicar as razões do corpo do Fushi envelhecer são desnecessárias. Não tem serventia alguma aquelas informações, a não serem infodumps exagerados. Até lhe disse uns dias atrás que só bastasse falarem que o Fushi por ter copiado as formas das outras criaturas, ele também copia seus defeitos ou características, e envelhecer faz parte de todas as vidas na Terra. Ficar velho se torna algo natural para o protagonista como respirar. Só que no momento em que ele começa a pseudociência, chegando ao ponto de ser expositivo em até VERBALIZAR sentimentos dúbios do Fushi em por exemplo, se sentir mais confortável naquela forma e que os Nokkers não atacaram, resultando na não transformação dele nas outras formas, são DESNECESSÁRIOS. Tipo, o quer vai mudar eu saber que ele passou 4 anos da vida em que ele não usa seus poderes? Não dava para fazer essa explicação de uma outra forma, como por exemplo, ele não conseguir ser mais ágil em se transformar como antes, por falta de treino? Pô, o criador lá falou que para o protagonista ficar mais forte, ele precisa treinar suas habilidades. Logo, se ele não treinar, o personagem fica menos apto com o tempo. NÃO PRECISA REPETIR DE NOVO ESSA INFORMAÇÃO NOVAMENTE EM FALAR QUE ELE NÃO USOU A PORRA DO PODER DURANTE ESSE TEMPO. Já está implícito na cena anterior que o Fushi está na inativa. Porra, isso é muito tirar o espectador para burro, nivelando por baixo. Até mesmo na cena que ele atiça o Fushi na forma de pedra para voltar a forma de mamífero, ele está falando coisas demais. Alê, esse personagem não podia estar nessa trama. E lembra Alê que comentamos que o Fushi aprender a falar em uma simples viagem de barco foi bem estranho e apressado? Agora no timeskip, como se passaram vários anos, faz sentido o Fushi ter aprendido melhor as formas de linguagens, de escrita e de fala que usamos para nos comunicar. Não parece gratuito e nem que veio do nada esse aprendizado. Foi mais natural, ao mesmo tempo que sinaliza que as crianças de antes cresceram nesse período. Aliás, o Gugu virou bodybuilder nesse tempo. O moleque comeu muita batata-doce, porque o guri ficou GIGANTE. Ele está maior que todo mundo do elenco, tanto em altura, quanto de largura.

ALÊ: Era algo muito básico de ser resolvido. Eu comentei contigo que fiquei um pouco surpreso com o Fushi envelhecer, porque estava partindo do pressuposto de que ele copia a forma da pessoa e que por ser um imortal, ele simplesmente não envelhecia. O fato dele envelhecer me surpreendeu, mas como disse, não precisava de toda aquela exposição feita pelo criador, principalmente de forma tão extensa como foi. Concordo com você. Por ter um espaçamento maior de tempo, é natural que o Fushi adquira e melhore as habilidades dele, tanto de comunicação, como em coisas mais práticas, que por sinal, algo que gostei bastante pós esses 4 anos, foi de terem colocado o Fushi como interessado em aprender a costurar. É bom mostrar que ele não sabe tudo e que sempre há algo novo para se aprender. Ele errando em segurar a agulha, se furando ao tentar fazer os primeiros pontos, é muito legal e muito natural. Falo isso por experiência própria nesse quesito. E o Gugu ficou bonito. Estranhei um pouco em como ele cresceu, porque a Rean mesmo não parece ter mudado muito de altura. Falando nela, eu não gostei de não terem sequer mudado a roupa da guria. Tipo, o Gugu ficou parrudo. As diferenças corporais estão bem demarcadas. O Fushi também cresceu, até começando a ter barba. Mas a Rean não cresceu muito. O rosto dela não tem muita diferença de anos atrás e a roupa continua a mesma. Ela continua parecendo uma criança. Mas uma coisa que gostei no Gugu que apesar de estar fortão, ele continua com o jeitinho tímido (e meio bobinho) dele, morrendo de vergonha diante da Rean hahaha.

RUB: O que dá para apontar como algo relevante nessa parte é que o irmão do Gugu conseguiu sair na miséria e se tornou um fazendeiro de médio porte na região. Ele conseguiu sair do fundo do poço graças a joia que o Gugu deu a ele. É bacana de ver essa parte, porque mostra que o Gugu está resolvido com várias pendencias ao seu redor, entretanto a questão do irmão é algo que o magoou profundamente e que ainda não consegue enfrentar de frente sua raiva pelo parente que o abandonou. A Rean que começou a ligar os pontos em que o menino que a “empurrou” era o Gugu depois que viu a joia novamente. Temos toda uma sequencia de comédia romântica entre os dois personagens, em que um gosta do outro, mas que por venturas da vida, não podem iniciar um romance por causa da família e do casamento da Rean. Ainda podemos jogar nessa equação que o Gugu ainda tem uma imagem inferiorizada perante a Rean graças ao seu status social. Na festa de aniversário, todos os convidados estavam o julgando sem piedade, pois ele não tirava o capacete e mostrava seu rosto, sendo considerado uma falta de respeito. Mais uma vez a autora pincelando uma critica social sobre que as diferenças gera inveja e rejeição por parte da classe dominante da sociedade. Se não seguir um certo conjunto de regras, será hostilizado e expulso do convívio social. O próprio Gugu não queria ficar mais tempo naquele ambiente opressor, que julga a pessoa sem conhecer, o fazendo ir embora mais cedo. Aí temos mais uma cena romântica, com a Rean confirmando o que já suspeitava sobre aquele dia do acidente e aumentando ainda mais seus sentimentos pelo personagem. PORÉM ALÊ, o criador do Fushi tem que fazer sua aparição novamente e ser o grande PROFETA do caos. Ele novamente aparece SUBITAMENTE, fala mais alguns spoilers e entrega que novamente são os Nokkers atacando. Caralho, a cena estava tão bonitinha e fofinha dos dois personagens, para logo após isso, ser estragada por esse maluco. A autora em vez de fazer um ‘point’ para o próximo episódio, ela fez o contrário, em entregar o grande causador de tudo antes do esperado, não gerando expectativa alguma com o andamento da cena da queda do Gugu. A autora fez o ANTI-GANCHO dramático. Que final de episódio broxante.

ALÊ: Sim. E não sei bem o que esperar dessa parte do irmão. Não sei se a autora vai resolver esses laços ao ponto deles ficarem bem de novo e também não sei se quero que seja resolvido, já que não são todas as relações que conseguimos recuperar e superar. Poderia ser interessante abordar isso na narrativa. Gosto da ideia de que o Gugu deu o anel para o irmão, porque se preocupava com ele e que aquilo poderia o ajudar a conseguir algo para si, mas que isso não significa que está tudo bem voltar e que vai justificar o abandono, ainda mais que o Gugu era só uma criança na época e isso o marcou profundamente… Eu gosto bastante do miolo do episódio 11. Ele é relativamente calmo, gostoso de acompanhar e é focado no desenrolar dos sentimentos da Rean e dela encaixando as peças para descobrir que o Gugu era o garotinho da feira e por sinal, a cena dos dois na beira do mar é muito linda, tanto visualmente como pelo momento em si. Acho interessante a passagem sobre o preconceito e exclusão social, como é desgastante estar em um ambiente como aquele, os olhares de desdém e desrespeito, junto de fofocas de canto sobre você. São bem interessantes. É um pouco repetitivo, mas sempre fica ressoando aquela sensação de: “Puts, poderia ter falado mais sobre isso daqui”. Eu falo que fico com ódio do criador, mas também me dá uma puta tristeza quando ele estraga momentos que tinham TUDO para ser perfeitos. Pra que colocar o cara praticamente falando que a merda ia acontecer!? Qual a serventia narrativa daquilo???? Mano, não dá para entender um negócio desses. O clima estava PERFEITO, uma cena linda, se acontecesse a desgraça ali sem o criador entregar esse twist, ia encerrar o episódio num ponto EXCELENTE!!! Nem para fazer como você disse, mostrar o Gugu caindo, para depois colocar a cena do criador (já que quer enfiar essa praga nas cenas, pelo menos faz de forma coerente. O episódio iria terminar num puta clima de suspense e a vontade de ver o próximo estaria nas alturas. Mas não, a autora vai e se sabota. PARABÉNS!!!!

RUB: Só torço para que a adaptação minimize outros erros da história de Fumetsu, pois teremos outras paradas que irão necessitar mais sensibilidade por parte da equipe de produção em corrigir tal situação, não piorando ainda mais o que está escrito no original. Esse criador do Fushi Alê, ainda vai dar muita dor de cabeça. Como ele será um personagem recorrente, estou torcendo para os demais problemas não apareceram na história e que só tenhamos que aguentar somente esse mala de agora em diante no anime. xP

ALÊ: Já vi que ainda irei passar muita raiva com o personagem. Enfim, vejamos no que dá. Ficamos na torcida para que façam o melhor trabalho possível na adaptação 🙂

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