Confira os principais tópicos do bate-papo com as 3 principais editoras do mercado :)

Confira os principais tópicos do bate-papo com as 3 principais editoras do mercado 🙂

Na última quinta-feira, dia 30 de Setembro, aconteceu o 1º dia (de 2) do Anime Friends Live, edição online do Anime Friends. No 1º dia, entre muitas atrações e palestras, houve a – rotineira – mesa redonda com as editoras de mangás. O bate-papo contou com a presença da Bianca (Panini), Junior (NewPOP) e Marcelo Del Greco (JBC). E apesar de não ter tido muitas informações relevantes ou que já não tenham sido ditas em outras oportunidades, consideramos importante deixar catalogado (e também porque não fizemos postagem para a Mesa Redonda que ocorreu na Crunchyroll Expo 2021). Vamos aos principais pontos da conversa 🙂


O bate-papo começa perguntando sobre o impacto da pandemia para as editoras:

  • Panini: A Bianca diz que a pandemia mexeu com tudo, desde a parte da produção dos títulos, logística a até adaptação do escritório de ter que trabalhar de casa – principalmente no começo da pandemia. Acontecia de matéria-prima atrasar e o navio com o papel a ser usado na impressão ir para outro lugar e gerar adiamentos na entrega. A Bianca diz que agora as coisas estão começando a se acalmar, mas sempre segue aparecendo algum desafio, alguma pedra no caminho…;
  • Para a Panini, as vendas de mangás foram boas, muito melhor que o esperado;
  • NewPOP: Junior diz que o maior impacto nas vendas foram nos primeiros meses, pois muitas lojas tiveram que fechar para cumprir o isolamento e boa parte delas não trabalhavam com vendas online. Nesses primeiros meses, a editora teve uma queda brusca nas vendas. Mas posteriormente, aconteceu o “boom” das vendas online;
  • O Junior diz que o mercado editorial teve um crescimento durante a pandemia;
  • A NewPOP diz que conseguiu se mover e tomar decisões até rápidas no começo de tudo. Conseguiram mover e antecipar alguns lançamentos – alguns deles que eram para sair no Anime Friends 2020;
  • Sobre dificuldades, a falta de insumos fez a editora ter que mudar o papel de algumas obras, porque o material simplesmente deixou de existir no mercado;
  • Junior encerra essa parte dizendo que, apesar das coisas estarem começando a estabilizar, todo dia aparece algum desafio;
  • JBC: Del Greco disse que a JBC no primeiro momento, tomou decisões para preservar a saúde dos funcionários e colocou todos em home office;
  • Durante cerca de 4 meses, a JBC parou a produção de mangás impressos para só depois retomar aos poucos;
  • A editora comenta que além das dificuldades aqui, ainda teve o lado de que a produção no Japão também foi prejudicada. O envio de materiais ficou muito difícil e algumas editoras não conseguiam enviar nada para cá;
  • Por causa disso, a editora ficou focando mais nos digitais durante o período que parou com os impressos;
  • A partir de Julho/2020, a editora foi retomando as séries, começando com “Vigilante: My Hero Academia Illegals”, “Slime” e o spin-off de “The Seven Deadly Sins”;
  • Outra dificuldade foi que a produção nas gráficas ficou limitada. Funcionários começaram a pegar COVID, turnos limitados etc. Eles disseram que precisavam tomar cuidado com a retomada por ter que dosar e saber se o mercado iria comportar tudo;

Perguntaram sobre a venda de mangás online e se as editoras pensaram em focar em e-books no momento que a pandemia estourou:

  • JBC: Marcelo diz que não, pois mangás em digital é um projeto que já vem de anos atrás, não tendo começado com a pandemia em si. O que eles fizeram foi continuar aumentando o catálogo nesse período;
  • A editora ainda complementa que não é possível lançar tudo em digital, pois têm autores e editoras japonesas que não querem seus títulos sendo lançados nesse formato;
  • A JBC diz que as editoras japonesas estão um pouco mais maleáveis com a escolha de formatos (há exceções, claro), o que não era tão fácil assim anos atrás;
  • Del Greco diz que a Amazon não é o único ponto de venda do mercado. Algumas pessoas chegam na JBC dizendo que título/volume X está custando 500 reais na Amazon, mas ali não é da Amazon e sim um marketplace. É preciso tomar esse cuidado e verificar outras lojas. Ele diz que no site da editora, há uma lista de lojas parceiras que trabalham com a editora;
  • Del Greco diz que a Amazon representa menos de 50% do total de vendas do mercado;
  • Panini: Bianca diz que a digitalização dos títulos não tem nada a ver com a pandemia. Na parte de consumo, a tendência era que se buscasse mais vendas online – sem poder sair de casa e lojas fechadas -, então a Panini fortaleceu sua loja online, melhorando o atendimento;
  • Bianca diz que o setor e-commerce estava contratando muito, pois diversas lojas tiveram que aumentar e melhorar o estoque, a venda, atendimento…;
  • NewPOP: Junior levanta um ponto de que as vezes, um mangá não vem para o Brasil antes de uma adaptação em anime, porque a editora japonesa não libera a licença. Pode acontecer de estar disponível para países europeus e EUA, mas não estar para a LATAM (América Latina). Ele ainda diz que o mercado latino-americano vem ganhando maior notoriedade, o que faz com que os países daqui fiquem no radar das editoras nipônicas;
  • Junior diz que a NewPOP está atrasada no mercado de e-books, mas explica que a editora adotou a estratégia de entrar no ramo de e-books com quase todo o catálogo de uma vez. Ele diz que o plano é entrar com os e-books no ano que vem;
  • A editora sempre disse que faz anos que têm uma loja online e seguiu fazendo o que realizava desde antes – embora com limitações geradas pela pandemia, além de apoiar lojistas menores nesses tempos;
  • Junior ressalta importância de ter diversos pontos de vendas. Monopólios nunca são bons;
  • Junior diz que a NewPOP trabalha com mais de 100 lojistas, cada um desses pontos é uma venda importante para a soma total da editora;

Perguntam se acham que as bancas vão se tornar obsoletas:

  • Panini: Apesar das bancas estarem definhando ao longo dos anos, elas ainda representam uma quantia boa de vendas para a Panini (lembrando que a editora trabalha com MSP, Marvel, DC…);
  • JBC: Marcelo diz que depende da estratégia de cada editora e do projeto que tem para cada título;
  • A editora disse que depois de 20 anos trabalhando com mangá, eles sabem onde o título precisa chegar, o público deles etc.;
  • A JBC disse que embora não trabalhe mais com bancas – que precisam de tiragens muito maiores para atender a demanda -, a maioria dos títulos vem desempenhando números muito semelhantes aos da época em que distribuíam assim;
  • A editora disse que esse ano está sendo “perfeito” em questão de desempenho dos títulos;
  • A JBC começou a fazer reimpressões de títulos muito pedidos, esgotados há muito tempo, ou em outro papel, como foi com “Sakura”, “Fullmetal” e “Hunter x Hunter”;
  • Del Greco revelou que “My Hero Academia” passou a marca de 1 milhão de cópias impressas (não necessariamente vendidas) no Brasil desde o início da publicação da obra;
  • Fullmetal Alchemist” também está perto de alcançar a marca de 1 milhão de cópias impressas;
  • NewPOP: Junior lembra que a NewPOP foi uma das primeiras a abandonar as bancas, mas com isso, a demanda em lojas especializadas aumentou, já que quem queria os títulos, foi atrás;
  • Junior disse que um dos segredos para trabalhar de maneira sadia é manter os títulos disponíveis. Ele lembra que a editora tem uma política de manter a maior parte dos títulos do catálogo disponíveis;

Perguntam sobre a atenção está sendo dada aos títulos de tokusatsu e a vinda de obras de outros países como Coreia do Sul (manhwa) e China (novels):

  • JBC: Del Greco disse que o sonho de fazer o “Jaspion” começou há muito tempo, mas tinham que achar um momento e ver o quê fazer com o título. O processo de produção com aprovação, roteiro e ilustração foram de 3 anos;
  • A editora lembra da indicação da obra ao Prêmio HQMIX;
  • Del Greco lembra que a licenciante japonesa pediu para a JBC lançar “Kamen Rider Kuuga“;
  • NewPOP: Da parte da NewPOP, o Junior diz que concluiu “Kamen Rider” recentemente em 3 volumes e, em seguida, irá lançar “Black Kamen Rider” (supostamente começa em Outubro);
  • A editora ainda trará mais ‘surpresas’ de Tokusatsu para o ano que vem;
  • Junior diz que é sempre quer diversificar o catálogo da NewPOP. Trouxeram uma leva de manhwas e mais recentemente, anunciaram “Mo Dao Zu Shi“, uma novel chinesa;
  • A editora ainda disse que trará uma série de novels chinesas que ainda não foram anunciadas;
  • Panini: A editora que trazer a HQ de “Ultraman” (feitas nos EUA) foi um ponto fora da curva e a editora ainda não tem a ‘tradição’ de trazer mangás de tokusatsu;
  • Tower of God” está sendo o primeiro manhwa da Panini nessa retomada de obras coreanas – a Panini já havia lançado alguns anos atrás – e a Bianca diz que o título era sempre muito pedido para a editora.
  • Por fim, a editora diz que não pode ignorar esses pedidos e que obras muito populares, embora não seja a área que eles tragam regularmente, estarão de olho;

O bate-papo foi esse, mas quero deixar alguns recadinhos importantes que foram passados durante o evento:

  • A Panini anunciou “Horimiya” para DEZEMBRO/2021 e a republicação de “One Piece” para 2022. Para mais detalhes de cada anúncio, é só clicar no título de cada obra que vocês serão redirecionados a uma postagem com mais detalhes de cada um;
  • O Anime Friends de 2022 (presencial) ganhou data! O evento em São Paulo acontece nos dias 8, 9 e 10 de Julho, enquanto que no Rio de Janeiro, será nos dias 16 e 17 de Julho. Os ingressos de 2 dias do evento em São Paulo estarão à venda durante 1 semana com preço promocional (deve durar até mais ou menos dia 9-10/10).

Fiquem com a thread cobrindo parcialmente o evento no Twitter:

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