Que comece o show da destruição!

Que comece o show da destruição!

É aqui que a desgraça começa a acontecer! O 20º episódio de “Moriarty” foi bem movimentado e encerra (literalmente) a participação do Whitley, iniciada no episódio passado. Os rumos que tudo levou foram um tanto inesperados, e vejamos tudo em detalhes 🙂


Antes de começar, preciso comentar que estou estranhando um pouco o ritmo da narrativa. Não acho que seja um problema com o episódio, mas sim porque vi os episódios 19 e 20 praticamente em sequência. Eu revi o episódio 19 de tarde para escrever a postagem sobre ele, e a noite assisti o episódio 20. Como até então eu sempre via um episódio, escrevia o post e só via o próximo com mais ou menos 5 dias de espaçamento. Acredito que dava um tempo para “curtir”, absorver tudo, e assim eu tive o meu estranhamento ao assistir esse capítulo.

Confesso que fui pego de surpresa por tudo o que aconteceu nesse episódio. Definitivamente não estava dentro daquilo que eu esperava, embora se pensarmos um pouco, é um algo esperado dentro daquilo que Moriarty se propõe. Minha reação com as mortes ocorridas no episódio se dão porque é a primeira vez que pessoas “do bem” morrem dessa forma. Até então tínhamos sempre as vitimas de algum nobre e a partir do crime, eles trabalhavam o caso e finalizavam normalmente executando o criminoso. Nesse caso é diferente, pois pela primeira vez na série, eles trabalharam as vítimas antes de tudo acontecer. Passamos um episódio inteiro vendo um pouco do Whitley, da sua família e amigos, para chegar nesse episódio e todo mundo morrer. É uma experiência bem… nova, eu diria. Tanto que desde o momento que o episódio começa, fico me perguntando como que será o andamento das coisas, de como aquelas informações que o Albert entregou ao Whitley serão usadas e como o Moriarty vai se conectar com tudo apresentado e intervir, já que eu acreditava numa intervenção de sua parte, o que acabou não sendo como eu esperava, e que no fim das contas foi muito bom!

Voltando um pouco mais para o começo do episódio e dando uma passada geral nos pormenores do capítulo, tivemos a polícia indo até a casa do Whitley para relatar que o policial tinha sido assassinado e que ao que tudo indicava, ele quem tinha matado o homem-bomba e acabou sendo morto para encobrir as provas. No fim, pedem para ele tomar cuidado redobrado e não ficar andando sozinho. O que a criatura faz? Vai até o inimigo sem ninguém ajudando. Eu não sei se o Whitley é ingênuo ou se é burro mesmo, porque assim, vai até o encontro do inimigo sem nem saber com quem ele está lidando. Isso por si só já é muito ruim. Nisso ele pega, vê o Milverton lá, sabe que o cara é dono de um jornal enorme (provavelmente um dos maiores da época e região) e fala “Olha, se você não fizer X e Y, eu vou expor os podres do parlamento” e acha que vai dar tudo certo. Meu bem, você vai expor para quem exatamente? Você está lidando com a MÍDIA que claramente não está do seu lado e pensa que vai dar certo? Não entra na minha cabeça que ele achou que ia dar bom ele mandar essa e sair.

Logo após isso, a tragédia começa a acontecer. O Fred está fazendo a guarda e chegam aliados/contratados do Milverton para não atrapalhar. Fico na dúvida nesse momento se a intenção do Moriarty era realmente não deixar nada acontecer com a família do Whitley ou se não era bem isso, porque desde o episódio passado, eles tinham deixado no ar que alguma tragédia iria acontecer e que o Whitley teria que lidar com a dor. Então no plano deles, isso teria que ocorrer. Mas se iria desenrolar dessa forma de todo jeito, por que deixar o Fred de vigia? Achei um tanto confuso. Prosseguindo, gosto muito da montagem de toda a cena, porque não mostram ninguém sendo assassinado. O que vemos é o desespero do Sam em avistar a Maggie morta e que ele está na frente do assassino, para posteriormente cortar e focar no Whitley vendo um por um dos corpos, até que o mesmo chega no irmão dele, sendo o momento que o personagem desaba. O que pega demais nesse trecho é tanto pelo lado de ser uma criança, como ele literalmente não poder fazer nada. Ele estava sem a cadeira de rodas e não conseguiu nem tentar fugir. É meio perturbador pensar na sequência. E momentos antes, não fica muito claro no momento (e tenho a sensação de que isso é problema com a legenda da Funimation), entretanto pelo que dá a entender, que o Sam mais queria era estar com o irmão na companhia dele, porque saía muito de casa e não tinha muito tempo para o garoto. É foda… Me pegou de jeito, mesmo estando bem claro o que tinha acontecido. Parabéns direção!

Eu gosto muito da direção de Moriarty porque ela sabe fazer essas cenas sem apelar para o explícito, chocando com sangue voando ou gente gritando (exceto com nobres). Eles sabem compor as cenas para te deixar apreensivo. São nos detalhes que os momentos mais impactantes vão sendo construídos e que tornam tão especiais e BONS essas sequências! O posterior também é excelente, com quadros mais ‘grosseiros’, traços largos, com um filtro mais sombrio, tendo um destaque principalmente ao vermelho. Não me canso de admirar a direção da série, porque ela é um dos pontos mais fortes que me fazem gostar TANTO de “Moriarty”.


Passando por isso, chegamos no ponto principal do ato, sendo este a corrupção do “cidadão bom”. Quando o Sturridge confessa ter matado a família inteira e ter sido coagido a fazer aquilo por conta da ameaça, começam a fazer uma construção de que o Whitley foi tomado pelo ódio. E quando ele enfia a faca no chão, dizendo que não consegue matar o cara, pensei por um momento que ok, não vai rolar. Logo em seguida ele enfia a faca no pescoço do cara e acabou. O que gosto nesse momento são as passagens que o Milverton deixa em pequenas cenas, falando sobre virtudes, moral e a corrupção do ser humano, e como com aquele assassinato, o Whitley ruiu completamente com a imagem dele, passando de um grande herói na visão do povo, para um novo vilão. Gosto desse ar de ‘vilania’ que o Milverton tem. É um pouco farofa com um tom de novela mexicana, mas acho que combina bem.


A sequência final do episódio é onde foi mais frenético. O maior destaque acaba sendo a morte do Whitley e como ela foi usada para compor uma narrativa de heroísmo por ele. Achei uma saída muito boa, pois da mesma forma que se tinha medo da morte do Whitley no ponto alto de sua carreira, ele seria visto como um salvador, com o Moriarty assumindo a culpa pelo crime, com essa imagem de altruísmo sendo preservada. Quero ver mais de como será essa relação nos próximos episódios e se vamos ter algum sinal de mudança por parte da população. A própria condução da cena também é ótima, e de novo graças a direção. Começa com o dia nebuloso, prestes a chover, com um ar bem melancólico e sombrio, até que o Whitley começa a discursar e aparece a luz do sol, como um sinal de esperança, para logo em seguida vir o Moriarty e cravar a faca em seu peito, fechando o clima novamente (de volta com tempos sombrios), e por fim, começar a chover.

Com essa morte, entramos no ato final. Tudo caminha para pelo menos o William morrer (CHORANDO), já que agora ele se expôs para os demais e não tem mais para onde voltar. No fim das contas, o Whitley acabou não sendo aquele que poderia mudar a sociedade sem se utilizar do mal, restando agora eles se sacrificarem como sendo esse “mal necessário” para a revolução. Comentei em alguma postagem do anime sobre como as mortes das pessoas não são necessariamente ruins, pois podem serem símbolos de uma alteração social necessária, como o caso do Luís XVI, último Rei Absolutista da França, que sua morte gerou uma revolução e a sociedade francesa começou a se modificar(embora tenha sido pouco para boa parte da população). O ponto não é a defesa do crime, mas que esses casos podem ser “proveitosos” de forma que sejam tão impactantes para a sociedade, ao ponto das pessoas pararem e perceberem que PRECISAM evoluir, e é nisso que o Moriarty quer se encaixar como sendo o estopim para tal mudança. Ele quer ser o agente que vai causar essa busca por melhoria social, enquanto que o Milverton é o puro mal por ele querer defender os direitos e interesses da minoria privilegiada que vive as custas da miséria do restante. É uma discussão bem interessante.

Gosto que Moriarty chega nas pessoas que vão morrer de todo jeito e só perguntar se pode usar elas para um plano dele, rs

Sinto que irei sofrer com essa sequência final. A obra culmina para a morte dos personagens que adoro e não estou preparado para isso. Talvez eu chore nos próximos episódios? Talvez… E não posso esquecer que uma peça ainda não entrou no quebra-cabeça: Sherlock. Ele não aparece há alguns episódios e a relação dele com os demais serão cruzadas no futuro breve. Veremos…


Embora eu tenha estranhado o tom frenético tenha sido o episódio e ter dito que não ache um problema do anime em si, talvez se torne de fato um problema nos próximos, pois aqui eles finalizaram o volume 10 do mangá. Dos episódios 21 à 24 (último), eles vão adaptar um volume por episódio, parando no volume 14 ao final da série. Vamos ver como isso vai funcionar na prática. Vi gente gostando e outros nem tanto. Como ainda não li essas partes no mangá, nada vai interferir no meu julgamento do anime… Então, até daqui alguns dias! ^^

Finalizo o post com esse take que achei muito lindo ^^

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