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Um isekai adorável para assistir nessa temporada.

Um isekai adorável para assistir nessa temporada.

Com uma mistura de vários elementos de outros isekais famosos como Overlord e Slime, vamos acompanhar a jornada de uma jogadora profissional (mesmo que sem intenção) de Leadale, em busca de saber respostas dos mistérios que rondam esse teletransporte e da lacuna temporal que a protagonista vivenciou (por consequência sua personagem do jogo também), e se existe solução ou maneiras de saber o que aconteceu com ela no mundo real e se não é um simples sonho.

Sinopse: “Vítima de um trágico acidente que a deixou internada com metade de seu corpo paralisado, o único escape de Keina Kagami é o MMORPG de realidade virtual, Leadale. Certo dia, seu sistema de suporte à vida é desligado e ela falece… Mas ela acorda no mundo de Leadale, 200 anos no futuro. Agora vivendo como a elfa Cayna, sem nenhuma habilidade mas com atributos incríveis, ela precisa desvendar o que se passou nestes dois séculos em que esteve ausente, e firmar novos relacionamentos com os moradores do novo mundo, incluindo alguns personagens que ela mesmo havia criado!”

O básico sendo apresentado

Como visto na sinopse acima, a história irá nos apresentar a realidade de Keina (ou Cayna, seu nick dentro do jogo) logo após sua mente despertar dentro do mundo virtual do game que ela jogava sem ter outra opção de escolha. Não explicam muito o background dela, porém dá a entender pelos próprios comentários da protagonista que ela sofreu algum acidente na sua infância que a deixava em um estado de coma, e que seu único escapismo em busca de manter ao menos o cérebro saudável era entrar na realidade virtual de Leadale. Ela diz que fazia anos que não comia alimentos ou consumia nutrientes sem ser por via intravenosa. É citado por cima, mas é claro que o estado que ela se encontrava no mundo real, a fez considerar que seu corpo original fosse algo distante ou que não fosse mais a sua realidade, fazendo-a aceitar que sua vida era agora entre as linhas de códigos daquele mundo criado por programadores, ao que parece.

Estou aprofundando esse tema mais por interpretação, porque o foco do anime não é esse. Apesar dela ter de fato muitas dúvidas de como ela foi parar lá, a narrativa é totalmente destinada a mostrar seu cotidiano em Leadale. Esse começo tem muitas similaridades com o anime do Slime ou o isekai da Aranha. Nessa estreia apresentam toda a rotina da cidade em que ela está hospedada, como de outros “NPCs” que estão habitando a região. Coloquei NPCs entre parênteses, pois nem a Cayna consegue identificar se é de fato o mesmo jogo que ela jogava ou se aquilo era um outro mundo igual ao que ela estava durante sua internação hospitalar. Ela até pensa que esses personagens são máquinas, porém descarta a ideia logo em seguida vendo que além dessas IAs terem livre arbítrio, apresentam histórico, gerações familiares e até formações sociais/morais que somente podem ser atingidos através de anos de convívio dos humanos dentro de uma sociedade. Ela sabe que aquele mundo em que está tem as mesmas regras de Leadale, tanto que consegue abrir um menu para acessar seus itens, porém graças a lacuna de 200 anos, a Cayna não sabe se ainda está conectada no servidor, ou se morreu e foi parar em um outro mundo paralelo, dentro de um corpo de uma outra elfa que realizou as mesmas ações que sua personagem tomou enquanto upava seu personagem durante suas imersões em Leadale na vida passada.

Devem explicar mais para frente essas questões, entretanto é notável que houve o blecaute e ela estava conectada, e alguma coisa aconteceu por definitivo. Talvez sua mente ficou presa no servidor, que a fez ficar desacordada por mais de 200 anos, ou que morreu de fato e que só conseguiu reencarnar na Elfa centenas de anos depois. Até porque a Cayna não faz ideia o que fez nesses 200 anos em que estava desacordada. Ela sabe que aquele corpo estava se mexendo, interagindo com outras pessoas e viajando por aí nesse período todo em que sua mente não ficou presente. Alguém estava decidindo as ações ou apenas aquele corpo seguia rotinas programadas enquanto a verdadeira “persona” não assumia o controle. Até mesmo nos momentos em que ela aprende a usar suas skills de magia sem ser por comandos externos, fazem com que a personagem fique em dúvida se aquilo é o jogo que ela conhece ou algo além de sua compreensão. Novamente eu repito que estou mais pensando nessas perguntas, pois foi esse elemento que me chamou atenção. Inclusive uma das minhas reclamações é dessa falta de incentivo que a história dá para o espectador voltar para continuar assistindo a adaptação. Não se tem ganchos, ou questionamentos marcantes sobre o enredo, nem ação ou qualquer cena que gere emoções fortes para a galera que assistiu o primeiro episódio, fazendo assim aquela ausência de motivação de progredir ou despertar interesse nos otakus médios para continuarem vendo o anime. A obra é bem mais voltada para o slice do que aventura. Então não espere ação ou coisas relacionadas a momentos mais empolgantes quanto a um jogo de MMORPG pode oferecer, como enfrentar BOSS ou Dungeon. Vão com essa expectativa assistir Leadale no Daichi nite.

Narrativa lenta e produção mediana

Como vamos acompanhando a protagonista passeando pela cidade, vamos sendo apresentados a uma porrada de personagens. Ao que parece a maioria não vão ser relevantes para o enredo, mas ao menos são simpáticos. Destaque para a própria protagonista com suas caras e bocas e a filha da dona da pousada que é um amorzinho de pessoa. Não posso esquecer que temos o “Grande Sábio” do slime aqui como ajudante da protagonista também , apesar de mais parecer uma inteligência doméstica estilo Alexa da Amazon que auxilia a Cayna em tarefas simples do que um personagem mais ativo ou com mais personalidade do que sua prima distante que está em um outro isekai.

Adorei que o background da protagonista estar formado, com ela já com família constituída, tendo alguns filhos graças a mecânica desse jogo de criar NPCs para funções familiares ou sociais. Lógico que eles continuaram vivendo nesses 200 anos e que estarão com outras personalidades quando forem mostrados no anime, mas dou graças a Deus de não usarem o clichê de par romântico por agora só para justificarem os filhos. Ainda bem. Até falando nisso, não esperem romance por justamente a obra não ter esse foco em formar algum casal principal na trama. Sem shipps aqui nesse inicio. Também foi uma surpresa para mim que para os avatares com levels mais altos ganham direitos a montarem suas próprias Dungeons para desafiarem outros jogadores ou demais aventureiros a ganharem valiosos prêmios. Outro destaque é a interação entre a protagonista e o guardião de sua Dungeon. Bem engraçada. E como é esperado, a Cayna é MUITO FORTE. Ela derrota o urso com facilidade, servindo para ganhar mais fama naquele povoado em que está hospedado. Já virou quase um clichê desses isekais em terem protagonistas overpowers em suas histórias.

A produção do anime não é lá grandes coisas, visto que mesmo comparando com as artes das novels, houveram simplificações nos designs e estilos de desenhos nessa adaptação. Ficou sem identidade própria visualmente falando. Lembra muito de diversos outros animes com temáticas medievais de RPGs (ou isekais) lançados em outras temporadas. A animação é bem estática, porém consistente e entrega um resultado satisfatório. A edição e direção é bem operante, com poucos momentos de destaque. A trilha sonora é genérica e discreta. Nem em momentos cômicos ela é marcante, o que é uma pena para mim que curte OST de qualquer mídia audiovisual.

Conclusão

Pelo que eu vi nessa estreia, creio que recomendaria o anime para o pessoal que curte Slice of Life. A não ser que a história se transforme em uma aventura mais para frente na narrativa, como aconteceu no anime do Slime, Leadale no Daichi nite será mais algo como um passatempo legal e que talvez divirta os mais estressados de suas rotinas estressantes do dia-a-dia com momentos engraçados e relaxantes em sua história descompromissada.

2 thoughts on “Leadale no Daichi nite (In the Land of Leadale) #1 – Primeiras Impressões

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