Uma palavra: perfeito!
“Honzuki no Gekokujou” está de volta com sua 3ª temporada! Uma de nossas obras favoritas está retornando com toda a sua glória e entregando uma estreia digna de sua maestria. Segue sendo perfeito! Vamos falar mais desta obra maravilhosa e o que tivemos nesse episódio ^^
Sinopse: “Motosu morre num acidente, pouco depois de realizar seu sonho de se tornar bibliotecária. Ao acordar, ela renasceu como Myne, filha de um pobre soldado em uma cidade com um rígido sistema de castas. Mas ela não se deixa incomodar: tudo de que ela precisa são livros. Contudo, neste mundo, livros são escassos e caros demais para uma filha de um pobre soldado. E assim ela decide: “Se não existem mais livros, eu mesma vou fazer os meus!” Myne não tem energia nem dinheiro, mas tem o conhecimento de todos os livros que leu em sua vida anterior. Será que Myne conseguirá fazer seus próprios livros?“ Fonte: Crunchyroll.
RUB: Vamos lá Alê comentarmos do nosso queridinho dessa temporada que é Honzuki no Gekokujou: Shisho ni Naru Tame ni wa Shudan wo Erandeiraremasen. Vou confessar que fiquei bem surpreso de uma nova temporada do anime. Terminou a segunda temporada de Honzuki, e conhecendo mais ou menos seus índices de audiência tanto no Japão como aqui no ocidente, pensei que não seria mais possível termos novos episódios dessa história maravilhosa. Estava me contentando e aceitando que, ou eu teria que ler a versão americana da novel ou acreditar na remota possibilidade da vinda da novel para aqui nas terras brasileiras. Mas estamos agora em Abril de 2022, e não só temos uma terceira temporada do anime como também foi anunciado a publicação da primeira parte da novel por aqui pela NewPOP (e sabendo da demora entre o anuncio e a publicação das obras pela editora, talvez só leremos o original em 2023). Então eu não podia estar mais feliz com a situação. Boa parte da staff das temporadas anteriores retornaram para a nova, irei consumir a novel na nossa língua no futuro… todas as sortes possíveis para esse caso estão acontecendo. Eu só queria pontuar a minha felicidade com Honzuki antes de comentarmos a estreia da terceira temporada, porque quem ainda não viu, VEJA. Nem precisam consultar terceiros ou amigos para saberem se é bom realmente. Para quem privilegia uma boa narrativa e desenvolvimento de personagens, pode ir assistir tranquilamente, pois ainda são poucos episódios acumulados, e quanto mais demorarem, mais difícil será de acompanhar Honzuki. Agora comentando sobre a estreia em si, voltamos no exato ponto do final da segunda temporada anterior. Temos a Myne ainda tendo que lidar com as consequências daquela excursão que a personagem usou poder demais e da cobiça dos lideres religiosos de monopolizá-la para ganharem benefícios. O Ferdinand acaba sendo seu único protetor no local. Ainda tem a parada que ela TERÁ QUE FICAR no santuário, pois o inverno é rigoroso e sua saúde debilitada irá ser um problema grave caso pegue uma simples virose ou algo do tipo. Faz sentido a Myne tentar deixar suas pendências nas criações de livros, no comércio local, ou no próprio ambiente familiar, porque ela vai ficar meses sem ir a esses locais. Ela precisa agilizar tudo o que pode antes do seu retiro para quando a primavera chegar, seus projetos não estejam tão atrasados assim. Esse começo de episódio Alê, serviu mais como ponte entre os acontecimentos da temporada anterior para o que estar por vim nos próximos capítulos, incluindo o que farão os demais do elenco enquanto vamos acompanhar a Myne dentro do Santuário. Também aproveitaram e ao menos inseriram participações especificas de certos personagens chaves, até como forma de reforçar as memórias de quem assiste sobre tal pessoa que será importante mais adiante. Um acerto da produção nesse primeiro 1/3 do episódio. Destaco a nova opening que está lindíssima.
ALÊ: Eu estava na pura depressão quando estava terminando a segunda temporada, porque não tínhamos muitos dados para criar uma base favorável a sua continuação. O único disponível (vendas de Blu-ray e DVD que são dados defasados), não era nem um pouco animador. E para completar, a novel era enorme. Na época ela estava ali com seus 25 volumes. Na minha cabeça as chances de uma 3ª temporada ou da vinda da novel para o Brasil eram praticamente nulas. Terminou a temporada anterior e sem confirmação de terceira, já estava chorando porque né, não ia vir mais. MAS às vezes o mundo ‘capota’ e olha… não só temos a terceira temporada aqui e agora, como novel e adaptação em mangá serão publicados no Brasil. “Honzuki” é um caso ABSURDAMENTE raro que deu muito certo para nós que somos fãs da série. Normalmente não temos nova(s) temporada(s) e muito menos a publicação do material original aqui (quando se trata de novels). É o suprassumo da felicidade! E para quem ainda não viu o anime, ASSISTA! É uma das melhoras obras que vi e consumi nos últimos anos. Entre os Isekais é o melhor que já vi. Se você quer uma recomendação do blog e que é unânime entre a staff (até a Débora que não escreve textos de opinião gosta da obra), só vai em Honzuki que é sucesso e tem review das 2 temporadas anteriores no site (aqui e aqui) ^^. Agora falando do retorno, não só tem a cobiça dos outros nobres, como o inverno chegando e possíveis doenças que ela possa pegar, tem a questão de que ela precisa tirar mana do corpo de tempos em tempos. Eles não podem correr o risco da garota ter um acúmulo repentino e não conseguirem tirar o excesso antes que der mais problemas. A Miya Kazuki (autora) tem uma mão perfeita para o roteiro, mas também preciso elogiar a direção e composição de série, porque conseguem construir a conexão entre as temporadas de maneira primorosa! Faz quase 2 anos desde que vi a temporada passada e mesmo assim não fiquei perdido com nada. Tem diversas pontinhas e eventos que servem de contexto para relembrar tramas que serão desenvolvidas. E sobre a OP, desde a 2ª abertura que a staff de fato está se esforçando para criarem algo relevante nelas. A primeira é super básica, mas a 2ª e 3ª são maravilhosas. E falando nela, gosto de como ilustra bem temas que vão ser abordados, principalmente no que tange os sentimentos da Myne. Quando você vê ela, pode não parecer que tenha alguma mensagem, mas quando termina o episódio, você logo entende o significado dela. E como falamos em live, fico curioso para ler a letra da música. Creio que tenha algo sendo passado na letra também.
RUB: Até aprofundando nesse conflito comercial, Alê, o que aconteceria se, por exemplo, aparecesse uma nova rede social que será tendência nos próximos anos? O que as demais empresas que dominam o mercado hoje, fariam? Com certeza pensariam em estratégias (até mesmo naquelas decisões que não são boas, eticamente falando) para barrar o novo concorrente, utilizando de outros subterfúgios para saberem quais segredos a nova companhia esconde. Agora pensando no mundo de Honzuki, o que ocorreria quando parte dessa burguesia é ameaçada pela novidade que está ganhando atenção dos consumidores? Considerando os pensamentos arcaicos correspondente a época que compõe o cenário desse roteiro, é mais do que óbvio que coagir ou até ELIMINAR seu concorrente é a maneira “correta” de agir e ainda permanecer na dominância de tal conhecimento envolvendo a produção de algo. No caso aqui é da tinta que é usada em impressões. A Myne ela esqueceu de uma das maiores fraqueza do ser humano que é a rejeição a novidades súbitas que aparecem quando está habituado ao seu cotidiano. Quando vamos fazer algo chato, mas que é necessário, a nossa primeira reação é de reclamar ou xingar muito o motivo de estarmos fazendo essa ação. Desde obrigação e deveres que estamos inseridos no contexto, como fazer favores para uma outra pessoa a contra gosto. Era óbvio que as “invenções” da Myne naquele mundo não iriam passar batido. Mesmo que o Benno a proteja, todos na cidades sabem que existe uma pessoa que cria produtos diferentes e revendem no comércio, fidelizando novos clientes para aquisições desses mesmos produtos. O enredo até foca nesse pessoal da tinta que está perdendo relevância, mas imagina nos comerciantes que produziam livros de luxos, ou cozinheiros que perdem status graças a uma nova receita que bombou com sua clientela e que desconhece sua origem… O inimigo passa a ser o NOVO E DESCONHECIDO. E a Myne ESQUECEU por completo que toda ação, tem uma reação. Não tem como fortalecer um comércio sem caçar brigas com os concorrentes adjacentes que vendem produtos similares. O Benno até tenta uma parceria, porém essa burguesia da tinta sabem que sempre estarão atrás no quesito produção, dependentes desses acordos comerciais para continuarem no topo dos seus ramos. Óbvio que a eliminação dessa fonte de ‘ideias’ é o objetivo. Até acho que eles nem queriam que acontecesse esse acordo. Só armaram a reunião para descobrirem a inventora do novo produto. Então tudo que a Myne for alterar na cultura da região, tanto economicamente, quanto socialmente, irá chamar atenção de poderosos que tentarão derrubá-la. Como se já não fosse fácil antes, pois até a igreja está em cima dela, tentando ganhar alguma vantagem com sua presença no templo local.
ALÊ: E de novo, eu bato na tecla do quão bem pensado é a narrativa. A Myne atrair olhos negativos de pessoas que produzem algum produto existente, só que forma melhor, é um tema tecnicamente novo, mas é algo que se esperava que fosse abordado. Desde cedo, a Myne foi trazendo seus conhecimentos do nosso mundo para lá. Começou com os testes de papel, passou para bordados, presilhas, vestidos e vai só crescendo. Os olhares iniciais eram muito voltados às pessoas ao redor dela, com quem tinha contato, sendo as pessoas pobres da cidade. A medida que ela vai aumentando seu alcance e crescendo nos seus planos ambiciosos, é claro que cedo ou tarde ela pisaria no calo de alguém, que é o que começamos a ver aqui nesse episódio. E é apenas o começo de tudo, porque se ela de fato quer produzir seus livros em maior escala, vai incomodar cada vez mais gente a medida que ela necessitar de algum recurso mais avançado para continuar sua produção. Isso sem contar nas outras “invenções” da personagem como na culinária (massas, pizzas, doces…). A Myne sabe de muitas coisas e de fato as usa para conseguir objetivos e tornar a vida dela mais confortável, ou um pouco mais próxima da que ela tinha no outro mundo. Só que é como você disse. Ela esqueceu que a novidade gera concorrência. E para quê eles vão querer essa concorrência se ela traz muito prejuízo? Honzuki caminha para uma exploração do comércio e conflito de interesses entre poderosos. Ela está aliada de Benno, mas até que ponto ele consegue manter essa proteção? Acho tudo interessante, até pelo lado de que ela conseguiu amenizar um pouco a questão da tinta naquele momento, mas sempre vai ser uma fonte de novidade. Quando ela tiver acesso a materiais, vai encontrar outra maneira (mais avançada) de fazer o produto. A protagonista sempre vai estar na reta dos comerciantes burgueses, sobretudo por afetar diversas camadas de comércios ao mesmo tempo. No fim das contas, acredito que quem será o maior protetor da Myne é o Ferdinand, seja pelo seu poder dentro da igreja, como ela estar dentro da igreja traz uma maior sensação de segurança, embora as próprias pessoas dentro do local não sejam totalmente confiáveis, vide que o Fran pede para a Myne não comentar nada sobre o acontecimento do comércio com a Delia, por ela ainda ter uma conexão forte com o bispo.
RUB: A Myne até antecipa sua ida a igreja com medo de amigos e familiares saiam machucados da situação. Todas essas invenções ainda irão atrair atenção de outras pessoas que a querem mal. Mesmo a Delia aceitando seguir as ordens da Myne, ela ainda foi criada pelo bispo e que presta respeito a ele por salvá-la da miséria. A cena da Myne tendo que se despedir da Tuuli, do Lutz e do Gunther de forma inesperada é tão bonitinha. Essa parte mostra que mesmo ela, pessoa de um outro mundo, tendo que assumir o corpo da verdadeira Myne, aquele grupo de pessoas se tornaram muito especiais para a personagem. São sua nova família e amigos, em que tem apreço e medo que aconteçam alguma coisa com eles. Mesmo ela tendo mordomias na igreja, o espaço restrito e dividir sua cama com outras pessoas próximas fazem parte de coisas que ela aprecia. No novo lar, mesmo tendo regalias, jamais irá conseguir replicar esse mesmo sentimento de aconchego que ela tem nesse novo aposento. Tanto que ela chora escondida por não querer transparecer fragilidade em frente aos demais órfãos que a obedecem, como também não dar munição para os demais integrantes da igreja que querem sua cabeça. A situação dela nessa parte da história vai ser complicado, principalmente considerando que a protagonista tem poucos aliados e que seu desconhecimento sobre os costumes da igreja como normas de etiquetas, continuam sendo empecilhos para a personagem. Será ainda um caminho bem tortuoso para a Myne nos próximos meses que ficar dentro daquele local. Com certeza a narrativa irá explorar outros pontos dentro da teologia apresentada para servir como obstáculos para a personagem de alguma forma, dificultando que seus desejos sejam atendidos na democratização do comércio de livros de ilustrações entre a população mais pobre. Como esse templo será um ambiente recorrente, aposto que outros assuntos internos da igreja sejam aprofundados nos próximos episódios. Quero destacar outros aspectos, como a ending dessa temporada. Igualmente linda a opening, utilizando distintas técnicas de animação para passar determinados sentimentos ao espectador. Quanto aos demais detalhes como direção, trilha sonora e edição, ainda se mantém a mesma em relação as duas temporada anteriores. Mesmo que seja o pessoal responsável de antes, ainda ficou o receio de produção rushada ou animação torta. Ao menos nessa estreia, ainda temos o mesmo padrão de qualidade em que não temos sakugas, porém o refinamento entre os quadros mantém a qualidade visual constante. Ao menos a qualidade mediana está garantido.
ALÊ: Sim, é uma situação complicada mesmo para a Delia, porque mesmo que por exemplo, ela deixasse o Bispo de lado e se afastasse, quais garantias ela tem da permanência dela por lá? É até arriscado quebrar totalmente os vínculos com o velho. O momento da despedida da Myne com a família é ótima. Gosto muito da sensação de solidão que ela tem e chora antes de dormir. Não vemos muito da vida passada dela, mas há momentos que deu a entender que a personagem não tinha amigos. Era ela e seus livros na biblioteca. A partir do momento que passa a ter maior contato com as pessoas, constrói laços, e agora precisa deixá-los por um tempo antes do esperado, é natural a sensação de solidão tão rapidamente. É muito bem feito. E mesmo que ela tenha amigos dentro da igreja, é muito diferente daquilo que ela tem fora dali. Eles são amigos, mas não tão próximos como a família dela. Nem podem dormir na mesma cama e outras coisas que se faz tradicionalmente com a família. Mesmo que a Myne tenha sua mentalidade de adulta, ela ainda está no corpo de uma criança e está vivenciando experiências que são novidade para ela. É muita pressão e de diferentes lados para aguentar sempre. Não pode transparecer e precisa estar sempre forte, confiante e mais plena possível. Eu gostei muito da ED. Tiveram uma sacada excelente de trazer diversos quadros emulando diferentes estilos e modelos artísticos, indo desde métodos tradicionais como giz e tinta, a vitrais (como os de igreja) e traços mais abstratos. Na questão de produção, como o Rub disse, segue tudo na mesma. Embora não hajam sakugas, acho que a produção vai certeira para não errar: sabem das suas limitações e trabalham para deixar tudo na média do começo ao fim. Espero que isso seja mantido aqui. E sobre rushar, acho que não vai rolar, porque pelo que vi, a intenção dessa temporada é apenas encerrar a adaptação da 2ª parte da novel. Falta mais ou menos 1 volume e meio e parece estar tranquilo nesse aspecto.
RUB: Assim, reforçando a nossa recomendação, quem ainda não viu as temporadas, ainda dá tempo para assistir e acompanhar os novos episódios sendo lançados nas próximas semanas. O anime continua maravilhoso e a história é perfeita. VALE MUITO A PENA. XD
O anime está disponível na Crunchyroll