Oitava postagem de primeiras impressões e já perdi nas minhas contas quantas faltam para fazer desta Temporada de Verão dos animes de 2022. Pelo menos a estreia tema do post, Kuro no Shoukanshi, foi divertida de assistir. Só fiquei receoso a certos temas que parece que irão ser recorrentes no roteiro da animação e que graças a experiência tenebrosa com o anime do Esqueleto da temporada passada (Gaikotsu Kishi-sama), pode ser que descambe para algo que não é necessário na história, prejudicando demais o potencial que despontou no primeiro episódio. Mas bora lá falar um pouco do episódio 1 de Kuro no Shoukanshi.
SINOPSE: Acordando em um novo lugar estranho sem memória de sua vida passada, Kelvin descobre que ele trocou essas mesmas memórias em troca de novas habilidades poderosas durante sua recente transmigração. Indo para um mundo totalmente novo como um Summoner, com seu primeiro seguidor sendo a própria deusa que o trouxe, Kelvin começa sua nova vida como um aventureiro, e não demora muito para que ele descubra sua disposição oculta como um viciado em batalhas.
Definitivamente eu não vou ganhar na Mega-Sena, pois estou em uma sequência de palpites da pré-temporada de animes muito da equivocada, que está foda. Kuro no Shoukanshi é mais um que passou despercebido, pensei que seria mais um isekai tedioso e genérico, que seria aquela cota de postagem em que falo de todas as merdas que tinha na história, para 2 meses depois eu sequer lembrar do que tratava o anime (também, até ano passado, eu tinha um “faro” para escolher merda, que MEU DEUS…). Sorte a minha (ou azar, dependendo do ponto de vista por já estar vendo muita coisa) que Black Summoner entregou algo bem divertido em seus vinte minutos de duração. O protagonista já ser simpático ganhou pontos comigo, ao contrário do que seu apelido de BLACK SUMMONER estava indicando a princípio.
O anime começa segundos antes dele renascer nesse novo mundo. Temos uma narradora/parceira do protagonista (Melfina) que é uma deusa da reencarnação, que deu uma segunda chance para o personagem principal (Kelvin) em troca de algumas compensações, como suas memórias da vida passada. A Melfina seria o Grande Sábio (igual do anime do Slime), em que ela seria uma espécie de companheira de jornada para o Kelvin, só que sem presença física ou corpórea no momento. Até ela pode ser invocada caso o Kelvin consiga atingir o nível 100 e tal, mas por enquanto é irrelevante essa questão. O lance é que o Kelvin, pelo que a Melfina conta, se apaixonou PROFUNDAMENTE por essa deusa. Em meio de juras de amor e promessas, o protagonista conseguiu convencer que ele renasça, e que tenha ajuda da deusa em explicações necessárias para que o mesmo consiga sobreviver o máximo possível e possa aproveitar esse mundo semelhante a jogos de RPG. Isso sem contar na conveniência desse lance dele vender suas memórias para ganhar um corpo mais buffado nos atributos e não perderem tanto tempo com grind ou exposição detalhada sobre o mundo nos primeiros levels. O roteiro assume que você é um gamer ou que assistiu muito isekais nos últimos anos, e você que complete os detalhes, pois a narrativa só irá adiante (até porque, a ausência das memórias do Kelvin é uma justificativa para não contarem o passado do personagem e ser igual a um MMORPG em que você cria o avatar nível 1 e segue dali).
Ainda que o anime resuma a introdução na inserção de diversos elementos, toda essa estreia acompanha a caminhada do Kelvin em sua primeira missão de matar uns slimes (sim, mais um anime de slime… deve ser tendência e exigência ter ao menos menção a esse ser nos lançamentos recentes). E pior que eu gostei desse início. Mesmo que esse mundo apresentado não seja tão diferente de outros animes com a mesma temática, ele tem seu diferencial é a dinâmica da Melfina com o Kelvin. Como ambos estão se conhecendo e que ele não se lembra de sua declaração de amor para a deusa, rende várias piadas boas, de como o protagonista era um super-romântico e ele sentindo vergonha alheia de sua versão do passado durante o relato, ou de como o personagem é meio cético com as facilidades que o próprio ganha algo sem ter algum contra ou pagamento, ou seu estranhamento da nova cultura em comparação aos conhecimentos que manteve da sociedade que vivia anteriormente… A dupla de protagonistas é muito boa e eficiente na sua proposta, dela parecer muito empolgada com a possibilidade de tirar umas férias assistindo o protagonista sofrer, enquanto o protagonista ainda está aprendendo do que fazer ou não para sobreviver nesse seu sonho de ter uma aventura medieval, semelhante aos livros e jogos que conhecia (isso é tudo dito pela Melfina, pois o protagonista não se recorda de nada que ele fez). E graças a essa sinergia, o episódio passa que é uma beleza, incluindo na própria jornada do protagonista em matar e domar seu primeiro pet.
Eu não citei, mas o Kelvin é da classe de Domador de Animais. Sim, segundo controlador de algum ser vivo, semelhante ao Tensei Kenja, também dessa temporada. Obviamente, como a primeira missão sugere, seu primeiro pet é um slime. E eu devo ter alguma fraqueza com slime fofinhos, porque é mais um que quero como pelúcia. Ganhou até o nome de Clotho e tal. Foda demais o slime. Após ganhar um novo companheiro, ele fecha o dia com recursos o suficiente para comer e dormir em uma pousada, com a finalização de uma espécie de passagem de tempo, em que tanto o Kelvin quanto o Clotho lutam com outros animais mais fortes da região para upar. Se fosse só isso nessa estreia, esse episódio teria sido excelente, pois já introduz os protagonistas, ambienta o local em que estão, estipula o clima da obra e as possibilidades do que estará por vir nos próximos episódios. Na teoria, tudo seria um acerto. Só que graças a duas cenas, meu sinal de alerta foi ligado e estou torcendo para que não se cumpra os meus temores.
A primeira cena em questão é de termos uma cena de escravos, com uma meia-elfa sendo comercializada. E como o Kelvin é um DOMADOR, lembrei logo de Tate no Yuusha, como esse assunto foi abordado naquela merda e veio aquela sensação ruim que dependendo como será desenvolvido esse lance da elfa, pode fuder todo o rolê. No trailer indica que a meia-elfa será a terceira protagonista, com mais participação na história nos próximos episódios. Eu só não quero mais um repeteco de Herói do Escudo sendo idolatrado por manter outras raças como escravas, como se estivesse cuidando de filhas. Pode ser qualquer outra coisa, menos essa droga. E a segunda cena é uma demônia (ou vampira) nua presa em uma dungeon que aparece rapidamente na montagem da edição no final da estreia. Veio na minha cabeça Arifureta. Eu adoro Arifureta, mas esse anime funciona na base da galhofa. Se tentarem colocar essa parada do protagonista pegador e apelão aqui também em Black Summoner, ficará muito bosta. Talvez seja o anime dando sinais de uma desgraça mais na frente, mas prefiro acreditar que não vai ser assim e que será um produto audiovisual divertido de consumir.
Quanto à parte técnica, não tenho muito o que comentar. Apesar de não ser uma produção de baixo orçamento e horrorosa como Hoshi no Samidare, também não esbanja beleza ou identidade como Yofukashi no Uta. Faz aquela animação e direção bem básica, com uma edição e trilha sonora discreta e medíocre. O que eles acertam é o timing cômico das piadas. Pode parecer estranho enfatizar no timing de contar piadas, entretanto já assisti tantas animações que não conseguem fazer nem o básico nesse último ano, o que torna obrigatório eu citar esse acerto essencial na postagem.
Black Summoner vai ser um dos animes que vou arriscar a ver, torcendo para que tudo saia dentro dos conformes, como passaram a impressão nesse primeiro episódio. Esse anime, definitivamente, terá que passar pelas regras dos 3 episódios. Só assim para termos noção de que se vem uma bomba, ou algo divertido como passatempo.