Uma borracha: muita confusão e divertimento!

Olá pessoal! Vamos agora falar da segunda resenha de mangá para o nosso pequeno especial dedicado ao Mês do Orgulho de 2023! A postagem de hoje será dedicada a “Confusões do primeiro amor”, de Wataru Hinekure (roteiro) e Aruko (arte). O mangá nasceu no Japão em 2019, tendo sua estreia na edição de julho/2019 da Bessatsu Margaret (Shueisha) no Japão. O mangá foi publicado originalmente sob o título de “Kieta Hatsukoi” (消えた初恋) e sua serialização ocorreu até junho de 2022, onde se encerrou e concluído em um total de 9 volumes. Em outubro de 2021 foi lançada uma adaptação em live-action (primeiras impressões aqui) que contou com um total de 8 episódios. E em 2022 a obra ganhou o 67º Shogakukan Manga Award, na categoria de Melhor Shoujo, além de ter ficado em 9º lugar (junto de “Yubisaki to Renren“) no Kono Manga ga Sugoi! 2021.

Edições de Setembro e Novembro de 2021 da Bessatsu Margaret. A 1ª celebrando a adaptação em live-action e a 2ª divulgando os atores principais da série, Machieda Shunsuke (Aoki) e Meguro Ren (Ida).

No Brasil, o mangá foi anunciado pela Panini em Dezembro de 2022, na ocasião da CCXP. A publicação começou em fevereiro deste ano, no entanto, coleciono a edição francesa do mangá (na França é lançado pela Akata) desde a estreia da obra em meados de setembro de 2022, tendo os 4 volumes publicados até o momento. Recentemente adquiri o 1º volume da edição brasileira para fazer esse post (servir de ilustração) e venho compartilhar impressões gerais sobre a obra ^^.

Sinopse: “Aoki tem um amor não correspondido por sua colega, Hashimoto-san. Porém, ao pegar emprestado uma borracha da garota, ele percebe que nela há um nome escrito: Ida, um rapaz da mesma turma. Além disso, Aoki acaba sendo visto por Ida enquanto está segurando a borracha… Será que houve um mal-entendido?”


  • História e Desenvolvimento

Confusões do primeiro amor” vai dar o pontapé inicial de sua história a partir de uma grande confusão gerada por uma simples borracha. Como é dito na sinopse, Aoki gosta da Hashimoto, mas na borracha que pega emprestado dela, ele vê o nome do Ida. O Ida acaba derrubando a borracha que estava com o Aoki e vê o nome dele escrito nela. Para não entregar a Hashimoto, ele acaba dizendo que a borracha é dele mesmo. O circo está feito e que espetáculo absolutamente divertido!

Gosto que na obra todo aquele núcleo dos personagens principais é precioso. O Aoki com aquele jeito exagerado, um pouco desbocado e atrevido, que fala coisas sem nem pensar e totalmente expressivo é maravilhoso (as caras e bocas dele são excelentes). O Ida, mesmo recebendo uma pseudo-confissão, não rejeita o Aoki. Leva a sério e começa a pensar sobre ela antes de dar uma resposta. Eu gosto bastante que o Ida não menospreza, porém também passa a querer entender o que supostamente levou o Aoki a gostar dele, enquanto o Aoki fala de seus sentimentos (tendo a Hashimoto em mente, já que é dela que ele gosta). O Ida vai aprendendo e entendendo o lado dele.

Embora não tenham tido muito destaque nesse volume, a Hashimoto é adorável! É daquelas personagens super fofas, carinhosas e atenciosas com os amigos. Por sinal, a atriz que faz ela no live-action potencializa MUITO a personagem e o quão gostável ela consegue ser. Também adoro do Akkun e o jeito estabanado dele de ser.

Eu conheci Confusões do Primeiro Amor inicialmente pela adaptação em live-action e me diverti MUITO com a série (fica a recomendação). Atores excelentes, uma direção e textos perfeitos, tudo muito bem casadinho e redondo, bem estruturado e com personagens ótimos a sua maneira. Então, esperava o mesmo do mangá e digo que saí satisfeito desse primeiro volume. É uma leitura que flui muito bem. A quadrinização dele é simples, composta de quadros grandes e largos, sendo um Shoujo bem mais contido e até tradicional, mas executado de forma brilhante.

O desenrolar do volume segue a base da proposta inicial: o Aoki tentando fazer o Ida entender que ele não gosta dele ou pelo menos tentando fazer o Ida desistir de pensar sobre a “declaração” (nem um pouco intencional) dele, ao mesmo tempo que tenta fazer ele ficar mais próximo da Hashimoto. E graças a isso, os dois é que acabam ficando mais próximos e tendo maior contato, mesmo que aos trancos e barrancos, com muitas confusões destes primeiros amores, rs. Não dá para ir além daqui nos meus comentários, pois há dois detalhes importantes que vão dar uma mudada no ponto de vista dos personagens a partir do 2º volume sem entrar em spoiler. No entanto confie em minhas palavras quando digo que esta é uma obra muitíssimo agradável e divertida! É claro que senso de humor varia de pessoa para pessoa, mas acho que aqui, ele potencialmente pode agradar uma boa parcela do público que gosta de comédias românticas ^^.


Embora eu não queira avançar mais no roteiro, quero aproveitar esse espaço para fazer um comentário quanto ao mangá Shoujo e sobre como ele é visto dentro do meio otaku: desde que passei a acompanhar o mercado de mangás mais de perto (meados de 2017), o Shoujo sempre teve um estigma (muito falacioso e duvidoso, diga-se de passagem) de que era lerdo, que os personagens demoravam para se resolver ou mesmo dar as mãos, e por aí vai. Entretanto, embora isso acontecesse com algumas obras, é importante lembrar que faz parte de tendências de uma época. A depender do ano, você tem plots ou jeitos de conduzir uma narrativa que são mais comuns ou famosos do que outros (e isso nunca é uma regra!). O Shoujo mais atual está muito mais ágil no quesito de desenvolvimento do relacionamento entre os personagens. Algumas obras recentes como “Hananoi-kun to Koi no Yamai“, “Uruwashi no Yoi no Tsuki“, “Yubisaki to Renren“, o próprio Confusões do primeiro amor, estabelecem o relacionamento dos protagonistas entre o primeiro e o terceiro volume. São tendências de época. Anos atrás, você tinha mangás mais lentos para desenvolver o casal, mas não era uma exclusividade. Da mesma forma que hoje você encontra obras que lembram mais o “Shoujo à moda antiga”, como foi com “Mushikaburi-hime“. No fim das contas, é mais uma questão de procurar. Enfim, fica esse disclaimer.
Deixando uma provocação aqui: percebam que Shounens/Seinens de romance como “As Quíntuplas”, “Komi” e “Kaguya-sama”, demoram muito mais para estabilizar relacionamento dos protagonistas (alguns mais de 10 volumes), mas quem continua com estigma de lerda é o Shoujo.


  • Arte

A arte do mangá é feita pela Aruko que, para quem não associou o nome à pessoa, é a mesma desenhista de “Ore Monogatari!!”, Shoujo que foi publicado no Brasil anos atrás também pela Panini. Eu não li ‘Ore Monogatari!!‘. Saiu na mesma época que “Lovely Complex”. Ou eu comprava um ou outro. Eu escolhi LoveCom. A Aruko desenha muito bem desde lá. A autora faz capaz lindas e acredito que tenha melhorado na sua pintura. Adoro as capas de Confusões, pois AMO tons aquarelados. É um estilo de arte/pintura que sempre acho magnífico! Quanto ao trabalho interno, acho que ela desenha as cenas de comédia excelente. Quando o personagem precisa ser expressivo, a Aruko entrega isso perfeitamente! No geral, é um trabalho competente.


  • A Edição Nacional

A edição nacional está sendo publicada no formato 13,7 x 20 cm, formato padrão da Panini. O mangá está sendo lançado com capa cartonada fosca, papel Offwhite 66g e preço de R$ 36,90. Tem cerca de 180 páginas e inclui um marca página de brinde no volume 1. Não tem páginas coloridas e a periodicidade é mensal. Abaixo vocês veem um vídeo mostrando a edição nacional em detalhes ^^.

https://youtu.be/1O4cJvwYykY

  • Conclusão

Confusões do primeiro amor é um mangá Shoujo simples. Com personagens cativantes e um romance levinho, bem gostoso de acompanhar. A forma com que as autoras conduzem a história é muito envolvente e apresentam uma comédia certeira, pontual e funcional. É uma obra até curta, e portanto uma boa pedida para quem quer começar uma obra já encerrada no Japão. 6 dos 9 volumes já estão disponíveis para venda ou pré-venda e o 7º volume está previsto para agosto/2023.

Recomendo bastante a obra e sugiro também a darem uma olhada na adaptação em live-action, seja para aqueles que ainda tem dúvida se dão uma chance ou não, ou mesmo para aqueles que já leem o mangá e que ainda não viram a adaptação!

Gostaria de dizer que a cena da peça de teatro é PERFEITA!

  • Ficha Técnica
  • Título original: Kieta Hatsukoi (消えた初恋)
  • Título nacional: Confusões do primeiro amor
  • Autoras: Wataru Hinekure (roteiro) e Aruko (arte)
  • Serialização no Japão: Bessatsu Margaret
  • Editora japonesa: Shueisha
  • Editora nacional: Panini
  • Quantidade de volumes: Completo em 9 volumes
  • Formato: 13,7 x 20 cm; capa cartonada fosca
  • Preço de capa: R$ 36,90
  • Compre em: Loja Panini/Amazon

1 thought on “Resenha: Confusões do primeiro amor (volume 1)

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