Um grupo de "amigos" em uma cabana isolada na floresta... o que poderia dar errado?

Estamos na reta final do ano, um período ótimo e particularmente ainda melhor, pois estou de recesso tanto do trabalho como da Universidade, o que resulta em dias que não tenho grandes preocupações. Estou aproveitando esse tempo para, entre outras coisas, ver alguns doramas que não vi, terminar alguns que comecei (largar outros no caminho, como “Moonlight Chicken“) e dar uma chance para alguns que vejo passando na minha timeline do Twitter (será Twitter para mim agora e sempre). Entre esses que passaram, vi pessoas comentando de” Dead Friends Forever” ou “DFF”, ou “Melhores Amigos, Mortos” como vi sendo chamado também.

A série junta tudo que mais gosto em um ambiente terrorífico. Então venho comentar sobre o episódio de estreia que tanto gostei ^^.

Sinopse: “Oito amigos da escola fazem uma viagem a uma casa de férias nas montanhas. Supostamente, é uma despedida final para um amigo que vai estudar no exterior. A despedida os leva a revisitar antigas memórias e eles descobrem indícios de que há uma nona pessoa escondida em algum lugar da casa. Logo, eles se deparam com incidentes que ameaçam suas vidas e percebem que esta não é uma despedida comum; uma terrível festa de desastres os aguarda.”


O primeiro ponto que gosto em “Dead Friends Forever” é que ele junta aquela sinopse mais tradicionalíssima que existe para um filme de terror clichê: um grupo de “amigos” que tem alguma pendência ou conflito, vai para uma cabana, praia, casa, hotel, enfim, que fica no meio do nada, sem comunicação com o mundo exterior para se divertir e acaba se deparando com alguma criatura (pessoa, animal ou fantasma) que vai matando eles um por um. É o que tem de mais clichê em um terror seja ele bem elaborado ao mais barato e simples que possa existir. Eu simplesmente amo!

Para começo de conversa, eu uso “amigos” entre aspas no começo, pois embora eles tenham uma relação de longa data e tenham o vínculo de amizade, há um ponto de conflito entre eles, algo que parece mal resolvido do passado, que envolve a gravação de um filminho que fizeram naquela casa há alguns anos e o desaparecimento de um antigo amigo, antigo integrante do grupo. Quando tocam nesse assunto, rapidamente o clima pesa e desentendimentos começam a aparecer entre eles. Portanto, não é exatamente um grupo unido.

Eu tinha um certo receio que iriam gastar todo o primeiro episódio para fazer apresentação dos personagens, como se conhecem, definir personalidade, entre outras coisas básicas, para só no final começar o terror de fato. Mas não foi assim. Na metade do episódio as coisas já começaram a desandar um dos personagens foi atacado. Os 8 que estão na casa já tem ciência de que não tem só eles lá e tem mais algo ou alguém atrás deles. O que a gente precisa saber de essencial dos personagens, pelo menos como introdução, foi nos colocado ao longo da primeira metade do episódio e o que mais necessitamos saber, afinal, ainda tem toda a questão do filme feito e o que deu de problema no passado, especialmente porque quem (ou o quê) está atrás deles usa a mesma máscara da criatura que os personagens fizeram para o filminho.

Eu vi que serão 8 episódios no total, 4 episódios a menos do mais usual para as produções tailandesas e ainda assim fico um pouco preocupado, porque mesmo sendo um tempo mais curto, são 8 personagens e que eu imagino que boa parte vá ir de comes e bebes. Não sei se eu quero saber do passado deles, porque afinal de contas, a maioria vai morrer (provavelmente). E mesmo que deem esse repertório, eu fico um pouco temeroso de ainda assim ter barriga, do ritmo ficar lento e a série se tornar arrastada. Pelo menos eu achei a narrativa desse primeiro episódio excelente, bem segmentado e contado, com sequências ótimas. Eu espero muito que isso seja preservado para os próximos episódios.


Eu diria que “DDF” é uma conjuntura de diversos clichês do horror/terror que eu adoro. Temos o clássico (e já mencionado) grupo de amigos que vão para um lugar remoto e sem qualquer tipo de comunicação; também temos o elemento que funciona como prelúdio da desgraça, que nesse caso é o fato de existir uma lenda de sacrifícios de animais vivos para a realização de desejos. Depois seguimos com as “coisas estranhas” que começam a surgir, nesse caso, a criatura estranha que fica rondando os personagens e causa o desconforto inicial. Também tem a clássica decisão burra de ir checar algo que não era para ser checado (um determinado personagem vê sangue no chão e uma trilha dele se alongando para o meio da floresta e vai olhar). Um pouco da essência desse tipo de filme é ter algum personagem burro, tomando decisões imbecis e morrendo por causa delas (ou levando outros personagens à morte).

Eu acho que o ponto alto que eu sei que o terror funcionou suficientemente para mim é quando o animal/criatura/fantasma me deixa num cagaço grande o suficiente para eu ter medo de sair e ficar andando no escuro sozinho, porque fico ‘projetando’ a imagem dele na minha frente. É nesse ponto que sei que a produção deu certo. Isso não necessariamente vai dizer a respeito da qualidade da obra como um todo (roteiro, principalmente), mas especificamente no caso de filmes de horror mais puxados para slasher, eu tendo a não ligar muito se o roteiro é ótimo. Porém se ele não tem enredo bom, pelo menos torço para ser tão ruim que consegue dar a volta e ficar bom. Normalmente é entretenimento garantido para mim. “GANNIBAL“, um terror/suspense EXCELENTE que tem na Star+ (fiz texto aqui no blog), me deixou aterrorizado, tanto por um certo personagem, como por uma música que me deixa arrepiado só de ouvir (escutem aqui). E falando nisso, eu sinto falta de uma música marcante quando tem a sensação de perigo aqui na série. Tornaria a ambientação ainda melhor e deixaria o todo da produção mais completa.

Quanto aos personagens, eles estão bem no típico grupo de jovens que querem beber, se drogar e ficar doidão, com o grande diferencial de que todos (ou a maioria) são gays/LGBT+, e que vale dizer, estou adorando já que todos os filmes que vi nessa pegada tinham personagens héteros. Então bora ver as gays sofrendo também (rs). A maior parte não teve destaque, alguns eu nem sei o nome, confesso, mas particularmente adorei o Tee (interpretado pelo JJay) que com seu jeitão, é bem adorável com seu namorado, o White (interpretado pelo Fuaiz), formando um casal bem fofo. Espero que não morram tão cedo e estou torcendo por eles. Todo o restante do elenco eu pelo menos, por enquanto, não me importo o suficiente, mas me chamou atenção é que todo mundo está bem convincente nos seus papéis. Tem uma ou outra cena tosca, mas acho que é o propósito do contexto da cena.


Enfim, Dead Friends Forever teve uma boa estreia, um clima bem construído e está bem apoiado nos clichês de filmes de terror. Se continuar fazendo bem, pode ser uma experiência muito divertida (e aterrorizante, vai) de se ter. De princípio, recomendo bastante! ^^

White tem vibe de “Fingindo ser a burrinha inocente

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