
Olá, pessoal! Estou aqui. Demorei e demorei MUITO. Mas vamos lá para o começo de mais uma temporada de animes e dessa vez, a Temporada de Primavera. Acabei me embananando todo com os animes, porque esse semestre da universidade está uma loucura (peguei estágio para fazer, uma monitoria e estou para escrever uma projeto de Iniciação Científica também). É o semestre mais cheio e mais desgastante e estou só no primeiro mês dele. Fato é que está tudo tão corrido que só agora, três semanas 3 depois que começou a temporada que estou conseguindo dar uma olhada nos animes e o primeiro que vi foi “Kanpekisugite Kawaige ga Nai to Konyaku Haki sareta Seijo wa Ringoku ni Urareru” que está disponível na Crunchyroll com o título de “The Too-Perfect Saint: Tossed Aside by My Fiancé and Sold to Another Kingdom”.
Então vamos falar mais dessa estreia no post ^^
Sinopse: “Philia Adenauer vem de uma família renomada por produzir Cavaleiros por gerações no Reino de Girtonia. Os Cavaleiros lutam para proteger a humanidade dos monstros, e Philia passou por uma rigorosa educação e treinamento para conquistar seu título. Depois que seu noivo, Julius, rompe o noivado, Philia é vendida ao reino de Parnacorta em troca de recursos. Sua terra natal sobreviverá sem ela?!?”

Irei facilitar as coisas e chamar o anime pelo simples apelido de “Kanpekiseijo“. E pois bem, ele para mim era um dos animes obrigatórios da temporada, não porque eu conhecesse algo do material original (novel) ou da adaptação em mangá, nada disso, mas pelo simples fato de ser uma obra de demografia feminina e quem acompanha o blog há algum tempo deve saber que nós temos uma conexão grande com obras feitas por e para um público feminino. Portanto, eu assumo um “compromisso” de estar sempre aberto a ver as produções de demografia feminina de cada temporada. E como estava atrasado com tudo, resolvi começar por ele mesmo.
Ocorre que o 1º episódio é muito chato, mas muito chato mesmo! Porém no segundo episódio a coisa já muda completamente de figura e a obra ganha um tom melhor, com uma fluidez e até com um timing cômico bem mais assertivo do que em relação à sua estreia.

Indo por partes, o primeiro episódio é suuuper exagerado e ele é propositalmente exagerado. A Philia é a grande santa do reino de Girtonia, reino esse que é sua terra natal, e embora seja ~ a santa mais poderosa que já existiu ~, ela é completamente desprezada pelos habitantes do reino, embora eles mantenham um certo respeito só pela posição dela, pelo noivo que é um dos príncipes herdeiros do reino e pelos próprios pais, tudo porque ela não consegue demonstrar felicidade. Ela nunca sorriu, e isso é repetido algumas vezes ao longo desses episódios, e sequer sabe como são esses sentimentos de felicidade genuína por algo. O seu único alicerce nesse caos todo é a sua irmã mais nova, a Mia, que também é santa. Mesmo a Mia não sendo uma santa tão poderosa como sua irmã, ela é amada (e aqui, não só pelos habitantes como pelos seus pais) por estar sempre alegre e radiante.
Ao longo de todo o episódio, vemos todo tipo de absurdo para cima da Philia que a essa altura já podemos dizer que sofreu mais que a Ju e concorre a ter sofrido mais que Jesus. Ela foi treinada desde muito cedo para ocupar esse cargo de santa e sempre foi repreendida, pois ela teria um ar de arrogância, tudo sempre por não saber como se expressar, especialmente alegria. Então não importa o que faça, nada nunca está bom o suficiente, ou mesmo que faça algo bom para as pessoas, é repreendida pelos seus pais e em especial pela mãe por perder tempo com coisas que não seriam de fato importantes. Mas também é fato que mesmo a relação com os cidadãos do reino é problemática, porque eles veem ela de maneira distorcida, de forma que fosse meio que ela que precisasse deles e não o contrário. Uma completa inversão das posições. Tudo é muito péssimo aqui, incluindo o noivo, o Julius (notar que Julius frequentemente são personagens mau-caráter nos animes), que junto com as pais da Philia, compõe a parte que eles mais exageram. Ele faz caras e bocas, fala alto, tem todo o arquétipo de vilão, mas do mais exagerado possível.

E nisso que ele fala que está chutando a Philia, rompendo com o noivado deles e não obstante, ainda diz que em acordo com os pais da Philia, a vendeu para o reino vizinho, Parnacorta, por um valor considerável. O plano era romper o noivado para ele ficar com a Mia, mas se a Philia ficar no reino, isso deixaria a Mia com sentimentos estranhos, já que seria algo do nada e ela é apegada à irmã. Então nada melhor do que apenas vender ela e resolver todos os problemas possíveis. Naquele mesmo dia, a Philia junta suas coisas e vai embora do reino, chegando dias depois no reino de Parnacorta. Lá, ela esperava uma recepção mais ríspida já que na concepção dela, por o reino ter gasto uma nota por ela, então iriam querer dela os melhores resultados e o mais rápido possível, porém, para sua grande surpresa, ela é recebida com grande alegria e com uma enorme festa!
Tem duas formas de você ver esse episódio: ou você compra o exagero que é muito absurdo, ou você vai passar o episódio todo achando aquilo tudo meio que um saco, porque todo o bullying que a protagonista sofre é meio que gratuito, apenas porque ela não sabe sorrir, e convenhamos, naquelas condições que ela está, tem motivos para ela sorrir? Antes de escrever esse post, eu pensei em ver só o episódio 1 e escrever o texto, que é o mais comum de eu fazer, mas algo me disse para ver pelo menos o segundo, porque achei que teria mais material para discorrer aqui e não é que acabou sendo a melhor escolha que eu poderia ter feito?!

No episódio seguinte, temos a continuidade com a Philia já esperando receber as primeiras ordens. O que eles olham para ela do tipo “Doidinha essa garota” e apenas dizem para ela comer bem na festa. Se todo o 1º episódio é chato, principalmente por causa da forma como a direção decidiu por contar e conduzir o capítulo, o segundo é totalmente o oposto! Aqui já ganha mais cor, mais personalidade e dá para sentir a personagem, mesmo que ela sempre esteja no mesmo tom, as piadas funcionam bem, principalmente pelo contraste que existe entre a Philia e os dois mordomos que estão responsáveis por acompanhar e cuidar dela, o Leonardo e a Rina.
A Philia segue na concepção de que ela precisa mostrar serviço, então logo cedo ela acorda e vai levantar os pilares de proteção para o reino. Algo que precisa ser explicado: nesse mundo, as santas estão lá para proteger os reinos e populações dos monstros malignos que habitam nas florestas. Com os poderes sagrados, esses monstros ficam enfraquecidos, se mantendo longe desses domínios e assim, diminuindo a ocorrência de causos e problemas envolvendo humanos. Nisso, o Leonardo e a Rina vão para acompanhá-la e ficam de queixo caído com ela levantar um pilar mágico em 30 minutos, coisa que para uma santa comum, poderia levar horas e mais horas, além de ser completamente desgastante. Para além disso, são os dois que precisam implorar para a Philia parar de trabalhar por aquele dia, pois nem eles aguentavam mais e estavam preocupados com a saúde dela.

Aqui, eu gosto de como existe um descompasso entre o que a Philia acha que é o que eles querem dela, e o que eles de fato querem dela. Vendo as reações do Leonardo e da Rina, fica cada vez mais evidente que a Philia estava em uma situação completamente exploratória, exercendo funções que jamais seriam dela em condições normais e que, no entanto, por ela ter crescido naquele meio, sempre achou que fosse o normal de uma santa e a coisa certa a se fazer. Por exemplo, a Philia fala que as prioridades do reino vem antes dela, o que o Leonardo e a Rina prontamente respondem que não, que a saúde e bem-estar dela são mais importantes e que no caso, ela já tinha feito mais serviço do que qualquer outra santa teria feito em meses ou anos, além dos pilares, enquanto eles se locomoviam de um lugar para outro, ainda ficou trabalhando para resolver outras pendências do reino. O que por sua vez, levanta uma pulga atrás da orelha dos dois sobre como era a vida da Philia em Girtonia, já que ela chegou sozinha, sem qualquer tipo de companhia.
E falando em Girtonia, a Mia está encucada sobre o que aconteceu com sua irmã, já que o que foi dito pelo príncipe e seus pais não está fechando. Esse final de episódio me deu uma impressão de bad vibes para a Mia, no sentido de que ela pode ser alguém meio perigosa quando as coisas não estão indo bem. E falando em não ir bem… como o reino se livrou da Philia, era ela que sustentava a grande maioria das magias e como ela não está mais lá, tudo está desmoronando. E como ela era explorada, o reino deixou de treinar e cumprir as suas funções, de forma que tudo que era da responsabilidade da Philia, ficou sem ninguém para gerir. Fico um pouco triste, porque essa não é vibe que a obra passa, porque iria adorar ver o reino ruir e ver todo mundo dali tomando no c*. Mas a proposta da obra parece estar mais ligada a Philia perceber que existe gentiliza sem que se espere algo em troca dela, ou que mesmo quando há uma troca, que elas a recebam com uma felicidade e bom grado genuíno, e no fim, ela aprenda sobre o que é ser feliz, o amor e então, sorrir.

Por sinal, quem dubla a Philia é a Yui Ishikawa, a mesma seyuu da Violet, de “Violet Evergarden”. Ela é ótima fazendo essas personagem que não conseguem ou não sabem expressar sentimentos e ela faz tão bem! Gosto muito da voz dela.
Agora, algo que me deixa muito encantado é como a TROYCA, o estúdio responsável pelo anime, consegue ser tão consistente em produzir animes com abordagens CHATAS. É sempre incrível – e eu sempre falo isso – que todo anime deles que eu pego para assistir é sempre tedioso. Mesmo que a obra tenha ideias legais e execuções interessantes, não sei, eles tem um jeito de montar e dirigir os animes que deixam eles desinteressantes, mesmo quando eu gosto do anime. “ATRI“, um dos animes mais recentes deles, mesmo sendo mais legalzinho, acho uma direção muito engessada, e “Yagate Kimi ni Naru” (Bloom into You), um anime que eu genuinamente gosto, eu não consigo não achar chato. É um sentimento recorrente que eu tenho quando se trata dos animes do estúdio, de forma que eu não fico animado para continuar assistindo. Porém, felizmente, eu vi o episódio 2 e a coisa mudou bastante de figura. Ainda acho o episódio #1 chato, então se você, assim como eu, também achou isso, recomendo ver pelo menos mais um episódio, porque este 2º aqui é muito mais competente do que o episódio de estreia.
Quem está dirigindo o anime é o Shuu Watanabe, um diretor que está trabalhando há anos na indústrias em posições menores (storyboarder, diretor de episódio…), mas ele já dirigiu um anime original da TROYCA em 2017, o “Shinobi no Ittoki“. Eu não vi, então não posso opinar, mas assim, apesar dos pesares, ele tem ideias legais, só a execução do começo que não foi das melhores e acaba pesando bastante por justamente ser o episódio de estreia. Em todo caso, o anime está bonito, e gosto particularmente da maneira como estão sendo feitos os cenários que parecem pinturas à mão, além de boas sequências de animação, um design bonito e consistente, bem padrão da TROYCA.

Apesar dos problemas foi uma estreia que gostei. Tem coisas bem legais no roteiro e não parece ser uma obra profunda em termos de texto, porém me parece algo legal de acompanhar. O 2º príncipe de Parnacorta, que deve ser o personagem que será o par da protagonista, vende muito bem a ideia de ser esse estereótipo (um encanto), além de ser carismático. Gosto dos personagens e do humor que a série apresentou e acho que vale a pena dar uma chance para ver se gosta. ^^
É isso. Espero trazer logo mais algum outro texto de primeiras impressões!

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