Um bom encerramento e boas expectativas para o futuro da série.
Olá queridos leitores! Estamos chegando ao fim de mais um anime. Comentaremos o último episódio da primeira temporada de “Saihate no Paladin”! De antemão, agradecemos a todos que nos acompanharam ao longo dessas semanas, em especial para o autor da obra (Yanagino Kanata) que leu as postagens. Então falemos do último episódio ^^
RUB: Alê, fora do dia habitual que estávamos acostumados a assistir o anime de Saihate no Paladin, saiu o episódio final dessa primeira temporada, dia 03/01/2021. Acredito que Saihate no Paladin tenha sido o último anime a terminar da temporada passada. Já temos novas estreias da Temporada de Inverno saindo e é bem estranho ainda termos encerramentos de animações no começo de Janeiro. Mas indo para o episódio em si, tudo que comentamos ou que prevemos que iria acontecer, ocorreu de fato nesse final. Tivemos o embate do Menel com o William sobre como o protagonista tem uma ideia totalmente torta sobre o que é amizade e convívio com outras pessoas. Entra no tema que o Will tem muito medo de machucar alguém (tanto fisicamente quanto emocionalmente), tentando se afastar das pessoas que ele quer o bem. Para o personagem, ele que é a causa de todo o sofrimento que o Menel e o resto da galera sofreu com o ataque da Quimera. Aliás, vale como comentário, mas o Will naquela fase “frio” dele no começo do episódio, daria certinho para perfil de Anti-herói, ou até vilão. Muitas das decisões davam essa impressão de ausência de empatia. Se eu não conhecesse o personagem e ele fosse introduzido agora na história nessa cena, para mim ele seria o inimigo a ser batido. Mas como esperado, esse “escudo” emocional que ele criou para tentar afastar o Menel não funcionou, porque além dele querer proteger o elfo dos ataques das pedras, o protagonista ainda tem a virtude da bondade como sua bússola moral para tomada de decisões. Ele não vai abandonar ou não proteger alguém de um ataque eminente. Mesmo que o protagonista acredite ser um monstro, ele não consegue agir como um. O seu altruísmo fala mais alto nesses momentos. Também vale destacar a direção do episódio nesse início que estava excelente. Se eu critiquei a produção no episódio passado no clímax da primeira luta, aqui foi o oposto, onde tudo estava bem encaixado. Desde do sentimento melancólico e triste da cena com composições visuais mais escuras com o uso de chuva, até a ausência da trilha sonora para deixar mais tenso e imersivo a conversa/luta entre os 2 personagens. Baita acerto.
ALÊ: Não sei se é o último, mas de fato Saihate no Paladin foi um dos últimos a finalizar da Temporada de Outono 2021. Concordo bastante com o que você disse. Todo o trecho do Will agindo “sem emoções” para tentar ‘se livrar’ do Menel, se fosse tirada de contexto, me venderia facilmente um vilão. Eu gosto de como o Will tem esse medo de machucar as pessoas e se sentir extremamente responsável por elas quando dá algum problema. Nesse caso, ele age de forma que precisa afastar o Menel de qualquer jeito, quebrando qualquer resquício de conexão ou laços que tenham com o amigo, nem que precise o machucar para realizar esse desejo. Pode soar um pouco controverso o protagonista ter medo de que as pessoas se machuquem quebrando o braço do Menel para que desista, mas faz sentido, porque tem o lado dele tentar ser menos passional e estava no desespero da culpa por algo que havia acontecido há pouco tempo. Ele sabendo que iria ter alguém para curar o garoto, torna a ação de quebrar o braço do amigo ‘menos pior’ das possibilidades que ele tinha. Tanto que quando o Menel faz um ataque em que se o William saísse da frente iria pegar nele mesmo, o Will voltou a si e o protegeu, porque sabia que aquelas pedradas causariam um dano maior e perigoso, correndo assim um maior risco de vida. É nesse ponto que ele volta a si e que eles conseguem conversar de maneira calma. Aliás, o que o Will precisava ouvir era que eles eram amigos. Lembro que episódios atrás perguntaram se tinha amizade entre os dois e o Will teve uma reação de que não, porque o personagem não tinha essa noção de como se formam ou estabelecem essas relações. Com a insegurança dele, no momento que tem um problema e o outro se fere, rapidamente se afasta por se achar culpado por tal consequência. O Menel falar que eles são amigos e sobretudo, que amigos se ajudam e que faz o que é preciso para ajudar, sendo até um monstro (como o Will diz que é) se for necessário. Termina com a promessa de que o Menel vai ficar tão forte quanto o Will e que ele não é um monstro e mesmo que fosse, teria um companheiro para estar ao seu lado. Sobre a animação e direção, eu diria que esse episódio final em si estava muito bom. Os designs todos certinhos, quadros bem desenhados e rico em detalhes (dobras, luz e sombra), em especial nesse começo que achei excelente. Decisões acertadas, tanto de enquadramento como a escolha de deixar sem trilha sonora, tendo apenas o som da chuva caindo.
RUB: E o Will até acha positivo essa discussão com o Menel, porque ele viu que não tem como ter amigos se não existir diálogo, e por consequência, ter brigas também e que fazem parte de se relacionar com pessoas diferentes. Ninguém irá pensar igual a você. Temos que conviver com essas diferenças de pensamentos e ideias, conseguindo amizades com outras pessoas que tenham assuntos ou interesses em comum. Faz parte de viver em sociedade. Mas depois dessa reconciliação, temos todo planejamento para o novo ataque contra os demônios e da quimera, como forma de revanche da derrota passada. E estava todo mundo na reunião. Reystov, Anna, Robina, Antonio e os demais aventureiros empolgados com a nova oportunidade de apaziguar a região. Detalhe que enquanto lutavam, o bispo e o príncipe do reino discutiam suas segundas intenções para terem oferecido tamanha ajuda para o personagem principal, mesmo sendo um plano bem ousado avaliando as condições que ambos tinham no momento disponíveis para protegerem a cidade. O príncipe até pergunta que motivo levou o bispo a enviar padres bons de magia, incluindo sua própria filha para essa expedição. Obviamente ele comenta de forma indireta para fugir da resposta óbvia, porém era aquilo que comentamos episódios passados. O bispo e o príncipe estão em uma disputa velada para quem consegue mais influência daquele reinado. Ambos estão pensando em suas ambições e farão de tudo para atingir esse objetivo de reinar absoluto, sem a interferência do outro. Naquele mesmo momento, o William e o pessoal lutavam no desfiladeiro, colocando o plano em prática para não receberem ataques surpresas. Só que agora eles planejaram cada detalhe, até na formação e ordem de ataque para serem os mais efetivos possíveis e que não dependessem da espada demoníaca que o Will carrega consigo. Estava bem fácil essa luta, porque todos estavam organizados, cada um cumprindo seu papel, dando assim a possibilidade de vitória quase certa para o grupo do protagonista. E mesmo com as limitações da produção, ainda ficou bem feito esse trecho das lutas no meio do episódio.
ALÊ: Quanto a conversa do Bagley e do príncipe, mesmo que o Bagley não consiga um controle absoluto, se ele tiver apenas um margem de vantagem considerável sobre o príncipe, já é o melhor para ele, pois assim, conseguirá aprovar com maior facilidade seus interesses. Não é que ele seja uma pessoa ruim, mas negócios em primeiro lugar, como visto nos episódios passados. Agora ao Will e Menel, gosto muito do lado dos diálogos na obra, pois é preciso dar valor ao poder da conversa e o quão importante ela é para relacionamentos de qualquer natureza funcionem. Ninguém é 100% compatível e uma hora ou outra, alguma divergência vai aparecer e é nisso que entra o papel de escutar o outro lado. É preciso aceitar, entender e conviver com cada individualidade. É depois dessa discussão que os dois se entendem. O Will comenta sobre o que motivou toda a mudança de comportamento para os demais. Todos ouvem e entendem o que aconteceu. O Reystov até fala que dependendo do quanto você se afunda, isso pode até ocasionar a morte. Mesmo de forma indireta, o roteiro chama atenção para os cuidados com a saúde mental que é fundamental. E tendo esses aspectos em evidência, cuidados devidos e tudo resolvido, eles partem para um plano de ação contra as criaturas. Da última vez, tudo havia sido feito às pressas, sem muito planejamento prévio, o que resultou em soldados feridos. Agora que eles têm um plano, uma maneira de se organizar e combater as criaturas, fica muito mais tranquilo de lidar. Mesmo contra a Quimera, como os dois estavam muito bem sincronizados, deu para ver que foi tranquilo o embate. Era mais trabalhoso finalizar do que realmente passar por dificuldades na hora de o enfrentar. A produção se saiu bem melhor que nos episódios anteriores. Conseguiram manter movimentado e foi bem feito no geral. A atenção da equipe em fazer esse episódio final bem feito e bonito, afinal, é o capítulo que encerra a 1ª temporada da série. Aprecio isso.
RUB: Chamo atenção para quando eles derrotam a Quimera somente com os dois personagens. Deu para ver que foi uma luta mais fácil graças aos problemas resolvidos anteriormente e que a sintonia entre os dois retornou mais forte do que antes. Até tem ataques em formação de dupla com o Menel usando magia para prender o demônio com o Will atacando dando o golpe final. Uma pena que chegaram atrasado para matarem o líder desses demônios, porque o Reystov foi malandro, aproveitou a distração das lutas dos dois com a Quimera na frente do templo para finalizar o boss final em um ataque surpresa. Ainda não deu para ver como o Reystov é forte realmente. A maioria de suas ações ou conquistas não vimos, como ele ter derrotado o demônio mais forte sem assistirmos a luta. Continua bem nebuloso a real força desse guerreiro. Não sei se foi proposital do autor em ocultar o poder de luta do personagem para um momento futuro, porém fiquei curioso do que o Reystov consegue fazer durante uma batalha difícil. E aí vem o susto, porque começa a ending, me deixando perdido no tempo. Tive até que ver quanto restava para terminar o episódio, porque foi muito repentino se tivesse acabado com aquele final. Porém ainda tinha uma cena pós credito com o Menel e o Will discutindo sobre as consequências da libertação dos demônios daquelas terras. São coisas que fazem sentido e que eu não tinha cogitado. Temos o fato do Will ter injetado uma verba bem grande nessa expedição, servindo com uma espécie de ‘banco’ para aquela população. Agora com a vinda da tranquilidade e do comércio, necessita ter um sistema que gerencie e mantenha a ordem do local. Como o Will foi o investidor econômico dessa restauração servindo como referencia e líder dessas aldeias, a decisão mais óbvia seria fazer do protagonista o senhor daquelas terras. Além disso ele ganhou jurisdição tanto da igreja quanto do governo para pegar verba e poderio militar para derrotar os demônios. Mesmo que sem querer, o Will ganhou o poder de ser o governante do local e precisa assumir suas responsabilidades para reestruturação da econômica e social da região. O protagonista fez de tudo para evitar o meio politico que como resultado de sua ação altruísta, acabou se envolvendo ainda mais com outras burocracias que não queria assumir como sua função. Faz parte. Para qualquer ação, sempre tem alguma reação e nem sempre o que vem a seguir é algo desejado.
ALÊ: Eu acredito que tenha sido proposital mesmo, porque criou-se todo um mistério entorno do Reystov, quanto a sua forma de lutar, força e etc. Ele tem o apelido de “perfurador”. Creio eu que seja para manter esse mistério por mais algum tempo. Me assustei com a vinda da ED após o fim da luta. Achei que iria terminar, o que seria muito abrupto, mas logo vi que ainda faltavam 5 minutos para o final de fato, me deixando tranquilo novamente. Gostei dessa discussão breve sobre ele agora ser visto como o senhor das terras, porque é uma surpresa. O foco estava tão direcionado a acabar com as criaturas do mal e dar maior liberdade aos povos da região, que nem cogitamos sobre o tema. Achei um assunto muito relevante. Minha maior dúvida com relação a isso é quanto aos rumos da obra a partir daqui. Imaginei que depois dessa batalha, o Will de fato saísse de fininho e fosse para uma outra cidade, visto que a missão dele seja de espalhar a palavra de Gracefeel por aí. Entretanto, como agora ele deve ser o senhorio daquelas terras, é de se imaginar que fique um tempo por aí arrumando, organizando e gerindo a reconstrução do local, para só depois que tudo ficar mais calmo e estabelecido, ele volte a viajar. Estou curioso para quais temas a segunda temporada (que já foi anunciada) irá trabalhar. Se vão focar na parte de gestão, ou se teremos algum salto temporal mostrando o futuro desse grupo. Talvez algumas surpresas? Fica a dúvida enquanto não chega a próxima temporada. Sobre o final da temporada mesmo, eu gostei bastante. Dá seus indícios do que pode ser trabalhado mais para frente, deixa a relação entre os protagonistas mais forte e termina bem positivo. Embora o anime tenha uma produção limitada e cometa seus deslizes no decorrer dos episódios, o saldo geral é muito bom. Gostei de acompanhar a série e de comentar ela semanalmente 🙂
RUB: Também gostei do anime e com certeza quando a segunda temporada estrear, estaremos aqui de novo comentando sobre ela e do que achamos de bom e de ruim na obra. Como de costume ao final de cada anime, com certeza recomendo Saihate no Paladin para todo mundo, especialmente para o pessoal que curte histórias com temáticas de aventura com pitadas de RPG. O anime é disponibilizado de forma oficial na Crunchyroll para quem quiser assistir aqui no Brasil. Daqui mais alguns dias teremos um novo post comentando de forma ampla sobre o que achamos da primeira temporada de Saihate no Paladin. Até lá.