A Temporada de Outono de 2022 está começando e aqui estou para fazer as primeiras impressões dos animes da temporada! Devido as minhas aulas na Universidade, não consegui fazer nenhum post de primeiras impressões dos animes da temporada de verão, porém, agora em outubro estou de férias e devo conseguir comentar pelo menos algumas das estreias. E o primeiro que começarei é “Mushikaburi-hime”, uma obra adaptada de uma novel shoujo/josei e que é uma verdadeira graça!
Sinopse: “Desde que sabia ler, Eliana Bernstein, mais conhecida como a “Princesa Bibliófila”, preferiu a companhia dos livros à das pessoas. No entanto, como nobre, é seu dever encontrar um pretendente. Felizmente para ela, o príncipe herdeiro Christopher Selkirk Asherald propõe um acordo: ele protegerá seu tempo livre e, em troca, Eliana será sua noiva apenas de nome. Os anos que passam juntos são uma felicidade, pois Eliana aprende a se abrir para os outros. Mas todas as coisas boas devem chegar a um fim. Para Eliana, que ama mais os livros do que as pessoas, terminar o relacionamento falso não deve ser nada demais. Mas à medida que Christopher se aproxima de outra garota, Eliana começa a perceber que não é tão indiferente a ele quanto pensava.”
Sendo direto ao ponto, “Mushikaburi-hime” é daquelas obras que não possuem absolutamente nada de inovador ou mirabolante por de trás, e esse é sem dúvidas o seu maior trunfo! Mushikaburi-hime não quer ser nada completo, e que bom que a autora tenha consciência disso. A obra consegue criar um ambiente reconfortante e até caloroso (alguns momentos, as bordas aquareladas vão desbotando e isso traz uma sensação de conforto) com muito pouco. Em 20 minutos de episódio, nós não temos praticamente nada acontecendo, com apenas a Elianna indo de um lado para o outro, lendo livros na maior parte do tempo, e que momentos agradáveis.
Temos a história da Elianna que recebe uma proposta de casamento do príncipe Christopher que está tentando fugir da pressão de se casar e das facções que se formaram no entorno da realeza desejando um casório com ele para obter interesses relacionados à poder. A ideia de se casar com ele não agrada nem desagrada a Elianna, mas tudo muda no momento que ele oferece a ela a possibilidade de ter livre acesso à biblioteca real, o que rapidamente desperta o interesse dela. Nesse momento eu achei que começaríamos a ter algum conflito com relação a esse casamento, pois mesmo ele sendo da nobreza, ela está em um nível mais baixo, o que acabou não acontecendo. Não há (à primeira vista) divergências da família do príncipe, já que tudo foi acordado entre os dois sem o menor problema, se passando quatro anos nisso, apenas com a Elianna lendo livro após livro daquela biblioteca.
O roteiro é tão simples que não se importa em estabelecer algum tipo de conflito nesse começo e na real, não precisou disso. No entanto, deixou no ar que há coisas que não estão indo exatamente bem. Tivemos a apresentação de todo o núcleo principal dos personagens, mas, apenas dois me chamaram atenção além da própria Elianna: o Christopher e a Irene. O Christopher é pelo lado de que ele gosta da Elianna. Ela fica repetindo para si mesma que o casamento é de faixada e até que ela precisa tomar cuidado com as pequenas investidas que ele dá nela. Mas assim, se um cara que vai no inferno atrás de um livro que eu comentei que gostaria de ler, gasta um tempo enorme procurando esse livro apenas porque eu quero, se isso não é amor, olha…
E do outro lado, a Irene me interessa porque é ela quem deve movimentar a trama nesse começo. Uma empregada da casa da Elianna a avisou para tomar cuidado com a garota, e não somente isso, como o clima do castelo passou a mudar com a chegada dela. É cano que estoura, são suas aproximações e interesse com as pessoas próximas à Elianna, incluindo o próprio príncipe. Todos os personagens secundários que tratavam ela muito bem e com certa intimidade, passaram a agir com certa distância e de forma a manter ela longe. No entanto, isso não parece ter algo relacionado com o Christopher em si, já que ele trata a Elianna da mesma forma, o que reforça o meu pensamento de que o X do problema é a Irene. Embora a trama do anime não seja movimentada (metade do episódio é com a Irene lendo e trocando poucas palavras com outros personagens) tem um pano de fundo sendo criado ali, o que pode render movimentação nos próximos episódios.
A direção do anime está a cargo de Tarou Iwasaki, que mais recentemente trabalhou dirigindo “Housekishou no Richard-shi no Nazo Kantei” (review do anime aqui). Seu estilo não é daqueles ‘explosivos’, no entanto, algo que a direção sabe fazer e faz muito bem, é criar momentos. Por trabalhar com obras mais de cotidiano e naturalmente “paradas”, a direção consegue criar um ambiente que te prende realmente. Ora começa meio truncado, ora não, mas quando engata, vai que é uma maravilha. Esse sentimento tende a ser uma crescente ao longo dos episódios, e ajustando suas expectativas, entendendo a proposta e o ritmo do anime, podem confiar que vai ser uma delícia de assistir! ^^
Quanto a animação, seja por limitação, ou seja pela direção, não apresenta sakugas ou algo como grandes trechos com mais movimentação. Temos muitos quadros estáticos, mas sempre muito bonitos e detalhados quando próximos aos rostos dos personagens, prezando por manter a beleza dos designs. Vi muito disso em “Housekishou”, mencionado mais acima. Mantendo esse nível, será ao menos um anime que potencialmente irá render bons prints para guardar ou usar de wallpaper, fora que a própria estética e ambientação (os efeitos e brilhos) são bem característicos de obras shoujo e josei, o que particularmente me agrada muito 🙂
Esse post de primeiras impressões vai acabar sendo mais curto que o meu usual, porque Mushikaburi-hime realmente não tem muitas coisas para serem destacadas além do que já comentei. Ele é um anime que você sente. Fica na frente da tela do celular/PC/TV e relaxa, sendo uma excelente pedida para uma tarde acompanhada de um chazinho com biscoitos ou um pedaço de bolo (especialmente se estiver chovendo). Logo, reitero a recomendação do anime, e vale a pena ficar de olho nesse daqui ^^.
