A temporada de primavera de 2024 começou, infelizmente logo no 1º dia de abril, já que odeio quando isso acontece (deveria ser proibido anime estrear nos primeiros 5 dias de cada temporada), mas enfim… Estreou a nova adaptação de “Spice and Wolf”, que eu brinco com meus amigos que não é um remake ou reboot, mas sim apenas uma atualização da animação já que a antiga não era das melhores. Então vamos lá, falar dele 🙂
Sinopse: “Lawrence é um comerciante viajante que vende várias mercadorias com uma carroça. Certo dia, ele chega a uma vila e conhece uma bela garota com orelhas e cauda de animal! Seu nome é Holo, a Loba Sábia, e ela traz colheitas abundantes. Ela deseja retornar à sua terra natal, e Lawrence se oferece para levá-la. Agora, o comerciante solitário e a loba sábia solitária começam sua jornada para o norte, juntos!”
“Spice and Wolf” é daquelas coisas que com o tempo se tornaram algo muito grande, não só fisicamente já que o material original é enorme. Vez ou outra eu ouvia falar “Spice and Wolf” isso, “Spice and Wolf” aquilo… e nunca fui atrás. Não sabia nem um pouco do que se tratava, do que falava, questão de ritmo, se era algo mais para um slice ou uma aventura, nunca fui atrás para saber. O lado bom desse tipo de nova adaptação é que serve para introdução de novos públicos e como estreia, eu acho que o anime se sai bem, na linha do competente.
Como não li sinopse (gosto de fazer isso para ter surpresas), fui vendo o que a história iria apresentar para mim e digo que foi bem! Como é uma narrativa bem básica à princípio, você entende que o protagonista Lawrence é um comerciante viajante, que há uma certa institucionalização de uma religião maior, enquanto que as outras crenças ou mesmo costumes em vilas menores, vão sendo mal vistos e até perseguidos de certa forma, o que é sempre interessante de assistir em obras porque bem, reflete a realidade e também é um bom recurso de roteiro para gerar embates entre personagens.
Também vemos que na vila que o Lawrence está passando há uma crença em um Deus raposa (Holo) e tradições seguidas na colheita envolvendo brincadeiras para ela (achei bacana essa parte, porque torna o trabalho divertido de se fazer) e, no entanto, esse costume está mais que desgastado. Há um novo “chefe” na região e que fornece melhor aparato financeiro à população e que somado as melhores negociações na venda de trigo, estão trazendo prosperidade à vila, o que por consequência, está levando a uma certa descrença na deusa.
É graças ao Lawrence, no maior acaso possível, que a Holo consegue escapar da vila se transferindo para o maço de trigo que ele tinha na sua carroça. E no momento do encontro entre eles que vem o ponto alto do episódio. Gostei bastante da interação dos dois personagens, porque a Holo é meio maliciosa em algumas de suas falas, o que deixa ele super desconcertado e como o personagem é meio bobão, torna tudo ainda melhor a interação. Adorei a personagem, espero que ela continue nesse tom mais ácido, porque pode garantir mais algumas boas cenas de comédia. O texto e a dinâmica dos dois também é boa. Torço para que continuem acertando nisso, porque a Holo consegue levar o Lawrence nos braços (em termos de carisma). Continuem assim! Como parece uma obra muito ‘fechada’ no relacionamento entre esses dois personagens, se não funcionar a dinâmica dos dois, evidentemente será um problema conseguir manter atenção do público.
Eu brinco que o anime não é um remake ou um reboot, e sim meramente uma atualização da animação, porque reuniram quase todo mundo da primeira adaptação para essa nova versão. A única adição nos membros principais da staff é o Hijiri Sanpei (Watashi no Yuri wa Oshigoto desu!) colaborando na direção ao lado do Takeo Takahashi, diretor do primeiro anime. Não há, a princípio, uma renovação de visão, uma outra concepção que outra staff poderia trazer aqui. Acaba me soando mais como uma produção que tenha mais recursos em vista do 1º anime. Isso é algo ruim? Depende. Se a primeira versão foi ruim, aí é um mal sinal. Se foi boa, não deve mudar muita coisa para essa versão aqui. E se foi mais ou menos, essa deve seguir a mesma linha.
O projeto não parece ser daqueles que vai esbanjar animação, que vamos ter uma direção com ângulos lindos ou uma beleza de cenas fluidas (e talvez nem precise). É a Passione, que por sinal, faz coisas menos ‘apaixonantes’ e mais desastrosas. Mas avaliando por um episódio, se saiu bem. Resta saber se o estúdio vai conseguir sustentar por mais 24 episódios, especialmente sendo 2 cours consecutivos (o anime vai até o final de setembro/2024).
Vamos acompanhar mais da rotina desses personagens, já que agora que eles saíram daquela vila e que começará a aventura deles de fato…
Para quem gosta de um slice of life, vale bem a pena conferir a estreia. Para os fãs do anime antigo, eu não posso dizer nem que está melhor ou que está pior, mas digo que pelo menos está mais bonito. E para os demais, acho que vale pelo menos a regra de três primeiros episódios nesse anime. Ele tem muito a cara de que não é o melhor opção para se fazer maratona e também tenho que me policiar para acabar não deixando os episódios acumularem.
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