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Não é que é uma gracinha?!

Dando sequência às estreias de animes da Temporada de Inverno – e eu confesso que já estou cansado de escrever textos – dessa vez com “Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu”, o Seinen de romance da temporada. O anime não está sendo transmitido por nenhum streaming – o que eu achei bem estranho -, mas fiz um esforço para ver e comentar aqui no blog ^^

Sinopse: “Yui Mitsuya e Masugu Tateishi não são apenas colegas de trabalho… eles têm uma queda total um pelo outro. A atitude prestativa, mas humilde, dele a deixa tonta, e a fofura dela o deixa sorrindo como um idiota. O problema é que eles estão tentando manter seu novo relacionamento em segredo para evitar tornar as coisas estranhas no trabalho. Mas, vendo como eles não conseguem manter as mãos longe um do outro, eles correm o risco de revelar seu segredinho a cada dia que passa no escritório.”


Eu tenho estado meio desconexo da produção de Shounen e Seinen de romance nos últimos meses (explico o motivo mais para baixo), então o que estava esperando era algo que no máximo eu achasse levemente divertido e só. Não é que “Kono Kaisha” seja muito diferente disso que comentei, mas acho que ele tem um charmezinho e, principalmente, ele parte de algo que gosto muito que são histórias em que o casal já é formado e já está estabelecido.

A história acompanha a Mitsuya e o Tateishi, que trabalham em um escritório e são, para todos os efeitos, apenas colegas e que por sinal, não se dão muito bem. Na verdade, eles começaram a namorar há pouco tempo e estão tentando manter as aparências de que não são um casal, por medo das fofocas sobre eles rolarem na empresa e acabar criando um clima meio estranho no ambiente de trabalho. Essa é a premissa base de onde a história parte.

Eu tenho um fraco muito grande por histórias que começam com o casal já formado. Isso porque ela abre um leque para explorar outras coisas que não o percurso para que o casal de protagonistas se forme, tendo a uma tendência a trabalhar com coisas mais interessantes como a dinâmica do casal, o dia a dia deles, dramas mais ‘comuns’ e do cotidiano – por exemplo, nesse episódio, eles passaram um período sem poder se ver por causa da correria no trabalho. A obra acerta muito nisso e ajuda muito que os dois personagens são muito carismáticos e gostáveis.

Uns fofos!

Quem escreve e ilustra o mangá de “Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu” é a Akamaru Enomoto, uma mulher que debutou a carreira profissional em meados de 2015 com o mangá “Tabemono Kemono“. Algo que tenho dito, seja nas redes sociais, canal ou aqui nos textos do blog, é sobre como autorAs têm feito muito bem ao mangá Shounen e ao Seinen, porque se você pegar alguma dessas obras mais badaladas dos últimos anos dentro dessas demografias, elas são feitas por mulheres (“Kusuriya no Hitorigoto”; “Raise wa Tanin ga ii”; “Atelier of Witch Hat”; “Skip to Loafer”…) e aqui, por mais que não seja um dos destaques da temporada, dá para ter uma noção disso. As mulheres têm contribuído com uma outra visão criativa, seja nos cenários que essas obras se passam, como na maneira de se contar uma história.

“Kono Kaisha” tem personagens adoráveis. Eles começam mais tímidos – assim como o episódio – mas ganham muito brilho especialmente da 2ª metade do episódio 1 para frente. Eles são divertidos e gosto como algumas situações colocadas, os próprios personagens comentam e brincam com o quanto eles estão parecidos com adolescentes, especialmente por causa da timidez de um com o outro. E mesmo sendo muito tímidos, eles conversam. Não exatamente sobre tudo que estão sentindo, mas tem um nível de troca de diálogo e quando não, eles tentam expressar por contato físico, o que funciona muito bem entre eles.

Pelo que vi do episódio, a autora tem um bom material e elenco para conseguir sustentar a proposta base de esconder o relacionamento. Eu só tenho minhas dúvidas se essa ideia não pode acabar ficando um pouco cansativa com o passar dos episódios, mas em todo caso vou dar um voto de confiança.

O anime está sendo feito pelo estúdio Blade, o responsável pelo anime de “Dosanko Gal wa Namara Menkoi” (aquele das Gals de Hokkaido). Esse não é o primeiro projeto que vi deles e, na verdade, vi só um anime dele antes de “Kono Kaisha”, mas eu arrisco a dizer que é a melhor produção deles. O Blade é um estúdio bem limitado, mas acho que aqui estão sabendo usar bem os recursos. Não tem nada “uou, incrível”, mas também não tem nenhuma cena que esteja feia, está tudo ‘no lugar’, por assim dizer. E a direção é do Naoko Takeichi, que tem pouca experiência em direção – do que pesquisei, esse é o 1º anime dele como diretor principal – mas ele tem larga experiência em posições “”menores”” e em animes muito variados, indo do romance à ação, e vendo o trabalho dele aqui, posso dizer que foi uma boa estreia. Tudo no lugar, bem colocado e redondinho. Gostei de forma geral.


Com o tempo, tenho constatado esses tempos (coisa de 3-6 meses para cá) que o Shounen e o Seinen de romance não tem funcionado (mais) muito comigo, especialmente o Shounen de romance. Acontece que a forma com que se conta essas história, o estilo de narrativa, o padrão de personagens e situações, não tem mais me encantado como tempos atrás e ocorre de eu no máximo achar essas histórias divertidinhas, mas longe deter aquela vontade de acompanhar realmente. Temporada passada, por exemplo, tivemos “Blue Box” (tem vídeo sobre ele no canal do blog) que não me pegou de forma alguma, mesmo eu não vendo nenhum problema de roteiro ou de personagens que me afastasse da obra realmente. Outro que teve anime foi “Kekkon suru tte, Hontou desu ka” (também tem vídeo no canal do blog), que está mais próximo do que achei de “Kono Kaisha”: é divertidinho, mas igualmente não sinto aquela vontade de ver o próximo episódio e acompanhar, mesmo minhas impressões de “Kono Kaisha” tendo sido muito mais positivas do que com “Kekkon suru tte”. Os personagens são fofos e tal, mas acaba sendo só isso para mim. O Seinen de romance, por algum motivo, tende a me agradar um pouco mais do que o Shounen e normalmente os que gosto, como “Rikei ga Koi“, por exemplo, são por terem outro aspecto narrativo envolvido além do romance. “Rikei” tinha muita comédia envolvendo experimentação.

E isso é totalmente diferente do que sinto lendo (ou vendo) um Shoujo/Josei de romance. Por mais água com açúcar que ele possa ser (“Honey Lemon Soda“, dessa temporada se aproxima muito disso) ele conversa muito mais comigo do que o material que escrito por e feito para homens.

Ganbaro!

Enfim, particularmente não tenho nada contra “Kono Kaisha ni Suki na Hito ga Imasu”. Os personagens são fofos (e nisso eles me ganham bastante), a comédia é bem engraçadinha e não vi ou não achei nada de ruim no episódio como um todo, só acho que esse tipo de obra não seja mais tanto para mim. Em todo caso, eu vou continuar vendo, principalmente por achar o casal fofo, e se lendo esse texto você acha que o anime pode funcionar pra ti, vai fundo que provavelmente vai te entreter bem ^^

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