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Revista foi lançada pela editora em 2009.

Em 31 de Outubro, a Hakusensha anunciou que encerrará a revista Rakuen Le Paradis, revista Josei que era publicada de forma trimestral. O último volume da revista (#50), será publicado em Fevereiro de 2026. A Rakuen começou a ser publicada no Japão em Outubro de 2009 e será encerrada após 16 anos de atividade.

A revista tinha como proposta, oferecer histórias de “romance inovadoras” aos seus leitores. A editora comentou que o destino das obras que eram publicadas na revista será anunciado futuramente, ou seja, para qual(is) revista(s) esses mangás serão transferidos. Um comunicado foi publicado no Twitter/X.

Capa do volume 49 da Rakuen Le Paradis

Embora não seja particularmente conhecida no Ocidente, a revista deu luz a alguns trabalhos interessantes ao longo da sua existência. Atualmente, o trabalho de maior destaque da revista é “Mejirobana no Saku” (2017-), Yuri da Asumiko Nakamura que conta com 4 volumes lançados atualmente.

Além de “Mejirobana”, damos destaque para algumas outras obras como: “14-sai no Koi” (2010-2021), da Fuuka Mizutani; “Imaginary” (2018-), da Niiro Ikuhana; alguns trabalhos trabalhos do Kenji Tsuruta (autor de “Memórias de Emanon“) como “La Pomme Prisonnière” (2010-2014), “Sora wa Sekai no Hitotsu Yane” (2015-) e “Momo Kanchou no Himitsu Kichi” (2017-); e trabalhos da Chihiro Harumi (autora de “Velvet Kiss“) como “Yawahada” (2015-2019), “Hatsukoi” (2019-2021) e “Canon” (2023). Por fim, queríamos destacar “Ohayou Rakuen-kun (Kari)“, um outro trabalho da Asumiko Nakamura na revista que estava em publicação desde 2010. A obra contava sobre o cotidiano do Rakuen-kun, o mascote da revista ^^

Capas japonesas de “14-sai no Koi” #1, “Imaginary” #1, “La Pomme Prisonnière“, “Yawahada” e o primeiro volume de “Ohayou Rakuen-kun (Kari)

Um pequeno à parte nessa notícia para comentar preocupações e divagações minhas: revistas nascem e “morrem” frequentemente. Isso é absolutamente normal e acontece em qualquer demografia. Por exemplo, em 2021 a Kodansha encerrou a Young Magazine the 3rd (Seinen). No entanto, fico particularmente preocupado pois nos últimos anos, o mercado japonês vem dando alguns sinais de “desmonte” da demografia feminina. Em 2024, a Shogakukan anunciou o fim da premiação por demografia no Shogakukan Manga Awards (e sem surpresa, o prêmio desse ano não contemplou nenhuma obra de dem. fem.) e nos últimos anos, com o advento de revistas digitais, a repartição demográfica tem ficado cada vez mais… nebulosa. Embora algumas dessas revistas online (Ura Sunday [Shogakukan], Comic Corona [TO BOOKS], Gangan Online [Square Enix]…) lancem seus mangás de forma mais geral, sem uma demografia, é muito comum que essas obras, ao ganharem volumes no Japão, sejam enquadradas em algum selo demográfico. O fato é que essas repartições tem ficado mais enfraquecidas.

Então fico triste ao ver essas revistas desaparecendo, ainda mais essas que possuem propostas muito bem estabelecidas e que ofertavam um estilo de narrativa. Por mais que revistas “generalistas” (que não possuam um tema em específico) possam apresentar propostas do tipo, acaba ficando diluído, ao contrário das revistas que concentram um estilo da obra.

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