Muitas similaridades com sua irmã mais velha, Bang Dream.
SINOPSE: Ren, um jovem tímido e muito determinado, depois de ir em um festival de músicas, ficou encantando com a magia de cantar com uma banda. Saliente e rígido, prática sozinho seu vocal na tentativa de alcançar a perfeição. Porém, depois de seu talento ser descoberto por Wataru e Yuuto, ele decide dar uma chance para um novo caminho, na esperança de alcançar seu sonho antigo de criança.
Até que ficou bom
Já disse no Twitter do quão desgostoso fiquei com as temporadas subsequentes de Bang Dream, e olha que nem estou falando da troca de animação a mão para CG. Para mim, a primeira temporada da franquia de animes/jogos/mangás, contava uma história de uma formação da banda (Poppin’ Party), mostrando as dificuldades e conflitos de gerenciar diversos membros para alinharem suas visões, em busca de formar a melhor banda de garotas da região. Não tem nada de espetacular no enredo, porém é o “arroz com feijão” bem feito. As cinco integrantes têm seus momentos, mas destaco a Saaya e a Arisa que são as personagens com mais carismas e desenvolvimentos durante a primeira parte. Porém, graças ao sucesso do jogo mobile, do sucesso da banda Roselia (formada pelas dubladoras das personagens) e a crescente popularidade das outras 4 bandas da época (hoje já são 8 bandas oficiais que fazem parte da franquia), ditaram o ritmo de suas continuações animadas. Não estavam mais fazendo animes para contar uma história e sim transformou essa mídia em um ENORME MURAL DE PROPAGANDA DO GAME DE GATCHA para os japoneses fãs das personagens. Os episódios viraram “OVAs” genéricos, em que não tinham continuidade ou ligação entre os eventos, só servindo de justificativa para aparecer as mais de 40 garotas das demais bandas pertencentes a empresa produtora do jogo. Ficou um lixo. Nem a trama da Tae com sua amiga de infância conseguiu salvar o barco que afundava lentamente.
Então não é difícil imaginar do quão BAIXA estava minha expectativa com um anime derivado de Bang Dream sendo anunciado para essa temporada. Talvez, por justamente eu ter perdido esperança com a franquia, que eu acabei gostando da estreia de Argonavis. E é perceptível como é muito parecido com o primeiro episódio da primeira temporada da precursora em comparação direta ao roteiro. É muito similar. Tem um personagem desesperado para formar uma banda, apaixonado por tocar/cantar, que fica fascinado por ter assistido uma apresentação na infância e quer porque quer criar algo com seus amigos no seu hobby da faculdade. O diferencial em Argonavis é que o protagonista que rejeita a ideia e o guitarrista que “puxa o bonde” para convencê-lo a cantar publicamente. Muito diferente da Kasumi que é uma mistura sintetizada desse trio de protagonistas aqui, com todas as personalidades apresentadas.
A produção ao menos tenta
Um ponto que me chamou a atenção foi a direção. A produção está tentando fazer algo especial no anime. Tenta uma edição mais aprimorada, uma fotografia mais arrojada, abusando de diversos planos abertos, holandês, pessoal, introspectivo, na tentativa para elevar a situação a níveis pessoais para aproximar o espectador com a situação representada. Outra parte que é digno de elogios foram a química do trio apresentado. Já mostraram os outros dois futuros integrantes da banda, mas as interações e relações do Ren, Wataru e Yuuto foram muito boas. O carisma do baixista e o alto astral do guitarrista, dão uma animada no enredo nesse começo. Agora quanto ao Ren, por ser aquele personagem manjado de animes que é inexpressivo e tímido por não acreditar em seu potencial, praticamente empurra o peso dos alívios cômicos para os outros dois personagens. Chuto que o Ren que vai carregar os momentos mais dramáticos que terão no roteiro. Quanto ao que aconteceu na estreia, o episódio é inteiramente focado na apresentação de personagens, até para preparar o tom que será adotado durante essa temporada de Argonavis. Ele tem uma pegada mais destinada ao público feminino, entretanto, o objetivo do anime aparenta não ser especifico ou de restringir o público, podendo ser visto por qualquer pessoa. E teve uma parada que não podia deixar de comentar que foi a presença de homens e mulheres naquele mundo. Para quem já viu Bang Dream, sabe que o anime só mostra mulheres, incluindo os NPCs são do sexo feminino. Quase não aparece algum personagem masculino, parecendo que homem virou um artigo de luxo na obra (só para não frustrar os otakus japoneses que priorizam a “pureza” de suas personagens). Aqui em Argonavis não tem essa “utopia” de gêneros, dando mais credibilidade para o mundo apresentado como factível. E olha que faz uma diferença imensa essa mistura.
Agora quanto ao CG, fiquei impressionado com o resultado final. Como é o mesmo estúdio das duas últimas temporadas e dos filmes de Bang Dream, parece que o pessoal de lá pegou o jeito da coisa. A animação está menos “robótica” com os movimentos dos personagens e dos NPCs MUITO mais suaves. Diversos momentos a ilusão de ser uma animação de 2D surgia, e ficava impossível identificar com exatidão o que eram frames feitos no computador. Me peguei em muitas cenas tentando identificar se não estavam misturando os tipos e técnicas de animar de tão boa que estava o 3D empregado durante as transições. A trilha sonora, quanto as músicas utilizadas na estreia são bem…hum…”normais”. É o mesmo estilo do J-ROCK que aparece nas bandas japonesas. Não escuto muito esse estilo musical, então não posso comentar muito sobre esse aspecto, até porque conheço mais as músicas que tocam nas aberturas e encerramentos dos animes, do que ativamente vou atrás de cantores e bandas do Japão para escutar suas discografias. O que eu posso dizer que as músicas são boas. Não são de minha preferência musical, mas não fazem feio e são “toleráveis” para o estilo empregado.
Conclusão
Apesar de não ter reclamado de sua estreia, é muito difícil eu recomendar o anime por dois motivos. O primeiro seria sua disponibilidade aqui para o ocidente. Nenhuns dos streamings oficiais pegou o anime até a data que esse post foi feito 01/05/2020 (nem os fansubs estão pegando pela dificuldade de achar legendas boas em inglês). Então disponibilidade é ZERO, até em inglês. Então você vai ter que ser paciente e esperar uma boa alma traduzir o anime do japonês para uma linguagem de fácil acesso para o pessoal do ocidente (a não ser que você seja fluente em japonês que esse problema deixa de existir). E o segundo motivo é que o anime tem o tema musical predominante. Eu vejo que muitos otakus tem certos problemas com esse gênero (eu me incluo nessa conta) e que podem sair dessa estreia odiando o anime. Então fica minha recomendação: Se você gosta de animes musicais e não têm problemas com animes slice of life, então você vai curtir do que irá assistir em Argonavis.