Perdas… Mágoas… Sentimentos mal resolvidos… Mas nem tudo é tristeza. Temos momentos cômicos e muito mais. Então venham ver um pouco mais de tudo que “Given” pode e vai lhe proporcionar ^^.
“Given” é mais uma daquelas obras que ficaram muito populares devido a sua adaptação animada, exibida entre 11 de julho e 19 de setembro. A animação conta com um total de 11 episódios, mas não para por aí! Um filme foi anunciado naquele mesmo ano, que irá adaptar o segundo arco do mangá, estava marcado para estrear no dia 16 de maio, mas foi adiado em decorrência da pandemia do Coronavírus. Given chegou marcando história, sendo o primeiro mangá BL (Boys Love, mangá que tem como pilar o relacionamento entre homens) a ter uma animação sendo exibida no bloco NoitaminA e agora, sendo a primeira SÉRIE (com mais de um volume e extenso em volumes) BL a ser publicada no Brasil ^^.
A adaptação em anime de Given se juntou a outros sucessos do ano como “Go-Toubun no Hanayome”, (ou “As Quíntuplas” como será chamada a edição nacional do mangá. Resenha aqui), “Demon Slayer”, “Vinland Saga”, “Sarazanmai” e outros. A questão com Given era apenas uma: a obra é um BL, com mais de 1 volume e no Brasil, com a única editora publica mangás da demografia atualmente, a NewPOP. E “pior”. Todos os BLs que haviam sido publicados até então eram volumes únicos, tornando um tanto complicado de se pensar em ter o título no país. Entretanto, uma coisa que alimentava as esperanças, é que o mangá GL “Citrus” foi anunciado no país (também pela NewPOP), poucos meses após a exibição da adaptação em anime. Então poderia ser o mesmo viesse a acontecer com Given?! Uma informação nada animadora veio em meados do segundo semestre de 2019: a editora respondeu um comentário em sua página do Facebook, na qual ela dizia que todas as tentativas da editora em investir em obras com apelo ao público de BL, não tinham se saído muito bem, trazendo um sentimento de desânimo por parte do público…
Uma nova esperança veio com o anúncio do NewPOP Day neste ano, trazendo um fio de possibilidade para o anúncio da obra (meio mundo se agarrou nessa esperança. HAHA). Chegamos a fazer uma postagem com diversos palpites feitos por quem nos acompanha em nosso Twitter. Mas eis que veio a pandemia e adeus NewPOP Day… Pouco tempo depois da pandemia começar, a editora passou a fazer lives semanais e no dia 31 de março, a editora fez o anúncio de Given. Engraçado que pouco antes, a editora Panini fez uma live no dia 30. Nesta, o Levi Trindade (editor chefe da editora), comentou que adoraria ter Given na editora, deixando fãs surtados e preocupados com essa possibilidade. Entretanto, tudo foi resolvido no dia seguinte hahaha.
Com o anúncio feito, começaram as informações de formato e a previsão de lançamento: a obra seria lançada no finzinho de maio. Como prometido, os envios começaram logo no fim do mês :). Ganhamos a nossa edição de presente e aproveito para agradecer imensamente quem nos deu o volume. Sou -muito muito muito- grato. Não acho que posso citar a pessoa aqui, mas acredito que a mesma estará lendo a postagem, então está tudo certo. Nosso volume demorou um tanto para chegar, mas finalmente o temos em mãos e viemos compartilhar um pouco das nossas opiniões sobre essa obra maravilhosa e mostrar essa edição lindíssima da NewPOP ^^.
Sinopse: “Ritsuka Uenoyama é um guitarrista colegial com talentos de sobra, que por acaso conheceu Mafuyu Sato quando este o pede para trocar as cordas. Na mesma ocasião, Mafuyu pede para que Ritsuka o ensine a tocar guitarra, porém, o guitarrista não gostou muito da ideia. No entanto, ele se vê obrigado a mudar de opinião assim que ouve o canto estonteante de Mafuyu, a ponto de convidá-lo a fazer parte de sua banda.”
Eu conhecia Given apenas de vista antes da adaptação em anime. Na verdade, acho que meses antes eu havia lido alguns capítulos, mas nem lembrava mais o que a história contava e o anime seria como novo para mim. Fiquei muito interessado na animação, porque: 1- Era um BL diferente daqueles que já tínhamos tido no passado, aca “Sekaiichi Hatsukoi” e “Junjou Romantica”. E 2. Era um anime da Lerche. Eu adoro esse estúdio, então já tinha tudo o que eu precisava para chamar a minha atenção. A adaptação foi maravilhosa, diferente do mangá em alguns aspectos (comentarei mais a frente). Tínhamos a questão da música que era palpável, pois podíamos ouvi-la, diferente do original. Foi algo que fez jus ao seu material original, embora ainda tenha ressalvas, principalmente no que tange animação. Ter Given no Brasil, era algo muito, mas muito pouco provável, como um sonho muito distante. Mas enfim temos ele sendo publicado aqui, então falemos mais da história e desse volume ^^.
- História e desenvolvimento:
A história de Given não é nada inovadora. Muito pelo contrário. Vocês já podem ter lido dezenas de obras com propostas e temáticas semelhantes. Alguns vendem a obra como um roteiro nunca antes pensado, ou algo totalmente fora da curva, mas é mais pela empolgação do que qualquer outra coisa (por causa da adaptação em anime), que voltou os holofotes para a obra. Logo, seja dentro do BL, ou fora dele, você irá encontrar obras falando de superação, de seguir em frente, um coração partido e uma perda irreparável. Mas o ponto com Given é que essa é uma história muito bem feita. Toda a construção e os rumos traçados e trabalhados pelo mangá, são maravilhosos.
Nesse primeiro volume, ele apresenta os personagens e já conta boa parte desse primeiro arco que praticamente já se encerra no volume 2 (Pois é… bem rápido). E falando assim, pode parecer bem corrido, não? Mas eu te digo que nem parece. Nessas pouco menos de 200 páginas, a autora consegue fazer o volume render de tal forma que consegue trabalhar diversos assuntos nele. Eu diria que a autora é bem direta no que quer nos contar, por isso ela consegue fazer as páginas renderem e ao mesmo tempo que não temos muitos diálogos, é tudo muito fluido. Em cerca de uma hora, você consegue ler o volume (sem interrupções).
Falar de Given será uma tarefa difícil para mim. São assuntos delicados e eu tenho um certo problema em me expressar. Provavelmente esse texto não represente a totalidade dos meus sentimentos e muito menos representará toda a emoção que a obra quer passar para o leitor. Porém farei o meu melhor. Bom, como diz na sinopse, o jovem Uenoyama se encontra em uma monotonia. Nada de novo acontece e ele “apenas vive”, seguindo seus dias sem grandes emoções ou algo que o cative. É logo uma das primeiras coisas pautadas no volume sobre como o Uenoyama estava em um marasmo e mesmo suas paixões pelo basquete e a música (principalmente), não tinham mais aquele brilho de antes. Acredito que vocês já devam ter sentido algo parecido com alguma coisa ao qual vocês gostavam muito de algo e teve interesse, como desenhar, aprender uma língua ou começar algo que nos atraia, temos aquela empolgação inicial, mas quando aprendemos sobre aquilo, pode acontecer de toda aquela “magia” que há enquanto estamos nos dedicando a aprender, vai se esvaindo. É o que mais ou menos acontece com o Uenoyama, pegando pelo lado do basquete. Ele sequer joga mais e prefere ficar cochilando a jogar uma partida com os amigos. Não acontece apenas uma vez, mas no decorrer de quase todo o volume, vemos ele recusando as ofertas de amistosos com os amigos. Já na música, podemos dizer que ele está “na mesma”, mas não no mesmo nível que o basquete. Ele toca música, mas não com aquela paixão e devoção que ele tinha logo que tentava aprender. Ele até pensa consigo mesmo que insistiu em aprender a tocar por sua personalidade não gostar que as coisas não saiam como ele quer hahaha. Mas é em meio a isso que entra nosso anjinho chamado Mafuyu e começa a mudar essa monotonia do Ue ^^.
E falando nele, o Mafuyu será a nossa peça central nesse primeiro arco. A vida de ambos começam a se mover depois que o Uenoyama conserta a guitarra do Mafuyu. Se para o Ue, ele estava preso a monotonia, para o Mafuyu, algo ainda mais profundo o segurava a um passado doloroso. Um acontecimento que faz o seu tempo congelar. Pelo pouco que nos é mostrado, sua vida parecia ter pedido o brilho. Tanto é que nas primeiras páginas, ele parece mais apático, avoado. O Ue, ao consertar as cordas da guitarra dele e tocar uma simples nota, fez com que algo despertasse dentro do Mafuyu, como o próprio Ue diz: “… Sem perceber, eu acabei balançando as cordas do coração dele”.
O Mafuyu tem uma conexão com a música que envolve o passado dele, como uma prisão e uma (futura) liberdade para ele. Tudo depende dos caminhos que ele irá seguir e claro que não depende exclusivamente dele. Dar um primeiro passo é algo muito difícil (inclusive, é algo que é abordado de forma bem constante em “Yesterday wo Utatte”). A música que ele se agarrou, é o que pode acabar o soltando das amarras do passado. A música pode libertar, mas nisso vem um grande problema: o Mafuyu não sabe como se expressar. Desde o momento que seu tempo parou, ele sequer sabe como se sentir. Tristeza, solidão, dor…nada… ele apenas não sabe como se sentir ao ocorrido.
Eu penso que ambos tem o que aprender um com o outro. Juntos eles vão conseguir fazer o outro caminhar. Conforme eles vão interagindo, um romance começa a surgir e não demorará muito para florescer :). A autora é prática no que quer contar, então num piscar de olhos, a história se desenrola. Inclusive, ela já dá indícios de que um está começando a se apaixonar pelo outro. Com o Mafuyu não é lá muito notável. São gestos que já abrem essa interpretação, enquanto o Uenoyama, desde o momento que ele ouve a voz do Mafuyu, fica bem claro que mexeu com ele haha. Se para o Mafuyu, o som da guitarra fez seu coração balançar, para o Ue foi a voz do Mafuyu. E se preparem para ‘gays panics’ do Uenoyama. Teremos alguns (muitos na verdade) no decorrer dos próximos volumes ^^. A história de ambos foi posta em movimento novamente, veremos o desenrolar e os caminhos que a autora irá trilhar no próximo volume. Se o volume 1 por algum acaso não te prendeu, dê uma chance para o segundo volume. Ele chega no clímax do arco e se nesse volume a história não te fisgar, Given não é para você (infelizmente). Mas calma! Ainda estamos um pouquinho longe de terminar os elogios e os pontos que gosto nesse mangá lindíssimo. Senta que ainda tem muito a ser dito hahaha.
Apesar de só ter falado do Uenoyama e seu par romântico, a história não é exclusivamente sobre eles. Esse primeiro arco em específico, permeia principalmente eles, mas a história trabalhará mais personagens e outras questões :). E uma coisa que gosto bastante em Given, é que a autora trabalha os outros personagens em segundo plano, e já vai apresentando e desenvolvendo eles com seus relacionamentos aos poucos, para mais para frente, dar o destaque apropriado para eles. Vimos aqui com o Haruki e o Akihito, são membros da banda e os personagens mais velhos/conselheiros dos personagens. E falando neles, ambos tem uma boa introdução e é algo a se elogiar também. A autora consegue introduzir e contextualizar os personagens de forma natural e nada soa como “de repente”, ou “saiu do nada”. As coisas vão se organizando e encaixando direitinho, que é muito bom. Agora falando deles dois, em algumas cenas do mangá, o Haruki e o Akihiko conversam sobre os dois e falam como se fossem pais dos mesmos haha. Em outros eles aconselham ao que podem fazer. Como os dois são mais velhos, eles tem uma maturidade maior para certos assuntos, então o ponto de vista deles ajuda muito. Um exemplo é logo quando o Akihiko aconselha o Uenoyama a ensinar o Mafuyu a tocar (ele insistia tanto hauhau). Ele diz que nunca havia visto o Ue tão animado antes. Mais disso será mostrado no volume 2. O aconselhamento deles será um ponto crucial para o caminhar do arco.
Como vocês já devem imaginar, entre o Aki e o Haru deve acontecer um romance. Deixam evidente (por parte do Haru), e mostra um pouco do que eu disse no parágrafo acima. A autora vai adicionando elementos e personagens que serão melhor desenvolvidos no futuro. O famoso “preparar terreno”. Enquanto o momento principal deles não chega, a autora vai construindo carisma e a personalidade de cada um. Os arcos podem até ter outros personagens como destaque, mas a autora sempre trabalha os demais em momentos pontuais aqui e ali. Me agrada muito e me passa a sensação de que eles realmente fazem parte da vida dos personagens e não só elementos que são usados em determinado arco e depois tchau.
Passando para algo mais pontual que ocorreu no volume, em um certo momento, uma garota da sala do Uenoyama (garota essa que parece gostar dele) vai e pergunta se o Mafuyu gosta dele. O Uenoyama não entende o sentido do “gostar” que ela se refere, e a própria diz que o Mafuyu namorou um garoto quando ele era mais novo e que era perigoso o Ue ficar andando com ele. Eu não sei vocês, mas para mim, pareceu que ela tocou nesse assunto exclusivamente para testar a reação do Uenoyama. Talvez pensando que se ele soubesse disso, ele se afastaria do Mafuyu. Penso nisso até pela expressão facial dela, com uma sombra na cara dela e um olhar mais frio e vazio. E eu acho que logo que ela faz isso, se arrepende porque pede desculpas, apesar dela ter dito que era só um boato. Me pareceu que a “desculpa” tinha algo a mais. Um arrependimento por ter feito aquilo. Me contem o que vocês pensam disso. Quero opiniões para construir melhor meu pensamento. Então vamos conversar ^^.
Passando para falar mais uma vez sobre traumas, eu diria que a autora quer falar muito sobre como os personagens lidam com um acontecimento marcante. Tanto é que ela não faz questão de mostrar explicitamente, ou ficar evidenciando o que houve. Ela mostra de uma maneira sutil e começa a trabalhar em como os personagens vão lidar com aquilo. O que faz o mundo do Mafuyu congelar é mostrado lá no comecinho do mangá. O plano de foco é no Mafuyu, porque é ele quem vai absorver aquilo e tentar achar uma forma de processar tudo e dar o passo à diante. No próximo arco, teremos uma cena polêmica que alguns criticam e outros entendem o porquê dela existir. Apenas condenam o ato, mas novamente, a autora não gasta páginas e mais páginas mostrando o ato, mas sim o que vêm pós aquilo. Como o Haruki e o Akihito vão lidar? Como eles vão superar? O que eles farão? São questões como essa que a autora usa e toma como base para fazer sua história caminhar. Eu adoro isso!
Dada uma geral de um pouquinho do que a obra quer nos contar, vamos para alguns aspectos gerais. Eu não gosto de fazer comparação de mídias diferentes (anime x mangá), mas tem algo que acho curioso no caso de Given. Não sabia muito bem o que se passava no mangá por não lembrar do que eu já tinha lido. Mas uma coisa que eu achei interessante é o fato desse arco ser muito curto e o anime acrescentar muitas cenas extras. Os tão famosos fillers. Eu lembro que até cheguei a comentar que o anime se sobressaía nessa parte, porque ele constrói melhor o relacionamento entre os personagens e principalmente, temos um melhor desenvolvimento no aprendizado do Mafuyu com a guitarra. E eu ainda acho que vale, em especial a questão da guitarra, porque o Mafuyu não sabia nada de música e nesse volume mesmo ele já consegue tocar algumas notas. Não é algo muito ruim e a autora ainda consegue passar uma impressão de transição de tempo em meio as cenas cômicas, mas eu gosto bastante do aprofundamento que o anime traz nesse trecho. Todavia, de forma isolada, ambos funcionam de forma muito boa, inclusive, vou deixar aqui a minha review do anime de Given que eu fiz com a @MisuRose no ano passado. Melhoramos muito de lá para cá, mas é uma review que vale muito ainda e o legal é que temos duas pessoas discutindo o anime (PS: a review tem spoilers de todo o anime) ^^.
E uma última coisa sobre o anime é que lá você tem a experiência musical. Temos as letras e os simbolismos por trás delas, coisas que não dá para ter com o mangá. Então fica a recomendação do anime também, que faz jus ao que o mangá traz :). E aproveitando, vamos falar um pouco mais desse aspecto musical, a autora consegue passar uma onda de sensações com seu desenho. A Kizu consegue fazer quadros que trazem tanta sensação de movimento (muitos quadros que ela faz, passam isso hahaha). São poucas páginas focadas em apresentação nesse volume, mas são tão belas. Dá para ver o quão empolgado os personagens estão, ou mesmo quando o Mafuyu canta a música para mostrar para o Ue. Dá para ver a surpresa dele e o ‘expressionismo’ é muito bem passado.
Arte do mangá:
Chegamos a um dos momentos que mais gosto de falar, que é da arte. Pela capa já para ter uma noção do desenho da Kizu, mas o miolo meus queridos, é LINDO! Mas vamos falar da capa. Eu adoro a estética delas. Gosto dos personagens serem em preto e branco e a autora trazer cor basicamente só no fundo da capa. A guitarra ser a única a ter cor, eu interpreto como algo que “conforte” o coração do Mafuyu, ao mesmo tempo que eu penso que ela represente um coração, talvez… Essa guitarra é um elemento importante para ele, e são coisas que traz uma lembrança mais palpável do seu passado. Falando do miolo, o desenho é maravilhoso. Têm algumas páginas fabulosas!!!
A quadrinização da autora é muito boa. Boas sequências de quadros que torna o mangá dinâmico e muito fluido de ler. Como já mencionei, a autora passa uma enorme sensação de movimento com seu desenho. Dá para a vivacidade dos personagens nos quadros. Eu não canso de dizer como esse mangá é dinâmico, porque ajuda DEMAIS na leitura. EU gosto muito que em algumas páginas, quando temos personagens mais “”agressivos””, ou com movimentos mais bruscos, a autora usa quadros pontudos. Acho que é tão assertivo e gosto muito disso.
Uma coisa que gosto também é a capa (a capa sem ser a sobrecapa, entenderam?). Por algum motivo, me lembra um diário ou um sketchbook. A autora usa esse espaço para mostrar algumas curiosidades sobre a obra e eu achei uma forma muito interessante de colocar esses detalhes. Fora que ficou linda a montagem que ela fez. Diversas curiosidades sobre as vestimentas dos uniformes masculinos e femininos e adorei saber que a escola é mais “liberal” nessa questão do que os alunos podem usar na escola. Permitem piercings, sapatos de diferentes modelos, a camiseta também pode ser estampada. É uma coisa que eu não vejo muito e talvez por não ter acesso, ou não procurar direito, mas sempre vemos aquela “condenação” de alunos por pintarem o cabelo, usarem brincos, dentre outros. Gostei de uma frase que contem na capa: “Esse é um colégio que respeita a liberdade individual, o que acaba reunindo alunos inteligentes, porém com personalidades fortes”.
Outras duas coisas que valem se destacar, é a refinação do traço do Uenoyama e os extras com as fichas do miolo do mangá. O primeiro, se vocês olharem a capa do mangá, o Uenoyama passa uma impressão de ser um “bad boy”. Nos primeiros primeiros capítulos, ele apresenta esse mesmo rosto, mas aos poucos, a autora vai moldando melhor os traços do personagem. Nas capas dos volumes mais recentes, já dá para notar uma diferença maior nesses traços do personagem. Já os extras, eu gosto da ficha de personagens que a autora colocou no decorrer do volume. Coloca informações básicas do quarteto principal (com um extra de ter informações da irmã do Ue), além de ter alguns esboços dos modelos de corpo dos personagens. Muito legal. No final do volume ainda tem umas tirinhas bem divertidas ^^.
- Conclusão:
Given é um mangá sensível que (talvez) irá tirar algumas lágrimas de voce. Não nesse volume, mas no segundo sim. É uma linda história linda de superação e eu tenho um fraco por histórias assim. Então sou suspeito para falar XD. Adoro a temática de “seguir em frente” e me emociono com histórias assim. Given atende muito bem esse quesito. Seus personagens são carismáticos e você se apega a eles facilmente. Então mesmo em tão pouco tempo (1 volume), você se importa com eles e não quer que eles sofram. Calma! Given não é só desgraça como eu posso ter passado. Há momentos de comédia e é algo merece ser destacado, porque a parte cômica do mangá também é muito boa. A autora tem um excelente timing cômico e ela usa muito chibi para fazer piadas bobas aqui e ali. É fofo e divertido e é mais um dos fatores que corroboram na imersão da leitura :).
Given é um mangá que, assim como JOY (resenha aqui), eu acho uma excelente porta de entrada para aqueles que tiveram pouco ou nenhum contato com a demografia BL. Inclusive, a questão sexual é “inexistente”. Você verá no máximos cenas rápidas, mais implícitas e eu posso afirmar essa questão, porque faz parte do estilo da autora. Mesmo nos doujins que a autora já fez, ela não fez cenas de sexo. Não usa esse “recurso” para compor suas narrativas e sendo sincero, não faz falta alguma! Enfim, comprem Given!
Estou muito animado para o segundo volume – clímax desse arco – e para o que vem pós ele, porque eu só sei de algumas coisas do próximo arco(tudo muito por cima). Será quase que como novo para mim, então estou na hype!!!!!!
- A edição nacional:
O mangá está sendo publicado no formato 12.8 x 18.2 cm, com sobrecapa fosca, capa cartonada em couchê-brilho, no papel off-set com uma página colorida no início e tem cerca de 190 páginas por volume. O mangá tem periodicidade bimestral, mas por causa da pandemia, a editora pode agilizar alguns volumes lançando alguns de forma mensal. Todos que comprarem o primeiro volume do mangá, receberá um marca página (que replica a imagem da capa) de brinde.
Sobre o texto, o mangá está muito bem adaptado, como de praxe nos mangás da editora. O texto flui muito bem e não encontrei nenhum erro de português, mesmo na capa do mangá que há muita informação junta. A diagramação também está ótima e na capa mesmo dá para ter um pouco do trabalho da editora. Só um balão ou outro no miolo do volume que não ficou bem centralizado, mas nada muito discrepante. De resto, está excelente a edição. Eu só senti falta do “Uecchi”. Quem assistiu o anime sabe que os personagens se referiam ao Uenoyama pelo apelido de “Uecchi”, que ficou bem popular por aqui. O pessoal tem um carinho por ele e fiquei triste :'(. Mas de resto, tudo está muito bom!!! ^^
Comentando rapidinho algo que foi sobre a classificação indicativa do mangá ser +18. O mangá não tem nada muito sexual e mesmo os temas mais pesados abordados, não são mostrados muito explicitamente. O Júnior já havia comentado em uma live que o +18 do mangá era por alguns assuntos e para proteger a editora de algum eventual problema. Lembram-se da tentativa de censura na Bienal do Livro no Rio de Janeiro em 2019? Então, pensem naquilo. E olha que o quadrinho que tentaram censurar só tinha um beijo gay! Então é melhor tomar cuidado para futuras represálias no contexto politico atual do nosso país (E ainda tem pessoas que defendem governo do RJ e federal…é um retrocesso social visto o ganho de voz de diversos grupos que sofrem preconceitos diariamente).
- Ficha técnica:
- Título original: Given (ギヴン)
- Título nacional: Given
- Autora: Kizu Natsuki
- Serialização no Japão: Cheri +
- Editora japonesa: Shinshokan
- Editora brasileira: NewPOP
- Quantidade de volumes atualmente: 5 (volume 6 previsto para 3 de agosto)
- Formato: 12,8 x 18,2
- Preço: R$ 29,90
O volume 1 pode ser adquirido na Amazon por esse link. Comprando pelos nossos links, você estará ajudando muito o blog sem ter que pagar nada mais por isso ^^. A pré-venda do segundo volume da obra deve começar em breve. Está previsto para julho.
Bom, eu espero que tenham gostado e acho que essa resenha ficou um pouco grande hahaha. Minha tarefa aqui é “única” e simples: te convencer a comprar, ou panfletar “Given”. Essa postagem também vai ajudar muito XP. E dar minha opinião também, porque preciso exaltar esse mangá, ainda mais sendo o primeiro BL com mais de 1 volume a chegar em nosso país :). Vale dizer que, por hora, não adianta você perguntar se a editora irá lançar mangá BL X, porque quem “ditará” os rumos do mercado aqui no Brasil, é Given. Given será o teste da editora. Se a obra fizer sucesso e vender muito, é certo que a NewPop voltará a apostar em mais BLs longos. Se o mangá não vender, pode ir dando adeus a outros BLs longos. E pelo amor de Madoka, esqueçam “Junjou Romantica” e “Sekaiichi Hatsukoi”! São mangás MUITO longos. Não se prendam tanto ao passado e peçam mangás mais recentes, sucessos atuais. Aí eu vejo mais possibilidades para o mercado ^^.
5 thoughts on “Resenha: Given (volume 1)”