Um anime mediano para uma protagonista que queria ser mediana.

Um anime mediano para uma protagonista que queria ser mediana.

SINOPSE: “Cansada de ser o destaque por toda a sua vida anterior, no momento de sua reencarnação, um Deus lhe concede um desejo que ela irá pode usufruir na sua nova vida reencarnada. Ela deseja ser uma garota normal. Mas o que é ser normal para um Deus? Nesse desentendimento de conceitos ela reencarna em um corpo de uma garota rica e poderosa. O que ela irá fazer a partir de agora? ”

A proposta é diferente, porém nunca engrena

Essa review será um daqueles posts que terei pouco o que escrever já que o anime tem uma narrativa simples, e particularmente, não tem nenhum assunto que eu sinta que precise fazer um aprofundamento ou fazer comentários mais elaborados sobre o anime. Como está na sinopse acima, o anime é sobre uma garota que reencarnou no outro mundo (Mile), porém ganhou uma segunda chance já que sua morte não foi algo natural. No poder de escolher o que quiser, humilde e querendo passar despercebida na sua segunda vida, ela decide escolher uma vida mundana, sem grandes extravagâncias ou de aventuras. Só que ela não especifica o pedido corretamente e fala o seguinte: ”-Quero ser mediana. ” Só que mediano para o Deus, é o nível de força de um Deus comum. Assim, ela ganha poderes de um Deus, tendo que esconder essa abundancia de força ganha na sua nova chance. O anime todo tem a comédia como foco, já que são as situações enfrentadas por ela na tentativa de omitir a informação de ser a pessoa mais forte da região, geram momentos cômicos.

Até que são cenas engraçadinhas, capaz de arrancar um sorriso ou outro em cada esquete. Não posso dizer que a comédia funcionou totalmente comigo. Teve episódios que foram melhores que outros nesse aspecto. Mas de forma geral, o anime consegue manter um bom timing cômico durante a temporada. Até mesmo com a party formada (Reina, Pauline e Mavis), a comédia fica no mesmo nível com oscilações de momentos genuinamente engraçados pelas interações entre elas, a momentos em que a punchline já estava óbvia desde do início e fica aquele sentimento de “eu já sabia do final dessa piada”, perdendo toda a graça.

O que posso elogiar foi a tentativa de construção dos personagens da party principal. Houve uma tentativa de contextualizar o que levaram elas a chegarem até ali, com seus passados traumáticos (ou não no caso da cavaleira), quais são os seus objetivos dali para frente e como cada uma pode ajudar a cumprir os sonhos umas das outras. Legal ter tido esse tipo de desenvolvimento mesmo que tenham sido espaçados. Na maioria dos episódios, predominam a comédia como padrão do anime, mas é bom ter esse tipo de variedade no tom da adaptação para não ficar monótono.

Ainda assim, traz um problema para o enredo já que nunca chega em um nível de excelência para te impressionar. Como a parte de drama são momentos isolados, toda a dependência fica por conta do humor do roteiro, que como eu disse, acerta algumas vezes e erra em outras. Não existe um equilíbrio bom em contar a história ou ter aqueles momentos que te chamem a tua atenção de uma forma a te marcar ou de sair da mesmice do cotidiano mostrado no anime. É sempre o esperado. Uma missão, elas aceitam, saem para completarem o objetivo, porém dá muita coisa errada e tudo se resolve com o poder apelão da protagonista. Nada muito inspirado, tendo aquela história básica com arroz e feijão.

A produção acompanha o desejo da protagonista em ser mediana

A animação, desde dos designs dos personagens até os sakugas (são curtos e que não são muitos), são bem basicões. A direção é algo perto do mediano para o ruim. Não tem muito uma tentativa em melhorar a adaptação. É mais no modo automático de fazer um anime e entregar no prazo. Nem a fotografia se destaca com suas composições, quase dependendo da coloração para chamar atenção. A trilha sonora é bem apagada, só tendo o destaque para a OP que é uma música chiclete, bem viciante. De resto, as partes técnicas são bem apagadas ou normal demais (e olha que estou falando de um anime que a guria queria ser normal xP).

Mais alguns comentários sobre o anime

Gostei que os animais e os dragões são desenhados a mão. Pode parecer coisa boba, mas para uma indústria que até para fazer um carro está recorrendo ao CG, ter as coisas desenhadas tradicionalmente, dá aqueles pontinhos de satisfação.

A Mile é o ponto alto do anime. As demais personagens da party são funcionais, no entanto não ganham muito destaque durante o anime. Também teve um episódio de praia em um anime MEDIEVAL. Realmente, cada vez mais pouco importa o que está acontecendo, pois tem que socar as personagens de biquíni de qualquer forma e FODA-SE.

Não acho que o Nano (o mascote) que segue a PROTA tenha alguma serventia na história. Ele quase não aparece (mesmo ele estando do lado dela 24 horas) e quando ele está no foco, praticamente tem como função de servir como personagem expositivo para exemplificar “cientificamente” o que o poder da Mile faz ou dar alguma informação para ela que irá servir de algo para solução do arco. Nem para as piadas ele serve como escada. Praticamente ele só existe e pronto.

Conclusão

Watashi, Nouryoku wa Heikinchi de tte Itta yo ne! têm seus momentos bacanas e engraçados, mas como um todo, é um anime que foi no máximo legalzinho e que será engolido pelos outros animes do ano passado quando o pessoal for escolher algo para assistir. Não é ruim, porém será difícil ele ter algum destaque daqui para frente. Assista se você tiver tempo e gosta de animes de comédia com elementos de slice of life e de aventura misturados.