E não é que parece o desenho Corrida Maluca!?
SINOSPE: Appare é um jovem prodígio que não tem muito apreço por regras e convenções sociais na antiga sociedade japonesa. Levado pelo impulso de ir em busca da sociedade moderna do ocidente, Appare parti em uma jornada, trazendo junto o jovem Kosame, em busca de conhecimento e talvez, conseguir voltar para casa com novas ideias vencendo uma corrida nada tradicional.
Fiquei impressionado com o anime e com sua qualidade alta de produção. Talvez por ter ido ver Appare com a expectativa baixa graças ao último anime original do estúdio P.A. Works (Fairy Gone, review aqui), que me surpreendeu tanto esse primeiro episódio. O trailer antes do lançamento meio que já mostrava o clima de desenho antigo da Hanna-Barbera, a Corrida Maluca. Porém, não fica somente na impressão. Os primeiros minutos do anime lembram total o desenho americano (com direito a Dick Vigarista com um parceiro). Todos aqueles characters designs bizarros/criativos, suas personalidades distintas, os carros que não fazem sentido algum cientificamente e um protagonista sonhador com sua equipe em busca de um prêmio maior (que não significa ganhar a corrida). Tudo remetia a um sentimento de nostalgia de uma infância que assistiu dezenas de vezes o mesmo episódio por falta de opção na televisão.
E aqui fez sentido mostrar um evento do futuro nos minutos iniciais, até para dar o gostinho e o clima que a série animada irá adotar para os próximos episódios. Não causou estranheza ou aquela sensação de estar deslocado na passagem de tempo ou te deixando perdido do que está acontecendo, como alguns animes dessa temporada tentaram fazer o uso desse mesmo artificio e não conseguiram executar com perfeição.
Após essa contextualização, vemos como a dupla de protagonista foram parar do outro lado do mundo, em uma corrida nada comum para os nossos padrões. E posso dizer que adorei os dois personagens principais. Estou meio que saturado de protagonistas bonzinhos ao extremo. Não ver certos estereótipos, já me deixa mais animado a continuar vendo a parada. O Appare com sua personalidade de prodígio, porém não entende o “funcionamento” da sociedade antiga japonesa, e o Kosame que é rígido, seguindo todas as regras/ensinamentos dos antigos a risca, proporcionam uma dualidade maravilhosa de assistir. Ambos são muito simpáticos e tanto suas interações como as cenas cômicas, são genuinamente boas.
Toda a construção de personagens foi muito bem sintetizada nessa estreia. A cena da fuga da cadeia que mostra o desapego social do Appare e sua falta de noção ao perigo, o Kosame ligado a família e a honra do seu legado, os pais do Appare serem limitadores a sua criatividade inventiva, empurrando responsabilidades para assumir os negócios da família, o Kosame ter seu orgulho ferido por perder em uma luta nada justa… todos os eventos vão se interligando, gerando a causa e consequência dos fatos, passando a sensação de uma história está sendo contada ali. É maravilhoso acompanhar toda essa trajetória (um tanto maluca) de saírem do Japão e chegarem nos EUA na casualidade. Nem essa mudança de ares causa o sentimento de desconforto por mudanças abruptas. Tudo se encaixa graças ao que foi estabelecido anteriormente (pode parecer banal, mas metade dos animes dessa temporada não conseguem fazer o simples que ‘Appare-Ranman!’ realiza).
A produção é um show a parte. O estúdio P.A. Works costuma entregar algo acima da média nos quesitos técnicos, e aqui não foi diferente. O diretor fez um baita trabalho em dar um ritmo narrativo maravilhoso e a animação acompanhar no mesmo nível de excelência. Se teve algo que senti falta que foi a trilha sonora. Ela passou despercebida e quase nada chamou minha atenção. Uma pena, pois é algo que valorizo muito nas mídias audiovisuais.
Vale a pena?
Por mim, recomendaria a todos o anime facilmente. Dado a safra “baixa” dessa temporada (e adiamentos), ver um anime que se destaca, ele precisa ser mais exaltado para que mais pessoas possam acompanhar essa excelente estreia. Veja o primeiro episódio e se vai com os seus gostos pessoais. Particularmente, Appare-Ranman ganhou um destaque maior para mim.
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