Todos tem medo de se machucar… “Fazer ou não?” é a questão.
Voltamos para falar, debater, discutir, teorizar sobre os futuros episódios de “Yesterday wo Utatte”. Neste post, tivemos mais uma cena típica de novelão, mas o anime trouxe algo diferente, não sendo “só mais uma cena típica do gênero”. Então, falemos mais disso :).
Rub – Alê, realmente aconteceu as paradas que eu queria muito saber, que são relacionados a Haru. Agora sim dá para se ter uma ideia o que está detrás de todo aquele ar enigmático que ela emana quando fala. Logo na primeira cena, o roteiro já estipula o quão contraditória são os seus desejos pelo Rikuo. A Haru afirma que não quer o pressionar demais, só que ela é um grude no maluco. Todo dia ela “bate ponto” na loja de conveniência. Ela gosta tanto dele, que vive numa luta interna em não ser uma freak passional ciumenta para deixar ele livre, porém suas ações dizem outra coisa. A Haru sabe que está forçando toda a situação e nesse começo, ela nem tem noção das consequências de seus atos para o Rikuo. É interessante esse antagonismo na Haru em relação a ficar próximo do amado. E para minha surpresa, ela abre o jogo para ele falando que desafiou a professora. Pareceu mais um impulso não pensando, porque foi uma jogada MEGA arriscada em ser franca dessa maneira. Entendo que a Haru preferiu a sinceridade, entretanto, não se ganha o coração de alguém dizendo que desafiou uma antiga paixão do pretendente.
Alex – É bem compreensível essa dualidade de sentimentos. Ela quer que ele gosta dela, mas sabe que na outra ponta, por assim dizer, temos a Shinako que gosta dele e no meio disso temos o próprio Rikuo que gosta da Shinako, apesar de tudo. Então, ela quer avançar, mas não quer pressionar, apesar de não se dar conta de que está fazendo exatamente o contrário do que ela quer. Na hora que ela vai ligar para o Rikuo e desiste, é um bom momento para ver um pouco mais desse conflito. Ela não tem o número dele, nem ele tem o dela e pegar o número assim seria dar mais um passo nessa relação, forçar a ficar mais próximo, afinal, não foi ela que pediu o número e muito menos foi ele quem deu. Também foi uma surpresa ela ser tão direta e abrir o jogo. Não esperava e talvez ela quisesse ver como ele reagiria? Ou talvez tenha sido apenas por impulso, uma decisão precipitada como você disse. Eu gosto dessa parte dela. O Rikuo fala que ela não vai conseguir nada com um cara como ele, mas ela diz que também não é tudo isso que ele pensa dela. E agora que você falou de “sinceridade”, eles abordam mais desse assunto lá no encontro (desastroso) deles. Interessante essa abordagem no começo do episódio e como é trabalhado, porque ela manda a real para o Rikuo, mas quando ele faz o mesmo, o efeito nela é péssimo. Ela não queria ter que ouvir aquilo, mas mais cedo ela foi sincera e não parou para medir as palavras também.
Rub – E tem essa parada do telefone realmente. Tanto que ela não teve outra alternativa a não ser ligar para a Shinako para dar um pulo na casa do Rikuo para ver como ele está, pois ele está gripado por ter pego uma chuva no começo desse episódio. Aliás, os japoneses não ouviram o conceito de remédio e vitamina C, porque ô povo que não sabe se cuidar e tratar uma gripe, pela amor de Deus. Eles sofrem por dias por uma gripe, mas não tomam a porra do remédio para acelerar o processo de cura. O Rikuo passa uma semana de cama. Isso é que dá em não acreditar nas vacinas XP. Mas agora, voltando um pouco para o anime em si, ver a Haru em seu ambiente de trabalho foi um tanto diferente. Quando ela mencionou que trabalha como garçonete, cogitei em um local de muito movimento ou uma maid café, até pelo jeito solto e solicito dela. Porém é uma cafeteria pequena, familiar, em que a maioria dos atendimentos é por tele entrega. Essa é uma novidade para mim ter um estabelecimento de encomendas para um lanche ou “chá das 16 horas”. E até a dona do local tem uma intimidade enorme com a Haru. Praticamente sabe tudo que acontece com a guria. E obvio que quando rola o assunto da família e o distanciamento da Haru só cresce. Inclusive deram uma rápida menção no tema no meio do capítulo.
Alex – Eu estava me perguntando em que época mais ou menos o anime se passa. Os telefones são modelos tão antigos… Fiquei com isso na cabeça por um bom tempo. Japonês é a criatura mais fácil desse planeta para pegar resfriado. O ser se molha um pouco e fica de cama por dias!!! Suquinho de laranja/limão, conhecem? Ótimo remédio XD. Quando ela falou que trabalhava como garçonete, pensei que ela trabalhava em um bar. Não esperava um local como aquele e achei que o ambiente de trabalho dela era algo mais inapropriado. Falando na dona, gosto como apresentam essas pessoas e de como elas tem cuidado na hora de perguntar algo. Quando a Shinako estava na comemoração com os outros professores, uma das colegas soube o limite e não foi invasiva. Aqui foi a mesma coisa. A dona da cafeteria quando pergunta sobre os pais da Haru, logo em seguida diz: “Se não for me intrometer.”. Eu acho muito legal essa demonstração de respeito com as pessoas. Acho que vão começar a explorar mais a vida da Haru e tivemos essa rápida passagem no episódio. Acho que em breve irão trabalhar melhor o âmbito familiar dela. E logo que a dona do café começa a entrar no assunto da família da Haru, ela dá um jeito de mudar de assunto falando dos horários de trabalho, algo que ela não quer que as pessoas adentrem.
Rub – Inclusive, o que dá a entender sobre o passado da Haru é que a mãe dela se casou diversas vezes, então foi um ambiente inconstante e com diversas mudanças na figura paterna. A mãe também pergunta porque ela quer manter um sobrenome antigo, dando a entender que ela aceitou o sobrenome de um dos maridos da mãe como uma figura de respeito. Talvez por essas várias trocas de “família”, que acabou gerando essa parede entre seus pais. Esse distanciamento é de ambas as partes. A Haru afirma que eles não são TÃO ligados sentimentalmente e que cada um vive sua própria vida, sem se intrometer no cotidiano dos outros. É uma situação incomum para a tradição de ter uma família. Como foi bem rápido toda essa sequencia, com certeza vão explorar mais para frente. Só que depois, temos a famosa cena de novela. A professora fica doente ao ir na casa do Rikuo, porém o maluco marca um encontro com a Haru para ir no cinema para assistir um filme de monstros gigantes. E obviamente o Rikuo vai na casa da antiga paixão para prestar ajuda. Quando toda a situação se formou, nem precisei ver o resto porque já sabia que ele iria dar o bolo na Haru. Estava na cara. Ver meia dúzia de filmes românticos, praticamente telegrafa o que vai acontecer minutos depois.
Alex – Eu estava achando que ela queria manter o sobrenome por aquele ser o pai biológico dela, mas agora que você falou e eu revendo a cena do episódio, acho que aquele foi só um dos pais dela. Pela fala dele no flashback, acho que foi apenas um deles essa aproximação familiar. E dá para ver como ela é indiferente com o cara que a mãe apresenta para ela. Cumprimenta com poucas palavras, não puxa assunto e logo vai embora. Além da Haru reclamar de um outro cara e a mãe falar que aquilo foi há 5 anos. Então dá para se ter uma ideia de como a família dela mudou muito diversas vezes ao longo do tempo. Antes de falar da cena de novela, quero voltar só um pouco para mencionar que a Haru encontrou com o Rou e eles trocaram algumas palavras. Foi um momento rápido, mas foi a primeira vez que aconteceu. Será que pode vir a se tornar mais um romance? Ou seria eu apenas pensando demais??? Veremos como vai se desenvolver e essas histórias irão se cruzar. Mas voltando, aquilo já era bem esperado, e gosto do “depois” e de como os personagens lidam com a situação. Eu mesmo achei que o Rikuo tinha ficado lá cuidado da Shinako e deixou a Haru lá esperando, mas não. Ele só dormiu e perdeu a hora mesmo ¬_¬… A Haru vai ter um longo caminho hahaha.
Rub – Eu só vou perdoar essa novela toda por justamente o “pós” confusão foi muito bom. Vemos que a Haru, semelhante a professora, tem medo de se machucar. Só que diferente da Shinako que não queria mudar e permanecer tudo igual, a Haru evita que o problema apareça fugindo dele. Durante o monologo interno enquanto ela dirige durante a entrega, ela diz que nunca se aprofundou em seus relacionamentos por medo de se magoar com o próximo (expectativas). Antes de acontecer qualquer coisa, só cortar os vínculos e buscar “novas amizades”. Bacana mostrar que ela também tem receios com os todos os tipos de relacionamentos, e que todo o medo a trava em se abrir ou revelar seus sentimentos. Ela se pergunta do porquê está sendo tão sincera quando ela conversa com o Rikuo. Como ela mudou tanto em relação a seu passado e que ainda vai percorrer um longo caminho para superar esse obstáculo e ser totalmente sincera na futura relação entre os dois protagonistas. E esqueça o Rou e a Haru. O terceiro episódio só reforçou minhas suspeitas que o Rou está apaixonado pela professora quando mostra que ele está passando tempo inteiro na casa dela. Sinto cheiro de merda feder e pelo caminho que estão tomando, esse Rou vai ser a ancora desse anime. Esse personagem está sobrando nesse roteiro. Já era para ele ter sumido, mas está na prorrogação e ainda não foi substituído. Era o deadline dele no episódio passado. Esse moleque não dá para tankar. Olho para essa criatura e vejo DomeKano se formando no horizonte. Não está dando Alê. NÃO ESTÁ DANDO. Já reclamei nos comentários da semana passada, só que o Rou me traz impressões ruins de futuros destinos que o roteiro pode seguir.
Alex – AHAHAHAHAHA se eu soubesse, não teria tocado no assunto XP. Mas voltando, é interessante que todos fogem de alguma forma do problema. A Shinako quer que as coisas permaneçam como estão. O Rikuo não quer mexer nos assuntos que o envolvem e a Haru evita o problema. Talvez esse problema de não querer se abrir e fechar seus sentimentos tenha a ver com a instabilidade familiar, porque apesar da mãe e ela aparentam ter uma boa relação (não são próximas, mas também não é como se não se dessem bem), não sabemos como foi com os outros pais dela. Talvez ela morar sozinha tenha a ver com essa questão. Por hora são apenas especulações. E mesmo ela sempre fugindo dos problemas, gostei de como nesse caso ela foi de frente. Ela quer namorar com o Rikuo, precisa ficar próxima dele, precisa romper essa linha e foi bom ela dar o primeiro passo e se apresentar novamente. Agora ela vai tentar ficar próxima dele, saber mais sobre o Rikuo e imagino que dê liberdade para ele saber mais dela também.
Rub – Também tenho essa opinião sobre o recomeço para ela. Mas e agora? O que vai acontecer? O episódio terminou sem deixar nenhum assunto no ar. No final do primeiro episódio que foi centrado no Rikuo, deu sinais que o próximo seria focado na professora, e no anterior deu indícios que seria focado na Haru no dessa semana… Porém, o final do terceiro episódio não deixou pontas para o que está por vim. Sinto que a introdução terminou e que os três personagens foram apresentados devidamente, junto com seus passados e personas. Cada episódio teve o foco em alguém do trio. Parece que agora que vai começar a história realmente e vamos acompanhar essa jornada dos protagonistas nessa fase da vida adulta. O que está por vim ou que expectativas eu tenho, não sei dizer ao certo. A única certeza que tenho é que o Rou precisa se MANDAR URGENTE porque está segurando vela e não tem espaço para ele. Torço para que o anime se mantenha nesse caminho e que os meus “pressentimentos” não se confirme, para que eu ainda continue assistindo o anime satisfeito com o que estou vendo. Não me decepcione agora autor.
Alex – Concordo com o que você disse. A introdução foi feita e de forma muito bem conduzida. Tudo nesses três episódios foi no seu tempo, deixando pontas aqui e ali para trabalhar futuramente, sem ser aquela mistura de conceitos, passados e sentimentos. Acredito que agora vamos ver o que Yesterday quer falar e como esses personagens vão se “entrelaçar”, também lidando com seus sentimentos. E eu sinto que o Rou não vai sumir de cena tão cedo. Ainda vai encher o saco um pouco mais (acho) XD. Mas vamos ver como vão usar ele no roteiro ou se vai ser só a vela desse triângulo amoroso.
É muito estranho como esse anime dita cada passo dos meus primeiros anos na vida adulta. Terceiro episódio em que me identifico com tudo!