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O pior episódio do anime até agora!

O pior episódio do anime até agora!

Mais um post de “Yesterday wo Utatte”. Com esse quarto episódio, nós acabamos dando uma desanimada com o anime graças a toda montagem e execução da história, mas principalmente porque o Rou é uma grande sobra nesse roteiro, já que não há espaço para o personagem!


Rub – Alê, depois de ter assistido vários filmes/seriados/animes/novelas, jogado games, ter lido livros, o que aconteceu no episódio 4 de Yesterday não foi umasurpresa. Estava na cara as intenções do moleque, Rou. QUE BOSTA COLOSSAL!. Antes de reclamar do que já havia comentado nos posts anteriores, e até mesmo para contextualizar o pessoal que acompanha os nossos comentários, eu e o Alê evitamos conversar muito sobre os animes que vimos e que iremos comentar aqui no blog, até para não matar o nosso papo (desestimular nossa empolgação em comentar duas vezes a mesma coisa) que fazemos e que irá se tornar o texto do post em questão. Raramente fazemos uma “pré-conversa”, até para guardar os sentimentos e as emoções que sentimos ao assistir tal anime. Então o que vocês estão lendo aqui, seria REALMENTE a nossa primeira conversa sobre um episódio X ou de um anime por completo. Só que rola uma exceção de vez em quando. Oregairu foi assim, determinados episódios de SAO e Darwin’s Game (os piores episódios no caso)…normalmente essa ocasião ocorre quando algo muito fora do habitual ou quando a desgraça vem a frente, e algum de nós dois vimos primeiro o episódio, para logo em seguida avisarmos o outro para se preparar psicologicamente para o fato. Hoje, você que assistiu o episódio primeiro e veio já conversar comigo para ficar preparado mentalmente para o que seria esse quarto episódio. Não foi inesperado, mas mesmo antevendo, fiquei muito puto com toda essa merda de DomeKano que se formou nesse roteiro. Esse capítulo quatro começa com o Rou na sua escola(!?) ou cursinho de arte, em que ele está em um momento de bloqueio criativo e com falta de motivação, por perceber as diferenças nas habilidades deles com os demais colegas de classe. Até aí tudo bem, padrão. Só que a Haru aparece de relance entregando coisas naquele prédio e fiquei pensando: Ela entrega TODOS OS DIAS café na sala dos professores com uma roupa de MAID e ainda assim o Rou nunca viu ela? Meio que impossível uma guria daquelas com uma vestimenta exótica não chamar a atenção antes. E a Haru só apareceu nesse começo para termos um papo aleatório de que a dona do bar já teve pretendentes na escola e para justificar o encontro da Haru e do Rou no episódio passado. Parece que algo está deslocado aqui. A ordem do episódio já começa a mostrar que alguma não está certa nesse roteiro no quesito ordem dos acontecimentos.

Alex – Eu quando comecei a ver o episódio, só conseguia imaginar que tipo de reação você teria ao assistir o episódio e comecei a dar risada em alguns momentos, principalmente quando o Rou dava mais e mais indícios de que ele estava indo para um caminho que você não queria que o anime fosse. Quando chegou no momento da declaração indireta, só pensei “PUTA MERDA”. E dentre todos os episódios até aqui, já adianto que esse foi o que menos gostei, sendo o pior entre os exibidos. Como você disse, a montagem do episódio foi muito estranha. Meu problema principal é mesmo com o Rou. Não tenho nada contra o personagem, mas no post passado, nós comentamos que a fase de apresentação havia encerrado e comentei em um post de Otome Game (leia aqui) que tinha achado toda essa apresentação impecável. Porém esse quarto episódio, foi uma séria quebra no meu ponto de vista. Nos três primeiros episódios, além deles darem tempo para conta os dramas, as histórias do trio se entrelaçavam e casavam muito bem. Os eventos dos episódios eram muito bem conduzidos, fazendo sempre uma apresentação de uma questão que eles iriam trabalhar mais para frente no episódio e deixando um gancho para o próximo. Só que nesse, não senti isso. A trama me pareceu jogada demais e não se encaixava como nos outros episódios, além de ir numa velocidade de narrativa bem maior, trabalhando com flashbacks a todo momento. Mas falando do episódio, o começo foi até que decente. Pelo que eu entendi, aquele é um curso de artes, porque ele fala que o clube da escola não se compara em nada com aquele local. Esse começo em especial, eu gostei porque peguei algumas coisas para mim,. Gosto muito de desenhar, mas fico invejando e me diminuindo por não ser tão bom assim, sendo que eu nem comecei a estudar direito. E o amigo do Rou fala disso “Todos ficam desesperados querendo ser bons desde o começo”. Foi direto para mim hahaha.

Eu entendi o recado hahaha.

Rub – Concordo contigo que esse começo é o que salva esse episódio. Mas as reclamações ficam de como as coisas foram mostradas. Temos o drama dele com sua capacitação artística, para no momento seguinte a Haru aparecer, para logo em seguida termos a sequencia da declaração (diga-se de passagem, a melhor cena desse quarto episódio, voltando mais para a direção os meus elogios), ainda temos flashback, de novo o foco para a Haru, mais um flashback, uma comédia esquisita na loja de conveniência, drama da professora, mais um flashback, volta para ele no curso, MAIS UM FLASHBACK, professora novamente, FLASHBACK, e cursinho de novo com o dilema inicial de motivação. Olha que falta de foco foi esse episódio! Não sei se é do original, mas de todas as introduções, essa do Rou foi a mais “inchada”. Devia estar rolando, pelo menos, umas três tramas diferentes ao mesmo tempo nesse capítulo. É bacana toda essa confusão mental de que ele foi para arte no primeiro momento graças aos elogios que conseguia pelos seus dons. Só que virou uma maldição, porque seu irmão doente sempre tinha mais atenção do que ele em seus últimos momentos. O refúgio e o foco/admiração que ele conseguia, era somente desenhando. Bacana toda essa parte. Só que ela está MEGA SEGMENTADA na narrativa desse roteiro. O enredo cita no comecinho, só vai voltar a trabalhar lá no meio rapidamente (questão de segundos), para depois finalizar esse “mini arco” no minuto final do capítulo. Esse drama dele EU NÃO VI. Assisti eles mencionarem, porém pouco me importei. Por isso que eu reclamo TANTO do personagem Rou. Parece que ele está lá para cumprir cotas de colegiais ou que o autor gosta de meter adolescentes nas suas histórias, porque ele está SOBRANDO DEMAIS AÍ. E se compararmos com as motivações dele com os demais, aí vai ser uma goleada. Uma personagem tem medo de continuar a viver, perdida em pensamentos e no passado graças a uma perda amorosa quando mais jovem, que basicamente é a fuga da realidade a sua frente. O outro tem medo de prosseguir porque se contentou com o que tem, não almejando nada no futuro ou ter perspectiva de felicidades e conquistas, claro sintomas de depressão. A outra tem medo de se prender a algo, pois jamais enfrentava as divergências da vida, evitando formar relacionamentos pessoais mais intensos com o próximo, por não querer se machucar sentimentalmente, mas que vai tudo por água abaixo quando se apaixona. Olha que complexo o problema dos três e todos tem medo do que vai ter futuro (até fazendo ligação com o nome da obra). Agora o Rou é: tem bloqueio artístico e foi rejeitado por quem gosta. Não dá para simpatizar com um cidadão desse perto dos outros três protagonistas que são mais densos. NÃO DÁ.

Alex – É como você disse antes de nós começarmos a comentar o episódio. Esse quarto episódio poderia facilmente ser dividido em uns 2 episódios ou mais. Muitas coisas acontecendo ao mesmo, exposição por meio dos flashbacks, a trama vai de um lado para o outro muito rapidamente…até me pergunto se isso é um sinal de que tiveram que correr para conseguir adaptar todo o material, ou se é do original. De qualquer forma, como não conhecemos o mangá, fica essa questão no ar. Acho que os próximos episódios que vão nos dar mais resquícios se o problema é na adaptação ou não. Se eu não me engano, a obra é completa em 11 volumes, então não duvido o problema ser com a adaptação. Eu gosto bastante de alguns aspectos do Rou por conseguir lembrar de mim em alguns momentos. Gosto muito da questão do “Por que eu estou desenhando? É por que eu gosto? É por eu ter me agarrado a única coisa que me diferenciava do meu irmão?”. Questões que acabam se perdendo no emaranhado que foi esse episódio. Sem dúvida alguma, a trama dele é a mais vazia até agora. Foi mais rasa entre as que já foram apresentadas. Elogio bastante a cena da confissão. Além da direção muito bem feita, a animação da cena ficou muito boa. Uma ótima cena! E toda a evolução do Rou no desenho é pulada! Passam alguns quadros sinalizando a passagem de tempo e ‘PAN‘! Ele já está melhor no desenho. É um tanto triste pensar que se o episódio tivesse sido segmentado, toda a construção do personagem e dos próprios eventos seria muito melhor.

Rub – Acredito que eles quiseram dar um episódio para cada personagem nesse começo. E na teoria, esse era para ser o do Rou. Entretanto, para mim, esse não pareceu um episódio dedicado a ele e sim uma bagunça por justamente não ter uma linha de raciocínio de forma clara na narrativa. Quanto a cena da confissão em si, ela é sensacional. Deixaram o som ambiente, sem trilha sonora, para evidenciar o assunto sério levantando. A Shinako ainda estar presa as questões não resolvidas e dela falar na cara, num bate e volta, que sabe da situação e que tem consciência que está enfrentando problemas em aceitar a perda, só que ainda não consegue largar suas lembranças, com toda a angustia dela sendo retratada na sinceridade com os diálogos afiados. Todo esse trecho é espetacular. Tecnicamente é impecável. O problema foi que toda essa cena foi iniciada pelo Rou se declarando. Se colocassem em outro contexto todo esse desabafo, teria o mesmo peso. O Rou está fazendo hora no roteiro porque o envolvimento dele com a trama principal é só ser mais um “genérico” com os mesmos interesses românticos do Rikuo. Você comentou sobre ligação e como tudo acontece por um motivo no enredo, e por aí vai…mas o Rou parece desconexo a tudo. Uma pena porque ele é o mais fraco do elenco e ainda dão muito destaque para a criatura. Fica difícil assim. E falando na confissão/rejeição, ter acontecido tudo aquilo e ainda ter aquela cena cômica no mercadinho foi BIZARRO. O peso dramático foi substituído para uma cena de um harém qualquer. Esse episódio foi bem inconstante em ritmo e clima nesse quesito. Lembro que você comentou que rolava química entre a Haru e o Rou, porém aqui, se teve algo assim no passado, aqui foi completamente morto com aquela cena deles voltando para casa de noite depois da piada anterior em que todo o trecho não parecia algo orgânico. Na verdade, ele ir na loja discutir e ter cenas cômicas com o Rikuo, conversar com a Haru, ele chamar ela de estranha, tudo foi originado porque ele precisava de um caderno de anotação que nem tinham citado antes essa necessidade dele. Esse meio do episódio foi jogado de qualquer forma ali.

Alex – Esse episodio que deveria ser sobre ele, acabou sendo mais por um amontoado de cenas que tentaram ligar com o Rou, seja por seus pensamentos, flashbacks ou por apenas estar na tela. Ele em si não tem mais nada para contar. O problema dele é com a Shinako não seguir em frente, e querer namorar com ela. E ele se prendendo a questão do desenho. Mas novamente, é raso. Acho que a cena que deixa bem evidente que tentam forçar a existência dele e a tentativa constante de fazer o personagem se amarrar na trama lá na cena final, quando a Shinako vai para a cidade natal e vê as coisas do amado falecido. Eles ficam indo e voltando, alternando entre o Rou e a Shinako, sendo que ele não precisava estar ali. Toda a tentativa de conexão dele com a cena, poderia ser tirada que não faria muita diferença. A questão do personagem é tão aquém, que ela só se repete, não acrescentando algo novo, que a torne mais atrativa. A mesma repetição durante todo episódio. Uma cena que eu gosto é a do Rou conversando com a Haru. Gosto da despedida deles. Ali já vi duas nuances bem típicas de romance, em que um personagem se apaixona por outro. No caso entre ele e a Haru, não é isso que acontece e apenas voltamos a mesma questão. Eles jogam essa minha esperança no lixo com a conversa entre eles. A montagem do episódio foi bem estranha e concordo com toda a parte da comédia. Assim, eles fazem uma cena pesada, cortam para comédia, voltam para o drama e terminam o episódio com uma cena cotidiana.

Rub – E quantos flashbacks tivemos aqui? Uns 7? Teve do Rou na escola, teve durante a declaração, teve dele lembrando do irmão, teve dele recordando do festival que a Shinako não foi com ele, teve dela com o falecido, teve o dela quando ela pegou a borracha e mais um flashback no final. Olha o tanto de flashbacks que colocaram. Um terço do episódio foi só no passado. Olha que merda. E não reclamo do uso desse recurso e sim utilizarem de forma excessiva. Nos outros três episódios tiveram flashbacks também, entretanto foram mais contidos e pontuais. Aqui o uso serviu não para contextualizar a situação, e sim serviu de explicação para motivação dos personagens com direito Voice-Over de fundo… QUE BOSTA. Precisava ser tão EXPLICATIVO? TÃO NA CARA? O anime estava todo com uma sutileza na abordagem e começou a jogar tudo na cara. Não curti toda essa exposição. Achei que faltou tato nesses momentos.

Alex – Exato! Tanto que todas as declarações que tivemos até agora, nenhuma delas foi direta. Nenhum dos personagens disse “eu te amo” abertamente. Até para nos mostrar como os personagens se sentem, as vezes não é verbalizado e usam a animação para tal. Mas aqui cagaram e só foram colocando mais e mais flashbacks. Nos episódios anteriores, além de ser menor esse uso, era algo bem certeiro, bem pontual. Casava perfeitamente com o momento. Mas de todos os que usaram, o que eu mais gostei foi com a Shinako enquanto ela estava na casa do amado. A cena é muito linda. Já haviam mencionado como ela odeia cerejeiras por trazerem a tona os sentimentos que ela não consegue deixar no passado. A execução da cena com ela vendo as pétalas e logo depois sendo arrastada para o passado foi maravilhosa. Considerando o nível desse episódio e como foi nos anteriores, foi uma queda bem triste na forma de como estavam fazendo. Dei até uma desanimada com o anime. Ainda estou gostando bastante, mas acredito que o Rou vai ser o maior problema dessa trama, porque a participação dele nesse roteiro poderia ter acabado aqui, quando ele foi rejeitado. Mas ele volta a insistir, ou seja, vão continuar tentando amarrar ele nesse roteiro. Eu disse antes como a relação do triângulo se prende e se sustenta muito bem. Mas não há espaço para o Rou e muito menos da forma como estão fazendo. No máximo, ele consegue se amarrar na Shinako, mas isso é mais como empecilho para o próprio roteiro do que algo bom para a trama.

Rub – Eu queria ignorar também esse personagem, porém ele estar no poster principal e o Rou consta como protagonista nos sites agregadores de informações. Uma pena porque DEFINITIVAMENTE, ele VAI SER UMA ÂNCORA PARA O ANIME. Estou com o mesmo sentimento que o teu, porque deu aquela “BROXADA” nessa trama indo para DomeKano da vida. Torcendo para que as qualidades se sobressaiam aos problemas, e o anime Yesterday se recupere desse deslize de agora.

Alex – Se Yesterday quiser ser uma novelona, eu não ligo. Mas que ele siga fazendo o que vinha fazendo nos episódios anteriores e mostrando o pós novelão por assim dizer. Como os personagens se sentem e como vão encarar essa situação. Só torço para conseguirem dar um jeito de fazer o Rou se amarrar na história de forma decente, caso contrário, que ele só apareça bem esporadicamente.


2 thoughts on “Yesterday wo Utatte #4 – Impressões semanais

    1. É que tanto o Alê e eu não gostamos do Rou. Ainda joga o fato de que o episódio teve um foco maior nele, junto com o roteiro ter sido muito mais expositivo que anteriormente aqui, tendo até narração em off para explicar os sentimentos dos personagens nos flashbacks, transformando em algo muito convolado, que acabou não sendo do nosso agrado.

      E em relação ao rush que o anime está fazendo, nós estamos apenas chutando as coisas, porque nenhum de nós dois lemos o mangá. A impressão que ficamos ao terminar o episódio foi que a narrativa estava muito apressada. Diferente dos outros episódios que tinham um ritmo mais compassado, aqui deu para perceber que algo não estava normal e que aparentava que as coisas estavam sendo atropeladas/cortadas. Logo chutamos que estavam capando alguns eventos do original. E pelo seu comentário, parece que a nossa impressão estava certa. Gostaria que meus palpites também funcionasse na loteria. xP

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