Conceitos muito interessantes e bem fundamentados, mas aquele final…
Mais uma review e desta vez com “PET”. Um anime que estava caminhando de forma excelente, até vir sua reta final e simplesmente não finalizar sua hitória. PET foi o próprio conceito de “acabou, mas não terminou”. Eu não sei o que está acontecendo com os animes da Temporada de Inverno desse ano, mas o que teve de anime que finalizou de forma anti-climática, não foi brincadeira hahaha. Vamos para mais uma review ^^.
Sinopse: Uma história de suspense que tem como foco pessoas com a capacidade de entrar na mente de outras pessoa e manipular suas memórias. Acompanhamos pessoas com essas habilidades enfrentando os perigos e as consequências de usar seus poderes.
Rub – Alê, se a minha internet colaborar agora, finalmente conseguiremos fazer essa review, porque estamos na segunda tentativa de fazer esse post sobre PET. Digo que quando eu terminei PET, fiquei com a mesma sensação quando terminei de assistir ID. Aquele sentimento de que o final do anime não correspondeu e ficou como algo incompleto. Até porque o anime acerta tanto no começo dele. Tirando a consistência da animação que era realmente PAVOROSA, o enredo de PET era tão instigante. Lembra muito os filmes Matrix e A Origem em que como definimos a nossa realidade? É um conjunto de lembranças? E como sabemos quem somos nós? Somos formados de personalidade ou das experiências mais marcantes que tivemos na nossa vida? São conceitos trabalhados durante todo o anime, que te fazem refletir de como somos ou de que tipos de pessoas exercemos perante aos outros. O anime trabalha com o lance de invasão de lembranças, em que dependendo de como for alterado tal memória do alvo, diversas consequências são geradas. E nem entrei nos conceitos que esse “assalto” tem como reações adversas. Como essas habilidades se tornam uma arma “invisível e com potencial”, com certeza iria chamar a atenção de organizações criminosas. O interessante é que acompanhamos a ótica de dois “invasores” e de suas ações quando são jogados em situações extremas. Tanto que acho que você se lembra da estreia e da brincadeira da produção em nos apresentar aquele cara o dono do bar como o protagonista, só que somos enganados igual a como ele foi pelo Hiroki e Tsukasa. É uma vertente que o anime tenta explorar do que é verdade ou o que é fabricado pelas nossas mentes e molda nossas personalidades. Essa estreia, vendo agora depois de ter assistido tudo e ter entendido como funciona esses poderes/consequências, foi muito boa considerando pelo lado da história.
Alex – Acredito que agora vai XD. Digo o mesmo, ao assistir o último episódio. Ele te deixa a impressão de que não terminou, de que deveria ter mais, de que algo está faltando, porque ele só termina. O que é bem decepcionante, ainda mais que o anime foi consistente durante boa parte do seu enredo. A produção é bem triste e tirando momentos específicos e a criatividade do diretor para suprir um pouco essa precariedade da produção, a animação pede socorro a todo instante, principalmente no final, e olha que o anime tinha sido adiado em uma temporada (de outubro para janeiro). Falando do anime em si, tenho que destacar logo o primeiro episódio que funciona tão maravilhosamente bem! Toda a construção dele, a forma que o anime conduz, realmente te fazendo acreditar que o cara do bar e seu amigo eram os protagonistas é perfeita! O anime consegue mesclar o real e o irreal de forma brilhante. Você fica imerso e chegando ao ponto de ficar confuso se o que está se passando é ou não real. O episódio te deixa instigado para entender mais o que está se passando e o que virá no próximo. E esse próximo também é muito bem feito! Mostrando um outro lado dos acontecimentos do seu episódio antecessor e revelando coisas que haviam sido deixadas em aberto, fechando as pontas e abrindo novas portas para o que será trabalhado nos episódios seguintes. A relação de causa e consequência é tão bem feita nesse anime, que mostram a complexidade que é entrar na mente da pessoa e as consequências que pode acabar sendo trazidas caso alterem demais a memória dela. Meus amigos, que começo brilhante! Finalizando meu comentário eu só queria dizer que o Tsukasa é (e não é) um filho da puta XP.
Rub – E agora? Depois de ter visto como ele foi ficando maluco graças a pressão que ele começou a sentir e a culpa aumentando conforme o tempo foi passando, “meio” que justifica seus atos. Não estou dizendo que concordo com o que ele fez, porque se o Tsukasa tivesse perto de mim e eu soubesse das paradas que aquele personagem já fez, a primeira coisa que eu iria fazer era fugir. Deixa claro no anime que o Tsukasa teve uma infância um tanto bizarra dentro daquela organização chinesa. Aliás, essas relações entre diferentes grupos criminosos é um tanto confuso no começo do anime. Eles citavam uma porrada de nomes de pessoas e eu não entendia nada (além de serem nomes chineses, falavam como se já soubéssemos de todas as relações comerciais entre essas pessoas). Só comecei a compreender depois do arco que o Tsukasa deixa “vazio” o Hayashi destruindo seu pico e vale. E que baitas conceitos essa parada de vales e picos. Como se proteger de manipuladores de mentes? Treinando seus pensamentos para não serem enganados com facilidade e construa “fechaduras” poderosas para proteger seu eu interior, para não ser “esmagado” pelos seus inimigos. E essa parada de esmagar as pessoas é um outro conceito muito foda. Como destruir alguém de dentro para fora? Tire todos os seus momentos felizes e só deixe os traumas na mente do alvo. É mais do que obvio que a pessoa vai pirar por só ter desgraça e merda dentro da cabeça. Acho que ninguém nesse mundo iria aguentar toda essa tristeza junta e de uma vez.
Alex – Sim! É um tanto complicado a relação com o Tsukasa, porque ele faz muita merda, mas também sofreu um bocado na infância. Não defendo, porém quem mais sofreu nessa história foi o Hiroki, que não tinha noção do quanto tinha “por de trás dos panos”. Então até o final ele quis acreditar no Tsukasa, embora o mesmo continuasse usando ele. Entra em outra situação complicada, porque em alguns momentos o Tsukasa fala de querer usar o Hiroki para benefício próprio, outros ele quer forçar as suas vontades nele… Relacionamento tóxico? Demais! Até o final eu torcia pela “recuperação” do Tsukasa…meu shipp não vingou :'(. Se é bom ou ruim, eu não sei bem como definir, ainda mais que não sei como o Tsukasa se comportaria pós certos eventos… Enfim, as organizações foram a parte mais difícil de absorver e até agora não sei muito bem quem é quem ali dentro. Eram muitos nomes passados de uma só vez, coisas acontecendo muito rápido, eu só ficava “????” em alguns momentos. O próprio conceito de pico e vale é algo que vale se destacar. A ideia de se pegar o conceito de ondas, sendo que a parte mais alta de uma onda é chamada de pico, e a parte mais baixa é chamada de vale, com a obra trazer para si e aplicar a ideia de que o pico é o seu momento mais especial, é o que te mantém são basicamente, enquanto o vale são os momentos tristes/traumáticos, é genial! Lembro até daquele cara que aparece lá no meio do anime, que destroem o pico dele tirando a imagem que ele tinha de felicidade e colocam a mãe dele que é o que gerou um trauma na sua infância, é perfeito demais. A autora disso daqui está de parabéns por ter criado ideias e conceitos tão bons e muito bem pensados.
Rub – E o próprio Hiroki trouxe o conceito da palavra PET a tona. Como você vai convencer um outro sensitivo (vou chamar assim pessoas com essas habilidades de manipulação de mentes de outras pessoas) a entrar em uma parada que é uma prisão domiciliar, não vai ganhar nada e vai ser escravo para toda a vida de interesses de terceiros? Obvio que daria muita merda. Por isso que eu acho legal esse lance de pegar órfãos, treiná-los e deixarem DEPENDENTES dos seus mestres. Mostra que para o Mestre deixar que o aluno adentre sua mente e que possa se proteger, eles tem que compartilhar umas “fechaduras” muito parecidas. Tanto que o pico dos discípulos são muito semelhantes aos de quem treinou. E também sua forma de invasão fazer ser ligado ao seu mestre. O Hiroki era um peixe porque o pico do Tsukasa tinha muita água. E o Tsukasa escolheu um riacho por ser muito parecido com a planície que o Tsukasa tinha como sua proteção. Tudo fica conectado, tendo essa dependência entre essas pessoas com habilidades, facilitando que os Pets sejam obedientes a todas as ordens. Uma forma interessante de manter controlado o pessoal, porque ninguém vai querer ser iludido por essa galera e não saber o que você está vendo é real ou não. O Katsuragi viveu boa parte da vida com as memórias alteradas sobre seu verdadeiro amor e de sua filha. E coitada da Jin que pensou que estava por cima da carne seca, porém estava tão fudida quanto sua família. Outra que ficou maluca. Na real, foram poucas pessoas que sobreviveram ou não ficaram insanas no final do anime. Até porque eu quero puxar o assunto do final da temporada e COMO FOI CORRIDO tudo o que aconteceu. Eu só queria entender porque fizeram dessa forma. Tudo ficou atropelado e muitas das revelações perderam peso e todos os eventos/twists que acontecia na trama eram repentinos e terminavam tão rápido quanto, como foi o esquema do Katsuragi descobrir que tinha uma família.
Alex – A organização prega TANTO essa questão de ser obediente/submisso aos desejos do “mestre”, que na reta final o Hiroki é tido como um problema e tem que ser descartado, por ele não querer seguir as ordens do Tsukasa. E o Tsukasa se aproveita dessa dependência dele para tentar atrair o Hiroki novamente e falando da dependência… é algo muito interessante. Quando o Tsukasa sai para fazer um trabalho, o Hiroki entra meio que em abstinência, porque ele precisa estar perto do seu “mestre”, precisa ter contato e como o próprio Tsukasa diz, “um peixe não vive fora d’água”. O Satoru traz algo muito interessante nesse ponto por ele ficar longe do Hayashi. Começou a distrair sua mente para tentar esquecer essa abstinência, então ele pinta o cabelo, coloca piercings, e novamente, um ponto muito bem pensado. O que fodeu o anime foram os dois episódios finais. A mudança de ritmo do nada é muito ruim. As coisas acontecem uma atrás da outra sem pausa, sem tempo de respiro, tempo esse que o anime se dava. Tinha-se uma velocidade para contar sua história e os eventos dela até o episódio 10/11. Chegou no décimo segundo, mudou, e piorou tanto que o anime termina sem acabar o que estava contando.
Rub – Pois é. O anime que tinha toda uma linguagem artística, metafórica e até surreal na retratação do que se passa na cabeça das pessoas, se dando o tempo devido para explorar uma porrada de detalhes, se perder no final e começar a só jogar coisas foi bem desanimador. Até comentamos nos posts semanais que o ponto alto do anime eram as discussões que eram geradas quando estávamos refletindo da mensagem que o anime passava sobre a psicologia dos personagens naquelas viagens visuais e bizarras. Teve aquela cena da mãe do maluco estar maquiada de palhaço do inferno, ou do maluco que ver o irmão com um objetivo impossível e tem sua representação de pico, seu parente como um gigante que esmaga as coisas com o pé sem controle, ou de como é caótico a mente da guria catatônica em que sua mente está sempre em chama por justamente não ter uma “fechadura” e todo mundo ter acesso as suas memórias. São essas coisas pequenas que davam um diferencial e charme para o anime e que foi se perdendo conforme foi chegando no final. O próprio destino do Hiroki e do Satoru fica incompleto. Eles conseguem fugir (Como???) do prédio sem ninguém ver, eles tem uma catarse e param no mesmo local do pico do Tsukasa, e ainda deixam abertas várias questões como: E o Tsukasa? E o resto da organização? Eles dão pinta para uma possível vingança, mas vai acontecer? Para onde eles vão? Ficarão amigos mesmo o Satoru enganando o Hiroki? E a Jin? Todo mundo morreu? Qual o destino do Hiroki? Ficou muito com cara que teria continuação porque não teve um encerramento na história. Simplesmente pararam de contar o enredo, aparece os créditos e fim. Aconteceu tanta coisa e ao mesmo tempo nada foi concluído, que foi bem broxante esse final do anime.
Alex – SIM! Nós ficávamos teorizando o que o anime queria nos passar pelas suas imagens. E até elogiávamos que contava sua história pelas metáforas, muito diferente de “ID: Invaded”, que não sabia fazer isso e só fazia exposição por fala. Tudo é mais abandonado no final e é um sentimento amargo. É um tanto revoltante por TUDO que o anime construiu até aqui. Se ele tivesse começado a largar essas metáforas lá no meio, era mais aceitável, mas foi no final. No FINAL!!!! É bem triste… O anime acaba deixando essas questões mesmo de lado. A própria organização não sabemos o que acontece. Um certo pessoal não morreu/enlouqueceu, mas o chefe ainda está lá. O que houve? Quem sabe, o que o Satoru e o Hiroki fizeram? Vai saber… O que aconteceu com os demais personagens? Nem o anime deve saber… Foi foda. A única que vimos o que houve foi a Jin, por um breve momento que só deixa mais coisas em aberto. E não é como se ele terminasse incitando uma continuação ou como se a obra ainda estivesse em andamento. NÃO! O mangá é completo em 5 volumes. Praticamente impossível não terem adaptado todo o material, e se esse for o final do mangá também, eu ficarei deveras decepcionado com a autora, que “desperdiçou” um puta potencial para não terminar a obra.
Rub – Eu adoraria terminar esse post falando bem de PET, só que o anime foi acumulando pequenos problemas durante a temporada que eclodiu no final, transformando tudo em um riacho de sangue e tripas (Quem assistiu o anime, sabe de qual ‘vale’ eu descrevi). Agora só nos resta verificar se o mangá segue com os mesmos erros e se teve um final tão broxante quanto o que foi mostrado no anime. E se eu recomento PET? Olha, se fosse lá pela metade do anime (e quem leu os posts semanais), sabem que estávamos curtindo o que assistimos até ali. Eu ainda acho válido o pessoal dar uma chance. A minha dica seria se não curtir os episódios iniciais, já droppa logo porque o barco vai afundar no final estilo Titanic. Agora se curtiu o que viu no começo, tenha consciência que existe uma alta chance do final não te agradar. Então é bom manter as expectativas sobre controle, que talvez o anime fique melhor para você leitor do que foi para a gente.
Alex – Concordo plenamente. Dê uma chance se gostar e continua. Só lembrar que o final não é aquelas coisas, embora eu tenha visto diversas pessoas dizendo que o final foi excelente (Pessoas que acharam isso, me expliquem o porquê). Se não gostou do começo, melhor nem continuar. E uma última coisa: é impressão minha ou japonês gosta de fazer metáfora com vento? Eu acabei notando com o final do anime, mas animes gostam de falar de vento: O vento que carrega sentimentos (Violet Evergarden Gaiden), o vento que te leva para o lugar que pertence (Mahoutskai no Yome), ou até roupas com temática de vento (Runway de Waratte),. Algo bem recorrente… Eu gosto. Continuem hahaha.
Amei o anime, mas não recomendaria kjkjk eu mesma só terminei de assisitr pq peguei muito carinho pelo Hiroki e queria saber o que ia acontecer com ele de resto eu entendi foi é nada
Compreensível. O anime abre muito para interpretação e deixa alguns assuntos e acontecimentos nebulosos do que queria ser dito. Eu também não entendi o que aconteceu em diversos momentos e conversando com o Alê, que fazíamos as nossas suposições do significado daquilo. E o final meio méh, desanimou legal a discussão pós o anime. Uma pena.