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Pior que novela mexicana dos anos 90.

Pior que novela mexicana dos anos 90

SINOPSE: Natsuo Fujii é apaixonado pela sua professora durante o ensino médio. Porém, frustrado por ter um amor não correspondido, ele decide sair com um grupo de amigos para esquecer seus problemas. Em um momento de vulnerabilidade, ele transa com uma garota que o convida inesperadamente para perderem suas virgindades. Porém, essa garota que ele teve sua primeira vez, foi na verdade a irmã da professora que ele ama.

A sinopse não engana ninguém. Na verdade, dá para sentir até onde a merda vai quando lemos os primeiros capítulos. Não dá para confiar em uma história em que mais enfatizam no fetiche de ter um relacionamento proibido com a professora, do que os sentimentos dos personagens. Vamos por partes e explico do porquê eu não gostei de Domestic na Kanojo. Se você viu somente o anime, quero avisar que durante a adaptação, a produção amenizou MUITA COISA do original. Quando eu falo “amenizar”, não é no sentido que tem umas paradas tensas ou temas polêmicos, e sim o ecchi explícito que o mangá apresenta. Eu vi o anime primeiro na época. Apesar de certas partes sugestivas, não tinha nenhuma cena mais sensual de alguma das gurias como têm na obra original. Então depois do segundo episódio, fui ler o mangá até por descobrir que o original já tinha passado de 200 capítulos na época e fiquei curioso de como a autora conseguiu enrolar TANTO essa história que tranquilamente podia ser no máximo uns 10 volumes.

Conforme eu ia lendo, comecei a estranhar a presença de muita comédia, coisa que não tinha na adaptação. Fiquei achando esquisito, porém continuei lendo. Aí eu tive certeza quando começou aparecer diversas gurias peladas em múltiplas páginas. O anime deixou a trama mais “adulta”, em dar um foco maior na trama do protagonista disputado por duas minas do que UM HARÉM GENÉRICO COM CENAS DO PROTA TROPEÇANDO E CAINDO NOS PEITOS DE ALGUÉM. Era RIDÍCULO o que eu estava vendo. Eu sentia que estava lendo To Love-ru porque o PROTA vira e mexe pegava nos peitos de alguém, ou aparecia alguma menina pelada, ou tinha alguma piada típico de harém genérico. Percebi que o anime enxugou a trama original e adaptou o essencial dela. Agora, eu estou lendo a versão ‘COMPLETA’ que é terrível em vários quesitos. Se a autora tinha chance, ela colocava algum mamilo feminino amostra. Não importava se teve alguma cena tensa anteriormente ou se fosse algo mais sério como a personagem A conversando com a B, dizendo que está grávida…tudo isso acontecia enquanto as duas estavam NUAS. Se tinha quadro faltando, colocava algum peitinho ali. E pela autora ser mulher, pensei que ela iria aprofundar melhor os sentimentos das garotas ou pelo menos criar uma identidade para as gurias que mais pareciam protótipos de personagens de VN com temática de HENTAI.

Agora falando da trama, PUTA MERDA. A começar que todas as garotas que gostam do PROTA, só querem dar para ele porque SIM e o roteiro PRECISA que aconteça tal coisa. Ele é um merda, que faz as coisas por impulso, que fez a professora perder o emprego, engravidou a outra, abandonou a viciada em drogas por preconceito, que pegou diversas coadjuvantes, e que mesmo depois de tudo, é mimado pelas protagonistas que querem cozinhar para ele. WTF!? Há uma passada de pano para as atitudes do Natsuo ABSURDA nesse enredo. E a autora parece que admira a mulher como dona do lar, que casou, que teve filhos e virou empregada doméstica para o marido como um modelo a ser seguido. Só para vocês verem que o ‘olhar masculino’ nos mangás e anime podem também aparecer em autoras femininas (Também estou falando de você, Mari Okada).

Ainda tem o fato da quantidade de clichês absurdos na história. O Natsuo está ficando com a professora (Hina) e magicamente a irmã (Rui) descobre. Agora o Natsuo está pegando a irmã e a primeira a saber é a professora em uma série de coincidências malucas. O Natsuo ainda ama a professora, porém ela começa um relacionamento no mesmo momento que ele ia dizer isso para Rui. A Hina desiste do PROTA, mas a surgi um Stalker maluco e fere o prota. A Rui termina com o Natsuo, porém se arrepende e no exato momento que entra, ver ele beijando outra garota. Aparece um repórter nos capítulos finais, só para atropelar a Hina e o casal se separar com uma desculpa maluca do caralho que ela “JÁ TEM UM PEDAÇO DELE” (referência a filha dos dois). SEMPRE ACONTECE ALGO QUE TRAVA A PROGRESSÃO DE ALGUMA RELAÇÃO. E SEMPRE NA HORA H. Nunca antes ou depois. Personagens conseguem ver coisas que não era para ver ou descobrir MAGICAMENTE e CONVENIENTEMENTE para a história progredir para um rumo planejado. E não acontece poucas, MAS SIM DIVERSAS VEZES. Depois que a professora largou o emprego no começo do mangá (até onde o anime adaptou mais ou menos), a história não anda mais. Nada o que acontece que tem alguma relevância por mais de 100 capítulos. A jornada do protagonista ser escritor é só uma desculpa para uma referência da própria obra dentro dela mesma no final. A Rui ter o sonho de ter um restaurante pouco importa e que é só uma desculpa para o casal se separar. E só depois que a Rui termina com o PROTA que pensei que poderia ter algo de interessante mais para frente, já que nem ela e nem a professora queria ficar com ele naquele momento. Aí quando entrou uma terceira guria, já ficou uma expectativa de alguma novidade ou mudanças de ares no enredo para um final inesperado, por exemplo. Triste engano. A autora inseriu essa personagem que tinha vícios com drogas para nada. Nem construiu ela direito e descartou da mesma forma que a colocou naquela trama, de qualquer forma.

E o final…MEU DEUS…QUE FINAL É AQUELE? Assim, eu vi, li e assisti várias obras com finais merdas. Domestic consegue entrar nesse HALL com facilidade, e ainda disputando a liderança para ver quem tem o pior final. Olha, não sou fã de ir na conta pessoal de autor ou roteirista ou diretor para xingar até a décima geração da pessoa só por você não ter gostado de tal final ou destino de personagem X naquela obra. Porém, parece que a autora fez de propósito para receber TAMANHO do RAGE que foi da galera com aquele encerramento publicado. Gente, é sem palavras. A Rui termina com o PROTA para ele cuidar da irmã??? WTF??? E O PROTA AMA A PROFESSORA??? HÁ TRÊS CAPÍTULOS, ESTAVA DE JURAS DE AMOR COM A IRMÃ CARALHO!!! INCLUSIVE, DOIS TERÇO DO MANGÁ É CONSTRUINDO ESSA RELAÇÃO DOS DOIS, PARA NO FINAL A AUTORA JOGAR TUDO NO LIXO, PARA ELE FICAR COM A PROFESSORA? SE FUDER DOIDO. Praticamente depois do capítulo em que a professora foge a primeira vez, NÃO SERVIU DE NADA E SÓ FOI ENROLAÇÃO. Se ele ainda a amava, por que pegou a irmã? E ainda mentiu que amava ela? TOMAR NO CÚ DOIDO, QUE FINAL BOSTA. Mais de 200 capítulos jogados fora. Eu recomendo você leitor a assistir o anime e depois ler o capítulo final, porque dá mesma, já que a autora fez questão de afirmar na sua própria história que os demais capítulos eram ‘fillers’. E a Rui justificando o término: “Eu tenho uma filha com ele e é suficiente para mim.”, é de fuder.

VOCÊ DEVE FICAR LONGE DO MANGÁ

É difícil eu vim fazer algum post recomendando a ninguém a ler mangá ou assistir tal anime. Penso que sempre vai ter alguém que vai gostar daquela obra, mesmo sendo um absurdo a meu ver alguém que curta aquilo. Só que em Domestic na Kanojo, eu não consigo direcionar minha recomendação para nenhum tipo de pessoa. Talvez para os otakus que não liguem para história e só se importem com garotas peladas. Só que o final bizarro, pode até mesmo ofender esse grupo, porque é uma parada abrupta que ofende os leitores em diversos níveis. Logo, fica minha indicação que CORRA do mangá de Domestic na Kanojo. Se ainda tiver curiosidade, vá assistir o anime que tem um final ABERTO MELHOR do que foi feito aqui nesse mangá. Foi uma grande perda de tempo.