E temos o episódio mais corrido da animação até aqui...

E temos o episódio mais corrido da animação até aqui…

Olá pessoas! Com muito atraso devido a problemas pessoais, aqui temos os comentários do quinto episódio de “Moriarty: O Patriota”. Vou tentar fazer e postar os comentários dos episódios #6 e #7 o quanto antes. Que episódio corrido, não?


Antes de iniciar o papo e apontar o que gostei e o que achei mais ou menos no episódio, preciso dizer que a trama apresentada nesse episódio foi a que mais ficou evidente que os 20 minutos não eram suficientes para contar todo o caso. Assim, eu não acho que 2 episódios fossem necessários, mas sabe quando você tem a sensação de que mais uns 5 minutos fariam uma boa diferença? Foi basicamente o que senti ao assistir esse episódio. MAS embora eu tenha esse sentimento, o caso que vimos aqui parecia querer ser mais objetivo no que queria contar, o que me deixou alguns sentimentos conflitantes se foi bom ou ruim, ou se ele queria ou não ser óbvio. Falemos disso então 🙂

A própria estruturação do caso foi um pouco diferente dos demais. Até então tínhamos visto as vidas de pobres sendo assassinatos e parentes ou amigos deles buscando/tendo a oportunidade de “fazer justiça”. No episódio 5 temos uma pessoa que vive na pobreza e foi morta por ter sido drogada. Mas quem acabou tendo essa “justiça” foi um nobre filho de aristocratas e não alguém da mesma classe social que o dela. E quando o episódio começa na Universidade com o Moriarty dando aula lá seguido de um dos alunos ter desaparecido, eu achei que era esse estudante que seria morto ou que tinha cometido o crime, porém não foi bem assim. Isso não é ruim. Eu só achei diferente e pensando narrativamente é bom, porque cria esse contraponto de que o Moriarty não está necessariamente contra a nobreza toda. Ele só quer ‘limpar’ a parte podre dos ricos que se acham superiores aos demais por terem condição financeira melhor que os demais.

A melhor coisa dessa historia é como o vilão ser muito óbvio em suas intenções. O anime sabe disso e nem tenta disfarçar. No momento que o professor aparece e diz para o Moriarty ficar longe que logo ele resolve, tinha ficado claro para mim que era o docente quem estava por trás de tudo. Eu tenho uma “filosofia” de nunca confiar em personagens que ficam a maior parte do tempo com os olhos fechados. Parece até um clichê construído de que personagens assim estão escondendo algo ou estão tramando alguma coisa hahahaha. Dito e feito. Era ele. Eu gosto de como a produção sabia que era óbvio e nem focam em tentar disfarçar o mistério, porque logo em seguida já mostram o personagem com uma cara ‘vilanesca’ e partem para a resolução do caso com exploração do contexto que o levou a fazer a tal ato.

E mais uma das coisas que evidenciam que a produção não estava nem um pouco interessada em disfarçar foi que no bar quando a gerente (?) conta toda a história, dão mais um indício do culpado ali, principalmente logo após a moça contar tudo que ela sabia. O Moriarty diz: “Ok, vamos resolver isso.” e sai dali como se já soubesse quem estava por de trás de tudo (e sabia realmente). É sempre muito interessante a abordagem de que o ser humano sempre vai querer tirar vantagem em cima dos outros, não importa o quanto ele tenha. Aqui o professor criou todo um sistema para chantagear nobres e evitar que informações comprometedores dos filhos deles viessem à tona.

Se por um lado eu acho todo o caso bem aquém aos demais, pelo outro lado fiquei interessado que trouxeram para a roda que o relacionamento amoroso de pessoas de classes sociais diferentes não é nem um pouco bem visto. A guria foi morta por estar gravida de um filho de aristocrata, o que é tido como péssimo. Ela, naquela condição, seria motivo de maus olhos de alta sociedade e conhecendo nobres do jeito que são, a gravidez dela traria uma repercussão extremamente negativa, ao ponto de fazerem pressão para sumirem com ela de toda forma, até mesmo tentando esconder esse fato, como foi o que fizeram aqui, assassinando-a. No mangá é melhor evidenciado a diferença de tratamento de pessoas que nasceram pobres e tentam se envolver com alguém de classe mais alta (comecei a ler o volume 1 recentemente). Na verdade, nem podemos chamar de classes sociais. Tem um claro sistema de castas ali. Há uma discriminação imprescindível com quem é um pouco abaixo que você economicamente.

Alguns leitores (@japonesco, @eruriscanon e @apolo_junior, por exemplo) chegaram a comentar comigo algumas coisas sobre o mangá e como o anime suaviza algumas abordagens em relação à obra original. Não é algo ruim e não vou ficar comparando muito as duas mídias, porque até aqui, ambas estão funcionando perfeitamente bem isoladamente. Cada uma com suas peculiaridades. Meu ponto é que no mangá eles querem MESMO te deixar p*to com nobres. Te dão dados e as demonstrações de violência que as classes mais baixas sofrem por causa dos nobres. Eu não cheguei a ler a parte que cobre esse episódio (último capítulo do volume 1), mas tenho quase certeza que lá revelam com mais detalhes algumas intenções, porque ficou um tanto rápido no anime e tenho a desconfiança que no mangá é melhor aproveitado e distribuído.

Eu ADORO como Moriarty nem disfarça como ele é contra o capitalismo. Não acho que ele e a obra em si pensem propriamente no sistema capitalista e em sua teoria, porém o que o protagonista e seus aliados buscam é uma forma de crítica à esse sistema. Eles até verbalizam que a Frida e o Lucian são vítimas daquela sociedade e que se não fosse por esse sistema econômico, eles teriam sido felizes. E tendo isso em mente, eles pretendem mudar aquela sociedade. E ainda há otakus que digam que animes não são políticos e que não podem misturar política no anime dele -__-


Tenho que dizer que a apresentação do Moran foi diferente do que eu esperava. Eu imaginei que o personagem estaria envolvido na história sendo contada no episódio e que no fim dela, se juntaria ao Moriarty por ir de encontro com seus ideais. Porém o aconteceu foi bem oposto as minhas se expectativas. O Moran já conhecia o Moriarty. Ele já é um aliado e aparentemente, de longa data. E não só ele. O Fred (garotinho) que também foi inserido na trama também já os conhecem. Parecem ser auxiliares que tem suas vidas ‘normais’, fazendo outras coisas ou até praticando “justiça” em outros momentos, até serem chamados pela família Moriarty quando necessário, como foi o caso desse episódio. Eu gosto da escolha feita para ambos. Me instigou a querer conhecer mais de cada e em quais circunstâncias levaram eles a seguirem o William James Moriarty com seu bonde contra nobres. A causa em si já sabemos – ódio a nobres nojentos. Todavia, como cada um parece vir de uma realidade diferente e de situações bem diversificadas, me deixa bem curioso e entusiasmado em como, onde e o porquê eles viraram amigos.


Por vias gerais, essa foi a história mais fraquinha que introduziram até agora. Quando eu acabei o episódio só conseguia pensar no próximo, porque a preview mostrou que vai ter o encontro do Morarty com o Sherlock. Me hypou demais para o episódio 6, ainda mais que vai ter parte 1 e 2. Ou seja, é uma história mais elaborada. E também mostraram alguns takes do Moriarty aparentemente nervoso/preocupado, coisa que até então, ele não tinha esboçado reações assim.

E antes de finalizar, tenho que dizer que adoro o trabalho de fotografia que a animação tem. Eles usam bastante ‘closes’ nos olhos e bocas, mostrando e passando muito do que determinado personagem está sentindo em algum momento do episódio. É algo que eu particularmente AMO. Tanto é que uso bastante eles para ilustrar as postagens, seja de thumb ou no próprio miolo do post. É um recurso que adoro e que combina muito bem para a narrativa de Moriarty ^^


O Moran parece um cafajeste hahhaha, mas é tão gato… 0_0

9 thoughts on “Yuukoku no Moriarty (Moriarty the Patriot/Moriarty: O Patriota) #5 – Impressões

  1. Assim como no episódio anterior foi meio “forçado” a morte do cara ter ocorrido por causa de um suco de toranja, também achei bem cafona a “dança” conduzida pelo Moran pra levar o professor traficante á mesma morte da pobre Frida. Mas mesmo assim serviu (mesmo que de forma basicona) pra mostrar que quem com o ferro fere, com o ferro será ferido.

    E cara, o próximo episódio realmente é MUITO bom. Tem muita coisa a se falar dele. Amanhã vou ver se assisto o 7

    1. Sim, concordo plenamente com o que você disse! A dança conduzida pelo Moran foi brega, mas eu gostei Hahahahah, assim como a representação da morte hahaha.

      Eu comecei a ver o episódio 6 horas atrás, parei para almoçar e ver jornal. Logo mais eu retomo e começo a escrever! ^^

  2. Realmente esse foi o episódio mais comum, contudo há algumas coisas para se destacar.
    Gostei do clima meio sombrio e um pouco fantasmagórico do começo. Na verdade era só uma moça drogada que se joga num rio, mas fiquei encucado sobre o que poderia ter causado-lhe isso.

    Bom, Alê cê falou algo interessante sobre como esse episódio é importante narrativamente.
    Cara, desde o episodio anterior eu fico bugado. Quero mentalizar: “Moriarty é um vilão” , ” ele faz justiça de maneira errada”, mas cara, está impossível não concordar com as atitudes do Moriarty e seu bando!
    Não há ordem nem ética para esse nobres.
    Mas o pulo do gato nesse episódio foi mostrar essa estrutura se quebra na prática quando ocorre esses casos de relacionamento entre aristocratas e uma pessoa menos favorecida.
    Outro detalhe que comento:
    Viu que nesse caso, diferente do episódio 3 , não foi o nobre que matou o seu igual? Quem mata aquele donzelo é o Moran . Isso é curioso também, abre mais possibilidades de resolução nesse anime.

    Bom, não parece mas a trama está cada vez mais complexa. Poderia ser mais? Poderia, mas vamos vendo ^^

    1. SIM!!! Hoje eu terminei de ler o primeiro volume do mangá de “Moriarty” e pensei: falar do Moriarty é muito além de “bem” e “mal”, se ele é “bom” ou “mau”. Ele e seus ideias são uma coisa muito mais complexa de se analisar e isso torna tudo mais interessante.

Deixe um comentário