Sim, você não está lendo errado! Vamos comentar esse anime maravilindo!! ^^
Bom dia, boa tarde, boa noite! Você que está lendo essa postagem no momento que ela está indo ao ar, pode achar estranho estarmos comentando “Violet Evergarden” agora, dado que é um anime de 2018 e estamos em 2021. Pois bem, para quem me conhece sabe que sou uma verdadeira entusiasta de “Violet Evergarden”. Mas desde que comecei o blog em 2019, eu não tive ainda uma oportunidade para fazer comentários desse anime que amo tanto, apenas mencionando a obra em outras postagens aqui e ali. Hoje, dia 11 de janeiro de 2021, faz exatos 3 anos desde que o anime de Violet estreou lá no Japão! Aproveitei essa oportunidade para fazer um projeto especial envolvendo a obra: a partir de hoje e nos próximos meses, eu convido vocês a nos acompanharem semana a semana revendo e comentando novamente desse anime! Toda segunda-feira teremos uma postagem nova sobre Violet Evergarden, em que comentaremos os 13 episódios + OVA ou episódio 14 + filme Gaiden + filme que encerra a animação! Totalizando 16 postagens sobre Violet ^^
No presente momento que estou escrevendo esse primeiro post, é dia 6 de dezembro de 2020. Quero me esforçar ao máximo para que saia tudo como eu planejo, com 1 post toda segunda sem atrasos. Não faço ideia de como será o desempenho dessas postagens, mas eu espero que seja bom. Sei que é um anime que meio mundo já comentou, porém não posso deixar passar a oportunidade destrinchar essa animação que tanto amo! Sem mais delongas, falemos do primeiro episódio de “Violet Evergarden” 🙂
Violet Evergarden começa nos apresentando algum momento do passado. Quem acompanha o blog veemente lendo quase todas as postagens, deve ter se deparado com meus comentários de como eu odeio o recurso de mostrar algum momento do passado ou futuro, cortando para o presente e não fazendo conexão com o evento passado durante aquele episódio, passando a impressão de ter sido só jogado ali, sem ter utilidade propriamente e por vezes, parecendo um recurso usado para ocupar tempo. Meu ‘ódio’ por esse artificio é devido a muitos animes estarem usando ele. Salvo engano, na Temporada de Primavera/2020, uns 5 animes se não mais, usaram esse mesmo modelo para iniciar suas narrativas. Contudo, Violet Evergarden não me irrita (e não é meu favoritismo falando mais alto), porque eu sinto que há um propósito e mesmo que a cena em si não se conecte com nenhum momento do episódio, há pontas soltas aqui e ali no decorrer deste capítulo inicial que me fazem entender a função narrativa dele, e é por aqui que começaremos a destrinchar.
Esses segundos iniciais mostram algum momento momento de calmaria no meio da guerra que estava se desenrolando. Em cena temos a Violet que se encanta por um broche de esmeralda por se parecer com os olhos do Major Gilbert. E como isso se conecta com o restante do episódio? É só notar como eles criam um certo laço entre Violet × Gilbert e estabelecem a importância desse objeto. Por mais que não tenhamos uma noção de contexto desses minutos iniciais, é interessante que vemos cenas como Violet desesperada por não encontrar o dito broche, mostrando a importância que a joia tem, além de que mostra o forte vínculo que ela tem com o major (que mais para frente é mostrado um pouco mais esse aspecto), porque ela menciona que foi ele quem deu. E não somente isso, o episódio todo é fundamentado, dentre outras coisas, a criar e ilustrar o grau de relevância que o Gilbert tem na vida da personagem.
Por exemplo, a 1ª coisa que ela pergunta ao ver o Hodigns é onde está o Major, quando ela vai poder se encontrar à ele, além de estar escrevendo um relatório para o personagem no momento que o Hodigns chega ao local que ela se encontra. Um pouco mais à frente no capítulo ainda temos cenas de como a Violet se encontrando pela primeira vez com a Sra. Evergarden. O mais interessante ali foi de como ela é grosseira sendo “sincera”, mostrando esse pouco tato da personagem em lidar com pessoas, porque da forma que se expressa, soa até ofensivo, afinal, se alguém chega para mim e fala “Eu não posso substituir seu filho morto” é de chorar.
Outro momento a se destacar dentro de cena e que muitos tem raiva, são as mãos de adamantina dela. Algo que tenho para mim é que Violet tem uma geografia e um mundo bem interessante, mesmo sendo tão pouco explorado. As mãos metálicas parecem ser algo bem novo, sendo uma prótese que não se vê todo dia, além do próprio choque de saber que a guria perdeu os dois braços no campo de batalha (guerreira). O outro aspecto legal de mencionar é a pouca valorização dela mesma. Anteriormente a personagem menciona brevemente sobre o irmão do Gilbert ter dito que ela é a cachorrinha de seu irmão, e isso passa a ser uma convicção da protagonista. Ela foi criada como uma arma de guerra e se vê de tal forma. Ignorar ela na casa dos Evergarden é deixar ela sem utilidade. O que ela faria ali sendo que a própria não tem uma noção do que é VIVER? Portanto a Violet acredita que perdeu a utilidade, que não a querem mais e se não tem mais função, porque ela deveria existir? Ela se trata como lixo, como algo estragado, sem valor algum. O mais legal dessa abordagem inicial da Violet é ver ela mudando sua visão de si mesma, dos sentimentos, das pessoas e do mundo ao seu redor ao longo de sua jornada.
E não podemos deixar de ressaltar que a Violet não tem noção do mundo. Ela não tem tato para saber “ler ao redor”. Nisso você tem a palavra “ordem” em que ela reage à risca. Tudo que for definido como meta ou como norma, ela vai executar e não irá parar até cumprir esse objetivo. É por isso que quando o Benedict diz para ela separar as cartas, elas faz tudo de uma vez. Quando sugere para tentar fazer entregas, ela vai fazer naquela hora e se não fosse pelo Hodigns parar a garota, a tendência é que a Violet só parasse quando tivesse concluído todas as entregas.
Partindo para a sequência final dos eventos da estreia, o primeiro que destaco é a ligação direta com a Violet não ter essa noção dos sentimentos dos outros e que por isso, ela acaba machucando as pessoas na conversa do Hodigns com a Violet. Uma frase que gosto muito que ele diz> “Mas talvez seja mais fácil viver uma vida na ignorância total”. No caso da Violet, por mais que ela não tenha noção, porque desde o início as únicas instruções que ela recebia era “Matar, matar, matar”, a partir do momento que a protagonista não precisa mais fazer isso e passa a ter contato com outras pessoas, sem a necessidade de ser hostil, passando a aprender e a lidar com estranhos em diferentes situações, ela adquire o conhecimento e o que se espera é se tornar consciente de suas ações. Logo, cedo ou tarde ela vai ter a noção do que ela fez em uma guerra e de como essa ações são terríveis. Não só por ela ter matado, mas também como uma faceta do que a guerra só trás tristeza para a população. Essas perdas vão ser abordadas no decorrer da série, portanto voltarei a comentar do assunto (e com mais profundidade) nas postagens futuras, principalmente na 11ª e na 14ª postagem ^^
Quem vai para a guerra são os que estão defendendo interesses de terceiros e esses NUNCA vão ir para a guerra! Não é algo que Violet aborda realmente. A questão da guerra na animação são as marcas e as perdas que ela gera como consequência. Mas é sempre bom dizer que o papo de “Ai, vou proteger a minha pátria” é balela. Esse discurso é feito somente para pobre ser alienado e ir lutar/se matar por governantes que não sofrerão quaisquer perdas.
Agora sobre os momentos finais, a correlação que Violet faz enquanto Catleya recita o que está escrevendo na carta do cliente é muito bom! É uma das minhas cenas favoritas, porque ali só tornam mais palpável o quão forte é essa relação do Major com a Violet, sobretudo, como a Violet enxerga ele. O Major é o mundo dela, então você já tem a justificativa dessa busca dela por ele durante todo o episódio. E além disso, nós temos dois pontos importantes nessa cena: o 1º é o próprio cenário de guerra e como ela presenciou tudo aquilo. Enquanto que o 2º é a forma que ela reage ao ouvir as palavras “Eu te amo”, que logo em seguida vemos que foi o Gilbert que as disse e que a Violet não entende o que representa.
Por fim, o momento chave do episódio, que faz ele encerrar no pico de forma magistral. Estamos falando de Violet pela primeira vez ter VONTADE de fazer algo POR ELA, sem que ninguém MANDASSE a personagem fazer! Como o próprio Hodigns diz, ela só agia conforme ordenassem, nunca tomando uma iniciativa por si, mas pela 1ª vez ela desejou fazer algo, porque quer saber o que aquelas palavras – Eu te amo – representam e qual o significado delas. E assim tem-se o início desta longa caminhada da Violet, conhecendo e aprendendo sobre os sentimentos humanos, tudo iniciado por uma frase, mas que terá um longo, lindo, triste e emocionante caminho. Como já dizia a música tema da personagem (Violet Snow): “A Vida é uma jornada” 🙂
De crítica, eu não tenho muito a destacar, a não ser por quem critica esse episódio pelos flashbacks serem um tanto “jogados”. Há momentos do episódio que tem um corte e poof, um flashback sem contexto. Eu concordo com isso. MAS algumas cenas eu até consigo entender o que está acontecendo. Tem um flashback na metade do episódio, você estava vendo uma cena e logo em seguida passa para esse momento do passado. Os episódios são projetados inicialmente para serem transmitidos na TV nipônica e eu consigo ver que esse corte em específico foi uma transição porque foi para intervalo e voltou. Algumas cenas dessas eu entendo o porquê de ser tão abrupto.
Sobre a produção, não há nem o que dizer, mas vamos lá. Violet passou cerca de 2 anos sendo produzido. Quando estreou em 11 de janeiro de 2018, ele possuía 8 de seus 13 episódios já prontos. Uma produção tão adiantada como foi aqui era de suma importância caso quisesse manter esse nível de consistência nos seus designs detalhados e complexos. Tudo é absurdamente bem feito. As roupas, a movimentação, o quão expressivo Violet Evergarden é, ainda mais por ser uma obra de drama que requer mais atenção nos sentimentos que quer passar e a produção entrega tudo de forma magistral. Sabe, é impecável! Uma das cenas que mais chamaram atenção nesse episódio 1 foi a passagem de tempo, em que você tem um cenário e vão fazendo o passar das horas.
Outra que também merece destaque é a grande viagem que fazem com o relatório que a Violet estava escrevendo no começo do episódio. Vai muito além de ser só um papel voando. Eles usam aquilo para mostrar um pouco daquela realidade. Sem dizer uma palavra, a produção consegue te mostrar cenários devastados pela guerra, a existência de castelos, as roupas que remetem uma imagem mais antiga por volta do fim do século XIX, ao mesmo tempo que temos algumas tecnologias daquele contexto, como os modelos de aviões (barões) e os navios. Tudo feito para te dar essa base inicial do mundo.
Eu gosto muito do carinho que a obra ganhou, porque foi o primeiro trabalho a ganhar o grande prêmio da KA Esuma Bunko (editora do estúdio), então foi muito legal ver o estúdio tratando a história como merece. Não é só uma animação impecável, um cenário, ou um trabalho de direção e de cores extremamente bem feitos. É um grupo de pessoas que se denomina como uma grande família, que se juntou para fazer algo especial, diferente de tudo que eles já tinham produzido até então. As animações do estúdio são todas muito lindas, mas Violet está em um patamar completamente acima disso. É completamente surreal e não devemos ver esse nível de produção tão cedo novamente. É por isso que eu fico extremamente puto (e triste) quando algum filho da puta usa a produção de Violet que é totalmente fora da curva, para desmerecer outras animações mais “simples” 🙂
No demais, essa foi a postagem de estreia de impressões de Violet Evergarden. Eu espero MUUUITO que o post seja bem recebido e que o público do blog goste tanto do anime quanto eu, ou que pelo menos me acompanhe essa empreitada semanal hahaha. Nos vemos na próxima semana ^^