Representatividade em Moriarty!!!!!!!!!
Finalmente chegou domingo e com ele veio o episódio #15 de Moriarty! E que episódio maravilhoso, com questões muito importantes sendo debatidas e aquele ritmo especial que a obra consegue trazer em seus episódios. Então bora discutir os acontecimentos do episódio em detalhes na postagem ^^
Primeiro de tudo: JAMES ‘OFICIALMENTE’ TRANS!!!!!!!!!!!! Cara, como foi EXCELENTE ver isso!!! É extremamente importante e adorei a forma como foi trabalhado! Se tem uma coisa que não esperava ver em Moriarty, era uma personagem transexual. No sentido de que eu “apenas” esperava uma trama de investigação e críticas sociais. Não cheguei a cogitar ter algum personagem trans. E se tratando de uma trama que se passa no século XIX (19), não pensei isso em momento algum. Todavia, fiquei muito feliz com isso, ainda mais que Moriarty traz essas mesclas entre realidade e situações mais fantasiosas. O autor usou uma abertura excelente para tratar do assunto. E não só ter o personagem trans por si, mas também por exigir que trata como ele se identifica, nesse caso, como homem. É uma questão de respeito e que precisa ser trabalhada devidamente (como foi aqui). O Moran se custava a tratá-lo como homem, mesmo com os demais já o tratando como tal. Ele tinha uma visão bem preconceituosa da situação, trazendo questões de força e de aparência, sendo que uma coisa não tem absolutamente nada a ver com a outra. E como ‘castigo’, foi prensado na parede como demonstração de força gerando um momento fantástico! Ou seja, nessa cena o James comeu o c* do Moran (sem lubrificante)! Não há frase que melhor expresse o sentimento da cena XD
Eu adorei os minutos iniciais do episódio, sendo eles mais voltados para a comédia. Pode ser um pouco estranho para quem só viu o anime, porém esses tons cômicos vêm do mangá e acontecem com certa frequência em cenas pontuais. A animação tem que cortar ou reduzir esses momentos para conseguir fazer a adaptação encaixar dentro dos poucos mais de 20 minutos de episódio. A comédia é uma adição muito boa que o mangá possui, mas que acaba não fazendo tanta falta no anime, pois, como já comentei em algumas oportunidades, a animação tem um certo “estilo” para contar a história da obra. Eles pegam a base com toda a estrutura do mangá, mas vão fazendo uma modelação própria, fazendo com que o anime e o mangá tenham diferenças, mas que funcionam muito bem em cada mídia. Quando essa cena apareceu na prévia do episódio #14, ela foi muito comemorada por algumas amigas minhas (@pameladiasadeso e @harumihatae). Como não ainda não li essa parte do mangá (acredito que aconteça no volume 7), eu não sabia extremamente do que se tratava. Agora entendo perfeitamente o motivo de toda a empolgação. Ela é MUUUUITO BOA!
Agora, uma coisa que gostei foi que essa primeira metade do episódio foi boa para conectar as relações do James com os demais membros do grupo, principalmente com o Moran que não queria aceitar ele (-_-), e também para o James pegar como é a dinâmica do grupo. Acho muito bom que apesar do Moran ter sido um filho da puta com o James, isso não isenta o James de ser “lento” por não pegar qual o ‘feeling’ do grupo, chegando até a achar que a prioridade absoluta seria pegar o que tinha dentro do cofre e deixar os reféns do banco lá, correndo o risco de serem mortos pelos ladrões. Essa temática até já foi abordada no mangá no volume 3. A situação envolvia o Fred, Moran e o Louis, e trabalhavam o que era considerado prioridade, bem como o que poderia ser tido como um empecilho. Não vou dar detalhes até por não ter sido adaptado no anime, mas fica aqui de curiosidade e até como um possível chamariz para quem quiser conhecer o mangá ^^
Voltando a essa parte do anime, o James aparentava ter um ar um pouco de querer tirar onda do Moran, mas ele se esquece que o cara é experiente também. Dentro dessa situação o personagem parece “brincar em serviço”, o que leva a um constrangimento da parte dele por não tomar a iniciativa inicialmente e não saber como agir naquela situação. James fez um “pseudo” mal juízo do Moriarty e seus planos, enquanto poderia ter pensado em uma forma de ajudar as outras pessoas, coisa que o Louis e o Fred provavelmente já estavam arquitetando, ou apenas saíram de cena para que o Moran pudesse mostrar como que a banda toca de verdade. Tudo isso serve para que Moran e ele colaborem juntos e assim, James consegue pegar mais ou menos como são os planos do Moriarty e como funciona a execução deles. Achei engraçado o policial palhaço achando mesmo que tinha feito alguma merda para ajudar hahaha. Ao menos o cara vai conseguir a promoção de cargo que tanto queria. Sempre acho muito interessante que apesar do Moriarty ser o grande cabeça da situação, ninguém do grupo é rebaixado como servo ou burro. Todos ali sabem agir nas mais adversas situações, seja elas previstas ou não.
Entendo o porquê de terem achado que iriam cortar aquela cena mais cômica do começo do episódio, mas pensando sobre ela, é bem compreensível, porque precisavam de um contexto para a problemática do Moran com o James e só então trabalhar e dar um ponto nessa parte. E como se não bastasse, até isso foi pensado pelo Moriarty, criando uma situação em que os dois precisassem trabalhar juntos e um notar as habilidades que o outro possui e ver que, de certa forma, um pode complementar o outro. Os dois formam uma boa dupla. Me pergunto se vão protagonizar mais momentos juntos como foi nesse episódio…
Agora a parte principal foi maravilhoso terem trazido a história do Jack, o Estripador para a narrativa. Já foi comentado por mim em muitas oportunidades que amo a mescla de realidade e fantasia da obra, e novamente a obra traz um caso que realmente aconteceu na história. Só que a grande diferença e o que vai tornar tudo mais interessante é que, ao contrário da realidade em que não conseguiram descobrir quem de fato era o “Jack, o Estripador”, a trama te dá a real pessoa por trás do nome. Temos um contexto do personagem com ele tendo participado de uma guerra, sendo de lá que veio esse apelido. E agora o falso “Jack”, que o Moriarty irá desvendar esse mistério e não só isso. Também será de como iremos ver ele expondo os podres de algum nobre que certamente é o assassino das prostitutas. É até legal que esse apelido de “Jack” veio de uma carta que descobriram que até hoje não se sabe se é real ou não, tendo desconfianças de que algum jornal da época usou isso para alavancar as vendas. Aqui temos alguém se apropriando desse nome, mas usando todo o repertório do assassino real. Desconfio que aquele Inspetor-chefe que tem medo das revoltas populares esteja envolvido nesse caso. Se ele não for o Estripador (seria fácil para ele se ocultar por ser da polícia), vai ser envolvido nessa história de alguma forma e irá compor o palco do Lorde do Crime, ao menos é o que eu imagino.
Tivemos também a volta dos três irmãos quando eram mais novos!!! Foi uma cena super rápida, porém tem uma coisa que quero comentar sobre ela: nunca tínhamos tido até então, algum respaldo sobre o que havia acontecido com os três depois do incêndio da mansão. Por exemplo, mencionam que o Albert teve que cuidar de algumas coisas para conseguir manter os três, mas nunca tivemos uma cena que mostrasse algo propriamente. E por mais que aqui só tenhamos tido a informação de que eles foram acolhidos durante um tempo por parentes, achei legal ter esse tipo de informação. E o foco dela era para dar o contexto de como o Jack conheceu os três. Sempre acho meio surpreendente como os três desde cedo vão plantando essas sementinhas. Tudo bem que o Albert matou a própria família, mas chegar no cara e sugerir querer aprender sobre métodos de matar pessoas é meio… Chocante, eu diria. Sem esquecer também que acho eles muito fofinhos quando mais novos (comentário mais aleatório) *-*
Por fim, um último tópico interessante é a breve passagem sobre o Domingo Sangrento. Quando vi falarem sobre, achei que tinha sido o Russo (que é o que estudamos na escola). Só que ele acontece apenas 1905. Fiquei estranhando por o anime se passar ainda no final do século 19. Resolvi pesquisar e descobri que existe um outro caso que aconteceu em 1972 na Irlanda. É interessante, porque já temos a amostra do medo do governo com rebeliões populares. Inclusive, são as revoluções que geram mudanças. São elas que pressionam o governo a tomar medidas em favor da população. Destituições de poder são na base do povão indo às ruas. A Revolução Francesa foi assim. Recentemente no Paraguai, a população foi as ruas para a destituição do Ministro da Saúde e do presidente do país por causa do seu péssimo gerenciamento na pandemia e corrupções. É só mais uma prova de que o poder está nas mãos do povo e que esses governantes temem a força de uma rebelião massiva.
Sem esquecer também do aspecto de que o Lestrade volta a aparecer aqui e ele é um dos pontos que não concordam com decisões do governo, mas até o momento, não foi contra o que lhe é ordenado. Me pergunto se o personagem pode acabar virando para o lado do Moriarty se seus interesses se alinharem em algum momento, embora eu não ache que ele vá fazer isso (além de ser perigoso por ser amigo do Sherlock). A outra peça que aparece no episódio é o informante do Moriarty dentro da polícia – Paterson. É uma surpresa ao mesmo tempo que é bem esperado. No fim, é bem evidente que o Moriarty possui contatos em todos os cantos, o que é fundamental para que ele consiga desenvolver e executar seus planos sem grandes percalços no processo. Quero MUITO ver como será trabalhada essa temática e como o William irá usar isso a seu favor. Esse é um dos desdobramentos que mais me interessaram da obra até aqui e com o episódio terminando com o William dizendo “Vamos mostrar para esses falsos “Jack, o Estripador”, quem são os verdadeiros demônios dessa cidade”, tu já sabe que vem tiro, porrada e bomba por aí (ainda se usa essa frase hoje em dia?) *_*
Um comentário mais isolado: depois que finalizei o post do episódio #14 (leia aqui, caso não tenha visto), o Rub veio me falar que colocou uma nota na minha postagem sobre eu não ter mencionado James Bond e filmes do Agente 007. Conversamos um pouco e me veio à mente duas coisas: 1. Uma tristeza inicial porque eu não sou nem um pouco ligado na Cultura POP, nem um pouco. Não assisto filmes e não sei da época que vi um filme Ocidental que não tenha passado na TV (se depende de mim, eu não assisto). Então quando vi uma situação em que eu ‘perdi’ a oportunidade de fazer comentários maiores sobre referências que Moriarty faz à outras obras, fiquei bem triste, ainda mais que é um anime/mangá que eu amo muito! Sem dúvida alguma, Moriarty está entre minhas obras favoritas da atualidade, portanto não poder tecer comentários sobre uma das referências que o anime faz, me deixou triste. E 2º que logo depois dessa tristeza inicial, eu parei para pensar no quão bem escrito Moriarty é. O Ryosuke Takeuchi (escritor do mangá) não chegou e pegou Moriarty pensando “E se eu escrevesse sobre o antagonista de uma série de livros famosos?” e pronto. Não! Moriarty tem um fundo de pesquisa muito rico, por mais que ele não use fatos o tempo todo. Ele pega momentos históricos, casos que realmente aconteceram e que ficaram famosos com o tempo, junta tudo e brinca com tudo, tornando a história bem além de apenas um anime ou mangá que eu vou ler/assistir e acabou. Me motivou bastante a querer saber todas as obras que o autor pegou para compor a narrativa da obra e conhecer elas. Se me passassem uma lista de filmes/livros que Yuukoku no Moriarty faz referência ou tem como uma base para compor a narrativa, eu iria atrás (só não sei se teria disposição para consumir tudo, rs). Nesse lado, eu criei muito interesse. O que um favoritismo não faz, não é mesmo? XD
É isso. Vejamos para onde esse arco vai. Como não leio os capítulos que estão sendo adaptados, não sei se esse arco tem 3 episódios ou se serão apenas 2. Vejamos até onde essa história vai e o que ela vai nos apresentar de mais interessante. Com esse episódio, restam apenas 9 episódios até o fim da temporada. Estamos em contagem regressiva \\o//. Ah, não deixem de comentar na postagem. É sempre muito bom para aumentar a discussão e enriquecer o post, afinal, pode ser que eu tenha deixado passar algum aspecto, ou alguma opinião que possa ser complementada. Sempre é válido ^^
Gnt, transexualidade não é assim q funciona…
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Então, utilizar roupas masculinas não significa necessariamente que você é trans. Ser trans é se identificar como sendo do gênero oposto àquele que corresponderia ao seu sexo biológico. Sexo feminino => mulher (cisgenero) / sexo feminino => homem (transgênero).
O James Bond é uma cross-dresser, ou CD. É uma preferência por usar roupas e adereços habitualmente referidos ao sexo oposto.
Eu conversei com um amigo sobre, porque posteriormente me gerou dúvidas. Ele acha que o personagem está mais para gênero fluido/não-binário (por transitar entre os gêneros), mas que pode ser entendido como trans (a depender da interpretação). Acaba variando da interpretação, porque não é algo que foi fixado pelo anime (no sentido de dizer fixamente que “é um personagem trans”, ou “não é um trans”). Se fosse apenas o usar roupas masculinas ou femininas, o James não faria pressão para o Moran tratá-lo como homem.
Esse episódio foi claramente de preparação para o que está por vir, então ele meio que “empalideceu” por ter vindo justamente depois do grande episódio passado. Mas ainda assim foi interessante por mostrar a nova vida da Irene/James e a introdução do Jack.
Estou extremamente animado com esse arco. Acho que é o que mais me empolgou até aqui. Não sei exatamente o porquê, mas tem uma série de coisinhas aqui e ali que parecem bem especiais ❤